Alina Vaz

actriz portuguesa

Alina de Moura Guerreiro Vaz, mais conhecida por Alina Vaz[1] (Faro, 19 de janeiro de 1936Vale de Lobos, Almargem do Bispo, Pero Pinheiro e Montelavar, Sintra, 10 de novembro de 2024), foi uma atriz portuguesa.[2]

Alina Vaz
Nome completo Alina de Moura Guerreiro Vaz
Nascimento 19 de janeiro de 1936
Faro, Portugal
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Morte 10 de novembro de 2024 (88 anos)
Vale de Lobos, Almargem do Bispo, Pero Pinheiro e Montelavar, Sintra
Ocupação atriz

Percurso

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Natural do Algarve, nasceu em Faro no dia 19 de Janeiro de 1936, mas cedo se radica em Lisboa. [3]

Como actriz fez parte do elenco de diversas companhias, nomeadamente, do Teatro do Povo (dirigida por Francisco Ribeiro), Teatro Nacional Dª Maria II (dirigida por Amélia Rey-Colaço), Teatro Alegre de Lisboa (dirigida por Henrique Santana), Teatro Experimental do Porto (sob direcção de António Pedro) e de o Teatro Experimental de Cascais (sob a direcção de Carlos Avilez), Companhia Laura Alves, Companhia da Estufa Fria (direcção de Augusto Figueiredo), Teatro Nacional Popular (direcção de Carlos Wallenstein e Norberto Barroca), Companhia Raúl Solnado (dirigida por Paulo Renato), Teatro Repertório (onde assumiu a direcção com Armando Cortez), Teatro Ibérico (sob a direcção de Xosé Blanco Gil), Seiva Trupe e “A Comuna” (direcção de João Mota).

Para além do curso do Conservatório Nacional, frequentou vários cursos de aperfeiçoamento da técnica teatral, nomeadamente com Peter Brooks.

Estreia-se, ainda aluna do Conservatório, na peça “Rei Lear” com encenação de Francisco Ribeiro em 1955.[3] Tem apenas 19 anos. Em 1959 participa na peça “Os Comediantes” com encenação de Robles Monteiro. No ano seguinte inicia-se na Companhia de Teatro Alegre, dirigida por Henrique Santana, na comédia “Com jeito vai, Virgínia”.

Durante dois anos interpreta teatro na televisão, retornando em 1963 à Companhia de Teatro Alegre, integrada no elenco da farsa “Daqui fala o morto”, depois de uma curta passagem pela Companhia de comédias de Giuseppe Bastos. Daí para cá têm sido inúmeras as peças onde participou, algumas delas que estiveram em cartaz vários meses e até anos, designadamente “Divinas palavras”, “A mulher de roupão”, “O gato”, “Criada para todo o serviço”, “A pobre milionária”, “A Preguiça”, “Empresta-me o teu apartamento”, “A flor do cacto”, “A mala de Bernadette”.[3]

Em 1968 largou a companhia de Laura Alves e Vasco Morgado, e foi para o TEP (Teatro Experimental do Porto) com metade do ordenado que tinha, pois queria fazer outro tipo de teatro.

Realizou várias digressões tanto em Portugal como no estrangeiro, destacando-se a sua participação no Festival Cerventino (México), Festival El Paso (México) e no Festival Rainha Sofia (Espanha).[2][3]

“Georges Dadin” (com encenação de Jacinto Ramos), “Jesus Cristo em Lisboa" (encenação de Carlos Wallenstein), “Leonor, maravilhosamente rainha” (encenação de Norberto Barroca), “Agnus Dei” (com encenação de Bento Martins), “Barca sem pescador” (encenação de Couto Viana) foram outras das peças em que participou.

Com encenação de Carlos Avilez participou, entre outras peças, em “Auto da Barca do Inferno”, “Auto da Feira”, “Fuenteovejuna”, “A maluquinha de Arroios”[2], “Ivone, princesa da Borgonha”, e “Ópera dos três vinténs”.

Fez parte do elenco de “Auto da Índia”, “Orquídeas à luz do luar”, “O Fim” e “A Castro”, peças encenadas por Xosé Blanco Gil.[2]

Em 2005, com 69 anos e 50 anos de carreira, estreou em Algés, com o actor Alberto Villar, a peça “Love letters”. Em março de 2009, com Tózé Martinho, faz no Algarve “As calcinhas amarelas” (encenação de Luís Zagallo). Tem então 73 anos, mais de 50 anos de carreira, e continua a trabalhar.

No cinema começou em 1958, com pequenos apontamentos em “A costureirinha da Sé”, do realizador Manuel Guimarães, e “O homem do dia”, de Henrique Campos. Fez parte do elenco de várias outras películas, nomeadamente, “As Pupilas do Senhor Reitor” de Perdigão Queiroga, “O ladrão de quem se fala” de Henrique Campos e, deste mesmo realizador, “A maluquinha de Arroios”.[2] Participou também nas películas “Sol e toiros“ de Augusto Fraga, “Uma vida normal” de Joaquim Leitão e “A recompensa” de Artur Duarte. Tem ainda assinalável participação em várias filmografias estrangeiras. [4]

Quando a televisão nasceu, deu cartas nalgumas das primeiras telenovelas nacionais. Para além de fazer parte do elenco de muitas peças para televisão, participou em várias séries e telenovelas, nomeadamente “Chuva na areia”, “Enquanto os dias passam”, “Milongo”, “Senhora das Águas”, “Passerelle”, “Ajuste de contas”, “Olhos de água”, “Amanhecer” ou “Malucos do riso”.[3]

Mais tarde foi presença regular nas séries de Camilo de Oliveira, sendo a sua última aparição na série Camilo o Presidente, em 2011.

Foi constante o seu trabalho na rádio quer como intérprete de peças e folhetins quer como adaptadora de vários romances e contos para peças radiofónicas.[2]

Morreu aos 88 anos no dia 10 de novembro de 2024, numa casa de repouso em Vale de Lobos, união das freguesias de Almargem do Bispo, Pero Pinheiro e Montelavar, no concelho de Sintra.[3]

Televisão

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Ano Projeto Personagem Canal Notas
1957 Monólogo do Vaqueiro [2] Donzela RTP
1958 Enquanto os Dias Passam[2] série
1961 Suave Milagre
Mexericos [5]
As Aventuras de Eva série
1963 Carmosina [6] Carmosina
1976 Alves e Companhia Margarida
1980 Retalhos da Vida de um Médico série
1985 Chuva na Areia Odete Ferreira novela
1988 Passerelle novela
1990 Andam Ladrões Cá em Casa
1992 Aqui D'El Rei! Costureira telefilme
1995 A Pulga Atrás da Orelha
1996 Camilo & Filho Lda. Nela SIC série
1997 As Aventuras do Camilo Cândida série
Cuidado com o Fantasma série
1998 Bom Baião série
1999 Mãos à Obra RTP série
Os Malucos do Riso Várias Personagens SIC série
2000 Esquadra de Polícia mãe de Leonor RTP série
A Loja do Camilo Rafaela SIC série
A Noiva Elvira telefilme
2001 Super Pai Augusta TVI série
Olhos de Água Freira novela
Ajuste de Contas Viscondessa RTP novela
2002 A Senhora das Águas Marta novela
Camilo, o Pendura série
2003 Amanhecer Diana Pais TVI novela
O Padre Camilo
2004 Uma Aventura Alzira SIC série
2005 Camilo em Sarilhos Mariana série
2011 Camilo - O Presidente Elsa série

Teatro

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Ano Peça Teatro Notas
1955 Yerma Teatro da Trindade Teatro d'Arte de Lisboa[7]
1959 Os Comediantes Teatro Nacional D. Maria II
1960 A Mala de Bernardette Teatro Avenida [8]
1961 Com Jeito Vai... Virgínia Teatro Avenida [9]
1961 Criada Para Todo o Serviço Teatro Monumental [10]
1962 Um Menino Bem Teatro Variedades com Eva Todor[11]
1962 Antónia Teatro Variedades com Eva Todor[12]
1963 Daqui Fala o Morto! Teatro Monumental [13]
1963 O Gato Teatro Monumental
1966 A Mulher do Roupão Teatro Capitólio
1967 Duas Pernas, Um Milhão Teatro Capitólio
1967 A Flor do Cacto Teatro Monumental
1968-1969 A Preguiça[2] Teatro Villaret [14]
1970 Pobre Milionária Teatro Monumental
1971 A Barca Sem Pescador Teatro da Estufa Fria
1971 Empresta-me o Teu Apartamento Teatro Variedades
1974 O Último Fado em Lisboa Teatro Monumental
1976 Ópera dos Três Vinténs Teatro Experimental de Cascais
1977 Faustino Limitada, uma História de Lisboa Teatro São Luiz
1978 Jesus Cristo em Lisboa Teatro São Luiz
1979 Leonor, Rainha Maravilhosamente
A Tocar É Que a Gente se Entende[2] Teatro Monumental [15]
1980 A Gravata
1982 O Meu Rapaz é Rapariga Teatro Maria Matos
1985-1986 Coronel em Dois Actos Teatro Variedades [16]
1988-1989 Orquídeas à Luz da Lua Teatro Ibérico
1989 A Castro[2] Teatro Ibérico [17]
1990 O Fim Teatro Ibérico
1992 O Animador Seiva Trupe
1993 Curva Perigosa Teatro Villaret
1994 Auto da Barca do Inferno
1995 A Pulga Atrás da Orelha Teatro da Comuna
1996 Logo à Noite, Meu Amor... Teatro Maria Matos
1998 Aquele Retrato
2003 O Padre Camilo Digressão
2005 Love Letters[2] [18]
2006 A Bruxinha Que Era Boa
2009 Calcinhas Amarelas Digressão

Referências

  1. «Certidão de lista de associadas da Audiogest» (PDF). IGAC/Ministério da Cultura. 25 de julho de 2007. Consultado em 6 de Janeiro de 2014. Arquivado do original (pdf) em 24 de dezembro de 2013 
  2. a b c d e f g h i j k l «Há Conversa - Alina Vaz e João de Ávila». RTP Arquivos. 5 de outubro de 2010. Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  3. a b c d e f Lusa (10 de novembro de 2024). «Morreu a actriz Alina Vaz». PÚBLICO. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  4. Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «Cinema Português: Alina Vaz». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  5. «Mexericos». Consultado em 11 de novembro de 2024 
  6. «Carmosina – Parte I». Consultado em 11 de novembro de 2024 
  7. «06524.062.14455». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  8. «06538.076.16676». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  9. «06542.080.17331». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  10. «06543.081.17490». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  11. «06547.085.18012». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  12. «06547.085.18058». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  13. «06548.086.18181». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  14. «06598.136.23375». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  15. «06831.181.28557». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  16. «06879.196.30430». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  17. «06889.206.31447». casacomum.org. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  18. «" Love letters" com Alina Vaz e Alberto Vilar». Consultado em 11 de novembro de 2024 
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