Regimento de Infantaria N.º 1
O Regimento de Infantaria N.º 1 (RI1) é uma unidade da Estrutura Base do Exército Português. Entre 2003 e 2006 o regimento teve como encargo operacional manter o Batalhão de Comandos. No início de 2006 os Comandos foram transferidos para a Escola Prática de Infantaria, passando o RI1 a ser um centro de instrução geral. Em Abril de 2008 foi transferido para Tavira.
Regimento de Infantaria N.º 1 | |
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País | Portugal |
Corporação | Exército Português |
Subordinação | Comando Operacional |
Missão | Defesa Nacional |
Sigla | RI1 |
Criação | 1648 |
Lema | Ubi Gloria Omne Periculum Dulce Onde há Glória todo o Perigo é Doce |
Cores | Preto e Vermelho |
História | |
Guerras/batalhas | 1809 - Grijó 1810 - Buçaco 1811 - Pombal e Rendinha 1812 - Ciudad Rodrigo e Salamanca 1813 - Victória, Tolosa, Nivelle e Nive 1814 - Bayona 1837 - Arminou 1917 - Fauquissart 1918 - La Lys |
Condecorações | Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito
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Sede | |
Sede | Quartel do Vale do Aguilhão, Beja. Destacamento em Quartel da Atataia em Tavira. |
Página oficial | Sítio oficial |
Atualmente, tem sede no Quartel do Vale do Aguilhão em Beja, mantendo um destacamento em Tavira, Quartel da Atalaia.
História
editarA história do Regimento de Infantaria N.º 1 é longa e enobrecida por gloriosos feitos. A sua origem remonta a 1648, ao Terço da Junta do Comércio. Em 1762 era conhecido pela designação de 2º Regimento da Armada, sendo este desdobrado em dois regimentos, comandados pelo visconde de Mesquitela e pelo Coronel D. José de Portugal.
Por decreto de 10 de Maio de 1763 toma a designação de Regimento de Infantaria de Lippe, homenageando o Conde de Lippe pela forma meritória como este organizou o Exército Português. Em 1806 as Unidades passam a ser numeradas, cabendo ao Regimento de Lippe a denominação de Regimento de Infantaria N.º 1.
Em 22 de Dezembro de 1807 foi licenciado por ordem do General Junot, integrando o 1º Regimento de Infantaria da futura Legião Portuguesa, comandado pelo Coronel Joaquim de Saldanha e Albuquerque.
Em 30 de Setembro de 1808 foi mandado reunir em Lisboa, e em 14 de Outubro foi formalmente restabelecido.
Em 1890, por reconhecimento e apreço de Sua Majestade El-Rei D. Carlos, pela lealdade e serviços prestados por este Regimento e querendo dar a sua Esposa, Rainha D. Amélia, uma prova particular de estima, determina que o mesmo passe a designar-se por Regimento da Rainha.
Com a abolição da Monarquia em 1910, o Regimento volta a designar-se Regimento de Infantaria N.º 1, designação que manteve até 1974, passando a partir desta data a denominar-se Regimento de Infantaria de Queluz.
Em 1988, por Decreto-Lei de 22 de julho, volta a designar-se Regimento de Infantaria N.º 1.
Num passado bem recente, a Transformação do Exército determinou a extinção do Regimento de Infantaria N.º 2 em Abrantes, passando o Regimento de Infantaria N.º 1 a assumir a sua missão constituindo-se como Centro de Formação Geral Comum de Praças do Exército (CFGCPE), na dependência do Comando da Instrução e Doutrina (CID).
No decurso do corrente ano foi alterada a missão, organização e dispositivo do Regimento de Infantaria N.º 1.[1] O encargo da formação passa para a Escola Prática de Infantaria; a directiva determina ainda a cedência das instalações na serra da Carregueira ao Centro de Tropas Comando (CTC) e a transferência do RI1 para o PM – 07/T (Quartel da Atalaia, em Tavira), passando desde então para a dependência do Comando Operacional (Cmd Op).
Em 01 de Abril de 2008 o Quartel da Atalaia (Tavira) é ocupado pelo: “ REGIMENTO DE INFANTARIA Nº1”
Não obstante o curto espaço de tempo decorrido desde a alteração da missão e dispositivo da unidade o RI1 participou já no Exercício ORION 08, no apoio às comemorações do Dia do Exército e no Exercício Conjunto da série LUSÍADA.
Em 01 de Agosto de 2015 é transferido para a cidade de Beja.
Observação
editarO RI1 é também herdeiro das tradições militares do antigo Batalhão de Metralhadoras N.º 1, criado em 1926, a partir do 1.º Grupo de Metralhadoras, e extinto em 1960.
Denominações
editarO Regimento de Infantaria N.º 1 é uma das mais antigas e tradicionais unidades militares de Portugal, tendo estado, ao longo da sua história, sempre associado à guarnição da região de Lisboa.
Ao longo da sua história, o regimento teve as seguintes denominações:
- 1663-1707 : Terço da Junta do Comércio (também conhecido por Terço da Bolsa);
- 1707-1762 - Regimento da Junta do Comércio;
- 1762-1806 - Regimento do Conde Reinante de Schaumburg-Lippe (ou simplesmente Regimento de Lippe);
- 1806-1828 - Regimento de Infantaria N.º 1;
- 1828-1834 - 1º Regimento de Infantaria de Lisboa;
- 1834-1837 - Regimento de Infantaria N.º 1;
- 1837-1842 - Batalhão de Infantaria N.º 17;
- 1842-1890 - Regimento de Infantaria N.º 1;
- 1890-1910 - Regimento N.º 1 de Infantaria da Rainha;
- 1910-1974 - Regimento de Infantaria n.º 1;
- 1974-1975 - Regimento de Infantaria Operacional de Queluz;
- 1975-1988 - Regimento de Infantaria de Queluz;
- Desde 1988 - Regimento de Infantaria N.º 1.
O brasão de Armas
editar- O campo do escudo e a rosa são as armas do Conde de Lippe, Marechal-General do Exército Português, que reorganizou o Exército na segunda metade do século XVIII e em 1763 deu o seu nome ao Regimento.
- Os esmaltes do chefe são os do Batalhão de Metralhadoras N.º 1 criado em 1926 cujas gloriosas tradições foram herdadas em 1960 pelo Regimento de Infantaria N.º 1. O alinhamento das fuselas alude à sequência do cartuchame nas fitas das metralhadoras.
- O corvo, das armas da cidade de Lisboa, recorda a sua localização desde os tempos do Terço da Junta ou da Bolsa, organizado cerca de 1648.
- O pentágono alude à forma característica dos edifícios e parada do Quartel do Conde de Lippe na Calçada da Ajuda, em Lisboa, onde durante mais de um século estiveram instalados os regimentos de Lippe e de Infantaria N.º 1 e cujo terreno foi oferecido pelo próprio Conde de Lippe.
Referências
- ↑ Directiva n.º 12/CEME/08