Resistência (banda)
Resistência são um supergrupo português do início da década de 1990. O projecto consistiu na união de esforços entre vários músicos, provenientes de diversas bandas, e na transformação, adaptação e nova orquestração de temas trazidos por eles (e não só) para uma vertente mais acústica e virada para uma valorização da "voz" como instrumento, e na junção dessas mesmas vozes, mostrando a força da união. Os temas interpretados ganharam vida nova e uma alma genuína.
Resistência | |
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Informação geral | |
País | Portugal |
Período em atividade | 1989 - 1994; 2012 - presente |
Gravadora(s) | BMG / EMI / Sony Music Portugal / Vidisco / Parlophone Portugal |
Afiliação(ões) | Xutos & Pontapés, Delfins, Rádio Macau, Sitiados, Madredeus, Zeca Afonso, Heróis do Mar, Trovante, Santos & Pecadores, António Variações, GNR, Jorge Palma, Quinta do Bill, João Gil e Clã |
Integrantes | Alexandre Frazão Fernando Cunha Fernando Júdice José Salgueiro Mário Delgado Miguel Ângelo Olavo Bilac Pedro Jóia Tim |
Ex-integrantes | Teresa Salgueiro Filipa Pais Anabela Duarte Rui Luís Pereira (Dudas) Yuri Daniel Pedro Ayres Magalhães Fredo Mergner |
O grupo era constituído por Alexandre Frazão na bateria, Rui Luís Pereira (Dudas) na guitarra, Fernando Cunha na voz e guitarras, Fernando Júdice e Yuri Daniel no baixo, Fredo Mergner na guitarra, José Salgueiro na percussão, Miguel Ângelo na voz, Olavo Bilac na voz, Pedro Ayres Magalhães na voz e guitarras e Tim também na voz e guitarras.
História
editarInício
editarNa cidade de Lisboa, na edição da Feira do Livro de 1989, deu-se o primeiro passo para a criação do projecto que mais tarde se iria designar por Resistência. Teresa Salgueiro, Anabela Duarte e Filipa Pais, ao lado de Pedro Ayres Magalhães, o mentor do projecto, estiveram presentes numa sessão experimental primordial.[1]
Na seguinte reunião, as vozes femininas dos Madredeus, Mler Ife Dada e Lua Extravagante, deram a vez a um elenco completamente masculino, cujo núcleo contou com Pedro Ayres Magalhães, Miguel Ângelo, Tim, Fernando Cunha e Olavo Bilac (nesta altura já existiam os Santos & Pecadores, mas ainda não tinham gravado). A esse rol de artistas juntaram-se os músicos José Salgueiro e Alexandre Frazão na bateria e percussões, Rui Luís Pereira (Dudas) e Fredo Mergner nas guitarras e também Fernando Júdice e Yuri Daniel no baixo. O elenco ficou assim completo com três vozes principais e seis guitarras acústicas.
Impacto dos discos
editarO primeiro registo, "Palavras ao Vento", chegou às lojas em 1991, tendo sido gravado em Outubro e Novembro do mesmo ano, nos estúdios Êxito (Lisboa), com Jonathan Miller e Tó Pinheiro da Silva (Engenheiros de Som) e Paula Margarida e Rui Silva (Assistentes de Som). A masterização ficou também a cargo de Jonathan Miller, embora feita nos CTS Studios, em Wembley, Inglaterra.
No ano seguinte a banda rumou à estrada, actuando em trinta concertos durante o Verão.
Após a dupla-platina conquistada, a Resistência apresentou mais um disco em 1992. "Mano a Mano". O segundo disco tomou forma com os mesmos músicos do primeiro trabalho, mas verificou-se alguma inovação. O disco "Mano a Mano" incluía temas como "Timor", "Esta Cidade", "Perigo", "Fim", "Prisão em Si", e ainda os bem sucedidos "Um Lugar ao Sol" , "A Noite" e "Aquele Inverno".
Feitos à estrada
editarJá no fim do ano, regressam aos palcos no Porto e em Lisboa, tendo as actuações na capital originado um álbum ao vivo editado em 1993. O disco "Ao Vivo no Armazém 22" apresentou algum material inédito e incluía também uma introdução escrita de autoria de Pedro Ayres Magalhães.
1993 também ficou marcado pelo retorno aos espectáculos, que encaminhou a Resistência a vinte cidades de Portugal. O grupo participa também no primeiro "Portugal ao Vivo", em Alvalade.
O grupo lança também o video "Ao Volante do Éter".
Últimos trabalhos
editarEm 1994, foram convidados a participar no disco de homenagem a José Afonso, "Filhos da Madrugada", lançado nesse ano. O tema "Chamaram-me Cigano" foi o escolhido para a homenagem e é a terceira faixa do segundo disco.
No fim de Junho seguinte participaram também no concerto de apresentação, que teve lugar no então Estádio José Alvalade.
O grupo participa no disco de tributo a António Variações denominado "Variações - As Canções de António", com o tema "Voz-Amália-de-Nós".
O fim
editarApesar da obrigação para com a editora em gravar um quarto álbum, a banda ficou inativa a partir de 1995 e os músicos retornaram aos seus respetivos projetos.
Em 2012 é lançada a compilação "As Vozes de Uma Geração" com todos os temas dos dois primeiros álbuns, os temas "Voz-Amália-De-Nós" e "Chamaram-Me Cigano" e ainda dois temas do álbum ao vivo. Acresce ainda um livro com um texto biográfico da autoria do jornalista António Pires, dezenas de fotos de Augusto Brázio e as letras das canções.
Regresso para concerto
editarEm Setembro de 2012, foi anunciado o regresso do grupo para dois concertos, um a 19 de Dezembro de 2012 no Campo Pequeno, em Lisboa, e outro no Multiusos de Guimarães, no dia 29 de Dezembro de 2012, que servem para assinalar os vinte anos da estreia ao vivo do grupo.[2]
Depois do êxito dos concertos em Lisboa e Guimarães, realizam dois concertos no Porto em 26 e 27 de Abril de 2013.[3] Foi também já anunciado a sua participação no festival Portugal ao Vivo, no estádio do Restelo no dia 22 de Junho .[4] A 31 de Julho de 2013 participaram na Expofacic em Cantanhede. .[5]
Novo álbum em 2014
editarEm 24 de novembro de 2014, os Resistência regressaram com o álbum "Horizonte" que marcou o retorno do grupo aos estúdios de gravação, depois de 22 anos de ausência, com 11 novas canções resgatadas ao repertório de Madredeus & a Banda Cósmica, Delfins, Xutos & Pontapés, Tim e Rádio Macau.
Em 2016 é lançado “Ao Vivo em Lisboa”, em CD e DVD, que apresenta na integra o concerto que a Resistência realizou no Campo Pequeno, em Lisboa, a 17 de Dezembro de 2015.
Discografia
editarÁlbuns de estúdio
editar- 1991 - Palavras ao Vento (BMG)
- 1992 - Mano a Mano (EMI)
- 2014 - Horizonte (Warner)
- 2018 - Ventos e Mares (Sony Music Portugal)
- 2019 - Ventos e Mares (edição em Vinil)
- Compilações
Álbuns ao vivo
editar- 1993 - Ao Vivo no Armazém 22 (BMG)
- 2016 - Ao Vivo Em Lisboa (Vidisco)
- 2020 - Resistência Ao Vivo No Atlântico – 25 Anos
Participações em colectâneas
editar(inéditos)
- 1994 - Filhos da Madrugada Cantam José Afonso ("Chamaram-me Cigano")
- 1994 - Variações - As Canções de António ("Voz-Amália-de-Nós")
Os temas do sucesso
editarTemas como "Não Sou o Único", dos Xutos & Pontapés, e "Nasce Selvagem", dos Delfins, foram adaptados pelo novo grupo e muito rapidamente se transformaram nos principais hinos da Resistência. No São Luís, em Lisboa, a Resistência apresentou em concerto os temas "Só no Mar", "Nunca Mais", "Marcha dos Desalinhados", "No Meu Quarto" e "Aquele Inverno", além do grande sucesso, "Circo de Feras". Estes temas, entre outros, vieram a fazer parte do disco de estreia, "Palavras ao Vento".
Por ordem alfabética dos títulos dos temas, passamos a associar a origem de cada tema da Resistência, no que diz respeito à banda ou artista a que originalmente pertence:
- "A Noite" (Sitiados)
- "Amanhã é Sempre Longe Demais" (Rádio Macau)
- "Aquele Inverno" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha - Delfins)
- "Chamaram-me Cigano" (Zeca Afonso)
- "Circo de Feras" (Xutos & Pontapés)
- "Erva Daninha" (António Variações) - Tema não acabado
- "Esta Cidade" (João Gentil) (Xutos & Pontapés)
- "Fado" (Pedro Ayres Magalhães / Paulo Pedro Gonçalves / António José de Almeida - Heróis do Mar)
- "Fim" (João Gil - Trovante)
- "Finisterra" (Rui Luís Pereira - Dudas) - inédito
- "Liberdade" (Pedro Ayres Magalhães)
- "Marcha dos Desalinhados" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha - Delfins)
- "Mano a Mano" (Pedro Ayres Magalhães - Madredeus)
- "Não Sou o Único" (Zé Pedro) - Xutos & Pontapés
- "Nasce Selvagem" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha - Delfins)
- "No Meu Quarto" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha - Delfins)
- "Nunca Mais" (Pedro Ayres Magalhães - Heróis do Mar)
- "Perigo" (João Gil - Trovante)
- "Prisão Em Si" (Tim - Xutos & Pontapés)
- "Que Amor Não me Engana" (Zeca Afonso)
- "Só no Mar" (António José de Almeida / Pedro Ayres Magalhães - Heróis do Mar)
- "Traz Outro Amigo Também" (Zeca Afonso)
- "Um Lugar ao Sol" (Miguel Ângelo / Fernando Cunha - Delfins)
- "Timor" (Pedro Ayres Magalhães) - inédito
- "Voz-Amália-de-Nós" (António Variações)
Segunda fase
- "Alegria" (Heróis do Mar)
- "Balada do Bloqueio" (Delfins)
- "Baloiçando nas Estrelas" (Madredeus & a Banda Cósmica)
- "Cantiga de Amor" (Rádio Macau)
- "Cidade Fantasma" (Rádio Macau)
- "Deitar A Perder" (Xutos & Pontapés)
- "Estrela da Vida" (Delfins)
- "Gota A Gota" (Xutos & Pontapés)
- "Melhor Amigo" (Tim)
- "Perfeito Vazio" (Xutos & Pontapés)
- "Ser Maior" (Delfins)
- "Vai Sem Medo" (Madredeus & a Banda Cósmica)
- " Sete Naves"( GNR)
- "Se te Amo"- (Quinta do Bill)
- O Zorro ( João Monge / João Gil)
- " Não Voltarei a Ser Fiel" ( Santos e Pecadores)
- "Estrela do Mar"- (Jorge Palma)
- "Tonto "- (Xutos e Pontapés)
- "Tágide" (Ficções)
- "Sopro no Coração (Clã)
- "Se eu Pudesse Um Dia" (Delfins)
- "A Gente vai Continuar" (Jorge Palma)
Referências
- ↑ Música portuguesa anos 80 "Anabela Duarte" Arquivado em 22 de julho de 2012, no Wayback Machine.
- ↑ "Resistência reúnem-se para concerto em Dezembro"
- ↑ "Resistência dão dois concertos no Porto"
- ↑ "Resistência vão atuar no regresso do festival Portugal ao Vivo"
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 31 de julho de 2013. Arquivado do original em 4 de abril de 2013