Palacete das Onze Janelas
O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, inicialmente chamado Palacete das Onze Janelas,[1] é um museu e edificação histórica do século XVIII construida por Domingos da Costa Bacelar, no contexto da Capitania do Grão-Pará (1621–1821), localizado no bairro da cidade velha na cidade brasileira de Belém (capital do Pará). Que abriga desde 2002 o museu de arte contemporânea, restaurante e, espaço multicultural.
Palacete das Onze Janelas | |
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Tipo | mansão, hospital militar, museu de arte moderna, património histórico |
Inauguração | 1700 (324 anos) |
Administração | |
Proprietário(a) | Governo do Pará |
Página oficial (Website) | |
Geografia | |
Coordenadas | |
Localidade | Cidade Velha |
Localização | Belém - Brasil |
Patrimônio | Património de Influência Portuguesa (base de dados), bem tombado pelo IPHAN |
Construído no século XVIII como casa de descanso de Domingos da Costa Bacelar.[1][2][3][4] A edificação faz parte do conjunto histórico denominado Feliz Lusitânia, núcleo inicial da cidade de Belém do Pará.[1] Foi também a "Casa dos Capitães-Gerais da Província do Grão-Pará".[5]
História
editarO Palacete das Onze Janelas foi construído no século XVIII como residência esporádica, do proprietário de engenho Domingos da Costa Bacelar,[3] os engenhos de açúcar localizados na foz do rio Guamá.[4]
Na cidade de Belém dois locais abrigam precariamente os doentes, o Forte do Castelo e o Convento de São Boaventura, havendo a necessidade de hospitais.[6] Assim em 1768, o palacete foi adquirido pelo então governo da Capitania do Grão-Pará, Ataíde Teive, para abrigar o "Hospital Real Militar", diante da necessidade de se ter um hospital na cidade de Belém,[2][3] ainda emconstrução, foi então adaptado pelo arquiteto italiano Antônio José Landi para o uso hospitalar.[3][4][6][7] Este hospital funcionou no palacete até o final do Século XIX, durante a ditadura militar, abrigou a 5ª Companhia de Guarda e,[4] a "Subsistência do Exército" até o final do século XX.[2] utilizada como local de detenção e de tortura de presos políticos.[2]
Em 2001, o governo estadual e municipal assinou com o Exército Brasileiro um convênio, alienando os terrenos da Casa das Onze Janelas e do Forte do Presépio, tornando-os em edificações históricas e solicitando também a adaptação ao uso museológico de difusão de arte contemporânea.[2][4] Este em 2016, sofreu pressão política para ser extinto e substituído por um “polo gastronômico”, colocando em risco um acervo de arte moderna e contemporânea.
O palacete foi transformado em 2002 em espaço cultural e museu dedicado à arte contemporânea brasileira das regiões Norte e Nordeste.[1][2][4]
Turismo
editarO edifício é parte do conjunto arquitetônico e paisagístico denominado Feliz Lusitânia. E abriga, além do espaço museológico, o restaurante "Boteco das Onze".[8]
A área que envolve a Casa das Onze Janelas possui um conjunto de equipamentos culturais, como o Jardim de Esculturas, o Navio Corveta e, o palco, que se projeta sobre a baía. Da área da Casa tem-se ainda uma vista da Baía do Guajará e do Mercado de Ver-o-Peso.
Arquitetura
editarO prédio com dois pisos, tem a fachada principal além da porta principal, onze janelas e portas-janelas dispostas simetricamente, com verga reta e com grades. O local é dividido por um entablamento, com pilastras nos cunhais, marcado pela arquitetura portuguesa da época, o estilo chão. Com a intervenção do arquiteto italiano Antônio Landi, construiu a fachada em direção ao rio, no corpo central tem aberturas em arcos formando lógias (pórtico) no formato de varandas, com grades no piso superior.[6]
Quando passou para uso militar sofreu intervenções, onde as mais relevantes foram nas fachadas, o acréscimo de um frontão triangular ladeado por obeliscos na fachada principal, e o fechamento das aberturas da fachada do lado do rio. Porém essas modificações foram revertidas na reforma no ano 2000.[6]
Desde 2002 o palacete abriga o Museu de Arte Casa das Onze Janelas que possui vasto acervo de obras modernas e contemporâneas, contando com nomes como Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Rubens Gerchman, Lasar Segal, Luiz Braga, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Elza Lima, Walda Marques. Com grande agenda de exposições, é o principal prédio a hospedar as duas maiores premiações nacionais de arte realizadas no estado, o Premio Diário Contemporâneo de Fotografia e o Arte Pará. Atualmente, Museu sofre com falta de verbas.
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d «Espaço Cultural Casa das Onze Janelas será reaberto com quatro exposições». Secretaria de Cultura do Pará. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d e f «Palacete, Hospital Real, Subsistência do Exército, Museu Casa das Onze Janelas, Belém, Pará». Fórum Permanente. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d «O legado de Antônio Landi na arquitetura e no centro histórico de Belém». Diário do Pará Online (DOL). 24 de janeiro de 2021. Consultado em 1 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e f «Casa das Onze Janelas: conheça um dos marcos da história da capital do Pará». Portal Amazônia. Consultado em 1 de novembro de 2022
- ↑ «Carimbo do Pará: a moeda da cabanagem». Collect Prime. 4 de agosto de 2018. Consultado em 13 de setembro de 2024
- ↑ a b c d Derenji, Jussara da Silveira; Derenji, Jorge (2009). «Igrejas, palácios e palacetes de Belém. Churches, palaces and mansions of Belém /» (PDF). buscaintegrada.ufrj.br. Programa Monumenta Iphan. Brasília. Consultado em 5 de julho de 2023. Resumo divulgativo
- ↑ «Obras arquitetônicas de Antônio Landi embelezam e fomentam o turismo em Belém do Pará». Assembleia Legistaliva do Estado do Pará. Consultado em 1 de novembro de 2022
- ↑ Casa das Onze Janelas: um passeio pela história Portal Brasil.
Ligações externas
editar- «Palacete das Onze Janelas». no sítio do Património de Influência Portuguesa, da Fundação Calouste Gulbenkian
- «Sobre o museu». por Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM)
- «Coordenadoria Municipal de Turismo de Belém (BelemTur)»