Fundação Parques e Jardins

fundação para a gestão dos parques, praças e jardins do Rio de Janeiro

A Fundação Parques e Jardins (FPJ) é um órgão do governo municipal responsável pelo planejamento e construção de parques, praças e áreas de lazer da cidade do Rio de Janeiro, além do planejamento da arborização do município.

faixada da Fundação Parques e Jardins no Campo de Santana

Praças e Parques da Cidade

editar

A cidade do Rio de Janeiro tem aproximadamente 2.000 praças, parques e áreas de lazer. O papel da Fundação Parques e Jardins é de planejar obras, reformas e intervenções nessas áreas, por meio de sua equipe de arquitetos, urbanistas e engenheiross.

O escopo de atuação inclui mobiliário (bancos e mesas), calçadas, gradil, campos e quadras esportivas, aparelhos de ginástica e brinquedos. A iluminação das praças é de responsabilidade da Rio Luz, enquanto que a COMLURB executa a capina dos canteiros e a limpeza urbana. Finalmente, a conservação das estátuas e monumentos é parte do trabalho da Secretaria Municipal de Conservação (SECONSERVA).

Arborização

editar

O planejamento[1] da arborização da cidade é responsabilidade da Fundação Parques e Jardins. O plantio de mudas é feito por empresas privadas credenciadas, seguindo todo o protocolo determinado pelos técnicos da Parques e Jardins e a poda de árvores é responsabilidade da COMLURB.

Produção de Mudas

editar

A produção de mudas de arborização urbana e paisagismo é realizada pela gerência de Hortos da Diretoria de Arborização (DARB). A Fundação Parques e Jardins possui 3 hortos: 1 horto em Jacarepaguá e 2 em Guaratiba. Em 2022 a Parques e Jardins inaugurou seu terceiro horto - o Árvores do Amanhã.

O horto Árvores do Amanhã[2] é especial, pois as árvores podadas na cidade serão levadas para o viveiro e vão ser adubo para as novas mudas. As mudas que irão crescer no Árvores do Amanhã serão espalhadas pelas zonas norte e oeste da cidade do Rio - onde a Parques e Jardins identificou déficit arbóreo. O projeto foi financiado pela empresa de roupas FARM,[3] em uma bem sucedida parceria entre governo e iniciativa privada.

Plantio

editar

A Fundação Parques e Jardins realiza plantios na Cidade do Rio de Janeiro gerados em cumprimento às Leis n°613/84.[4] (habite-se 14), n°1.196/88 (plantio no passeio) e da Resolução SMAC n°587/15[5] As espécies utilizadas, em sua grande maioria, obedecem a Resolução FPJ n°24/10, que informa as espécies a serem usadas na arborização urbana na Cidade do Rio. Nela constam 75 espécies, das quais 11 são exóticas e as demais nativas.

O planejamento do plantio a ser executado passa por vistoria técnica de um profissional da FPJ que, obedecendo aos critérios estabelecidos na Resolução FPJ n°03/1996, determina o local em que um novo vegetal deve ser plantado. Os plantios são realizados por empresas ou pessoas físicas devidamente credenciadas na FPJ e atestados por um técnico da instituição.

O Decreto nº 28.981, de 18 de setembro de 2008,[6] transferiu da Fundação Parque e Jardins para a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), as atribuições de conservação, manutenção e reformas de todos os canteiros, praças e parques, bem como as podas de árvores.

Os serviços realizados pela COMLURB são as podas e remoções de árvores em áreas públicas, os quais visam prioritariamente o atendimento das solicitações feitas pela população através da central telefônica 1746. O atendimento pelo 1746 concentra mais de mil serviços municipais. A central funciona 24 horas por dia e recebe solicitações via telefone, site e aplicativo para smartphones.

A COMLURB é responsável também pelo acionamento de outros órgãos necessários para a execução dos serviços, como a Light, CET-Rio e Guarda Municipal, devido a necessidade de desligamento da rede de energia e fechamento total ou parcial de ruas e redirecionamento do trânsito de veículos para execução do trabalho.

A autorização para a remoção de vegetação na cidade do Rio de Janeiro está vinculada à implantação de medida compensatória em função do impacto negativo causado pela remoção autorizada (Resolução 587/2015 SMAC). O objetivo é garantir o plantio de novos espécimes vegetais, bem como a manutenção e conservação da cobertura vegetal da cidade.

A Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light), empresa concessionária de serviços públicos de distribuição de energia elétrica, realiza em toda a cidade poda de árvores que estejam em conflito com as linhas de transmissão, visando preservar a exigida continuidade do serviço público.

Um dos pontos mais complexos no manejo da arborização e, em particular, das ações de poda é a interpretação - equivocada - de que se trata de um serviço simples. Os técnicos da Fundação Parques e Jardins preconizam que, sempre que possível e de acordo com o caso concreto, minimizar os conflitos das árvores com os equipamentos urbanos e as edificações (postes, semáforos, telhados, fachadas etc.), fazendo a menor intervenção possível no vegetal.

Quedas de árvores

editar

Há uma relação direta entre eventos meteorológicos severos e quedas de árvores. A principal causa de quedas é a ocorrência de vento forte associado à chuva, o que corresponde a 88% dos casos.

Há uma menor taxa de queda de árvores[7] podadas, quando comparadas com árvores sem poda. A resistência que as folhas e galhos de uma árvore exercem durante uma situação de fortes ventos é maior quando esse indivíduo não se apresenta podado.

As árvores da cidade, altas e com raízes superficiais, são frágeis diante de ventanias. Sufocadas em pequenos canteiros, quando caem elas se tornam um perigo para os pedestres e mais um fator contra a mobilidade urbana.

Desafios Futuros para a Parques e Jardins

editar

A Fundação Parques e Jardins tem um papel fundamental em dois grandes desafios da metrópole carioca. Primeiro, ajudar a aumentar o número de árvores na cidade e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Em segundo lugar, expandir o acesso dos cariocas a locais com áreas para lazer e prática de esportes.

Nos dois desafios, mudanças climáticas e áreas de esporte e lazer, a Parques e Jardins busca ser um agente que diminua as desigualdades sociais na cidade do Rio, concentrando seus esforços nos bairros com menor renda, logo maior déficit de áreas verdes e áreas de prática de esportes.

No desafio da arborização[8], plantar uma árvore urbana é trabalho complexo. A árvore pode crescer e bater nos fios da rede elétrica, a gola da árvore (o espaço ao redor dela no chão) pode ser danificada por automóveis, ou mesmo, as raízes da árvore podem crescer até alcançar a rede de esgoto.

A falta de monitoramento das espécies plantadas é outro dos desafios identificados pelos técnicos de arborização da Fundação Parques e Jardins. É um desafio hercúleo monitorar o crescimento de milhares de árvores espalhadas pela megalópole carioca. Para resolver essa questão, a Parques e Jardins lançará, em 2022, um projeto inovador, Arborize-se.

O projeto “Arborize-se'' vai colocar para trabalhar lado a lado, governo e sociedade civil. O governo, por meio da Parques e Jardins, vai capacitar membros de coletivos de arborização de várias partes da cidade do Rio. Os coletivos têm a capilaridade e o conhecimento do território para serem os olhos dos técnicos da Fundação Parques e Jardins nos bairros. A meta é fazer as árvores crescerem mais saudáveis.

Diretorias

editar

A Fundação Parques e Jardins é composta por cinco departamentos:[9]

  • Diretoria de Administração e Finanças (DAF): Tem como objetivo maximizar a eficiência organizacional interna da FPJ. Responsável pela rotina administrativa, pagamentos e licitações.
  • Diretoria de Arborização e Produção Arbórea (DARB): Engenheiros ambientais e biólogos responsáveis por planejar a arborização da cidade, identificar pontos para o plantio de novas mudas e realizar vistorias técnicas.
  • Diretoria de Conservação e Obras (DCO): É encarregada pelas obras de construção e manutenção de praças na cidade. A DCO é responsável pelo calçamento das praças, pela instalação de mobiliário urbano e por transformar terrenos em praças.
  • Diretoria de Planejamento e Projetos (DPL): É responsável pelo projeto das praças e parques da cidade do Rio de Janeiro
  • Presidência: Busca maximizar a eficiência da administração dos parques da cidade e garantir maior qualidade de vida à comunidade carioca.

Ver também

editar

Referências

  1. Fundação Parques e Jardins (2015). «PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO URBANA DO RJ» (PDF). PDAU. Consultado em 20 de junho de 2022 
  2. Prefeitura Rio (7 de junho de 2022). «Iniciativas de plantio». Consultado em 20 de junho de 2022 
  3. FARM. «Site da Farm». Consultado em 20 de junho de 2022 
  4. Fundação Parques e Jardins. «Procedimento de plantio por habite-se» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2022 
  5. Secretário Municipal de Meio Ambiente (2015). «SMAC 587/15» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2022 
  6. Cesar Maia (1 de fevereiro de 2008). «Decreto 28.981» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2022 
  7. Fundação Parques e Jardins (2014). «Pdau- queda deárvores- página 105» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2022 
  8. LUIZ PAULO FERNANDEZ CONDE (16 de novembro de 2000). «DECRETO N° 19.146» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2022 
  9. Fundação Parques e Jardins. «Estrutura». Fundação Parques e Jardins. Consultado em 20 de junho de 2022 


Ligações externas

editar