Lanariaceae

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Lanariaceae é uma família monotípica de plantas com flor, herbáceas e bulbosas, cujo único género é Lanaria, um género monoespecífico cuja única espécie é Lanaria lanata, um endemismo do Reino Florístico do Cabo do sul da África. A etimologia do nome genérico Lanaria e do epíteto específico lanata assenta no latim lana (lã), uma referência ao aspecto lanoso e hirsuto da sua inflorescência.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLanariaceae
Lanaria
Lanaria lanata
Lanaria lanata (hábito).
Lanaria lanata (hábito).
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiospermae
Clado: Monocots
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Lanariaceae
H.Huber ex. R.Dahlgren & A.E.van Wyk[1]
Género: Lanaria
Aiton,[2] Hort. Kew. 1: 462 (1789), nom. cons.
Espécie: L. lanata
Nome binomial
Lanaria lanata
(L.) T.Durand & Schinz, Consp. Fl. Afric. 5: 239 (1894).[3]
Distribuição geográfica
Distribuição da família (a azul).
Distribuição da família (a azul).
Sinónimos
Género[2]
Espécies[3]
Inflorescência de Lanaria lanata.

Descrição

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O sistema APG IV, de 2016, reconhece esta família e coloca-a na ordem Asparagales. A família integra um único género, Lanaria, um género monoespecífico de angiospérmicas cuja única espécie,Lanaria lanata, é endémica do sul da África, onde ocorre associado com a ecorregião de fynbos.[4].[5][6] Lanaria lanata é conhecida na África do Sul por Cape edelweiss ou lambtails (rabo-de-cordeiro). o género está colocado na família monotípica Lanariaceae,[2] O sistema APG, de 2016 (inalterado das versões de 1998, 2003 e 2009) reconhece esta família.[1][7]

Esta espécie ocorre em solos argilosos e sobre arenitos em toda a sua área de distribuição. As folhas são rígidas e nervuradas, perenes, emergindo de uma base lenhosa, em forma de canícula e finamente serrilhadas ao longo das margens. As inflorescências brancas e densamente lanosas agrupam flores de coloração arroxeada e são peculiares à espécie. A floração é mais abundante após a ocorrência de incêndios florestais.

As lanariáceas são uma família de plantas com flor do Reino Florístico do Cabo (Capensis) do sul de África. Estas plantas apresentam os caracteres mais ou menos típicos das monocotiledóneas, que podem ser reconhecidas pelas suas inflorescências curtamente ramificadas recobertas por tricomas dendríticos esbranquiçados, e pelas suas flores de simetria radial com tépalas fundidas até meio.

A família foi reconhecida pelos sistemas de classificação modernos, como o sistema APG II de 2003[8] e pelo APWeb (de 2001 em diante),[9] nos quais integra um único género, Lanaria, com uma única espécie, Lanaria lanata.

Filogenia e taxonomia

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Na presente circunscrição das Asparagales, é possível estabelecer uma árvore filogenética que, incluindo os grupos que embora reduzidos à categoria de subfamília foram até recentemente amplamente tratados como famílias, assinale a posição filogenética das Lanariaceae:[10][11]

Asparagales

Orchidaceae

Boryaceae

Hypoxidaceae s.l.

Blandfordiaceae

Lanariaceae

Asteliaceae

Hypoxidaceae

Ixiolirionaceae

Tecophilaeaceae

Doryanthaceae

Iridaceae

Xeronemataceae

Asphodelaceae

Hemerocallidoideae (= Hemerocallidaceae)

Xanthorrhoeoideae (= Xanthorrhoeaceae s.s.)

Asphodeloideae (= Asphodelaceae)

Asparagales 'nucleares' 
Amaryllidaceae s.l.

Agapanthoideae (= Agapanthaceae)

Allioideae (= Alliaceae s.s.)

Amaryllidoideae (= Amaryllidaceae s.s.)

Asparagaceae s.l.

Aphyllanthoideae (= Aphyllanthaceae)

Brodiaeoideae (= Themidaceae)

Scilloideae (= Hyacinthaceae)

Agavoideae (= Agavaceae)

Lomandroideae (= Laxmanniaceae)

Asparagoideae (= Asparagaceae s.s.)

Nolinoideae (= Ruscaceae)

O género Lanaria foi tradicionalmente integrado entre as Hypoxidaceae, entre um grupo de espécies que tradicionalmente era colocado entre as Amaryllidaceae. Antes disso, nos sistemas clássicos de base morfológica, o género Lanaria foi considerado um membro da família Haemodoraceae (como no sistema de Hutchinson de 1967)[12] ou da família Tecophilaeaceae (como no sistema de Dahlgren de 1985).[13]

Estas duas famílias em conjunto com as famílias Asteliaceae, Blandfordiaceae, e provavelmente também Boryaceae, formam um clado que, com excepção do posicionamento de Boryaceae, tem um bom apoio como clado nas análises moleculares. Uma sinapomorfia potencial para estas famílias é a estrutura do óvulo, que pelo menos em Asteliaceae, Blandfordiaceae, Lanariaceae e Hypoxidaceae apresenta uma constrição chalazal e uma coifa nucelar ("nucellar cap"). Uma sinapomorfia potencial para estas famílias é a estrutura do óvulo: pelo menos Asteliaceae, Blandfordiaceae, Lanariaceae e Hypoxidaceae apresentam uma constrição chalazal e uma coifa nucelar ("nucellar cap"). Deixando de fora o clado das Boryaceae, alguns autores sugerem que estas famílias se deveriam fundir numa família Hypoxidaceae sensu lato.[14]

Dentro deste clado, Asteliaceae + Hypoxidaceae + Lanariaceae formam por sua vez um clado com apoio de 100 % de bootstrap. A morfologia também fornece algum apoio para estas relações: Asteliaceae e Hypoxidaceae formam rosetas recobertas por pelos multicelulares ramificados (também Lanariaceae apresenta tricomas multicelulares), e apresentam canais radiculares preenchidos por mucilagem (este último carácter também está presente nas Lanariaceae), mas Blandfordia (único género de Blandfordiaceae) não compartilha estes caracteres. Para além disso, este clado apresenta estomas paracíticos, a lâmina da folha apresenta uma nervura principal distintiva, para além do gineceu mais ou menos ínfero, e um micrópilo bi-estomal. O grupo [Asteliaceae + Hypoxidaceae] apresenta flavonóis, endosperma de paredes delgadas, cotilédone não fotossintético, e a lígula larga.

O género e a espécie, conjuntamente com a sua publicação válida, distribuição natural e hábito são os seguintes:[15]:

  • Lanaria Aiton, Hort. Kew. 1: 462 (1789), com distribuição natural mda Província do Cabo e com apenas uma espécie:
    • Lanaria lanata (L.) T.Durand & Schinz, Consp. Fl. Afric. 5: 239 (1894). Província do Cabo.

A espécie tem como sinónimos taxonómicos:[16]

Referências

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  1. a b Angiosperm Phylogeny Group (2016). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV». Botanical Journal of the Linnean Society. 181 (1): 1–20. ISSN 0024-4074. doi:10.1111/boj.12385  
  2. a b c «Lanaria». World Checklist of Selected Plant Families. Royal Botanic Gardens, Kew. Consultado em 2 de setembro de 2014 
  3. a b «Lanaria lanata». World Checklist of Selected Plant Families. Royal Botanic Gardens, Kew. Consultado em 2 de setembro de 2014 
  4. 'Plants of the World: An Illustrated Encyclopedia of Vascular Plants'- Maarten J. M. Christenhusz, Michael F. Fay, Mark W. Chase
  5. Millington, Andrew; Blumler, Mark; Schickhoff, Udo (2011), The SAGE Handbook of Biogeography, ISBN 978-1-4462-5445-5, SAGE Publications, pp. 143–, consultado em 7 de agosto de 2013, The Cape Floristic Region in South Africa is comparatively rich in endemic flowering-plant families. Five families of angiosperms (Penaeaceae, Roridulaceae, Geissolomataceae, Grubbiaceae, and Lanariaceae) are endemic to that region ... 
  6. «Threatened Species Programme | SANBI Red List of South African Plants» 
  7. Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III» (PDF). Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x . Consultado em 26 de junho de 2013. Cópia arquivada em 25 de maio de 2017 
  8. APG II (2003). «An Update of the Angiosperm Phylogeny Group Classification for the orders and families of flowering plants: APG II.» (pdf). Botanical Journal of the Linnean Society (141): 399-436. Consultado em 12 de janeiro de 2009 
  9. Stevens, P. F. (2001). «Angiosperm Phylogeny Website (Versão 9, junho de 2008, actualizado desde então)» (em inglês). Consultado em 12 de janeiro de 2009 
  10. Chase et al 2009
  11. Stevens 2016, Asparagales
  12. Hutchinson, J. (1967). The Genera of Flowering Plants. Oxford: Clarendon Press 
  13. Dahlgren, R. M.; Clifford, H. T., Yeo, P. F. (1985). The families of the monocotyledons. Springer-Verlag ed. Berlim: [s.n.] 
  14. Soltis et al. (2005).
  15. «Royal Botanic Gardens, Kew: World Checklist Series» (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2009 
  16. «Lanariaceae». Conservatório e Jardim Botânico de Genebra: Flora africana. Consultado em 21 de junho de 2010 

Bibliografia

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  • Stevens, P. F. (2001). «Lanariaceae». Angiosperm Phylogeny Website (Versión 9, junho de 2008, actualizado desde então). (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2009 

Ligações externas

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