Porto de Tubarão

Porto marítimo brasileiro

O Porto de Tubarão é um porto brasileiro localizado na ponta do mesmo nome, na parte continental do município de Vitória, capital do Espírito Santo. É um terminal graneleiro[1] do Porto de Vitória.

Porto de Tubarão
Porto de Tubarão
Tipo porto
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 20° 17' 9.6" S 40° 14' 38.4" O
Mapa
Localização - Brasil

Inaugurado em 1966, é controlado pela Vale S.A.. É o segundo maior porto de exportação de minério de ferro do Brasil[1] e permite o acesso de navios Graneleiros de grande porte (Very-Large Ore Carriers (VLOC), Ultra-Large Ore Carriers (ULOC), e Ore Oil (O/O)).

História

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A construção do Porto de Tubarão foi iniciada em 1962 pela então empresa de economia mista, Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)[2], no ano em que foram assinados os primeiros contratos de longo prazo para fornecimento de minério de ferro para o Japão e a Alemanha, e sua construção foi totalmente paga com recursos do Tesouro Nacional[2][3].

O Porto de Tubarão se constituiu num projeto pioneiro - concebido por Eliezer Batista - que contribuiu para criar um novo processo logístico mundial no transporte de granéis sólidos e líquidos. A participação do Japão nesse empreendimento foi decisiva e a construção do porto de Tubarão é até hoje recordada com simpatia pelos japoneses:

Aqui, merece destaque o projeto pioneiro do Porto de Tubarão, que provocou a maior revelação no transporte mundial de granéis sólidos e líquidos com a consequente evolução, em termos globais, de um novo sistema de logística global, que transformou a '"distância física" em "distância econômica". Conseguiu-se levar um produto de muito baixo valor às maiores distâncias no planeta, de forma econômica.
Os grandes graneleiros e graneleiros-petroleiros, assim como os colossais tankers, foram frutos deste konzept.
A contribuição da siderurgia brasileira proporcionou o primeiro grande salto da Companhia Vale do Rio Doce com contratos a longo prazo e ajuda tecnológica no projeto e construção dos grandes navios (novos materiais para os novos designs e versatilidade dos mesmos). Em decorrência, foi criada a Docenave, que chegou a ser a terceira maior frota de granéis do mundo.[4]

O financiamento

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De posse dos contratos de fornecimento de minério de ferro, Eliezer se dirigiu ao Ex-Im Bank, o banco de fomento dos Estados Unidos, para obter um financiamento para a construção do Porto de Tubarão. Mas não teve sucesso algum: voltou de mãos vazias. O banco americano não dava crédito ao Brasil, nem à Vale, nem às siderúrgicas japonesas. [5]

Expôs suas dificuldades ao então Ministro da Fazenda, numa audiência que se tornou histórica:

Sem financiamento para construir o Porto de Tubarão, Eliezer recorreu ao ministro da Fazenda de João Goulart (Jango), San Tiago Dantas. “Ele se levantou da cadeira, tirou aqueles óculos de grandes lentes e aros negros, e respondeu: ‘Não tenho recursos para te emprestar, mas vou dar um jeito. Vamos rodar a guitarra’. Fica aqui registrada a revelação que nos valerá o ódio eterno dos monetaristas de canino agudo que odeiam a economia física. (…) San Tiago mandou imprimir dinheiro.[6]

Fundamentos econômicos

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 Ver artigo principal: Companhia Vale do Rio Doce

Tubarão tornou-se a ponte que ligou a Vale S.A. ao resto do mundo e permitiu à empresa aumentar significativamente o conjunto das exportações brasileiras. [7]

Projetado para receber navios de um tamanho que ainda nem se fabricava [8][9], o Porto de Tubarão foi um pioneiro no mundo em sua categoria.

"Foi uma loucura para a época, pois não havia 'ship design', nem aço para esse tamanho de navio", conta Eliezer. Apesar do enorme risco envolvido, o Japão aceitou construir os navios. Foi um casamento de interesses. [10][11]

Benefícios colaterais

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A inauguração do Porto de Tubarão em 1966, e sua tecnologia pioneira, geraram um grande entusiasmo dentre os investidores japoneses, e muito contribuiu para elevar o conceito internacional do Brasil.

Sua construção atraiu, de imediato, uma verdadeira "enxurrada" de novos investimentos estrangeiros ao Brasil, tais como a Celulose Nipo-Brasileira S.A.- Cenibra, a Companhia Siderúrgica de Tubarão, a Albrás - Alunorte (alumina e alumínio),a Mineração da Serra Geral (minério de ferro) e a Nova Era Silicon (ligas de ferrosilício, etc..) e o primeiro grande projeto no exterior a CSI (Califórnia Steel Industries/Joint Venture da Vale com a Kawasaki), o que, de certa forma, contribuiu para absolver o então ministro da fazenda San Tiago Dantas do "pecado" de ter autorizado a impressão de dinheiro para sua criação. [12]

Referências

  1. «Maior exportador de minério de ferro do país está no Maranhão». Jornal O Estado do Maranhão 
  2. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD)». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 26 de dezembro de 2021