Relações exteriores da República da China
As relações exteriores da China durante a Era Republicana (1912-1949) foram as relações entre a República da China e as demais nações do ínicio do século XX. A República da China foi estabelecida em 1º de Janeiro de 1912 e os primeiros países a reconhecer-la foram Nova Zelândia (sob controle britânico), Panamá, União Sul-Africana e posteriormente o Império Alemão, já em Outubro de 1913.[1] Durante o período de guerra civil na Era dos senhores da guerra, o governo chinês mudou várias vezes de gabinete, e a cada vez que um senhor da guerra capturava a cidade de Pequim, um novo gabinete com reconhecimento internacional surgia (Governo de Beiyang); este padrão foi encerrado em 1928 após a Reunificação chinesa de 1928, quando a maior parte das nações reconheceram formalmente a República da China como um Estado legitimo e independente.
Por outro lado, as nações que não reconheciam o Governo de Beiyang, possuíam laços, sejam eles positivos ou negativos, com o Governo da República da China Nacionalista, criado em 1917, que foi reconhecido em 1921 pela União Soviética, como parte da Cooperação Sino-Soviética (1921–1945), e também foi reconhecido pela República de Weimar de 1924, nas vésperas da morte de Sun Yat-sen, que também fazia parte da uma aliança, a Cooperação Sino-Germânica (1911–1941).[2] O Governo nacionalista também teve relações informais com o Reino Unido, França e os Estados Unidos durante a Revolta do Exército de Comerciantes de Cantão, pois estas nações deram suporte e apoio aos revoltosos.[3][4][5] Só em 1928 estas nações reconheceriam o governo nacionalista, bem como Bélgica, Áustria, Brasil, México e Japão; no caso do Japão, Tóquio só reconheceu o Governo nacionalista em 1930, após seus aliados da Camarilha de Fengtian serem derrotados e subordinados a nova capital chinesa que foi transferida para Nanquim, sob o comando do Partido Nacionalista da China. De todo modo, no ano seguinte, 1931, o japão invadiu a Manchúria, dando ínicio as rivalidades entre o Japão e a China.[6]
Pouco antes da retirada da República da China para Taiwan, entre 1946 e 1949, o governo nacionalista já detinha um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas e era internacionalmente reconhecido, tendo participado de conferencias e reuniões durante a Segunda Guerra Mundial. Todavia, após a Guerra Civil Chinesa, o país perdeu seu reconhecimento da maior parte dos países como União Soviética (que encerrou sua cooperação em favor do Partido Comunista da China), Reino Unido e França logo nos anos 1950,[7] pouco antes da rendição das ultimas tropas nacionalistas na China continental, sendo expulsos da ONU após a Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde perdeu seu reconhecimento para a República Popular da China.[8]
Ver também
editarReferências
- ↑ Cameron, Meribeth E. (1933). «American Recognition Policy toward the Republic of China, 1912-1913». Pacific Historical Review (2): 214–230. ISSN 0030-8684. JSTOR 3633830. doi:10.2307/3633830
- ↑ Craig, Gordon A. (11 de maio de 2021). «The German Foreign Office from Neurath to Ribbentrop». Princeton University Press: 406–436. doi:10.2307/j.ctv1fkgdjw.19
- ↑ Pakula, Hannah (3 de novembro de 2009). The Last Empress: Madame Chiang Kai-shek and the Birth of Modern China (em inglês). [S.l.]: Simon and Schuster
- ↑ «陈廉伯故居 — 潘广庆 肖绮玲». www.gzzxws.gov.cn. Arquivado do original em 7 de julho de 2011
- ↑ «1924年广东"商团事变"再探:大元帅府管治混乱_网易新闻中心». war.news.163.com. Arquivado do original em 21 de julho de 2011
- ↑ «Avalon Project - Mutual Defense Treaty Between the United States and the Republic of China; December 2, 1954». avalon.law.yale.edu. Consultado em 25 de novembro de 2024
- ↑ Copper, John Franklin (13 de novembro de 2019). «History». Routledge: 45–94. ISBN 978-0-429-44219-3. doi:10.4324/9780429442193-2
- ↑ Hale, Erin. «Taiwan taps on United Nations' door, 50 years after departure». Al Jazeera (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2024