Wikipédia:Romanização/Chinês

Placa em jardim de infância em Xangai, China, incentivando o uso do mandarim padrão em caracteres chineses e pinyin.

Ainda que haja uma grande diversidade de formas de representar-se a língua chinesa no alfabeto latino, o sistema oficial de romanização do idioma na República Popular da China é desde 1958 o Hanyu Pinyin, criado sob direção de Zhou Youguang, a pedido do governo, pela criação de um sistema simples e unificado para a romanização simplificada e prática do idioma, substituindo oficialmente o menos preciso Wade-Giles em 1958.[1] Em 2009, após longo debate e o uso simultâneo de uma diversidade de sistemas de romanização, a República da China também adotou oficialmente o Hanyu Pinyin.[2] A convenção de nomenclatura para nomes próprios da Wikipédia sancionou o Pinyin como padrão em 2014.[nota 1]

Regras gerais

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Por sua oficialidade, frequência e precisão, é recomendável a utilização do Hanyu Pinyin como padrão, com formas diversas do Pinyin mas de uso frequente devendo ser utilizados em redirecionamentos. Há duas exceções, contudo, em que o uso do Pinyin não é prudente:

  • Nomes comumente traduzidos para o português (e.g. Confúcio, não Kǒng Fūzǐ)
  • Nomes vastamente conhecidos por transliteração de origem em língua não-mandarim (e.g. Chiang Kai-shek, não Jiang Jieshi)

Hanyu Pinyin

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A tabela abaixo indica uma relação de consoantes iniciais do chinês padrão conforme transcrita para o Hanyu Pinyin. Deve-se observar que as letras <w> ([w]) e <y> ([j]), apesar de aparecerem inicialmente em chinês, são tratadas como casos especiais de vogais.[3]

Bilabial Labio-
dental
Alveolar Retroflexa Alveolo-
palatal
Velar
Plosiva [p]
b
[pʰ]
p
[t]
d
[tʰ]
t
[k]
g
[kʰ]
k
Nasal [m]
m
[n]
n
Fricativa [f]
f
[s]
s
[ʂ]
sh
[ʐ][nota 2]
r
[ɕ]
x
[x]
h
Africada [ts]
z
[tsʰ]
c
[tʂ]
zh
[tʂʰ]
ch
[tɕ]
j
[tɕʰ]
q
Aproximante [l]
l
[ɻ][nota 2]
r

As vogais, por sua vez, organizam-se em grupos segundo a vogal principal, cada grupo contendo algumas rimas (isto é, combinações de sons do Pinyin par além da consoante inicial):[5]

  • Rimas com a: a, ai, ao, an, ang, ia, iao, iang, ua, uai, uan, uang
  • Rimas com e: e, ei, en, eng, ie, ue
  • Rimas com i: i, in, ing, ui
  • Rimas com o: o, uo (uo é substituído por o depois de b, f, m, p, w), ou, ong, iong
  • Rimas com u: u, un, iu
  • Rimas com ü: ü, üan, üe, ün (ü é substituído por u depois de j, q, x)

Indicação de tom

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O chinês é uma língua tonal, o que significa que a maioria de seus sistemas de romanização indicarão o tom das sílabas através de diacríticos. Ainda que diferentes dialetos tenham diferentes sistemas tonais, o Pinyin limita-se a um sistema de quatro tons baseado no mandarim (e.g. os sobrenomes Zhōu, Wáng, , Wèi).[6] Embora estes tons sejam parte inseparável da fonologia chinesa, sua representação é desaconselhável na transcrição no corpo de um texto, devendo ser restrita a transliterações diretas dos ideogramas em infocaixa, na introdução do artigo ou na primeira citação de um novo conceito. Veja-se, a título de exemplo, o artigo de Han Fei.

Notas

  1. Esta disposição, exposta no tópico II. 2.1 das regras para traduções e transliterações, foi consolidada em Wikipédia:Esplanada/propostas/Adoção de termos em língua portuguesa (25fev2014).
  2. a b Há controvérsias sobre a pronúncia do r, alguns autores tendendo mais a descrevê-lo como [ɻ], forma já medida acusticamente como mais precisa, ainda que muitos linguistas prefiram o uso de [ʐ].[4]

Referências

  1. Fox, Margalit (15 de janeiro de 2017). «Zhou Youguang, Who Made Writing Chinese as Simple as ABC, Dies at 111». The New York Times (em inglês). Nova Iorque. p. A23. Consultado em 21 de abril de 2018. Cópia arquivada em 21 de abril de 2018 
  2. Hsiu-Chuan, Shih (18 de setembro de 2008). «Hanyu Pinyin to be standard system in 2009». Taipei Times. Consultado em 21 de abril de 2018. Cópia arquivada em 16 de março de 2018 
  3. Wheatley 2010, pp. 22-25.
  4. Lee-Kim, Sang-Im (2014). «Revisiting Mandarin 'apical vowels': An articulatory and acoustic study». Journal of the International Phonetic Association. 44 (3). pp. 261–282. doi:10.1017/s0025100314000267 
  5. Wheatley 2010, pp. 25-26.
  6. Wheatley 2010, pp. 19-21.

Bibliografia

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  • Wheatley, Julian K. (2010), Learning Chinese: A Foundation Course in Mandarin, ISBN 9780300141177, New Haven (CT): Yale University Press, pp. 16-33 

Ligações externas

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  • «Written Chinese» (em inglês e chinês). Consultado em 22 de abril de 2018 , guia geral de ideogramas chineses e sua transliteração em Pinyin.