Pompeia (bairro de São Paulo)
Vila Pompeia, também conhecido como Pompeia, é um bairro da cidade brasileira de São Paulo, localizado no distrito de Perdizes e pertencente à Subprefeitura da Lapa.
Vila Pompeia | |
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Bairro de São Paulo | |
Vista da Vila Pompeia durante o dia. | |
Dia Oficial | 7 de outubro |
Fundação | 1910 |
Imigração predominante | Itália |
Distrito | Perdizes |
Subprefeitura | Lapa |
Região Administrativa | Oeste |
ver |
Limita-se com os bairros de Perdizes, Vila Anglo Brasileira, Água Branca, Vila Romana, Lapa, e Barra Funda.
História
editarSurgimento
editarPor volta de 1910, surgia um novo loteamento dividindo as chácaras em um bairro. O empreendedor Rodolpho Miranda, dono da Companhia Urbana e Predial, resolveu homenagear sua esposa Aretusa Pompeia, batizando o novo bairro como o nome de Vila Pompeia.[1]
Rapidamente imigrantes atraídos pelas centenas de indústrias que apareciam na região adquiriam lotes para fixar residência. Italianos, portugueses, espanhóis e húngaros trabalhavam como operários nas fábricas.
Indústrias Matarazzo, Parque Antártica e a chegada dos padres
editarDesde que o complexo das Indústrias Matarazzo foi inaugurado em 1920, o bairro da Vila Pompeia passou a ser a moradia dos operários,[2] em sua maioria de italianos e espanhóis, se aglomeraram pela região influenciando a culinária e cultura do bairro.
Na mesma época, foi inaugurado o Parque Antártica, que até então pertencia a Companhia Antártica Paulista, e mais tarde viria a ser o estádio e sede do Palestra Itália (posteriormente, Palmeiras)[3] O complexo de trezentos mil metros quadrados foi primeiramente destinado ao lazer da população da região e contava com espaços para prática de atletismo e tênis, além de ser um dos primeiros complexos a ter campos de futebol na cidade.
A região teve grande crescimento com a chegada dos padres Camilianos que, em 1922, fundaram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Pompeia.[4] Essa mesma ordem de padres que mais tarde em 1930 fundou um pequeno centro de saúde que, mais tarde, se tornaria o Hospital e Maternidade São Camilo.[carece de fontes]
A Liverpool brasileira
editarO próspero bairro industrial colheria o fruto de sua cultura no final da década de 1960 e começo de 1970, época em que na casa número 408 da Rua Venâncio Aires, viveram os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, dos Mutantes, que influenciaria o surgimento de bandas importantes no cenário brasileiro como Tutti Frutti, Os Mutantes e Made in Brazil.[5] Levando o bairro a ganhar o apelido de Liverpool brasileira.[6]
Nos anos 80, com o projeto arquitetônico desenvolvido pela arquiteta Lina Bo Bardi, foi inaugurado o SESC Pompeia, primeiro local da cidade em que eram realizados shows de punk rock, acabando por sediar o festival "O Começo do Fim do Mundo" onde bandas como Ratos de Porão, Cólera, Inocentes e Olho Seco tocaram pela primeira vez.[7] O espaço cultural que sediou de 2000 á 2003 o programa Musikaos da TV Cultura, onde bandas como Pitty, CPM 22 e Cachorro Grande começaram a ganhar grande exposição.[7]
O bairro carrega ainda hoje nomes em ascensão na cena musical nacional como Mattilha, Quimere e Sioux 66.[8]
Atualidade
editarNos dias de hoje, a infraestrutura cultural do bairro ainda conta com o SESC Pompeia, composto por teatros, quadras poliesportivas, piscinas, dentre outras áreas de lazer. Além do Bourbon Shopping Pompeia onde encontra-se o Teatro Bradesco e o Espaço Itaú de Cinema.
A região ainda conta com o espaço de entretenimento e lazer Allianz Parque, arena multiuso do Palmeiras construída para abrigar shows, concertos, eventos corporativos e, principalmente, partidas de futebol do clube. A arena conta com capacidade para 43 mil pessoas em partidas esportivas e 55 mil pessoas em shows e já contou com apresentações de ícones da música internacional como Paul Mccartney, Iron Maiden, Aerosmith, Demi Lovato e a reunião da banda Guns n' Roses. Localiza-se também no bairro, a escola de samba Águia de Ouro, fundada em 1976.
Atualmente, o bairro sofre com um grande processo de verticalização das moradias, com prédios altos e de luxo; porém, ainda encontra-se diversas moradias antigas de renda média e baixa, principalmente em seu limite inferior. O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor B", assim como outras áreas nobres da capital como Jardim Paulistano, Vila Olímpia e Pinheiros.[9]
Bibliografia
editar- Ponciano, Levino (2001). Bairros paulistanos de A a Z. São Paulo: SENAC. pp. 107–108. ISBN 8573592230
Referências
- ↑ "A Vila Madalena do Século 21", Luciana Matiussi, Época São Paulo número 2, junho de 2008, Editora Globo, pág. 102
- ↑ LTDA, Vivaweb Internet. «Vila Pompeia, Indústrias Matarazzo, Lapa e Vila Romana :: São Paulo - Minha Cidade». www.saopaulominhacidade.com.br. Consultado em 31 de dezembro de 2016
- ↑ «Pompéia, 100 | Viagem e Turismo». Viagem e Turismo. 8 de setembro de 2011
- ↑ Levino Ponciano, Bairros Paulistanos de A a Z, Editora Senac
- ↑ Lee, Bruno (28 de fevereiro de 2016). «Mãe do Rock». São Paulo: Grupo Folha. Folha de S.Paulo (31.742): Especial Morar - 8
- ↑ «Na Vila Pompeia, a Liverpool brasileira - São Paulo - Estadão». Estadão
- ↑ a b «Berço do rock nacional, Pompeia gerou de 'Os Mutantes' aos primeiros festivais de punk de SP - Especial Perdizes/Vila Leopoldina». especial.folha.uol.com.br. Consultado em 31 de dezembro de 2016
- ↑ «Conheça a banda Mattilha, diretamente do bairro do rock em São Paulo». Arquivado do original em 2 de janeiro de 2017
- ↑ «Pesquisa CRECI» (PDF). 11 de julho de 2009. Consultado em 13 de julho de 2009