Grupo de Filogenia das Pteridófitas

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Grupo de Filogenia dos Pteridófitos (em inglês Pteridophyte Phylogeny Group ou PPG) é um grupo internacional informal de botânicos e sistematas que colaboram para estabelecer um consenso sobre a classificação das pteridófitas (licófitas e fetos) que reflicta o conhecimento sobre as relações filogenáticas entre espécies descobertas através de estudos de filogenéticos. Em 2016, o grupo publicou uma classificação para as pteridófitas extantes, denominada sistema PPG I (ou PPG I), num vasto artigo científico assinado por 94 autores (26 principais e 68 adicionais).[1]

Sistema PPG I

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Uma primeira classificação, o sistema PPG I, foi produzida em 2016, abrangendo apenas as pteridófitas extantes (vivas). O sistema taxonómico foi baseada na classificação biológica clássica, usando os níveis taxonómicos de classe, subclasse, ordem, subordem, família, subfamília e género.[1]

O sistema PPG I foi baseada numa filogenia consensual, tendo a seguinte estrutura até ao nível da ordem:[1]

Traqueófitas
Lycopodiopsida

Lycopodiales

Isoëtales

Selaginellales

Eufilófitas
Polypodiopsida
Equisetidae

Equisetales

Ophioglossidae

Psilotales

Ophioglossales

Marattiidae

Marattiales

Polypodiidae

Osmundales

Hymenophyllales

Gleicheniales

Schizaeales

Salviniales

Cyatheales

Polypodiales

Espermatófitas

A grande ordem Polypodiales foi dividida em duas subordens, bem como em famílias em incertae sedis que não foram colocadas numa subordem:[1]

Polypodiales
Saccolomatineae

Saccolomataceae

Lindsaeineae

Pteridineae

Pteridaceae

Dennstaedtiineae

Dennstaedtiaceae

eupolypods

Suborder Aspleniineae (eupolypods II)

Suborder Polypodiineae (eupolypods I)

Classificação ao nível da subfamília

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Ao nível da subfamília, a classificação da PPG I é a seguinte:[1]

    • Ordem Lycopodiales DC. ex Bercht. & J.Presl (1 família, 16 géneros)
    • Subfamília Lycopodielloideae W.H.Wagner & Beitel ex B.Øllg. (4 géneros)
    • SubfamíliaSubfamília Lycopodioideae W.H.Wagner & Beitel ex B. Øllg. (9 géneros)
    • Subfamília Huperzioideae W.H.Wagner & Beitel ex B. Øllg. (3 géneros)
  • Classe Polypodiopsida Cronquist, Takht. & W.Zimm. (11 ordens, 48 famílias, 319 géneros)
    • Subclasse Equisetidae Warm. (1 ordem, 1 família, 1 género)
    • Ordem Equisetales DC. ex Bercht. & J.Presl (1 família, 1 género)
    • Subclasse Marattiidae Klinge (1 ordem, 1 família, 6 géneros)
    • Subclasse Polypodiidae Cronquist, Takht. & W.Zimm. (7 ordens, 44 famílias, 300 géneros)
    • Ordem Cyatheales A.B.Frank (8 famílias, 13 géneros)
    • Subordem Lindsaeineae Lehtonen & Tuomist (3 famílias, 9 géneros)
    • Subordem Pteridineae J.Prado & Schuettp (1 família, 53 géneros)
    • Subordem Aspleniineae H.Schneid. & C.J.Rothf (11 famílias, 72 género)

Número de géneros validados

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O número de géneros considerados válidos no PPG I tem-se revelado controverso. O PPG I utiliza 18 géneros de licófitas e 319 géneros de fetos.[1] O sistema anterior apresentado por Smith et al. (2006) tinha sugerido um intervalo de 274 a 312 géneros só para os fetos.[2] Em contrapartida, o sistema de Christenhusz e Chase (2014) utilizou 5 géneros de licófitas e cerca de 212 géneros de fetos.[3] O número de géneros de fetos foi ainda reduzido para 207 numa publicação posterior.[4]

O número de géneros considerados válidos em cada uma destas duas abordagens foi defendido pelos seus proponentes. Defendendo o PPG I, Schuettpelz et al. (2018) argumentam que o maior número de géneros resulta da «acumulação gradual de novas coleções e novos dados» e, por conseguinte, de «uma maior apreciação da diversidade dos fetos e [...] uma melhor capacidade de distinguir os taxa». Argumentam também que o número de espécies por género no sistema PPG I já é mais elevado do que noutros grupos de organismos (cerca de 33 espécies por género para os fetos, por oposição a cerca de 22 espécies por género para as angiospérmicas) e que a redução do número de géneros proposta por Christenhusz e Chase conduz a um número excessivo de cerca de 50 espécies por género para os fetos.[5] Em resposta, Christenhusz e Chase (2018) argumentam que a divisão excessiva dos géneros desestabiliza a utilização dos nomes e conduzirá a uma maior instabilidade no futuro, e que os géneros altamente divididos têm poucos ou nenhuns caracteres que possam ser utilizados para os reconhecer, tornando a identificação difícil, mesmo ao nível genérico. Argumentam ainda que a comparação do número de espécies por género em diferentes grupos é «fundamentalmente sem sentido».[4]

Ver também

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Referências

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  1. a b c d e f PPG I (2016), «A community-derived classification for extant lycophytes and ferns», Journal of Systematics and Evolution, 54 (6): 563–603, doi:10.1111/jse.12229  
  2. Smith, Alan R.; Pryer, Kathleen M.; Schuettpelz, Eric; Korall, Petra; Schneider, Harald; Wolf, Paul G. (2006), «A Classification for Extant Ferns», Taxon, 55 (3): 705–731, JSTOR 25065646, doi:10.2307/25065646 
  3. Christenhusz, Maarten J. M.; Chase, Mark W. (2014), «Trends and concepts in fern classification», Annals of Botany, 113 (4): 571–594, PMC 3936591 , PMID 24532607, doi:10.1093/aob/mct299  
  4. a b Christenhusz, Maarten J. M.; Chase, Mark W. (2018), «PPG recognises too many fern genera», Taxon, 67 (3): 481–487, doi:10.12705/673.2  
  5. Schuettpelz, Eric; Rouhan, Germinal; Pryer, Kathleen M.; Rothfels, Carl J.; Prado, Jefferson; Sundue, Michael A.; Windham, Michael D.; Moran, Robbin C.; Smith, Alan R. (2018), «Are there too many fern genera?», Taxon, 67 (3): 473–480, doi:10.12705/673.1