Bernardo de Sousa Franco
Bernardo de Sousa Franco, Visconde de Sousa Franco (Belém, 28 de julho de 1805 — Rio de Janeiro, 8 de maio de 1875) foi um jornalista, magistrado, político e estadista brasileiro.[1][2]
Visconde de Souza Franco | |
---|---|
Visconde de Souza Franco, por Amaro do Amaral, em 1848 | |
Senador pela Província do Pará | |
Período | 1855 a 1875 |
Presidente da Província do Rio de Janeiro | |
Período | 1864 a 1865 |
Presidente da Província de Alagoas | |
Período | 1845 a 1855 |
Período | 1840 a 1844 |
Período | 1838 a 1838 |
Presidente da Província do Pará | |
Período | 1841 a 1842 |
Período | 1839 a 1839 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de julho de 1805 Belém, Província do Pará |
Morte | 8 de maio de 1875 (69 anos) Rio de Janeiro, Província do Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | jornalista, magistrado e político |
Biografia
editarNatural de Belém, no Pará, era filho do negociante Manuel João Franco e de Catarina de Oliveira. Era irmão da Baronesa de Mamoré.[1] Foi casado com D. Thereza de Jesus da Gama e Silva.[3]
Estudou no Seminário Episcopal de Belém.[1] Quando tinha 18 anos de idade, fez parte de uma rebelião pró-independência do Brasil, em abril de 1823.[1][4][2] Foi punido pelas autoridades, sendo inicialmente preso e, após, deportado para Lisboa através do navio Andorinha do Tejo,[1][4] que levou a bordo 257 independentistas,[5] dos quais muitos morreram durante a viagem.[3] Em Lisboa, foi mantido preso no Forte de São Julião da Barra.[4] Quando recebeu liberdade, retornou para seu país de origem, chegando ao Pará em fevereiro de 1824.[1][4]
Em 1831, foi morar em Olinda, Pernambuco, para estudar na Faculdade de Direito da cidade.[4] Ali concluiu o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1835.[1] Durante os estudos, ganhou vários prêmios.[5] Em março de 1836, voltou para o Pará.[4]
Em Belém, trabalhou como procurador fiscal do Tesouro Provincial por dois meses.[1][4] Em agosto de 1836, foi designado juiz de Direito,[4][1] atuando em um Juizado Cível da capital.[6] Em 1854, quando era desembargador, deixou a magistratura e retornou à advocacia,[1][4] exercendo a profissão na capital do Império.[7] Também atuou no jornalismo, colaborando com os jornais A Voz do Beberibe e o Diário de Pernambuco.[8][2]
Nas 4ª e 9ª Legislaturas, representou o Pará como deputado-geral, com o primeiro mandato tendo começo em maio de 1837.[1][2] Seu primeiro partido foi o Conservador.[1] Posteriormente, em 1843, se juntou ao Partido Liberal.[1][4] Como legislador, foi considerado um bom orador e um debatedor renomado, em especial nas questões envolvendo as finanças.[4]
Por dois períodos, presidiu a Província do Pará, de abril de 1839 a fevereiro de 1840 e de fevereiro de 1841 a abril de 1842.[1][5] De junho a dezembro de 1844, foi presidente da Província de Alagoas.[1][4] Deixou Alagoas por conta de uma revolta, sendo retirado da província pelo iate Caçador.[9] Depois, presidiu a Província do Rio de Janeiro, entre novembro de 1864 a setembro de 1865.[1][10]
Em 1839, foi escolhido como sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[1] Fez parte ainda da Academia Imperial de Belas Artes, como membro honorário a partir de 1855.[1] Em 1840, atuou como comissionário no âmbito do processo de demarcação de fronteiras com a Guiana Francesa.[1] Também fundou em 1841 o Colégio Estadual Paes de Carvalho, localizado em Belém.[11]
Em 1853, a Câmara dos Deputados do Império rejeitou sua posse como deputado, anulando seu diploma de parlamentar eleito.[4] No entanto, retornaria ao Parlamento brasileiro a partir de 1855 até sua morte, como membro do Senado Imperial, representando a Província do Pará.[1] Havia sido nomeado senador pelo imperador Dom Pedro II, a partir de lista tríplice enviada ao monarca para o preenchimento da vaga do senador José Clemente Pereira, falecido em 1854.[8][4]
Dentre os debates políticos de sua época, foi contrário ao golpe da maioridade, apesar de ser à favor da monarquia constitucional;[2][7] defendeu a aprovação da Lei do Ventre Livre; e durante a Questão religiosa, manifestou-se de forma contrária aos bispos.[8]
No âmbito nacional, foi ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Fazenda, em 1848 e 1857.[1] Em 1859, foi nomeado para o Conselho de Estado, em caráter extraordinário; depois, em 1866, de forma ordinária.[1] Em 1872, recebeu o título de Visconde de Souza Franco pelo Conselho de Estado.[8] Outros títulos que lhe foram outorgados incluem o de grão-cruz da Ordem Militar de Cristo e de dignatário da Imperial Ordem da Rosa.[7]
O Visconde de Souza Franco faleceu em 1875.[7] Foi um dos políticos paraenses de maior projeção durante o regime imperial.[12] Foi incluído na Galeria dos brasileiros ilustres.[13]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v «Bernardo de Sousa Franco, visconde de Souza Franco». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 2023. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023
- ↑ a b c d e Pereira, Albino dos Santos (1871). Typos politicos. 2. [S.l.]: E. Dupont. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ a b Vasconcellos, Smith de (1983). Archivo nobiliarchico brasileiro. [S.l.]: Imprimerie la Concorde. 622 páginas. ISBN 9785881360122. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Macedo, Joaquim Manuel de (1876). Brazilian Biographical Annual (em inglês). 2. [S.l.: s.n.] Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ a b c Cunha, Raymundo Cyriaco Alves da (1896). Paraenses illustres. [S.l.]: Jablonski, Vogt. 111 páginas. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ «Bernardo de Souza Franco». Ministério da Fazenda. 3 de maio de 2015. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023
- ↑ a b c d Macedo, Joaquim Manuel de (1876). Anno biographico brazileiro. 2. [S.l.]: Typ. e Lith. do Imperial Instituto Artistico. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ a b c d «Visconde de Souza Franco». Senado Federal do Brasil. 2023. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023
- ↑ Blake, Augusto Victorino Alves Sacramento; Fischer, Jango (1883). Diccionario bibliographico brazileiro. 7 vols. [S.l.]: Appris. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ «1864 - 1865: BERNARDO DE SOUSA FRANCO». Identidades do Rio. 2023. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023
- ↑ «Colégio Paes de Carvalho faz 180 anos: deputado requer homenagem». Ver-o-fato. 28 de julho de 2021. Consultado em 23 de abril de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023
- ↑ Gregório, Vitor Marcos (2021). Dividindo as Províncias do Império. [S.l.]: Appris. 333 páginas. ISBN 9786558209379. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
- ↑ Silva, Innocencio Francisco da; Aranha, Pedro W. de Brito (1867). Diccionario bibliográphico portuguez. [S.l.]: Impr. Nacional. ISBN 9786558209379. Cópia arquivada em 24 de abril de 2023
Precedido por Francisco José de Sousa Soares de Andréa |
Presidente da província do Pará 1839 — 1840 |
Sucedido por João Antônio de Miranda |
Precedido por Tristão Pio dos Santos |
Presidente da província do Pará 1841 — 1842 |
Sucedido por Rodrigo de Sousa da Silva Pontes |
Precedido por Anselmo Francisco Peretti |
Presidente da província de Alagoas 1844 |
Sucedido por Caetano Maria Lopes Gama |
Precedido por Francisco de Paula Sousa e Melo |
Ministro da Fazenda do Brasil 1848 |
Sucedido por Pedro de Araújo Lima |
Precedido por Saturnino de Sousa e Oliveira Coutinho |
Ministro das Relações Exteriores do Brasil 1848 |
Sucedido por Antônio Paulino Limpo de Abreu |
Precedido por João Maurício Wanderley |
Ministro da Fazenda do Brasil 1857 — 1858 |
Sucedido por Francisco de Sales Torres Homem |
Precedido por João Crispiniano Soares |
Presidente da província do Rio de Janeiro 1864 — 1865 |
Sucedido por Domiciano Leite Ribeiro |