Vinho verde
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O Vinho Verde, produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, em Portugal, constitui uma denominação de origem controlada cuja demarcação remonta a 18 de Setembro de 1908.
O Vinho Verde é único no mundo. Naturalmente leve e fresco, produzido no território entre os rios Douro e Minho, no noroeste de Portugal, uma região costeira geograficamente bem localizada para a produção de excelentes vinhos brancos. Berço da carismática casta alvarinho e produtora de vinhos de lote únicos, a Região dos Vinhos Verdes oferece um conjunto ímpar de vinhos muito gastronómicos.
Com moderado teor alcoólico, e portanto menos calórico, o Vinho Verde é um vinho frutado, fácil de beber, ótimo como aperitivo ou em harmonização com refeições leves e equilibradas: saladas, peixes, mariscos, carnes brancas, petiscos, sushi, sashimi e outros pratos internacionais.
O flagrante atípico é originalidade destes vinhos é o resultado, por um lado, das características do solo, clima e fatores sócio-económicos da Região dos Vinhos Verdes, e, por outro, das peculiaridades das castas autóctones da região e das formas de cultivo do vinho. Destes fatores resulta um vinho naturalmente leve e fresco, diferente dos restantes vinhos do mundo.
Existem Vinhos Verdes brancos e tintos, rosés e espumantes. Existem também vinagres de vinho verde, aguardentes de vinho verde e reconhecidas bagaceiras.
Devido às características edafoclimáticas encontradas nesta Região Demarcada, os vinhos produzidos, sejam brancos ou tintos, têm uma concentração em ácido málico superior à que é frequente nos vinhos de outras regiões de Portugal, o que lhes acentua a agradável frescura. Estes vinhos devem ser consumidos quando jovens.[1]
O Vinho Verde é o segundo vinho português mais exportado, depois do vinho do Porto.[1]
A produção de vinho verde distribui-se por 48 concelhos do noroeste de Portugal, envolvendo mais de 22.000 produtores[2].
A região está dividida em 9 sub-regiões: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção-Melgaço, Paiva e Sousa[3].
Denominação de Origem Controlada (DOC)
editarOs Vinhos Verdes são controlados e certificados como Denominação de Origem Controlada (DOC) pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), ostentando cada garrafa um selo de garantia.[4]
Castas
editarAs principais castas são, para os brancos, o Loureiro (comum no vale do rio Lima), o Alvarinho (Comum em Monção e Melgaço no vale do rio Minho), a Avesso (comum na sub região de Baião no vale do rio Douro) e o Arinto (conhecido localmente por Pedernã) e a Trajadura. Para os tintos são o Vinhão e para rosados o Espadeiro.[5]
Fermentação maloláctica
editarQuando as coisas acontecem naturalmente, sem que se tenha abusado do anidrido sulfuroso quando do esmagamento das uvas , com a chegada dos primeiros calores da Primavera, tem início de forma espontânea uma segunda fermentação: a fermentação maloláctica. Esta consiste no ataque ao ácido málico pelas bactérias lácticas, que irão decompor o ácido málico essencialmente em ácido láctico e succínico, ambos com menor poder ácido do que o ácido málico e sabores mais refrescantes, dando assim uma prova mais macia ao vinho. Um dos produtos desta fermentação é o gás carbónico, razão pela qual no passado alguns vinhos que faziam esta fermentação espontaneamente na garrafa ficavam com algum gás dissolvido, a chamada "agulha", que lhes dava muita frescura.
Produção em 2010
editarEm 2011 a Região dos Vinhos Verdes atingiu uma produção que ronda os 86,5 milhões de litros de vinho, na média do últimos 10 anos.[6].
Produção em 2013
editarA produção em 2013 deverá cifrar-se em 75 milhões de litros, um crescimento de 15% face ao ano anterior, cerca de 10 milhões de litros serão de tinto, além de dois a três milhões de vinho rosado[2].
Mais de metade da produção é vendida no estrangeiro, ou seja, 60 milhões de garrafas de vinho.
Produção em 2015
editarCom exportações na ordem dos 51,7 milhões de euros, vinho verde praticamente esgotou a produção em 2015, aumentando o valor de vendas para o mercado internacional em 10% face ao ano anterior
Num ano em que o vinho verde chegou pela primeira vez ao mercado de mais de 100 países, os norte-americanos lideram isolados o culto do copo de verde, absorvendo 25% das exportações (12,5 milhões de euros), seguindo-se a Alemanha (9,3 milhões), França (6 milhões), Canadá (3,6 milhões) e a Suíça (2,2 milhões).[7]
Produção em 2016
editarAs exportações de vinho verde cresceram, em 2016, quase 10%, totalizando 59,8 milhões de euros. É o 12.º ano consecutivo dos verdes a bater máximos históricos nos mercados internacionais, sendo certo que as exportações já valem quase 50% das vendas totais da região.[8]
Produção em 2018
editarA região conta com 16 mil hectares de vinha e uma área média de exploração próxima do hectare.
As exportações de vinho verde ultrapassaram em 2018, pela primeira vez, a fasquia dos 50 por cento do total vendido.
As vendas de vinho verde para fora de Portugal atingiram 64 milhões de euros, a um “preço médio de 2,2 a 2,3 euros por litro”, valor esse que equivale também a metade do total.
Os Estados Unidos e, a curta distância, a Alemanha continuam a ser os principais mercados externos entre os “mais de 100” onde o vinho verde chega, sendo que os norte-americanos destacam-se pelo valor pago, “perto de 20 milhões de euros”, e os alemães pelo volume comprado.
Referências
- ↑ a b RUSSO, Didi. Ativa/M Editorial Gráfica, ed. Nem leigo nem expert - Manual básico do mundo do vinho. 2005. São Paulo: [s.n.] 75 páginas
- ↑ a b «Noventa mil pessoas vindimam 75 milhões de litros de vinho verde até final do mês»
- ↑ «O novo mundo dos vinhos verdes»
- ↑ Pinheiro, Manuel (2 de dezembro de 2020). «Vinho Verde: o privilégio de ser "único"». Camaraportuguesamg. Consultado em 4 de setembro de 2021
- ↑ CVRVV. «Castas». www.vinhoverde.pt. Consultado em 4 de setembro de 2021
- ↑ «Mais e melhor vinho»
- ↑ «Culto do vinho verde voltou a crescer»
- ↑ «Exportações de vinho caíram 1,1% em 2016»