Anton Tchekhov

célebre dramaturgo, escritor e médico russo
(Redirecionado de Tchékhov)

Anton Pavlovitch Tchekhov,[nota 1] em russo: Анто́н Па́влович Че́хов (Taganrog, 29 de janeiro de 1860[nota 2]Badenweiler, 15 de julho de 1904[nota 3]), foi um médico, dramaturgo e escritor russo, considerado um dos maiores contistas de todos os tempos.[1] Em sua carreira como dramaturgo criou quatro clássicos e seus contos têm sido aclamados por escritores e críticos.[2][3] Tchekhov foi médico durante a maior parte de sua carreira literária, e em uma de suas cartas[4] ele escreve a respeito: "A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas minha amante".[5]

Anton Tchekhov
Антон Чехов

Anton Tchekhov em 5 de maio de 1889
Nascimento 17 de janeiro de 1860
Taganrog, Império Russo
Morte 15 de julho de 1904 (44 anos)
Badenweiler, Império Alemão
Nacionalidade Russa
Cônjuge Olga Knipper (1901-1904)
Ocupação Médico, escritor, dramaturgo
Escola/tradição Realismo/Naturalismo
Assinatura
Assinatura de Anton Tchekhov

Tchekhov renunciou ao teatro e deixou de escrever obras teatrais após a péssima recepção de A Gaivota (em russo: "Чайка") em 1896, mas a obra foi reencenada e aclamada em 1898, interpretada pela companhia Teatro de Arte de Moscou de Constantin Stanislavski que interpretaria também Tio Vânia (Дядя Ваня), As Três Irmãs (Три сестры) e O Jardim das Cerejeiras (Вишнëвый сад). Estas quatro obras representam um desafio para os atores,[6] bem como para o público, porque no lugar da atuação convencional Tchekhov oferece um "teatro de humores" e uma "vida submersa no texto".[7] Nem todos apreciaram o desafio: Liev Tolstói disse a Tchekhov: "Sabe, eu não consigo tolerar Shakespeare, mas suas peças são ainda piores".[8][9] No entanto, Tolstói admirava os contos de Tchekhov.[10]

A princípio Tchekhov escrevia simplesmente por razões financeiras, mas sua ambição artística cresceu, e ele fez inovações formais que influenciaram na evolução dos contos modernos.[11] Sua originalidade consiste no uso da técnica de fluxo de consciência, mais tarde adotada por James Joyce e outros modernistas, além da rejeição do propósito moral presente na estrutura das obras tradicionais.[12] Ele nunca fez nenhum pedido de desculpas pelas dificuldades impostas aos leitores, insistindo que o papel de um artista era o de fazer perguntas, não o de respondê-las.[13]

Biografia

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Infância

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Casa onde nasceu Tchekhov.

Anton Pavlovitch Tchekhov (AFI [ɐnˈton ˈpavləvʲɪtɕ ˈtɕexəf]) nasceu em 29 de janeiro de 1860, em Taganrog, um porto marítimo no Mar de Azov no sul da Rússia, sendo o terceiro de seis filhos. Seu pai, Pavel Iegorovitch Tchekhov, filho de um ex-servo, cuidava de uma mercearia. Diretor do coro de uma paróquia, devoto cristão ortodoxo e pai que agredia fisicamente seu filho, Pavel Tchekhov lhe deu uma educação rígida e muito religiosa, o que fez com que Tchekhov se tornasse um amante da liberdade e da independência,[14] e foi visto por alguns historiadores como modelo para os muitos personagens hipócritas criados por seu filho.[15] Sua mãe, Ievguenia Iacovlevna Morozov, era uma excelente contadora de histórias que entretinha as crianças com histórias sobre suas viagens junto de seu pai (um comerciante de tecidos) por toda a Rússia.[16][17] "Nossos talentos nós recebemos do nosso pai", Tchekhov lembra, "mas nossa alma recebemos de nossa mãe."[18] Quando adulto, Tchekhov criticou o tratamento de seu irmão Aleksandr perante sua esposa e filhos, lembrando-lhe da tirania de Pavel:

Deixe-me perguntar-lhe se recorda que foi o despotismo e a mentira que arruinaram a juventude de sua mãe. Despotismo e a mentira mutilaram a nossa infância e é repugnante e assustador pensar sobre isso. Lembre-se do horror e da repulsa que nós sentimos naquele momento em que o pai se enraiveceu durante o jantar, porque havia muito sal na sopa e chamou a mãe de tola.[nota 4]
— Tchekhov sobre a tirania de seu pai em carta a seu irmão Aleksandr[19][20]

Tchekhov frequentou uma escola para meninos gregos, e depois o Liceu Taganrog, hoje rebatizado de Liceu Tchekhov, de onde ele foi afastado por um ano após reprovar em um exame.[21] Ele cantava no monastério ortodoxo grego em Taganrog e nos coros de seu pai. Numa carta de 1892, ele usou a palavra "sofrimento" para descrever a sua infância e lembrou:

Quando meus irmãos e eu costumávamos ficar no centro da igreja e cantar "Que minha oração seja exaltada" ou "A Voz do Arcanjo", todos nos olhavam emocionados e invejavam nossos pais, mas nós naquele momento nos sentíamos como pequenos condenados.[nota 5]
— Tchekhov em carta a I.L. Shcheglov[22]
 
O liceu Anton Tchekhov no final do século XIX. A cruz no topo não está mais presente.

Em 1876, seu pai atingiu a falência após gastar todas suas finanças construindo uma casa nova,[23] e para evitar ser preso fugiu para Moscou, onde seus dois filhos mais velhos, Aleksandr e Nicolay, cursavam a universidade. A família viveu em condições de pobreza em Moscou, a mãe de Tchekhov estava emocionalmente e fisicamente arrasada.[24] A família se mudou e Tchekhov ficou para trás para vender os bens da família e terminar seus estudos.

Tchekhov permaneceu em Taganrog por mais três anos, com um homem chamado Selivanov que, assim como Lopakhin em O Jardim das Cerejeiras, apoiou a família em troca de sua casa.[25] Tchekhov teve de pagar por conta própria seus estudos, e ele conseguiu isso através de aulas particulares, captura e venda de pintassilgos, venda de esquetes para jornais, entre outros trabalhos.[26] Ele enviava todo rublo que conseguia para Moscou, bem como cartas bem humoradas para tentar alegrar sua família.[26] Durante esta época, ele começou a ler frequentemente e analiticamente obras de autores que incluíam Cervantes, Turgueniev, Goncharov e Schopenhauer;[27][28] e ele escreveu um longa-metragem no gênero comédia dramática, O Órfão[29], que seu irmão Aleksandr julgou como "uma imperdoável, porém, inocente criação".[30] Tchekhov também se envolveu em uma série de casos amorosos, um deles com a esposa de um professor.[26]

Em 1879, Tchekhov finalizou seus estudos e se juntou a sua família em Moscou, sendo admitido para a Faculdade de Medicina da Universidade de Moscou.[31]

Primeiras obras

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Família e amigos de Tchekhov em 1890. (Linha superior, dá esquerda para direita) Ivan, Aleksandr e Pavel; (Segunda linha) amiga desconhecida, Lika Mizinova, Masha, Yevgeniya e Seryozha Kiselev; (última linha) Misha, Anton.

Tchekhov, agora, havia assumido a responsabilidade pela família inteira.[32] Para ajudar sua família e pagar suas mensalidades escolares, ele escrevia diariamente esquetes curtas e bem-humoradas e ainda vinhetas sobre a vida russa contemporânea, sob os pseudônimos de "Antosha Chekhonte" (Антоша Чехонте) e o "Homem sem rancor" (Человек без селезенки) em periódicos como a Strekoza. Seu potencial gradualmente deu a ele a reputação de cronista satírico da vida cotidiana russa, e em 1882 já escrevia para a revista Oskolki (Fragmentos), que pertencia a Nikolay Leykin, um dos principais editores da época.[33] O tom de Tchecov, nesta fase, foi mais severo do que eles estavam familiarizados a verem em suas obras para adultos.[34]

Em 1884, Tchekhov se torna apto a exercer a profissão de médico, profissão que considerava como sua profissão principal, mesmo ele tendo ganhado pouco dinheiro com isso e atendido os pobres de graça.[35] Entre 1884 e 1885, Tchekhov começa a tossir sangue, e em 1886 os ataques pioraram; mas ele não quis admitir estar com tuberculose a seus familiares e amigos,[18] em confissão a Leikin disse: "Eu tenho medo de me submeter a ser examinado pelos meus colegas".[36] Ele continuou a escrever para revistas semanais, ganhando dinheiro o suficiente para mudar a família para acomodações progressivamente melhores. No início de 1886, ele foi convidado a escrever para um dos mais populares jornais em São Petersburgo, o Novoye Vremya (Novo Tempo), que pertencia e era editado pelo magnata Aleksei Suvorin, que pagava por linha o dobro pago por Leikin e que lhe permitiu um espaço três vezes maior.[37] Suvorin estava se tornando um amigo de longa data e, talvez, um dos mais próximos amigos de Tchekhov.[38][39]

Em pouco tempo, Tchekhov começou a atrair a atenção literária, bem como a popular. Dmitri Grigorovich, um célebre escritor russo de 64 anos, escreveu a Tchekhov após ler seu conto O Caçador, "Você tem um verdadeiro talento. Um talento que o coloca na linha de frente entre os escritores da nova geração". Ele aconselhou Tchekhov a desacelerar, escrever menos, e se concentrar em qualidade e não quantidade literária.[40]

Tchekhov respondeu que a carta havia o atingido "como um raio" e confessou, "Eu escrevi minhas histórias da mesma maneira que os repórteres escrevem suas notícias sobre incêndios, mecanicamente, semiconsciente e não me importando nem com os leitores nem comigo mesmo".[41] Uma admissão que poderia trazer prejuízos a Tchekhov, uma vez que manuscritos antigos revelam que ele escrevia com extremo cuidado, e continuamente os revisava.[42] No entanto, o conselho de Grigorovich, inspirou uma ambição artística mais séria no artista de então 26 anos. Em 1887, com certo favorecimento por parte de Grigorovich, a coleção de histórias Ao Anoitecer (В Сумерках) fez com que Tchekhov ganhasse o cobiçado Prêmio Pushkin "pela melhor produção literária distinta pelo seu valor artístico".[43]

Momentos críticos

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Tchekhov (a esquerda) junto de seu irmão Nicolay em 1882.

Naquele ano, esgotado pelo excesso de trabalho e por conta de seus problemas de saúde, Tchekhov fez uma viagem à Ucrânia, o que o fez relembrar a beleza da estepe.[44] Em seu retorno, ele começou o conto A Estepe, "algo muito estranho e muito original", que foi finalmente publicado pela Severny Vestnik (O Arauto do Norte).[45] Em uma narrativa que se desvia dos processos de pensamento dos personagens, Tchekhov inicia uma viagem de cabriolé através da estepe, pelos olhos de um rapaz enviado para viver longe de casa, com seus companheiros, um sacerdote e um comerciante. A Estepe, que tem sido chamado de o "dicionário das poesias de Tchekhov", representou para ele um avanço significativo, exibindo muito da qualidade de sua ficção para adultos e que por conta disso ganhou sua publicação em uma revista literária, ao em vez de em um jornal.[46]

No outono de 1887, um diretor de teatro chamado Korsh comissionou Tchekhov a escrever uma peça, e o resultado foi Ivanov, escrita em duas semanas e produzida em novembro.[18] Apesar de Tchekhov ter considerado a experiência "repugnante", e ter feito um retrato cômico da produção caótica em uma carta a seu irmão Aleksandr, a peça foi um sucesso e, para perplexidade de Tchekhov, foi elogiada pela sua originalidade.[47] Mikhail Tchekhov, considerou Ivanov um momento decisivo no desenvolvimento intelectual de seu irmão e de sua carreira literária.[18] Nesta época surge um observação sobre Tchekhov, que tornou-se conhecida como a "arma de Tchekhov", observada por Ilia Gurliand em uma conversa: "Se no primeiro ato você tem uma pistola pendurada na parede, então, no último ato você deve dispará-la".[48][49]

A morte em 1889 de seu irmão Nikolay, que havia contraído tuberculose influenciou Tchekhov na criação de Uma história enfadonha, terminada em setembro daquele ano, sobre um homem que enfrenta o fim de uma vida que ele percebe ter sido sem propósito algum.[50][51] Mikhail Tchekhov, que percebeu a depressão e a inquietação de seu irmão após a morte de Nikolay, estava pesquisando sobre prisões na época como parte de seu curso de direito, e Anton Tchekhov, em busca de um propósito em sua vida, logo se tornou obcecado com a questão da reforma do sistema prisional.[18]

Viagem a Sacalina

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Em 1890, Tchekhov realizou uma árdua jornada de trem, carruagem e navio a vapor para o Extremo Oriente da Rússia e depois para katorga, ou colônia penal, Sacalina, localizada no mar do Japão, onde passou três meses entrevistando milhares de presos e colonos para um censo. As cartas que Tchekhov escreveu durante os dois meses e meio de viagem a Sacalina são consideradas com umas das suas melhores.[52] Suas declarações sobre Tomsk a sua irmã se tornaram notórias.[53][54]

Tomsk é uma cidade muito aborrecedora. A julgar pelos bêbados de que tenho conhecimento, e pelos intelectuais que vieram ao hotel para demonstrar sua estima por mim, os habitantes também são muito sem graça.[nota 6]
— Tchekhov sobre Tomsk em carta a sua irmã Masha.[55]

Mais tarde, os habitantes de Tomsk revidaram construindo uma estátua burlesca de Tchekhov.[56]

O que Tchekhov testemunhou em Sacalina chocou e irritou-o, espancamentos, desvio de suprimentos, e a prostituição forçada de mulheres. Ele escreveu "Houve momentos em que senti que as coisas que via diante de mim haviam ultrapassado os limites da degradação humana." [57][58] Ele estava particularmente comovido com o sofrimento das crianças que viviam na colônia penal com seus pais. Por exemplo:

No navio em Amur, indo a Sacalina, havia um condenado que assassinou sua esposa e usava algemas nas pernas. Sua filha, uma menina de seis anos, estava junto a ele. Notei que, aonde o prisioneiro fosse a menininha o acompanhava, agarrada a suas algemas. À noite, a criança dormia junto com os presos e soldados, todos juntos em um amontoado de gente.[nota 7]
— Tchekhov em carta a A.F.Koni[59]
 
Melicovo, hoje um museu.

Mais tarde, Tchekhov chegou à conclusão de que a caridade e as doações não eram a solução, mas que o governo tinha a obrigação de assegurar um tratamento humanitário aos prisioneiros. Os resultados de suas pesquisas foram publicados entre 1893 e 1894 sob o título de Ostrov Sakhalin (A Ilha de Sacalina), uma obra sociológica — não literária — digna e informativa ao invés de brilhante.[60][61] Tchekhov criou a expressão literária para o "Inferno de Sacalina" em seu conto O Assassino,[62] na última seção que está ambientada em Sacalina, onde o assassino Yakov carrega carvão durante a noite, com saudades de casa. A obra de Tchekhov em Sacalina é o objeto de breve comentário e análise no romance 1Q84 do escritor japonês Haruki Murakami.[63]

Melicovo

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Em 1892, Tchekhov compra a propriedade rural de Melicovo, a cerca de sessenta e cinco quilômetros ao sul de Moscou, onde viveu com sua família até 1899. "É agradável ser um lorde", brincou ele com seu amigo Ivan Leontyev (que escrevia peças humorísticas sob o pseudônimo de Shcheglov),[22] mas ele levava suas responsabilidades como um senhorio a sério e logo fez-se útil para os camponeses locais. Bem como a organização de ajuda humanitária para as vítimas de fome e de surtos de cólera em 1892, ele passou a construir três escolas, um corpo de bombeiros e uma clínica médica, e a doar seus serviços médicos aos camponeses que viviam a quilômetros dali, apesar das frequentes recidivas de sua tuberculose.[15][35][64]

Mikhail Tchekhov, um membro da família que morava em Melicovo, descreve a magnitude do trabalho médico de seu irmão:

Desde o primeiro dia em que chegou a Melicovo os pacientes vinham de longe. Eles vinham a pé ou trazidos de carros, e muitas vezes ele mesmo teve que buscá-los de muito longe. Às vezes, ao amanhecer camponesas e crianças estavam em pé diante de sua porta o esperando.[nota 8]
— Mikhail Tchekhov sobre toda a assistência médica que seu irmão prestou aos camponeses[18]
 
Tchekhov em Melicovo.

As despesas de Tchekhov com medicamentos foram consideráveis, mas o maior custo foi o de fazer viagens de várias horas para visitar os doentes, o que reduziu seu tempo para escrever.[18] Embora Tchekhov trabalhasse como médico, isso enriqueceu a sua escrita, ao proporcionar um contato direto com todas as camadas da sociedade russa: por exemplo, ele testemunhou em primeira mão a condição de vida insalubre e apertada da maioria dos camponeses, qual ele relembra no conto Camponeses, (Mujiques em russo e em outras versões para o português). Tchekhov também visitou os membros das classes superiores, e registrou em seu caderno: "Aristocratas? Os mesmos corpos feios e a mesma sujeira, a mesma velhice sem dentes e a mesma morte desagradável, tal como acontece com as prostitutas".[65]

Tchekhov começou a escrever sua peça A Gaivota em 1894, em uma pousada que ele havia construído em uma horta, em Melicovo. Nos dois anos desde que se mudou para a propriedade, ele havia reformado a casa, retomado a agricultura e a horticultura, feito um jardim e um pequeno lago e plantado muitas árvores, que, de acordo com Mikhail, ele "cuidava… como se fossem seus filhos. Como o coronel Vershinin em As Três Irmãs, algo que parecia que só poderia ser alcançado depois de três ou quatro centenas de anos".[18]

A primeira noite de A Gaivota em 17 de outubro de 1896 no Teatro Alexandrinsky em São Petersburgo, foi um fiasco, as vaias do público e a recepção da peça fizeram Tchekhov pensar em renunciar ao teatro.[66] Mas a peça impressionou tanto o dramaturgo Vladimir Nemirovitch-Dantchenko que ele convenceu seu colega Constantin Stanislavski a dirigi-la no inovador Teatro de Arte de Moscou em 1898.[67] A atenção que Stanislavski prestou ao realismo psicológico e a atuação foram criadas para extrair as maravilhas escondidas do texto e restaurar o interesse de Tchekhov pela dramaturgia.[68] O Teatro de Arte encomendou mais peças de Tchekhov e no ano seguinte encenou Tio Vânia, que ele havia acabado de escrever em 1896.[69]

Em março de 1897, Tchekhov sofreu uma hemorragia grave nos pulmões, durante uma visita a Moscou. Com muita dificuldade, ele foi convencido a ir para uma clínica, onde os médicos diagnosticaram tuberculose na parte superior de seus pulmões e ordenaram uma mudança em seu estilo de vida.[70]

Após a morte de seu pai em 1898, Tchekhov comprou um terreno nos arredores de Ialta e construiu uma casa lá, para qual ele se mudou com sua mãe e irmã no ano seguinte. Mesmo ele tendo plantado árvores e flores em Ialta, criado cachorros e gruas domésticas, e ter recebido convidados como Liev Tolstói e Máximo Gorki, ele sempre ficava aliviado por deixar sua "Sibéria quente" para ir a Moscou ou viajar ao exterior. Ele prometeu que voltaria para Taganrog tão logo a água corrente fosse instalada na cidade.[71][72] Em Ialta, ele concluiu mais duas peças para o Teatro de Arte de Moscou, compondo com mais dificuldade do que nos dias em que "escrevia serenamente, do jeito que eu como panquecas hoje"; ele levou um ano para compor As Três Irmãs e O Jardim das Cerejeiras.[73]

No dia 25 de maio de 1901 casou-se com Olga Knipper — em segredo, dado o seu horror a casamentos —, uma ex-protegida e por vezes, amante de Nemirovich-Danchenko, que ele conheceu pela primeira vez nos ensaios da peça A Gaivota.[74][75][76] Até então, Tchekhov havia sido descrito como "o escritor solteiro mais elusivo da Rússia".[77] Ele preferia fazer visita aos bordéis a ter um relacionamento sério.[78] Certa vez, ele escreveu a Suvorin:

Sem dúvida que me casarei, se tanto insistes. Mas nestas condições: tudo tem de ser como tem sido até hoje, isto é, ela ficará a viver em Moscovo, enquanto eu continuarei a viver na província, e irei vê-la [...] arranja-me uma mulher que, como a Lua, não me apareça no céu todos os dias.[nota 9]
— Tchekhov sobre o casamento em carta a Alexei Suvorin[79]
 
Tchecov e Olga, em lua de mel, 1901.

A carta se revelou profética sobre os arranjos conjugais de Tchekhov e Olga: ele viveu em grande parte em Ialta, ela em Moscou, prosseguindo a sua carreira de atriz. Em 1902, Olga sofre um aborto espontâneo, e Donald Rayfield ofereceu evidências, baseadas nas cartas do casal, de que a gravidez poderia ter ocorrido enquanto Tchekhov e Olga estavam separados, embora estudiosos russos conclusivamente refutaram essa ideia.[80][81] O legado literário deste casamento a distância é uma correspondência que preserva joias da história do teatro, incluindo queixas de ambos sobre os métodos de direção de Stanislavski e conselhos de Tchekhov para Olga sobre como se atuar em suas peças.[82]

Em Ialta, Tchekhov escreveu um de seus mais famosos contos, A Dama do Cachorrinho,[83] que retrata o que a princípio parece uma ligação casual entre um homem e uma mulher, ambos casados, em Ialta. Eles não esperam maiores consequências da relação, e se encontram atraídos um pelo outro, arriscando a segurança de suas vidas familiares.

Em maio de 1904, a tuberculose de Tchekhov alcançou um estado terminal. Mikhail Tchekhov lembrou que "todos os que viam achavam que seu fim não estava longe, mas quanto mais perto [ele] estivesse de seu fim, menos ele parecia perceber".[18] Em 3 de junho, ele partiu com Olga para a cidade alemã de Badenweiler, na Floresta Negra, de onde escreveu cartas aparentemente joviais para sua irmã Masha descrevendo a comida e o ambiente e assegurando a ela e a sua mãe que ele estava melhor. Em sua última carta, ele reclamou da maneira como as mulheres alemãs se vestiam, "não há uma única mulher alemã decentemente vestida. A falta de gosto me deprime".[84]

A morte de Tchekhov se tornou um dos "maiores temas da história literária",[85] e já foi recontada, enfeitada e muitas vezes fantasiada, notavelmente no conto Errand por Raymond Carver. Em 1908, Olga escreveu este relato sobre os últimos momentos de vida de seu marido:

Anton sentou-se extraordinariamente ereto e disse em voz alta e clara (embora ele não soubesse quase nada de alemão): Ich sterbe ("Estou morrendo"). O médico acalmou-o, pegou uma seringa, deu-lhe uma injeção de cânfora, e pediu champanhe. Anton tomou um copo cheio, examinou-o, sorriu para mim e disse: 'Fazia um bom tempo que não bebia um copo de champanhe.' Ele bebeu, e inclinou-se suavemente para esquerda, e eu só tive tempo de correr em sua direção e de colocá-lo na cama e chamá-lo, mas ele tinha parado de respirar e estava dormindo tranquilamente como uma criança…[nota 10]
— Olga descreve detalhadamente a morte de Tchekhov[86]

O corpo de Tchekhov foi transportado para Moscou em um vagão de trem com refrigeração, que servia para o transporte de ostras frescas, um detalhe que ofendeu Gorky.[87] Algumas das milhares de pessoas de luto seguiram o cortejo fúnebre de Fyodor Keller, por engano, acompanhados de uma banda militar.[88] Tchekhov foi enterrado ao lado de seu pai no Cemitério Novodevichy.[89]

Legado

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Poucos meses antes de morrer, Tchekhov disse ao escritor Ivan Bunin que ele achava que as pessoas iriam continuar a ler suas obras por mais sete anos. "Por que sete?" perguntou Bunin. "Bem, sete anos e meio", respondeu Tchekhov. "Isso não é ruim. Tenho ainda seis anos para viver".[90]

Sempre modesto, Tchekhov não poderia imaginar o tamanho de sua reputação póstuma. Os aplausos para O Jardim das Cerejeiras, no ano de sua morte, mostraram o quanto ele conquistou o afeto do público russo — naquela época, ele era a segunda maior personalidade literária russa, apenas atrás de Tolstói,[91] que viveu mais seis anos — mas após sua morte, a fama de Tchekhov logo se espalhou para mais longe. Graças às traduções de Constance Garnett, as obras de Tchekhov ganharam o público inglês e a admiração de escritores como James Joyce, Virginia Woolf e Katherine Mansfield. As questões que envolvem as semelhanças entre a história de 1910 de Mansfield, O Menino que Estava Cansado, e a obra de Tchekhov, Sonolento, são resumidas no livro de William Herbert, New's Reading Mansfield and Metaphors of Reform[92] O crítico russo D. S. Mirsky, que vivia na Inglaterra, explicou que a popularidade de Tchekhov naquele país se dava por conta de sua "incomum e absoluta rejeição do que podemos chamar de valores heroicos".[93] Na própria Rússia, as obras de Tchekhov só saíram de moda após a Revolução Russa, mas elas foram mais tarde adaptadas ao sistema soviético, como o personagem Lopakhin, por exemplo, reinventou-se como um herói da nova ordem, golpeando com um machado o jardim das cerejeiras.[94][95]

Um dos primeiros estrangeiros a admirar as peças de Tchekhov foi George Bernard Shaw, que usa o subtítulo "uma fantasia sobre temas ingleses ao estilo russo" em sua obra A Casa da Angústia e que nota semelhanças entre a situação da classe britânica e a de seus homólogos russos como descrito por Tchecov: "as mesmas pessoas agradáveis, a mesma completa futilidade".[96]

Nos Estados Unidos, a reputação de Tchekhov começa a crescer um pouco mais tarde, em parte pela influência do sistema Stanislavski, com seu conceito de subtexto: "Tchekhov geralmente não expressava seu pensamentos em discursos", escreveu Stanislavski, "mas em pausas, entrelinhas ou nas respostas que consistiam em uma única palavra… os personagens, muitas vezes sentiam e pensavam coisas que não expressavam através do diálogo".[97][98] Particularmente, o Group Theatre foi quem desenvolveu a abordagem subtextual ao drama, influenciando gerações de dramaturgos, roteiristas e atores americanos, incluindo Clifford Odets, Elia Kazan e, em particular, Lee Strasberg. Por sua vez, o Actors Studio de Strasberg e seu "método" influenciaram muitos atores, inclusive Marlon Brando e Robert De Niro, embora neste momento a tradição de Tchekhov, provavelmente, tenha sido distorcida por conta da preocupação com o realismo.[99] Em 1981, o dramaturgo Tennessee Williams, inspirado pela peça A Gaivota, criou The Notebook of Trigorin.

Apesar do sucesso de Tchekhov como dramaturgo, alguns escritores acreditam que seus contos representem sua maior conquista.[100] Raymond Carver, que escreveu o conto Errand sobre a morte de Tchekhov, acreditava que ele era o melhor de todos os contistas:

Os contos de Tchekhov são tão maravilhosos (e necessários), hoje, como quando eles apareceram pela primeira vez. Não é apenas o número imenso de contos que ele escreveu —poucos escritores, se houver algum, escreveram mais que ele— é impressionante a frequência com a qual ele produziu obras-primas, contos que nos encorajam, bem como encantam e mexem conosco, que revelam as nossas emoções de forma que só a verdadeira arte conseguiria.[nota 11]
— Raymond Carver demostra sua admiração pelos contos de Tchekhov[101]
 
O busto de Tchekhov em Badenweiler, Alemanha.

Ernest Hemingway, outro escritor influenciado por Tchekhov, foi mais relutante: "Tchekhov escreveu cerca de seis bons contos. Mas ele era um escritor aficionado".[102] E Vladimir Nabokov uma vez reclamou da "miscelânea de terríveis prosaísmos, dos epítetos prontos e das repetições" de Tchekhov.[103] Mas ele também declarou que A Dama do Cachorrinho era "uma das maiores histórias já escritas" e que Tchekhov escrevia da "forma que uma pessoa conta a outra sobre as coisas mais importantes em sua vida, lentamente, mas sem pausas, e com uma voz suave".[104]

Para o escritor William Boyd, o avanço veio quando Tchekhov abandonou aquilo que William Gerhardie chamava de "enredo de eventos" para algo mais "turvo, interrompido, remendado, ou em outras palavras, adulterado pela vida".[105]

Virginia Woolf refletiu sobre a qualidade única de um conto de Tchekhov em The Common Reader (1925):

Mas é este o final? Nos questionamos. Temos sim a sensação de que perdemos os sentidos; ou talvez a melodia tivesse sido interrompida de repente, sem aviso prévio. Esses contos são inconclusivos, dizemos, e moldamos uma crítica baseada na suposição de que os contos devam terminar de maneira que possamos reconhecer. Ao fazê-lo levantamos a questão da nossa própria condição como leitores. Quando a música é familiar e o fim enfático —apaixonados juntos, vilões derrotados, intrigas expostas— como é na maior parte da literatura vitoriana, as coisas não vão mal, mas quando a música não é familiar e o fim é um ponto de interrogação ou apenas informações que eles passaram através de diálogo, como nas obras de Tchekhov, precisamos de um sentido muito ousado e alerta da literatura para nos fazer ouvir a melodia, e em particular as últimas notas que completam a harmonia.[nota 12]
— Woolf destaca a principal qualidade dos contos de Tchekhov[106]

As obras de Tchekhov foram traduzidas em muitas línguas. O famoso escritor uzbeque Abdulla Qahhor traduziu muitos dos contos de Tchekhov para a língua uzbeque. Qahhor foi influenciado por Tchekhov e considerava o dramaturgo russo como seu professor.[107]

 
A peça A Gaivota de Tchekhov, em Saratov.

Teatro

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  • Platonov (Безотцовщина, também conhecida como Órfão ou Peça sem Título [Пьеса без названия]; 1881) – obra em quatro atos
  • Malefícios do Tabaco (О вреде табака, 1886) – monólogo em um ato
  • Ivanov (Иванов, 1887) - quatro atos
  • O Urso (Медведь, 1888) - comédia em um ato
  • O Pedido de Casamento (Предложение, 1888-1889) – comédia em um ato
  • O Casamento (Свадьба, 1889) – um ato
  • O Demônio da Madeira (Леший, 1889) – comédia em quatro atos
  • Tatiana Repina (Татьяна Репина, 1889) – drama em um ato
  • Inevitavelmente Trágico (Трагик поневоле, 1889)
  • A Festividade (Юбилей, 1891)
  • A Gaivota (Чайка, 1896) – comédia em quatro atos
  • Tio Vânia (Дядя Ваня, 1899-1900) – drama em quatro atos
  • As Três Irmãs (Три сестры, 1901) – drama em quatro atos
  • O Jardim das Cerejeiras (Вишнёвый сад, 1904) – comédia em quatro atos

Ensaios

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Novelas

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  • A Estepe (Степь, 1888)
  • A História de um Desconhecido (Рассказ неизвестного человека, 1893)
  • Minha vida (Моя жизнь, 1896)
  • O Duelo (Дуэль, 1891)
  • Três anos (Три года, 1895)

Contos

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Tchekhov escreveu 574 contos, incluindo alguns inacabados. Esta é uma lista parcial.

Título Ano de publicação (Rússia) Título original
A Aposta 1889 Пари
A Arte da Simulação 1885
A Calúnia 1883
A Cigarra 1892 Попрыгунья,
A Cirurgia 1884
A Consulta 1883
A Corista 1886 Хористка
A Dama do Cachorrinho 1899 Дама с собачкой
A Desgraça 1885
A Esposa 1895
A Jóia Roubada
A Leitura 1884
A Máscara 1884
A Medalha 1884
A Morte do Funcionário 1883
A Mulher do Boticário
A Obra de Arte
A Veranista 1885
Abolidos! 1885
Agafya 1886 Агафья
Alegria 1883
"Amorzinho"
Angústia 1886 Тоска
Anyuta 1886 Анюта
Ariadna 1895 Ариадна
Arte
As Ostras 1884 Устрицы
As Vésperas da Páscoa 1886 Святою ночью
Barulho
Beldades
Bilhete Premiado
Camaleão 1884 Хамелеон
Camponeses ou Campesinos 1897 Мужики
Cantores 1884
Casa-se a Cozinheira 1885
Casamento por interesse 1884
Chisst…! / Tssss!…
Contrariedades da Vida
Criançada
Crime Premeditado
Cronologia Viva 1885
De Mal a Pior 1884
Depois do Teatro
Do Diário de um Ajudante Contábil 1883
Dois Bravos
Dor
Duschechka
Em Casa 1887
Em Festa
Em Semana Santa
Em Terras Estrangeiras 1885
Enfermaria n° 6 1892 Палата № 6
Era Ela!
Estraviados 1885
Excesso de Precaução
Fama
Flores Tardias 1882
Fortes Impressões
Fracasso
Frente Branca
Gente Supérflua
Gricha
Gusev 1890 Гусев
História Anônima
História de Minha Vida 1896
História Ruim 1882
Ilegalidade
Inimigos 1887
Intrigas
Ionich 1898 Ионыч
Ivan Matveich
Kashtanka 1887 Каштанка
Ladrões 1890
Lições Preciosas
Língua Imprudente
Má sorte
Mal tempo
Mártires
Mau Humor 1884
Medidas Preventivas 1884
Memórias de um Homem Colérico
Mendigo
Mestre
Modorra
Na Barbearia 1883
Na Hospedaria
Na Obscuridade
Na Primavera
No Barranco 1900 В овраге
No Caminho
No Cemitério 1884
No Departamento dos Correios 1883
No Mar 1883
No Tribunal
O Álbum 1884
O Beijo
O Bispo 1887
O Caçador 1885 Егерь
O Cadáver 1885
O Casamento
O Caso de um Ator
O Conselheiro Secreto
O Convidado Inquieto 1886
O Corvo 1885
O Drama
O Escritor 1885
O Espelho 1885
O Espelho curvo 1883
O Estudante
O Feliz Mortal
O Fósforo Sueco
O Fugitivo
O Gordo e o Magro 1883
O Incêndio
O Investigador
O Leão e o Sol
O Livro de Reclamações 1884
O Louco
O Marido
O Medo
O Monge Negro 1894 Чёрный монах
O Orador
O Pai de Família 1885
O Pensador 1885
O Porteiro Inteligente 1883
O Preceptor 1884
O Repetidor 1884
O Sapateiro e a Força Maligna
O Subtenente Prichibiéiev 1885 Унтер Пришибеев
O Talento
O Trágico 1883
O Triunfo do Vencedor 1883
O Uniforme do Capitão 1885
O Vingador
Os Garotos
Os Indesejáveis
Os Malfeitores 1885 Злоумышленник
Os Nervos 1885
Pelo Caminho
Perpetuum Mobile 1884
Polinka
Princesa
Problema
Professora
Quartos de Hotel 1885
Que Público! 1885
Relato da Senhora N. N.
Relato de um Desconhecido
Relato de um Jardineiro
Remédio Contra a Embriaguez 1885
Réquiem 1886 Панихида
Senhoras
Sirene
Sobre o Amor
Sonhos
Tifus
Tristeza 1885
Um “Dvornik” inteligente
Um Acontecimento
Um Anjo
Um Final Feliz
Um Caráter Enigmático 1883
Um Caso da Prática Judiciária 1883
Um Caso Profissional
Um Caso sem Importância
Um Descuido
Um Empresário Debaixo do Divã 1885
Um Enigma
Um Homem Conhecido
Um Homem Extraordinário
Um Hóspede Inquietante
Uma Casa Velha
Uma Criatura Indefesa
Uma Criança Travessa 1883
Uma História Enfadonha
Uma Noite Terrível 1884
Vanka 1886 Ванька
Vingança
Verochka
Whist
Zinochka

Galeria

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Ver também

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Notas

  1. A falta de critérios mais definidos para a transliteração do alfabeto cirílico para o latino no idioma português faz com que diversas variantes da grafia do nome possam ser utilizadas simultaneamente; além de Anton Tchékhov, pode-se encontrar comumente a versão anglicizada Anton Chekhov, e híbridos como Tchecov.
  2. 17 de janeiro no calendário juliano
  3. 2 de julho no calendário juliano
  4. Uma livre tradução para: "Let me ask you to recall that it was despotism and lying that ruined your mother's youth. Despotism and lying so mutilated our childhood that it's sickening and frightening to think about it. Remember the horror and disgust we felt in those times when Father threw a tantrum at dinner over too much salt in the soup and called Mother a fool."
  5. Livre tradução para: "When my brothers and I used to stand in the middle of the church and sing the trio "May my prayer be exalted", or "The Archangel's Voice", everyone looked at us with emotion and envied our parents, but we at that moment felt like little convicts."
  6. Livre tradução para: "Tomsk is a very dull town. To judge from the drunkards whose acquaintance I have made, and from the intellectual people who have come to the hotel to pay their respects to me, the inhabitants are very dull, too."
  7. Livre tradução para"On the Amur steamer going to Sahalin, there was a convict with fetters on his legs who had murdered his wife. His daughter, a little girl of six, was with him. I noticed wherever the convict moved the little girl scrambled after him, holding on to his fetters. At night the child slept with the convicts and soldiers all in a heap together."
  8. Tradução livre para: "From the first day that Chekhov moved to Melikhovo, the sick began flocking to him from twenty miles around. They came on foot or were brought in carts, and often he was fetched to patients at a distance. Sometimes from early in the morning peasant women and children were standing before his door waiting."
  9. Livre tradução de: "By all means I will be married if you wish it. But on these conditions: everything must be as it has been hitherto —- that is, she must live in Moscow while I live in the country, and I will come and see her ... give me a wife who, like the moon, won't appear in my sky every day."
  10. Uma livre tradução para: "Anton sat up unusually straight and said loudly and clearly (although he knew almost no German): Ich sterbe ("I'm dying"). The doctor calmed him, took a syringe, gave him an injection of camphor, and ordered champagne. Anton took a full glass, examined it, smiled at me and said: "It's a long time since I drank champagne." He drained it, lay quietly on his left side, and I just had time to run to him and lean across the bed and call to him, but he had stopped breathing and was sleeping peacefully as a child..."
  11. Uma livre tradução para: "Chekhov's stories are as wonderful (and necessary) now as when they first appeared. It is not only the immense number of stories he wrote—for few, if any, writers have ever done more—it is the awesome frequency with which he produced masterpieces, stories that shrive us as well as delight and move us, that lay bare our emotions in ways only true art can accomplish."
  12. Livre tradução para: "But is it the end, we ask? We have rather the feeling that we have overrun our signals; or it is as if a tune had stopped short without the expected chords to close it. These stories are inconclusive, we say, and proceed to frame a criticism based upon the assumption that stories ought to conclude in a way that we recognise. In so doing we raise the question of our own fitness as readers. Where the tune is familiar and the end emphatic—lovers united, villains discomfited, intrigues exposed—as it is in most Victorian fiction, we can scarcely go wrong, but where the tune is unfamiliar and the end a note of interrogation or merely the information that they went on talking, as it is in Tchekov, we need a very daring and alert sense of literature to make us hear the tune, and in particular those last notes which complete the harmony."

Referências

  1. «Russian literature; Anton Chekhov» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 24 de fevereiro de 2012 
  2. "O maior contista que já existiu." Raymond Carver (na introdução do livro About Love and Other Stories de Rosamund Bartlett); "Muito provavelmente. O melhor de todos os contistas." Boyd, William (3 de julho de 2004). «A Chekhov Lexicon» (em inglês). The Guardian. Consultado em 24 de fevereiro de 2012 
  3. "Histórias … que estão entre as conquistas supremas na narrativa em prosa." Steiner, George (13 de maio de 2001). «Vodka miniatures, belching and angry cats» (em inglês). The Observer. Consultado em 24 de fevereiro de 2012 
  4. Suas mais de 4.500 cartas são uma rica fonte para o estudo deste. Gabaldón, Jesús García (14 de maio de 2011). «Chéjov, la vida en escena» (em espanhol). El País. Consultado em 24 de fevereiro de 2012 
  5. Carta a Alexei Suvorin, 11 de setembro de 1888. «Letters of Anton Chekhov by Anton Pavlovich Chekhov» (em inglês). Consultado em 24 de fevereiro de 2012 
  6. "Os atores escalam Tchecov com se ele fosse uma montanha, amarrados uns aos outros, compartilhando a glória, caso contrário eles nunca chegarão ao cume." Ian McKellen, citado em Miles, 9.
  7. "A arte de Tchecov exige um teatro de humores".Vsevolod Meyerhold, citado em Allen, 13; "A vida submersa no texto é uma característica de um drama de realismo mais profundo, que depende menos das exterioridades da apresentação." Styan, 84.
  8. Malcolm, 121.
  9. Simmons, 495.
  10. Tolstói considerava Tchecov como "o Pushkin da prosa". Simmons, 322.
  11. "Tchecov é considerado o pai dos contos modernos." Malcolm, 87; "Ele trouxe algo novo para a literatura." James Joyce, em Arthur Power, Conversations with James Joyce, Usborne Publishing Ltd, 1974, ISBN 978-0-86000-006-8, 57; "Tchecov quebrar a tradição clássica é o acontecimento mais significativo na literatura", John Middleton Murry, em Athenaeum, 8 de abril de 1922, citado na introdução de About Love and Other Stories, XX.
  12. "Este uso do fluxo de consciência que, anos mais tarde, tornar-se-ia a base da inovação de Tchecov na dramaturgia; e também sua inovação na ficção." Wood, 81; "O artista não deve ser o jurado de seus personagens e de seus diálogos, mas apenas uma testemunha imparcial." Tchecov, Anton Pavlovich (2005). Letters of Anton Chekhov to His Family and Friends with Biographical Sketch (em inglês). [S.l.]: Kessinger Publishing. p. 88. ISBN 1417904887. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  13. "Você está certo ao exigir que o artista tome uma atitude inteligente em seu trabalho, mas você confunde duas coisas: resolver um problema e enunciar um problema corretamente. Apenas o segundo é obrigatório para o artista." Tchecov, Anton (27 de outubro de 1888). «Letters of Anton Chekhov by Anton Pavlovich Chekhov» (em inglês). Project Gutenberg. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  14. Tchecov, Anton (2004). El beso y otros cuentos. [S.l.]: Edhasa. ISBN 84-350-1651-X 
  15. a b Wood, 78.
  16. Payne, XVII.
  17. Simmons, 18.
  18. a b c d e f g h i Do resumo biográfico, adaptado de uma autobiografia escrita por Mihail, irmão de Tchecov, cujos prefácios são tradução de Constance Garnett das cartas de Tchecov, 1920.
  19. Carta ao irmão Aleksandr, 2 de janeiro de 1889, em Malcolm, p. 102.
  20. Outra visão de Tchekhov sobre a infância foi mostrada em uma carta a seu editor e amigo Alexei Suvorin: "Desde minha infância eu acreditei no progresso, e eu não poderia deixar de acreditar nele, uma vez que, a diferença entre o tempo em que eu costumava ser mal tratado e quando eles desistiram de me mal tratar foi tremendo." Carta a Suvorin, 27 de março de 1984. Garnett, Constance. «Letters of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  21. Bartlett, 4–5.
  22. a b Carta a I.L. Shcheglov, 9 de março de 1892. Garnett, Constance. «Letters of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  23. Ele foi enganado por um empreiteiro chamado Mironov. Rayfield, 31.
  24. Carta a seu primo Mihail, 10 de maio de 1877. «The Letters of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  25. Malcolm, 25.
  26. a b c Payne, XX.
  27. Carta ao irmão Mihail, 1º de julho de 1876. «Letters of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  28. Simmons, 26.
  29. Angelides, Sophia. A. P. Tchekhov: Cartas Para uma Poética. [S.l.]: EdUSP. ISBN 8531402514. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  30. Simmons, 33.
  31. Rayfield, 69.
  32. Wood, 79.
  33. Rayfield, 91.
  34. "Há contido nessas miniaturas uma poção de crueldade… Tchecov maravilhosamente compassivo ainda não tinha amadurecido." Steiner, George (13 de maio de 2001). «Vodka miniatures, belching and angry cats» (em inglês). The Observer. Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  35. a b Malcolm, 26.
  36. Carta a N.A. Leikin, 6 de abril de 1886. «The Letters of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2012 
  37. Rayfield, 128.
  38. Eles só se desentenderam uma vez, quando Tchecov se opôs aos ataques antissemitas contra Alfred Dreyfus e Émile Zola por meio do Novoye Vremya. Rayfield, 448–50.
  39. Em muitos aspectos, o direitista Suvorin, quem Lenin mais tarde chamaria de "o cachorrinho do Tsar" (Payne, XXXV), estava em desacordo com Tchecov; "Tchecov tinha que funcionar como os rins de Suvorin, extraindo os venenos do empresário." Wood, 79.
  40. Theroux, Paul (2001). The best American travel writing. [S.l.]: Houghton Mifflin Harcourt. p. 181. ISBN 0618118780 
  41. Malcolm, 32–3.
  42. Payne, XXIV.
  43. Simmons, 160.
  44. "Há um aroma de estepe e se ouve os pássaros cantarem. Eu vejo meus velhos amigos, os corvos voando sobre a estepe." Carta a irmã Masha, 2 de abril de 1887. «Letters of Anton Chekhov to His Family and Friends with Biographical Sketch» (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2012 
  45. Carta a Grigorovich, 12 de janeiro de 1888. Citado por Malcolm, 137. «Anton Chekhov's life and thought: selected letters and commentary» (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2012 
  46. "A Estepe, como Michael Finke sugere, é uma espécie de 'dicionário das poesias de Tchecov', uma espécie de amostra das armas literárias ocultas que Tchecov iria implantar em seu próximo trabalho." Malcolm, 147.
  47. Carta ao irmão Aleksandr, 20 de novembro de 1887. «Letters of Anton Chekhov to His Family and Friends with Biographical Sketch» (em inglês). Consultado em 26 de fevereiro de 2012 
  48. Rayfield, 203.
  49. Simmons, 190.
  50. Simmons, 186–91.
  51. Introduction to Plays by Anton Pavlovich Chekhov. [S.l.]: MobileReference. 2008. ISBN 9781605014173 
  52. Malcolm, 129.
  53. Simmons, 223.
  54. Rayfield, 224.
  55. Carta a sua irmã Masha, 20 de maio de 1890. «Letters of Anton Chekhov to His Family and Friends with Biographical Sketch» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2012 
  56. «Может ли Чехов навредить Томску?» (em russo). duma.tomsk.ru. Consultado em 27 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 29 de abril de 2015 
  57. Wood, 85.
  58. Rayfield 230.
  59. Carta a A.F.Koni, 16 de janeiro de 1891 «Letters of Anton Chekhov: Easyread Edition» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2012 
  60. Malcolm, 125.
  61. Esta é normalmente a análise crítica da obra, mas Simmons a chama de "documento valioso e intensamente humano." Simmons, 229.
  62. «The Murder» (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2012 
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  64. Payne, XXXI.
  65. Boyd, William (2 de outubro de 2004). «Brief encounters» (em inglês). The Guardian. Consultado em 28 de fevereiro de 2012 
  66. Rayfield, 394–8.
  67. Benedetti, Stanislavski: An Introduction, 25.
  68. Tchecov e o Teatro de Arte de Moscou, nas palavras de Stanislavski, foram unidos em um desejo comum o de "alcançar a simplicidade artística e a verdade no palco." Allen, 11.
  69. Rayfield, 390–1.
  70. Carta a Suvorin, 1º de abril de 1897 «Memories of Chekhov: Accounts of the Writer from His Family, Friends and Contemporaries» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2012 
  71. Olga Knipper, Memoir, em Benedetti, Dear Writer, Dear Actress, 37, 270.
  72. Bartlett, 2.
  73. Malcolm, 170–71.
  74. "Eu tenho horror a casamentos, os parabéns e o champanhe, todos a minha volta, ficar com um copo na mão e com um sorriso permanente no rosto". Carta a Olga Knipper, 19 de abril de 1901.
  75. Benedetti, Dear Writer, Dear Actress, 125.
  76. "As relações de Olga com Vladimir Nemirovitch-Dantchenko eram mais do que profissionais." Rayfield, 500.
  77. Harvey Pitcher em Chekhov's Leading Lady, citado em Malcolm, 59.
  78. "Tchecov tinha o feitio de um conquistador. Sexualmente, ele preferia os bordéis ou relações curtas." Wood, 78.
  79. Carta a Suvorin, 23 de março de 1895. «The Letters of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 28 de fevereiro de 2012 
  80. Rayfield sugere também, com base em indícios médicos, que Olga teria sofrido uma gravidez ectópica. Rayfield, 556–7.
  81. Houve uma certa tensão entre o casal após o aborto, embora, Simmons, 569, e Benedetti, Dear Writer, Dear Actress, 241, coloquem a culpa disto na mãe e na irmã de Tchecov, que afirmavam que o estilo de vida de Olga, com os outros atores, seja a causa do aborto.
  82. Benedetti, Dear Writer, Dear Actress: The Love Letters of Olga Knipper and Anton Chekhov.
  83. «A dama do cachorrinho: doze dos mais belos contos de Anton Tchékhov». L&PM Editores. 27 de fevereiro de 2009. Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  84. Carta a irmã Masha, 28 de junho de 1904. «Letters of Anton Chekhov by Anton Pavlovich Chekhov» (em inglês). Project Gutenberg. Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  85. Malcolm, 62.
  86. Olga Knipper, Memoir, em Benedetti, Dear Writer, Dear Actress, 284.
  87. "A banalidade vingou-se dele através de uma brincadeira de mau gosto, pois viu o seu cadáver, o cadáver de um poeta, ser colocado em um caminhão de transporte ferroviário 'para o transporte de ostras'." Maxim Gorky em «Reminiscences of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  88. Chekhov's Funeral. M. Marcus.The Antioch Review, 1995.
  89. Malcolm, 91; Alexander Kuprin em «Reminiscences of Anton Chekhov» (em inglês). Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  90. Payne, XXXVI.
  91. Tolstói, um grande admirador dos contos de Chekhov, os dividiu em dois grupos: os de "primeira qualidade" e os de "segunda qualidade". Ele teve essas histórias publicadas em um livro que ele leu várias vezes com grande satisfação. Simmons, p. 595.
  92. Reading Mansfield and Metaphors of Reform, McGill-Queen's Press, 1999, ISBN 978-0-7735-1791-2, 15–17.
  93. Wood, 77.
  94. Allen, 88.
  95. "Eles não permitiriam uma peça em que se lamenta a perda das propriedades da gentry." Carta a Dantchenko, citadi por Anatoly Smeliansky em Chekhov at the Moscow Art Theatre, de The Cambridge Companion to Chekhov, 31–2.
  96. Anna Obraztsova, Bernard Shaw's Dialogue with Chekhov, em Miles, 43–4.
  97. Reynolds, Elizabeth (ed), Stanislavski's Legacy, Theatre Arts Books, 1987, ISBN 978-0-87830-127-0, 81, 83.
  98. "Foi Tchecov o primeiro a deliberadamente escrever diálogos em que a corrente principal de ação emocional acontece por debaixo da superfície. Foi ele quem expôs que os seres humanos quase nunca falam em termos explícitos entre si sobre as suas emoções mais profundas, que os grandes, trágicos e climáticos momentos muitas vezes acontecem através de uma conversa aparentemente trivial." Martin Esslin, no Text and Subtext in Shavian Drama, em 1922: Shaw and the last Hundred Years, ed. Bernard. F. Dukore, Penn State Press, 1994, ISBN 978-0-271-01324-4, 200.
  99. "Lee Strasberg se tornou na minha opinião uma vítima da ideia tradicional do teatro tchekhoviano … [ele] não [deixou] espaço para o imaginário de Tchecov." Georgy Tostonogov sobre a produção de As Três Irmãs dirigida por Strasberg em The Drama Review (Inverno 1968), citado por Styan, 121.
  100. "As peças carecem da inigualável autoridade da narrativa: há grandes personagens, cenas maravilhosas, passagens extraordinárias, momentos de melancolia aguda e sagacidade, mas as partes parecem ser melhores do que a obra como um todo." Boyd, William (3 de julho de 2004). «A Chekhov Lexicon» (em inglês). The Guardian. Consultado em 2 de março de 2012 
  101. Bartlett, Rosamund (15 de julho de 2004). «From Russia, with love» (em inglês). The Guardian. Consultado em 2 de março de 2012 
  102. Carta de Ernest Hemingway a Archibald MacLeish, 1925 (de Selected Letters, p. 179), em Ernest Hemingway on Writing, Ed Larry W. Phillips, Touchstone, (1984) 1999, ISBN 978-0-684-18119-6, 101.
  103. Wood, 82.
  104. Da obra de Vladimir Nabokov Lectures on Russian Literature, citado por Francine Prose em Learning from Chekhov, 231.
  105. "Pela primeira vez na literatura a fluidez e a aleatoriedade da vida foram usadas sob a forma de narrativa. Antes de Chekhov, enredo de eventos era sempre o elemento condutor." William Boyd, referindo-se a análise do escritor William Gerhardie em Anton Chekhov: A Critical Study, 1923. Boyd, William (3 de julho de 2004). «A Chekhov Lexicon» (em inglês). The Guardian. Consultado em 2 de março de 2012 
  106. Woolf, Virginia, The Common Reader: First Series, Annotated Edition, Harvest/HBJ Book, 2002, ISBN 0-15-602778-X, 172.
  107. «Abdulla Qahhor». Ziyouz. Consultado em 2 de março de 2012 

Bibliografia

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