Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

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A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, também conhecida como Osesp, é um equipamento cultural do Governo do Estado de São Paulo e uma das principais orquestras do Brasil, fundada pela Lei nº 2 733, de 13 de setembro de 1954.[1][2] A maioria de suas apresentações acontecem dentro de sua temporada anual – em 2022, foram 91 concertos na "Temporada Osesp – Vasto Mundo".[3] Realiza de forma recorrente turnês nacionais e internacionais e marca presença em festivais, como o Festival de Inverno de Campos do Jordão, e outros projetos, como o OsespMASP.

Sala São Paulo

Desde 1999 tem como sede a Sala São Paulo, considerada uma das melhores salas de concerto do mundo,[4] onde são realizadas apresentações sinfônicas, corais e de câmara de grupos artísticos variados.

Desde 2005, a Osesp é gerenciada pela Fundação Osesp, organização social de cultura que mantém contrato de gestão com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo para a manutenção e desenvolvimento da Orquestra, bem como a Sala São Paulo, o Coro da Osesp, os coros Infantil e Juvenil da Osesp, a Academia de Música da Osesp, a Editora da Osesp, o Centro de Documentação Musical ‘Maestro Eleazar de Carvalho’ e o Festival de Inverno de Campos do Jordão. Realiza, ainda no escopo do contrato de gestão, ações de educação musical para crianças, jovens e adultos; promoção, capacitação e treinamento de profissionais das áreas da música e da educação; e formação de plateias.[5]

História

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Século XX

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Apesar de ter realizado seu primeiro concerto no dia 18 de julho de 1953, a fundação da Osesp – na época denominada Orquestra Sinfônica Estadual – foi oficializada somente em 13 de setembro de 1954, pela Lei Estadual nº 2 733, na gestão do então governador do Estado Lucas Nogueira Garcez.[1][2] Quem assume como primeiro Regente Titular é o pianista, maestro e compositor João de Sousa Lima. Mesmo tendo sido criada por lei, os concertos não têm continuidade nos anos seguintes e a orquestra passa por um recesso de 10 anos.

A Osesp só volta à ativa em 1964, quando o maestro italiano Bruno Roccella assume o cargo de Regente e Diretor Artístico. Na época, o contingente de músicos chegava a 80 pessoas. Este período de atividades durou cerca de quatro anos, durante os quais a orquestra se apresentou ao menos 22 vezes na capital paulista.[2]

Após outro recesso de quase cinco anos, em 1973 a Osesp passa por seu primeiro grande processo de reestruturação sob a condução do então Diretor Artístico e Regente Eleazar de Carvalho. O maestro dedicou 23 anos de vida à frente da orquestra, período intenso de atividades e muito importante para consolidar a orquestra e pavimentar o caminho para o reconhecimento que cresceu nas décadas seguintes.[2] Um exemplo disso foi a criação, em 1973, da programação pedagógica dentro do Festival de Inverno de Campos do Jordão, evento criado por Carvalho, Camargo Guarnieri e João de Sousa Lima em 1970. O objetivo era conceder bolsas de estudo para jovens no campo da música. Até hoje, a iniciativa possibilita que estudantes tenha contando com professores renomados.[6]

A mudança do nome da época, Orquestra Sinfônica Estadual, para o atual (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), acontece em 1978. O objetivo era de "distingui-la, convenientemente, de outras, da mesma natureza, pertencentes aos diferentes estados da federação".[7]

A década de 1980 é marcada por maiores dificuldades financeiras. Foi apenas em 1980 que os músicos da Osesp passaram a ser contratados no regime CLT.[7] A regularização dos contratos, somada à contratação de mais 42 músicos, deu início ao período mais produtivo sob a regência de Eleazar de Carvalho. A orquestra se apresentava semanalmente no Teatro Cultura Artística, que tinha a presença de uma audiência fiel e da atenção dos críticos dos principais jornais do país. Isso criou um "tímido mas efetivo sistema de música clássica".[7] O movimento só durou até 1985, quando o convênio com o Teatro venceu e a Osesp precisou se deslocar para o antigo cinema do Edifício Copan.

Em 1989, a Osesp foi realocada novamente, dessa vez para o Auditório Simón Bolívar, no então recém-inaugurado Memorial da América Latina. O auditório era usado para outras finalidades e muitas vezes a orquestra não podia nem mesmo ensaiar.[7] Essa precariedade das instalações, somada ao desânimo causado nos músicos por conta dos salários baixos, estabeleceu um dos momentos de maiores privações da Osesp.

O cenário muda com a morte de Eleazar de Carvalho, em 1996. No ano seguinte, a convite do então Secretário do Estado da Cultura Marcos Mendonça, John Neschling assume como Regente Titular e inicia a maior reestruturação da história da Osesp.[8] O processo é pautado por diretrizes que já haviam sido estabelecidas por Carvalho em seus últimos meses de cargo: uma nova sede e melhores salários para os músicos.[2]

Sala São Paulo

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Interior da Sala São Paulo durante apresentação da Osesp

A nova sede da Osesp é inaugurada no dia 9 de julho de 1999.[9] A reforma da Estação Júlio Prestes durou 18 meses e foi idealizada pelo arquiteto Nelson Dupré, em parceria com a empresa norte-americana Artec, especializada em acústica.[2] A sala tem capacidade para 1 498 espectadores, e possui 22 camarotes. Muitos especialistas a consideram uma das salas de concerto com melhor acústica do mundo.[4]

Ter sua própria sala e poder desfrutar de qualidade técnica e musical foi o elemento mais importante na reestruturação da Osesp iniciada por John Neschling.

Século XXI

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O novo século marca um período de crescimento e reconhecimento para a Osesp. Em 1999, o Coral Sinfônico do Estado tem suas estruturas ligadas às da orquestra. Em 2001, passa a ser chamado de Coro da Osesp. Também foram criados na mesma época os coros da Câmara, Juvenil e Infantil, além dos Programas Educacionais, que "atingem nada menos do que 120 mil crianças e adolescentes e cerca de 1.000 professores, majoritariamente da rede pública de ensino".[2]

A Fundação Osesp foi instituída em 22 de junho de 2005. Trata-se de uma instituição sem fins lucrativos com o objetivo "de apoiar, incentivar, assistir, desenvolver e promover a cultura, a educação e assistência social com ênfase na música de concerto".[5] Em contrato de gestão firmado com o Governo do Estado de São Paulo, é ela quem cuida do desenvolvimento e manutenção da Osesp, da Sala São Paulo e de outros projetos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão, estipulados por contrato e de acordo com as políticas culturais do Estado. Esse modelo traz mais agilidade, transparência e eficiência para a implementação dessas diretrizes.[9] O presidente do conselho é Pedro Pullen Parente,[10] mas, antes, quem ocupava a cadeira era o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que agora tem o cargo de Presidente de Honra.

O maestro John Neschling se desliga de forma conturbada da Osesp ao final de 2008.[11] Quem assume como Regente Titular, entre 2009 e 2011, é o francês Yan Pascal Tortelier, que contribui para o reconhecimento internacional da Osesp.

Em fevereiro de 2011, o Conselho da Fundação Osesp anuncia a primeira mulher a assumir o cargo de Regente Titular, a norte-americana Marin Alsop. Em 2013, a Regente também assume a função de Diretora Musical[2] – atualmente ela é Regente de Honra da orquestra. A Osesp também sentiu os efeitos das crises financeiras da década de 2010. Em maio de 2015, a orquestra sofreu um corte de R$ 10 milhões em seu orçamento.[12] Em fevereiro de 2017, a Osesp anunciou que a porção orçamental dedicada aos projetos artísticos seria 27% menor do que em 2016 – e o orçamento total, 23% mais enxuto.[13]

A partir de 2020, quem assume o cargo de Diretor Musical e Regente Titular é o suíço Thierry Fischer,[14] e em 2022 seu cargo é renovado por mais quatro anos, até 2026.

Ver também

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Ligações externas

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Referências

  1. a b BOMFIM, Camila Carrascoza. A música orquestral, a metrópole e o mercado de trabalho: o declínio das orquestras profissionais subsidiadas por organismos públicos na Região Metropolitana de São Paulo de 2000 a 2016. Tese (Doutorado em Musicologia) – Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, 2017. 423p.
  2. a b c d e f g h «LINHA DO TEMPO». osesp.art.br. Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  3. «Relatório de Atividades Anuais 2022» (PDF) 
  4. a b Folha de S. Paulo, ed. (5 de março de 2015). «Jornal 'The Guardian' inclui Sala São Paulo entre as 10 melhores do mundo». Consultado em 27 de junho de 2017 
  5. a b «Fundação Osesp». www.fundacao-osesp.art.br. Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  6. Governo do Estado de São Paulo, ed. (9 de julho de 2009). «Conheça a história do Festival de Inverno de Campos do Jordão». Consultado em 27 de junho de 2017 
  7. a b c d Teperman, Ricardo Indig (4 de outubro de 2016). «Concerto e desconcerto: um estudo antropológico sobre a Osesp na inauguração da Sala São Paulo». Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  8. Folha de S.Paulo, ed. (14 de outubro de 1996). «Neschling deve suceder Eleazar na Osesp». Consultado em 27 de junho de 2017 
  9. a b [1] ARRUDA, Fausto Augusto Marcucci. Parceria entre o Estado e o Terceiro Setor: a experiência da Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Artigo apresentado ao III Congresso CONSAD de Gestão Pública. São Paulo, 2010.
  10. «Fundação Osesp». www.fundacao-osesp.art.br. Consultado em 8 de julho de 2021 
  11. Folha de S. Paulo, ed. (22 de janeiro de 2009). «Conselho da Osesp demite o maestro John Neschling». Consultado em 27 de junho de 2017 
  12. Estadão, ed. (22 de maio de 2015). «Osesp sofre corte de R$ 10 milhões». Consultado em 27 de junho de 2017 
  13. Folha de S. Paulo, ed. (9 de fevereiro de 2017). «Osesp perde 27% do orçamento e desconvida maestros para temporada». Consultado em 27 de junho de 2017 
  14. «THIERRY FISCHER». osesp.art.br. Consultado em 8 de julho de 2021