Esquilino (rione de Roma)
Esquilino é um dos vinte e dois riones de Roma, oficialmente numerado como Rione XV, localizado no Municipio I. Seu nome é uma referência ao monte Esquilino, uma das sete colinas de Roma. Até 1921, o território deste rione era parte de Monti.
História
editarA região do Monte Esquilino é de urbanização muito antiga (juntamente com "Palatina", "Colina" e "Suburra", era uma das quatro regiões da roma serviana). Com seus três cumes ("Císpio", "Ópio" e "Fagutal"), compreendia, na época da reorganização de Augusto, toda a área hoje atribuída ao rione Monti.
O território do rione atual sempre foi, porém, uma espécie de subúrbio da cidade que passava como um centro histórico. Antigamente ficava próximo da Muralha Serviana e abrigava o áger (cujo vinha da região onde hoje está a moderna Estação Termini, na via Merulana); no período imperial, estava no interior da Muralha Aureliana, mas permaneceu numa zona marginal da cidade, tanto que uma das etimologias propostas para o nome defende que "esquilino" seria uma referência ao termo esquílias (em latim: esquiliae), que significa exatamente "subúrbios".
Até a época de Augusto, a região que ficava acima do áger da muralha republicana era uma espécie de depósito de lixo gigante da cidade que abrigava também um cemitério e estava divida em uma área para os escravos e outra para os cidadãos mais pobres que tinha condições mínimas para viver num columbário. Rodolfo Lanciani descreve a descoberta de mais de setenta destes "pequenos postos" (em italiano: puticoli) na região da Estação Termini.
Depois da reorganização de Augusto, numa época de grande expansão da cidade e na qual ninguém imaginava que a poderosa Roma fosse um dia precisar de muralhas, debaixo de uma dezena de metros de terra para enterrar o solo pestilento e poluído, o áger da antiga muralha tornou-se uma espécie de passeio público no qual foi construído os Jardins de Mecenas, esplêndidos jardins que abrigava, entre outras edificações, a alta torre a partir da qual Suetônio conta que Nero teria assistido Roma queimar, e onde foi revelado, em 1874, o "Auditório de Mecenas". Este era parte de um complexo muito maior que foi demolido para abrir espaço para abrir espaço para novas construções, uma vez que a capital do novo império precisava de acomodações[1].
Até o período final do império, o Esquilino foi uma região de villas residenciais chamadas de "hortos", e não de casas populares. Durante toda a antiguidade, a população mais pobre preferia morar nas regiões mais baixas, onde o acesso à água era mais simples para quem não tinha escravos, como a Suburra.
Durante o período medieval, a região passou a ser habitada por várias ordens e conventos foram construídos no entorno de Santa Maria Maggiore. Depois do século XVII, as villas voltaram à região. Na Villa Palombara foi construída, na segunda metade deste século, a famosa Porta Alchemica, que hoje está nos jardins da piazza Vittorio Emanuele II.
Esta considerável persistência dos modos antigos na região foi completamente sufocada nos edifícios residenciais de hoje, completamente reconstruídos depois da unificação da Itália (1870) como um novo bairro habitacional para a nova classe empresarial (o "Novo Quartiere Esquilino"). Isto redefiniu as características arquitetônicas e urbanísticas do rione, que é um dos mais regulares de Roma, juntamente com o Prati.
Por sua banalidade e proximidade de uma área de infraestrutura industrial como a da Estação Termini, com seus vastos armazéns de serviço, este rione fica quase completamente fora do circuito turístico padrão, que geralmente só visitam o estritamente necessário: a basílica de Santa Maria Maggiore e a estação.
Vias e monumentos
editarAntiguidades romanas
editar- Anfiteatro Castrense
- Aqueduto de Nero
- Arco de Galiano
- Auditório de Mecenas
- Casa Tonda (demolido)
- Circo Variano
- Fórum Tauriano
- Hipogeu dos Aurélios
- Jardins Lamianos
- Jardins Licinianos
- Jardins Lolianos
- Jardins de Mecenas
- Jardins Maianos
- Jardins da Esperança Antiga (Horti Spei Veteris)
- Jardins Taurianos
- Jardins Torquatianos
- Lacus Orphei
- Necrópole do Esquilino
- Ninfeu de Alexandre
- Porta Maggiore
- Porta Tiburtina (Porta San Lorenzo)
- Sessório
- Templo de Minerva Medica
- Termas de Helena
- Túmulos republicanos na Via Statilia
Edifícios
editarPalácios e villas
editar- Palazzo della SIPO a Via Tasso (Museo Storico della Liberazione)
- Villa Altieri
- Villa Astalli
- Villa Gentili
- Villa Giustiniani Massimo
- Villa Palombara
- Villa Wolkonsky
Outros edifícios
editar- Estação Termini
- Collegium Russicum
- Monastero delle Viperesche
- Museo Nazionale degli Strumenti Musicali
- Museo Storico della Fanteria
- Museo Storico dei Granatieri di Sardegna
- Museo Storico della Liberazione
- Palazzo del Freddo Giovanni Fassi
- Pontifícia Universidade Antonianum
- Pontifício Instituto Oriental
- Pontifício Seminário Lombardo
- Teatro Ambra Jovinelli (Via Guglielmo Pepe, 45)
Igrejas
editar- Sant'Alfonso di Liguori all'Esquilino
- Sant'Antonio Abate all'Esquilino
- Sant'Antonio da Padova all'Esquilino
- Santa Bibiana
- Santa Croce in Gerusalemme
- Santissimo Crocifisso alla Stazione Termini
- Capella di Sant'Elena
- Sant'Eusebio
- Santa Margherita Maria Alacoque
- Santa Maria Immacolata all'Esquilino
- Santa Maria Addolorata all'Esquilino
- Santa Maria del Buon Aiuto nell'Anfiteatro Castrense
- Santa Maria Maggiore
- Oratorio di Santa Maria Immacolata della Concezione
- Cappella della Sacra Famiglia di Nazareth
- Santi Vito e Modesto
- Igrejas desconsagradas
- Igrejas destruídas
Referências
- ↑ Per la topografia antica del quartiere, in particolare nell'area di piazza Vittorio, si veda Barrano, Colli, Martines, Roma. Piazza Vittorio Emanuele II. Un nuovo settore degli Horti Lamiani' (em italiano)
Bibliografia
editar- Cerchiai, Claudia (1990). «RIONE XV. ESQUILINO». In: Newton Compton Editori. I Rioni e i Quartieri di Roma (em italiano). 5. Roma: [s.n.]
- Esquilino Pigneto. Due sistemi urbani a confronto (em italiano). Roma: EdUP. 2009. ISBN 978888421206-1 soft hyphen character character in
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at position 50 (ajuda) - Carlo Pietrangeli (1953). Pietrangeli, Carlo, ed. «Insegne e stemmi dei rioni di Roma». Roma: Tumminelli - Istituto Romano di Arti Grafiche. Capitolium. Rassegna di attività municipali (em italiano). ano XXVIII (6). Consultado em 14 de abril de 2019. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- Rendina, Claudio; Donatella Paradisi (2004). Newton Compton Editori, ed. Le strade di Roma (em italiano). 1. Roma: Rendina-Paradisi. ISBN 88-541-0208-3
Ligações externas
editar- «Esquilino» (em italiano). Roma Segreta
- «Fronteira do Rione Esquilino» (em inglês). GoogleMaps