Centro Português de Serigrafia

O Centro Português de Serigrafia (CPS) é uma entidade de cariz cultural fundada em 1985 por António Prates.[1] Tem como objetivos promover, editar e divulgar a obra gráfica original e os múltiplos de arte de artistas contemporâneos, portugueses e estrangeiros, especialmente junto dos seus sócios que têm acesso privilegiado às obras editadas.[2]

Centro Português de Serigrafia
Centro Português de Serigrafia
Logótipo do CPS
Centro Português de Serigrafia
Entrada da Sede do CPS
Atividade Edição de múltiplos de arte
Fundação 1985
Fundador(es) António Prates
Sede Rua dos Industriais, nº6, Lisboa
Locais Sede, CCB
Pessoas-chave João Prates
Produtos Serigrafia, Gravura, Litografia, Arte digital e Fotografia
Website oficial www.cps.pt

Com um ateliê especializado localizado no centro de Lisboa, realiza edições de arte contemporânea, limitadas e assinadas pelos artistas, nas técnicas de Serigrafia, Gravura, Litografia, Fotografia e Arte Digital. Segue um modelo editorial eclético e formativo. Em 2018 já tinha editado mais de 2.800 obras de cerca de 600 artistas de 25 nacionalidades distintas[3], como os portugueses Artur Bual, Cargaleiro, Cesariny, Cruzeiro Seixas, Nadir Afonso, José de Guimarães, Júlio Pomar, Pedro Calapez, Vhils e o britânico Allen Jones, o alemão Peter Klasen, o francês Jacques Monory ou o islandês pós-modernista Erró.[4][2][5]

O CPS tem dado um forte contributo na dinamização do panorama cultural português através das exposições que promove e que se distinguem por se dedicarem em específico à obra gráfica do artista exposto. Entre as exposições realizadas destacam-se as de artistas como Antoni Tàpies[6], Joseph Beuys[7], Paula Rego[8], Pablo Picasso[9], Salvador Dalí[10] e Le Corbusier.[11]

Outro modo como a sua influência e visível na promoção da arte em Portugal, é através dos seus sócios. Estes acedem a um conjunto de vantagens e beneficiam de um modelo de sócio único e inédito que permite a troca direta de quotas por obras de arte, tornando a arte mais acessível para o consumidor comum. Em 2018, o CPS já tinha contribuído para as coleções de arte de mais de 13.000 sócios.[12]

História

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O CPS foi fundado em 1985 por António Prates, detentor na altura da Galeria de São Bento, com a ideia de se tornar um "clube de arte". Foi inaugurado com uma serigrafia de Manuel Cargaleiro[13]. A Serigrafia seria de resto, a técnica eleita nos primeiros anos de edições. Entretanto, outros nomes foram sendo acrescentados aos artistas editados, como Cruzeiro Seixas, António Palolo, Artur Bual, Lagoa Henriques, Paulo Ossião, Maluda, Molina, ou, mais recentemente, Júlio Pomar, José de Guimarães, Sofia Areal, Gracinda Candeias, Arq. Siza Vieira, Arq. Souto de Moura, entre muitos outros.[4][14][15]


Em 1992, António Prates convidou o irmão, João Prates, a dirigir o Centro, sendo este ainda hoje o diretor-geral.[16]

Demonstrando o seu dinamismo e inovação, em 1994 o CPS lançou o seu website (www.cps.pt) tendo este sido posteriormente atualizado em 2003 e em 2015[4] já com loja online.

Também em 1994, aproveitando a riqueza criativa dos gravadores portugueses, o CPS inicia as Edições de Gravura com uma obra de Manuela Pinheiro[13], tendo realizado entretanto mais de 250 edições, onde marcam presença os artistas gravadores David de Almeida, José Faria, Irene Buarque, Madalena Fonseca, Humberto Marçal, Maria Beatriz ou Maria Tomás.[4]

Perante o rápido crescimento do CPS, em 2000 inaugurou novas e alargadas instalações, a atual Sede em Lisboa, incluindo um espaço de exposições temporárias exclusivas de obra gráfica (o primeiro e único na altura no país), um espaço para seleção de obras, e um espaço expositivo com as edições mais recentes.[4]

Em 2001 no sentido de preservar técnicas tradicionais praticamente em desuso em Portugal, o CPS dá início às edições de Litografia sobre pedra, com uma obra da pintora Helena Abreu[3] procurando estimular novas gerações de artistas.

Em 2003 abre o seu novo ateliê em amplas instalações no centro de Lisboa no qual pretende incrementar a edição e a divulgação da obra gráfica nas suas vertentes: serigrafia, gravura, litografia. Este é também um espaço de exploração criativa entre várias disciplinas atentas à inovação e ao potencial de novos projetos. Com a abertura deste novo ateliê, o CPS expande-se também, ainda em 2003, para o mundo da estampa digital, coincidindo com a exposição de Evelyn Hellenschmidt e, em 2005, inicia as edições de Fotografia com uma série de Carlos Calvet, expandido o universo da imagem artística.[17]

 
Divisão de serigrafia do atual ateliê do CPS

Em Abril de 2008, dá-se a abertura de uma segunda galeria no CCB, que permitiu uma nova visibilidade expositiva e reforçou a proximidade dos Sócios ao universo de arte contemporânea.[13]

Boletins e Revistas CPS

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Devido ao seu êxito, desde 1988 que o CPS distribui gratuitamente correspondência aos seus sócios sobre a forma de um boletim ou revista. Iniciou-se como um boletim aos seus sócios com as suas edições e outros acontecimentos do CPS[2]. Mais tarde, em 1994, o boletim deu lugar à revista "Galeria de Arte": lançada em Março de 1994 e com publicação trimestral, incorporando agora também reportagens, notícias, entrevistas, etc. sobre o mundo ibérico das Artes Plásticas, tendo sido distribuída até 1998. Após 1998, passou a ser distribuída a revista "Catálogo de Arte", anualmente, e outras pontuais, novamente focadas no trabalho do Centro. Esta foi distribuída até 2004, dando lugar em 2005 à revista "Arte: Edições de Arte Contemporânea", ainda hoje distribuída.

Edições

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O CPS editou mais de 2800 edições de arte[3], das quais mais de 1100 de serigrafia e mais de 400 de gravura[13], de mais de 550 artistas[3] de 25 diferentes nacionalidades[13], com maior incidência em artistas portugueses.

Dos artistas editados portugueses destacam-se Artur Cruzeiro Seixas, José de Guimarães, Júlio Pomar, Leonel Moura, Manuel Cargaleiro, Mário Cesariny, Pedro Calapez e Vhils.[4]

Dos artistas editados internacionais destacam-se Allen Jones, Antonio Seguí, Erró, Jacques Monory, Ken Rinaldo, Luís Feito, Peter Klasen e Rafael Canogar.[4]

As edições de arte eram realizadas no APG (Atelier Português de Gravura)[18], já pertencente ao CPS[18].No entanto, em 2003 com a abertura das instalações do novo Atelier CPS[17], passaram-se a fazer aí todas as suas edições. Neste ateliê foram e são realizadas as edições de serigrafia, antes coordenadas pelo falecido Rui Alves e agora por Luís Azevedo, que também dirige as de impressão digital e fotografia, assim como as de litografia e gravura, coordenadas por Mestre Humberto Marçal.[18][17]

 
Edição do CPS Os Lusíadas

Marcos Editoriais

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  • Edição do livro-objeto "ATA", em 2010, motivada pela exposição «...AND THEN AGAIN...» realizada no Pavilhão Preto do Museu da Cidade, com o apoio do Royal College of Art reunindo 31 artistas portugueses e britânicos.[22]
  • A milésima serigrafia do CPS em 2011, intitulada “Cerimónia Lunar” e realizada sobre tela, cujo artista eleito foi o consagrado surrealista português Cruzeiro Seixas, um dos artistas mais editados pelo Centro e um dos mais aclamados pelos Sócios.[11]

Exposições

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  • Exposição de vários artistas na África do Sul, integrada no Mês Cultural Português;[13]
  • "Difesa della Natura" de Joseph Beuys na Galeria sede do CPS;[11]
  • Exposição de Júlio Resende na Galeria sede do CPS;[11]
  • "Morfometrias" de Nadir Afonso na Galeria sede do CPS;[11]
     
    Exposição "Morfometrias" de Nadir Afonso, 2005
  • "A Mulher, As Formas do seu Mundo" de vários artistas na Galeria sede do CPS;[11]
  • "Arquipélagos da Via Láctea" de Darocha na Galeria sede do CPS;[11]
  • "Arte e Poesia" de vários artistas na Galeria sede do CPS;[11]
  • "Horizontes Múltiplos" de Carlos Calvet na Galeria sede do CPS;[11]
  • "Encontros de Belgrado" de vários artistas no espaço CPS do CCB ;[11]
 
Exposição "Regards sur le Portugal" em Marrocos

2015ao

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Lojas e Representantes

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Loja do CPS no CCB
  • 1985 – Abertura do CPS com uma loja no 5º andar do número 25 da Avenida Conselheiro Fernando Sousa, Lisboa, tendo sido posteriormente realocada para a Rua do Machadinho;
  • 1990 – Abertura da loja do CPS na Rua do Machadinho, número 1, Lisboa, partilhando o espaço com a Galeria de São Bento, encerrando com a abertura da sede em 2000;
  • 1993 – Início da relação com a Rui Alberto Galeria (então ainda chamada "Espaço de Arte"), no Porto como representante do CPS na área do Porto, ainda hoje ativa;
  • 2000 – Abertura da sede na Rua dos Industriais, nº6, em Santos, Lisboa, estando ainda hoje em funcionamento;
  • 2001 – Abertura da loja no Centro Comercial Picoas Plaza, mais central e com maior facilidade de acessos, tendo esta mais tarde sido realocada para o CCB;
  • 2002 – Abertura da loja nas Galerias Twin Towers, onde permaneceu até ao encerramento das galerias, em 2012.
  • 2008 – Abertura do espaço no CCB com exposição de Salvador Dalí, ainda em funcionamento, por realocação da loja no Centro Comercial Picoas Plaza;[10]
  • 2015 – Abertura da loja online no website www.cps.pt.

Prémios

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  • “Prémio Melhor Galeria presente na Estampa 2005” (Feira Internacional de Obra Gráfica Contemporânea, Madrid), atribuído pela AMCA (Associação Madrilena de Críticos de Arte), entre 95 galerias de 14 países;[43]
  • “Prémio Melhores Gravuras presentes na Estampa 2006” (Feira Internacional de Obra Gráfica Contemporânea, Madrid) atribuído às edições de gravura de Andrés Alcántara pela AMCA (Associação Madrilena de Críticos de Arte);[44]
  • "Grande Prémio dos Trabalhos a Mais de Quatro Cores, Papies’07” atribuído à serigrafia “Abraço de Anjos” de Helena Abreu;
  • “Menção Honrosa Fine Papers, Papies’08” atribuído à serigrafia e colagem de Ana Ventura;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’08” atribuído à edição de gravura “Renascer das Cinzas” de Humberto Marçal;
  • “Prémio Prestige EPSON”, 4º Salão Pró-Digit@l, FIL, Lisboa;[45]
  • “Prémio Pixel”, 5º Salão Pró-Digit@l, FIL, Lisboa;
  • “Menção Honrosa Fine Papers, Papies’10” atribuído à edição de gravura “O Passeio das Almas” de Gabriel Garcia;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’10” atribuído à edição de gravura “Questões Intemporais ” de José Faria;
  • “Menção Honrosa Fine Papers, Papies’11” atribuído à edição de gravura “O Meu Império é num País Distante” de Gabriel Garcia;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’12” atribuído à edição de serigrafia com colagem e intervenção com stencil “I’ve Been Here” de Manuel D’Olivares;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’12” atribuído à edição de gravura “A Partida do Último Contribuinte” de José Faria;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’13” atribuído à edição de gravura “Magnólia” de Michel Pelloille;
  • “Menção Honrosa Fine Papers, Papies’14” atribuído à edição de serigrafia “Série em Três” de Sofia Areal;
  • “Menção Honrosa Fine Papers, Papies’15” atribuído à edição de serigrafia “Foi Tanta a Tormenta e a Vontade” de José de Guimarães;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’16” atribuído à edição de xilogravura e serigrafia “Amazonas” de Pavel Grebenjuk;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’16” atribuído à edição de gravura e serigrafia “S/Título” de Ricardo Passaporte;
  • “Menção Honrosa Fine Papers, Papies’18” atribuído à edição de serigrafia “Camões e Dinamene” de José de Guimarães;
  • “Grande Prémio Fine Papers, Papies’18” atribuído à edição de serigrafia “S/Título” de Marisa Ferreira.

Referências

  1. Filipe, Pedro Sousa (13 de novembro de 2018). «CENTRO PORTUGUÊS DE SERIGRAFIA». Jornal Dínamo. Consultado em 22 de janeiro de 2019 
  2. a b «Centro Português de Serigrafia está na Guarda-Gare». O Interior. 6 de abril de 2006. Consultado em 22 de janeiro de 2019 
  3. a b c «Centro Português de Serigrafia: Partilhando o valor da arte desde 1985». Centro Português de Serigrafia. Arte: Edições de Arte Contemporânea. Inverno 2018 
  4. a b c d e «CPS - Centro Português de Serigrafia - Artistas». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  5. a b Lagiosa, José (5 de março de 2015). «Exposição dos 30 anos do Centro Português de Serigrafia abre hoje em seis museus». Beira News. Consultado em 22 de janeiro de 2019 
  6. ARTEINFORMADO (3 de junho de 2014). «Uma Nova Visão do Humano, Exposición, mar 2012». ARTEINFORMADO (em espanhol). Consultado em 16 de janeiro de 2019 
  7. a b «Exposição com obra gráfica de Joseph Beuys e Nam June Paik em Lisboa». www.dn.pt. Consultado em 16 de janeiro de 2019 
  8. «Exposição com gravuras e litografias de Paula Rego em Lisboa». www.dn.pt. Consultado em 16 de janeiro de 2019 
  9. a b Manha, Correio da. «Picasso Erótico». www.cmjornal.pt. Consultado em 9 de janeiro de 2019 
  10. a b c «Gravuras de Dalí inauguram nova galeria no CCB». Público. 11 de abril de 2008 
  11. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl bm bn bo bp bq br bs bt bu bv bw bx by bz ca cb cc «CPS - Centro Português de Serigrafia - Exposições». www.cps.pt. Consultado em 9 de janeiro de 2019 
  12. «CPS - Centro Português de Serigrafia - Apresentação». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  13. a b c d e f g h i j k l Fernandes, Maria João; Pacheco, Ana; Brás, Sara; Palma, Francisco (2015). A Realidade do imaginário: 30 Anos do Centro Português de Serigrafia. Lisboa: Centro Português de Serigrafia. pp. 153–157 
  14. Xavier, Ágata (26 de dezembro de 2015). «30 anos do Centro Português de Serigrafia». Sabado. Consultado em 22 de janeiro de 2019 
  15. «30 anos do Centro Português de Serigrafia». www.sabado.pt. Consultado em 23 de janeiro de 2019 
  16. António Prates : percursos de um sonho : fotobiografia. Ponte de Sor: Fundação António Prates. 2007. ISBN 9789899549302. OCLC 959197715 
  17. a b c Ana., Pacheco,; Inês., Curto,; Vanda., Oliveira,; 1946-, Prates, António,; 1926-, Prates, João, (2006). Impressões partilhadas : Centro Português de Serigrafia - 20 anos a partilhar arte. Lisboa: Centro Português de Serigrafia. ISBN 9729569932. OCLC 959153818 
  18. a b c «Centro Português de Serigrafia: Edições de Arte». Revista da Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian. 11 de dezembro de 1995 
  19. «CPS - Centro Português de Serigrafia - Arte e o Vinho». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  20. a b c d e «CPS - Centro Português de Serigrafia - Edições de Luxo». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  21. «CPS - Centro Português de Serigrafia - Arte e o Livro». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  22. «ATA - And Then Again». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  23. «Tanta foi a Tormenta e a Vontade». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  24. «Júlio Pomar». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
  25. «Whiiims - Caprichos por Rico Sequeira». www.cps.pt. Consultado em 15 de janeiro de 2019 
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  29. Rato, Vanessa. «Picasso para ver (e comprar) em Lisboa». PÚBLICO. Consultado em 23 de janeiro de 2019 
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  44. «Centro de Serigrafia aposta em divulgar a obra gráfica». www.dn.pt. Consultado em 23 de janeiro de 2019 
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