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Geografia de Santa Catarina é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características geográficas do território catarinense. No decorrer do litoral, ocorrem planícies, terrenos de pouca altitude, enseadas e ilhas. Essa parte do relevo ganha a denominação de Planaltos e Serras de Leste-Sudeste. No centro-leste de Santa Catarina, ocorre a Depressão Periférica. No oeste, sudeste e centro do estado, regiões em que as serras são mais frequentes, o relevo compartimentado é formado pelos Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.[1]
A região que drena a parte oriental do estado é a bacia hidrográfica do Atlântico Sul. O Itajaí é o rio mais importante dessa parte de Santa Catarina. No centro e no oeste, estão localizados afluentes do rio Uruguai, como Pelotas, Canoas, do Peixe e Chapecó. Esses cursos de água fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai.[1]
Santa Catarina tem um clima subtropical úmido. As temperaturas médias são muito variáveis conforme o local: são mais frias nas regiões serranas (onde pode cair neve no inverno) e mais quentes no litoral, no sudeste e no oeste catarinense. As chuvas têm boa distribuição no decorrer do ano, alcançando, em média, 1.500 mm anuais. Nas suas origens históricas, a vegetação que recobria o estado era de florestas e campos. A Mata Atlântica era predominante nas serras litorâneas e, nas extensões mais altas das regiões serranas, a Mata de Araucárias. Os campos ocorrem em manchas espalhadas pelo estado inteiro.[1]
Distribuição e localização do território
editarAbrangendo uma área territorial de 95 736,165 km² (com inclusão das águas internas), Santa Catarina é a unidade federativa de menor extensão territorial da Região Sul do Brasil.[2] É ainda o vigésimo maior do Brasil: apenas o Distrito Federal, Sergipe, Alagoas, o Rio de Janeiro, o Espírito Santo, o Rio Grande do Norte e a Paraíba são menos extensos,[2] ao contrário do Acre, de Pernambuco, do Amapá, do Ceará e do seu vizinho Paraná.[2] Seu território tem o tamanho aproximado da Hungria,[3] e abrange 16,57% da região Sul do Brasil e 1,12% do território brasileiro.[4]
Localização, fronteiras e pontos extremos
editarEm sua totalidade, o território catarinense está localizado na posição sul em relação ao Trópico de Capricórnio, sendo o estado inteiramente situado no hemisfério ocidental, no hemisfério sul e na zona temperada do sul.[nota 1] Situa-se entre os paralelos 25º57'41" de latitude sul e 29º23'55" de latitude sul e entre os meridianos 48º19'37" de longitude oeste e 53º50'00" de longitude oeste.[nota 2] Como Santa Catarina tem o formato aproximado de um pássaro com a sua asa na porção oeste e a pata no extremo sul, mais precisamente de uma ave sem cabeça no nordeste, é mais extenso no sentido leste-oeste do que no sentido norte-sul.[nota 3] Entretanto, como essas distâncias são tão diferentes, costuma-se dizer que Santa Catarina é um estado desigualmente distante: a distância leste-oeste em linha reta alcança 543 km e norte-sul 400 km.[nota 2]
O estado ocupa uma pequena área no centro da Região Sul do Brasil e inclui grande parte do seu interior com sua porção oeste mais estreita do que no centro-leste do estado, compartilhando fronteiras terrestres com o Paraná ao norte; com o Rio Grande do Sul ao sul; com o oceano Atlântico a leste e com a província argentina de Misiones a oeste.[5] Compartilha duas fronteiras comuns com todos os estados da Região Sul do Brasil, e engloba uma série de arquipélagos oceânicos próximos à Ilha de Santa Catarina. Totalizam-se então 2 536 km de fronteira, sendo 1975 km terrestres e 561 km marítimas.[4]
Os pontos extremos do território catarinense são:[4]
- Ao norte, o rio Saí-Guaçu, no município de Itapoá, Microrregião de Joinville, na fronteira com o Paraná.[4]
- Ao sul, o rio Mampituba, no município de Praia Grande, Microrregião de Araranguá, na fronteira com o Rio Grande do Sul.[4]
- O extremo leste de Santa Catarina é a Ponta dos Ingleses, no município de Florianópolis, na microrregião homônima.[4]
- A oeste, a confluência dos rios Uruguai e Peperi-Guaçu, no município de Itapiranga, Microrregião de São Miguel do Oeste, na fronteira com o Rio Grande do Sul e a província argentina de Misiones.[4]
Divisão política e fusos horários
editarSanta Catarina é uma unidade federativa inseparável da República Federativa do Brasil, constituída pela sua união indissolúvel de 295 municípios-membros, juntamente com a capital Florianópolis, agrupados no interior de 6 mesorregiões e 20 microrregiões;[6] dentre os 295 municípios, 31 são litorâneos e 264 são interioranos. Os municípios em geral têm como sede a cidade, chamada de distrito-sede na maior parte dos casos em que o território municipal é dividido em distritos.[7]
As divisões políticas têm como objetivo o controle administrativo do território estadual e foram configuradas, cronologicamente, com a implementação das vilas e, finalmente, os municípios e suas atuais divisões em distritos/administrações regionais e os bairros oficiais.[8] A elaboração da divisão em mesorregiões e microrregiões foi instituída em 1990,[9] ao mesmo tempo que a disposição da área dos municípios do território catarinense se encontrava praticamente definida; somente Balneário Rincão e Pescaria Brava foram criados posteriormente à década de 1990.[7] Atualmente, Santa Catarina encontra-se dividida em 295 municípios.[nota 4]
O fuso horário é igual ao de Brasília: três horas a menos em relação a Greenwich - UTC-3.[10][11][12] Uma vez por ano - em geral entre outubro e fevereiro - adota-se o horário de verão, quando os relógios são adiantados uma hora para poupar energia.[13] A tensão elétrica no estado é de 220 volts.[nota 5]
Geomorfologia e hidrografia
editarCom 77% de seu território com altitude superior a 300 metros e 52% com altitudes superiores a 600 metros, Santa Catarina destaca-se dentre as unidades federativas brasilianas de relevo mais alto. Quatro unidades geomorfológicas, que vão do litoral ao interior, formam o relevo estadual:[14] baixada litorânea, serra do Mar, planalto paleozoico e planalto basáltico.[14]
A baixada litorânea engloba as terras que localizam-se numa altitude menor que 200 metros. Na parte norte, é bem alargada, entrando sertão adentro, por meio dos vales que correm da serra do Mar. Em direção ao sul, é progressivamente curto.[14]
A baixada litorânea é dominada pela serra do Mar na parte oeste. Menos na porção setentrional do estado, em que compõe a borda montanhosa de um planalto razoavelmente médio, a serra possui traço bem diversificado em relação ao demonstrado por ela em demais unidades federativas como Paraná e São Paulo. Em Santa Catarina, constitui uma faixa de montanhas, com altitude superior a mil metros, formada por um grupo de maciços afastados pela profundidade dos vales dos rios que descem para o oceano Atlântico.[14]
Na retaguarda da serra do Mar, a superfície aplainada do extenso planalto paleozoico divide-se em espaços separados pelos cursos de água que percorrem serra abaixo em direção ao oceano Atlântico. O tamanho do planalto paleozoico é diminuído na direção norte-sul; no sul do estado vai se confundindo com a planície litorânea, já que a serra do Mar não vem para esta região de Santa Catarina.[14]
A maioria do território da unidade federativa é abrangida pelo planalto basáltico. Este é constituído por sedimentos basálticos (derrames de lavas), que alternam-se com sedimentos areníticos, tendo como limite a leste uma borda montanhosa denominada de serra Geral. Na porção setentrional do território estadual, a borda do planalto basáltico está situada no sertão; em direção ao sul, chega aos poucos perto do litoral até o seu declive direcionado ao mar. A área do planalto é razoável e inclina-se com leveza para oeste. Vales aprofundados foram abertos pelos rios que descem em direção ao estado vizinho do Paraná.[14]
São pouco férteis os terrenos da floresta ombrófila mista, da mesma forma que os solos dos campos, os quais se aproveitam para a pecuária leiteira e de corte. Os solos de floresta subtropical úmida caracterizam-se por sua fertilidade, apesar de seu grande desgaste por sua utilização imprópria.[15]
Os rios que descem pelo território de Santa Catarina fazem parte de ambos os sistemas autônomos delimitados pela serra Geral e pela serra do Mar. A bacia do Atlântico Sul é constituída por bacias delimitadas entre si, como as sub-bacias fluviais do Itajaí-Açu, do Tubarão, do Araranguá, do Tijucas e do Itapocu.[16]
No sertão do estado, duas bacias se juntam para que seja formada a bacia do rio da Prata: a bacia fluvial do Paraná, cujo afluente de maior importância é o rio Iguaçu, e a região hidrográfica do Uruguai, que tem como maiores afluentes: Pelotas, Canoas, Chapecó e do Peixe.[16]
Clima e vegetação
editarO território catarinense abrange dois tipos climáticos, a saber: o subtropical úmido com verões cálidos (Cfa) e o subtropical úmido com verões não muito quentes (Cfb). O subtropical Cfa é o tipo climático da baixada litorânea e das porções de menor altitude do planalto (extremidade oeste e vale do rio Uruguai). Possui temperaturas médias registradas de 20º C, na baixada e no vale do Uruguai, e 18º C, na extremidade oeste; a quantidade de chuvas, com boa distribuição ao longo do ano, alcança 1 500 mm por ano.[16]
O subtropical Cfb é o tipo climático do restante do planalto. Possui temperaturas médias registradas entre 18 e 16º C por ano. As temperaturas de verão e de inverno são diferentes, e isso pronuncia-se bastante, com uma amplitude térmica acima de 90º C por ano. As invernadas são bem frias: em algumas regiões, são observados anualmente cerca de 25 dias de geada. A quantidade de chuvas é igual à do tipo anterior. O fato único, no entanto, é que uma diminuta porção chuvosa cai no formato de neve na região de São Joaquim,[16] especialmente a região do Brasil onde neva muito mais,[17] assim como em nações do hemisfério norte como Canadá, EUA e Rússia.[nota 6]
A vegetação original do estado abrange duas formações vegetais: florestas e campos. As florestas, ocupantes de 65% do território de Santa Catarina, foram muito desflorestadas. Mas a silvicultura cresceu bastante, porque o governo incentivou muito para que acontecesse tal reflorestamento e também porque a indústria de madeira se desenvolveu. No planalto, são apresentadas no formato de florestas que misturam coníferas (araucárias) e latifoliadas e, na baixada e sopé da serra do Mar, somente como floresta latifoliada. Os campos aparecem como manchas que espalham-se dentro da floresta mista. Os principais são os de São Joaquim, Lages, Curitibanos e Campos Novos.[16]
Ver também
editar- Geografia da Região Sul do Brasil
- Geografia do Paraná
- Geografia do Rio Grande do Sul
- Geografia do Brasil
- Geografia da América do Sul
- Geografia da América Latina
- Geografia da Terra
- Geografia
- Relevo (geografia)
- Hidrografia
- Clima
- Vegetação
- Planície
- Serra
- Planalto
- Rio
- Bacia hidrográfica
- Oceano Atlântico
- Clima subtropical úmido
- Floresta
- Floresta ombrófila mista
- Campo (bioma)
Notas
- ↑ Veja em Ficheiro:CIA WorldFactBook-Political world.pdf
- ↑ a b Google Earth.
- ↑ Veja em Ficheiro:SantaCatarina MesoMicroMunicip.svg
- ↑ Veja em Lista de municípios de Santa Catarina por data de criação.
- ↑ Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
- ↑ Veja a localização dos climas do mundo em Ficheiro:World Koppen Map.png.
Referências
- ↑ a b c «Quadro físico». Almanaque dos Estados Brasileiros. Consultado em 19 de junho de 2015
- ↑ a b c Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Área Territorial Oficial - Consulta por Unidade da Federação». Consultado em 9 de abril de 2014. Cópia arquivada em 9 de abril de 2014
- ↑ «3. Population by sex, rate of population increase, surface area and density» (PDF) (em inglês). United Nations Statistics Division. 2007. p. 59. Consultado em 5 de setembro de 2010
- ↑ a b c d e f g «Pontos extremos e posição geográfica de Santa Catarina». angelfire.com. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ «Santa Catarina». Só Geografia. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ «Constituição do Estado de Santa Catarina» (PDF). Assembleia Legislativa de Santa Catarina. 2013. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ a b Natália Cancian (11 de novembro de 2013). «País tem 269 distritos em condições de separação do município-sede». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de dezembro de 2014
- ↑ Fernando João da Silva (2008). «Divisão político-administrativa de Santa Catarina: do passado ao presente». Universidade do Estado de Santa Catarina. Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas: volume 1» (PDF). Consultado em 21 de junho de 2015
- ↑ Wagner de Cerqueira e Francisco (2012). «Fuso Horário Brasileiro». Brasil Escola. Consultado em 3 de abril de 2012
- ↑ Observatório Nacional (ON) (2014). «Hora Legal Brasileira». Consultado em 10 de janeiro de 2015
- ↑ Rodolfo Alves Pena (2014). «Afinal, existem quantos fusos horários no Brasil?». Brasil Escola. Consultado em 12 de setembro de 2014
- ↑ Observatório Nacional do Rio de Janeiro (2012). «Decretos sobre o Horário de Verão no Brasil». Consultado em 3 de abril de 2012
- ↑ a b c d e f Garschagen 2000, p. 82.
- ↑ Arruda 1988, p. 7133.
- ↑ a b c d e Garschagen 2000, p. 83.
- ↑ Ricardo Manini. «Onde já nevou no Brasil?». Mundo Estranho. Consultado em 19 de junho de 2015
Bibliografia
editar- Arruda, Ana (1988). «Santa Catarina». Enciclopédia Delta Universal. 13. Rio de Janeiro: Delta. pp. p. 7133
- Garschagen, Donaldson M. (1998). «Santa Catarina». Nova Enciclopédia Barsa. 13. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. pp. p. 82–83