Línguas da Índia
As línguas da Índia pertencem, de modo geral, a duas famílias linguísticas principais: a família indo-europeia — cujo ramo principal é o indo-ariano, falado na Índia por cerca de 70% da população e que inclui as línguas dárdicas — e a dravídica, falada por cerca de 22% da população. Outras línguas faladas na Índia pertencem às famílias linguísticas austro-asiática e tibeto-birmanesa ou são línguas isoladas.
História
editarOs idiomas do norte indiano, da família indo-europeia, evoluíram do indo-ariano antigo — por exemplo, o sânscrito — através do prácrito (indo-ariano médio) na Idade Média. Não há consenso, porém, de quando surgiram as línguas indianas modernas.
Cada idioma sofreu influências diferentes. O híndi e o urdu foram influenciados pelo persa e as línguas dravídicas, apesar de não pertencentes ao indo-europeu, num estágio posterior foram fortemente influenciadas pelo sânscrito. As línguas dravídicas mais importantes são o tâmil, o telugo, o canará e o malaiala.
Famílias linguísticas
editarAs línguas faladas na Índia podem ser agrupadas em famílias linguísticas, sendo a indo-europeia, representada predominantemente pelo ramo indo-ariano, a maior em termos de número de falantes (mais de 700 milhões). Outras línguas da mesma família, mas de ramo diferente, estão também presentes na Índia, tais como o persa, o francês, o português e o inglês. A segunda maior é a família dravídica (cerca de 200 milhões de falantes). Minorias linguísticas incluem línguas pertencenes às famílias austro-asiática (por volta de 10 milhões de falantes) e tibeto-birmanesa (cerca de 6 milhões). O caxemiriano, considerado uma língua dárdica, tem pouco mais de 4,5 milhões de falantes na Índia. Há ainda uma língua isolada, o naali.
Línguas clássicas da Índia
editarO sânscrito e o tâmil são considerados oficialmente idiomas clássicos da Índia. Considera-se, entretanto, o sânscrito do gramático Panini como sânscrito clássico, em oposição à forma mais antiga da língua védica. Robert Caldwell, o primeiro linguista a estudar as línguas dravídicas em seu conjunto, usou o termo "clássico" para distinguir as formas literárias do canará, do tâmil, do malaiala, do telugo e do tulu de suas formas coloquiais.
Línguas oficiais
editarNa Índia, não há o conceito de "língua nacional" única. As línguas oficiais são estabelecidas para cada estados. No entanto, o híndi, na escrita devanágari, é reconhecido como o idioma oficial do governo, mas é também permitido o uso do inglês para fins oficiais. A Constituição da Índia reconhece 22 línguas oficiais, faladas em diferentes partes do país. São elas:
- Assamês
- Bengalês
- Bodo
- Dogri
- Guzerate
- Híndi
- Canará
- Caxemiriano
- Concanim
- Maitíli
- Malaiala
- Manipuri
- Marata
- Nepalês
- Oriá
- Panjábi
- Sânscrito
- Santale
- Sinde
- Tâmil
- Telugo
- Urdu
O híndi é a língua oficial dos estados de Utar Pradexe, Biar, Jharkhand, Uttarakhand, Madia Pradexe, Rajastão, Chatisgar, Himachal Pradexe, Hariana, da capital nacional e do território de Déli. O bengali é a língua oficial de Bengala Ocidental e certas partes do nordeste. O marata é o idioma oficial de Maharashtra. O punjabi é o idioma oficial do Punjab, Hariana, Jammu e Caxemira e Himachal Pradexe. O gujaráti é a língua oficial do Guzerate. O tâmil, do Tâmil Nadu e dos territórios indianos de Pondicherri e Ilhas Andamã e Nicobar. O malaiala é a língua oficial de Kerala e Laquedivas. O canará, de Carnataca. O télugo, de Andra Pradexe. O oriá, de Orissa. O assamês, de Assam. O inglês é a língua co-oficial do país e cada uma dos estados mencionados acima podem ter outras línguas co-oficiais.
Sistemas de escrita
editarAs diversas línguas indianas têm alfabetos distintos. O urdu e, às vezes, o caxemira, o sindi e o punjabi são escritos em formas modificadas da escrita árabe. Exceto para estes idiomas, os alfabetos das línguas indianas são nativos da própria Índia. A maioria dos estudiosos consideram estas escritas índicas como provenientes do alfabeto aramaico, sendo, pois, relacionadas aos alfabetos hebreu, árabe, grego[1].
Referências
- ↑ Sampaio (2009, p. 108)
Bibliografia
editar- SAMPAIO, A. F. Letras e Memória – Uma Breve História da Escrita. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.