Estação Ferroviária de Estarreja

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Estarreja é uma interface da Linha do Norte, que serve a localidade de Estarreja, em Portugal. Entrou ao serviço, de forma provisória, em 19 de Novembro de 1862,[3] tendo sido oficialmente inaugurado em 8 de Junho de 1863.[4]

Estarreja
Identificação: 38158 EST (Estarreja)[1]
Denominação: Estação Satélite de Estarreja
Administração: Infraestruturas de Portugal (norte)[2]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: B [2]
Linha(s): Linha do Norte (PK 287+421)
Altitude: 7 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°45′4.39″N × 8°34′31.71″W

(=+40.75122;−8.57548)

Mapa

(mais mapas: 40° 45′ 04,39″ N, 8° 34′ 31,71″ O; IGeoE)
Município: EstarrejaEstarreja
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Aveiro
Lis-Apolónia
  IC   Espinho
P-Campanhã
Braga
Aveiro
Figueira Foz
  IR   Ovar
Valença
Cacia
Coimbra
Lis-Apolónia
  R   Avanca
P-Campanhã
Salreu
Aveiro
  AV   Avanca
P-Campanhã
P-São Bento
Cacia
Aveiro
   

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
ETR
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Informações - Gabinete de Apoio ao Cliente Sala de espera Telefones públicos Elevadores Bar ou cafetaria Parque de estacionamento Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Lavabos
Endereço: Av. Visconde Salreu, s/n
PT-3860-353 Estarreja
Inauguração: 8 de junho de 1863 (há 161 anos)
Website:
Comboios de tipologias diversas circulando a norte da estação de Estarreja.

Descrição

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Localização e acessos

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A estação situa-se junto à localidade de Estarreja,[5] ao topo sudoeste da Avenida Visconde Salreu (=EN109-6), situando-se a cerca de maio quilómetro do centro da localidade (Paços do Concelho) e a norte da travessia ferroviária do Rio Antuã.[6]

Infraestrutura

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Esta interface apresenta seis vias de circulação, identificadas como I, II, III, I-A, II-A, e III-A, com comprimentos entre 393 e 667 m, respetivamente, sendo as três primeiras acessíveis por plataformas com 220 m de comprimento e 90 cm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como VI, com comprimento de 260 m; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[2]

Nominalmente adstrito a esta estação, como Ramal de Estação mas distante cerca de três quilómetros para norte, o Ramal Estarreja Amoníaco[1] (instalação n.º 78), gerido pela CUF - Químicos Industriais tem tipologia «Instalação de Uso Privativo»[2] (até 2023: «Linhas de Carga/Desc. DPF»)[7] e insere-se na da via aos PK 290+310 (no enfiamento a Estarreja; dep. n.º 38653) e 290+920 (no enfiamento a Válega; dep. n.º 38661);[1] a sua interface (cod. 131, dep. n.º 38190),[1] com serviço de mercadorias exclusivo à unidade fabril associada, está centrada ao PK 290+615[1] e apresenta quatro vias de circulação, numeradas de IA a IVA, com comprimentos entre 555 e 754 m, respetivamente; destas, a IVA encontra-se eletrificada apenas num curto segmento de 40 m, estando as restantes vias eletrificadas em toda a sua extensão.[2]

Serviços

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Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano, no serviço “Linha do Aveiro”, tipicamente com 19 circulações diárias em cada sentido entre Porto - São Bento ou Porto-Campanhã e Aveiro,[8] bem como de tipos regional/inter-regional, com três circulações diárias entre Coimbra ou Coimbra-B e Porto-Campanhã e apenas uma no sentido inverso,[9] e intercidades, com duas circulações diárias com destino a Lisboa - Santa Apolónia e apenas uma no sentido inverso.[10]

História

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Horários das Linhas do Norte e Leste em 1876, que inclui a estação de Estarreja.

Inauguração

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O troço da Linha do Norte entre o Entroncamento e Vila Nova de Gaia foi construído em duas frentes, a partir destas duas estações, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[11] O lanço entre as estações de Gaia e Estarreja entrou ao serviço de forma provisória em 19 de Novembro de 1862,[12] tendo sido aberto oficialmente em 8 de Junho de 1863.[4] O troço seguinte da Linha do Norte, até Taveiro, entrou ao serviço em 10 de Abril de 1864,[11] tendo o primeiro comboio em Taveiro saído da estação de Estarreja nesse dia.[13] Após a inauguração do troço até Taveiro, foram organizados serviços mistos entre Coimbra e Gaia, transitando por todas as estações neste troço, incluindo a de Estarreja.[14]

A estação foi construída junto ao centro da povoação, tendo sido considerada como um dos principais motores para o desenvolvimento de Estarreja.[15]

Século XX

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O orçamento da Companhia Real para 1903, apresentado em Dezembro de 1902, incluiu a ampliação das vias e das gares nesta estação.[16]

Em 26 de Novembro de 1906, foi duplicada a via férrea entre as estações de Estarreja e Espinho.[3]

Em 16 de Janeiro de 1909, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que a Companhia do Vouga estava interessada na construção de uma linha até Bestide, que teria início em Estarreja.[17]

Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Salreu, Albergaria-a-Nova, Albergaria-a-Velha, Arcozelo das Maias, Foz, Mouquim, Oliveira de Azeméis, Oliveira de Frades, Pessegueiro do Vouga, Ribeiradio, São Pedro do Sul, Termas de D. Amélia, Souto de Lafões, Valmaior, Carvoeiro, Vila Chã, Viseu, e Vouzela.[18]

 
Horário da Linha do Norte em 1933, que inclui Estarreja.

Em 1 de Agosto de 1926, a Empreza de Transportes da Murtosa inaugurou um serviço rodoviário para o transporte de passageiros, mercadorias e bagagens, entre a gare de Estarreja e o despacho central em Pardelhas, servindo pelo caminho as localidades de Veiros, Santa Luzia, Monte e Murtosa[19][20] Em Junho de 1934, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses inaugurou um serviço próprio de camionagem, entre a gare de Estarreja e a localidade de Murtosa, onde foi instalado um despacho central.[21] Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação e melhoramento no edifício de passageiros desta estação.[22]

Em 24 de Setembro de 1954, três comboios colidiram na estação, provocando grandes estragos no material circulante, e nas vias e nas plataformas de passageiros, tendo apenas ficado ligeiramente ferido um dos maquinistas.[23] O inquérito subsequente apurou que o factor da estação tinha dado indevidamente avanço ao comboio de serviço J-1, provocando a colisão com o comboio M-30309 que estava em manobras; dois vagões descarrilaram para cima da linha geral, onde estava a entrar, a grande velocidade, o comboio recoveiro n.º 52, do qual descarrilaram a locomotiva, o furgão e dezoito vagões.[23] Num artigo de 1955 da Gazeta dos Caminhos de Ferro, o jornalista Rogério Torroais Valente relatou que a esta estação era uma das que tinham mais movimento nos seus ramais particulares, com expedições de 18 791 t em 1375 vagões, e chegadas de 16 418 t em 1115 vagões.[24]

 
Unidades fabris abandonadas contíguas à estação de Estarreja e servidas por via de resguardo, já desmantelada em 2019.

Século XXI

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Em Janeiro de 2011, tinha seis vias de circulação, com comprimentos entre os 448 e 632 m; as plataformas apresentavam todas 220 m de extensão e 90 cm de altura[25] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[2]

Ver também

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CP Urbanos do Porto

(Serv. ferr. suburb. de passageiros no Grande Porto)
Serviços:   Aveiro  Braga
  Marco de Canaveses  Guimarães


(b) Ferreiros 
         
 Braga (b)
(b) Mazagão 
         
 Guimarães (g)
(b) Aveleda 
         
 Covas (g)
(b) Tadim 
         
 Nespereira (g)
(b) Ruilhe 
         
 Vizela
(b) Arentim 
         
 Pereirinhas (g)
(b) Cou.Cambeses 
         
 Cuca (g)
(m)(b) Nine 
         
 Lordelo (g)
(m) Louro 
         
 Giesteira (g)
(m) Mouquim 
         
 Vila das Aves (g)
(m) Famalicão 
         
 Caniços (g)
(m) Barrimau 
           
 Santo Tirso (g)
(m) Esmeriz 
 
   
 
 
 
       
 Cabeda (d)
(m)(g) Lousado 
               
 Suzão (d)
(m) Trofa 
               
 Valongo (d)
(m) Portela 
               
 S. Mart. Campo (d)
(m) São Romão 
               
 Terronhas (d)
(m) São Frutuoso 
               
 Trancoso (d)
(m) Leandro   Rec.-Sobreira (d)
(m) Travagem 
               
 Parada (d)
(m)(d) Ermesinde 
               
 Cête (d)
(m) Palmilheira 
 
 
 
 
       
 Irivo (d)
(m) Águas Santas 
 
 
 
 
         
 Oleiros (d)
(m) Rio Tinto 
               
 Paredes (d)
(m) Contumil 
               
 Penafiel (d)
(m)(n) P.-Campanhã 
       
 
   
 Bustelo (d)
 
         
 
 
 Meinedo (d)
(m) P.-São Bento   General Torres (n)
 
       
 
 
 Caíde (d)
(n) Gaia 
       
 
 
 Oliveira (d)
(n) Coimbrões 
     
 
   
 Vila Meã (d)
(n) Madalena 
 
 
       
 Livração (d)
(n) Valadares 
           
 Recesinhos (d)
(n) Francelos 
           
 M.Canaveses (d)
(n) Miramar 
         
 Aveiro (n)
(n) Aguda 
         
 Cacia (n)
(n) Granja 
         
 Canelas (n)
(n) Espinho 
         
 Salreu (n)
(n) Silvalde 
         
 Estarreja (n)
(n) Paramos 
         
 Avanca (n)
(n) Esmoriz 
         
 Válega (n)
(n) Cortegaça 
         
 Ovar (n)
 
         
 Carv.-Maceda (n)

Referências

  1. a b c d e f (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b c d e Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  3. a b NONO, Carlos (1 de Novembro de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1485). p. 655-656. Consultado em 19 de Março de 2017 
  4. a b NONO, Carlos (1 de Junho de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1475). p. 381-382. Consultado em 19 de Março de 2017 
  5. «Estarreja» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 63 (1513). 1 de Janeiro de 1951. p. 485. Consultado em 21 de Março de 2017 
  6. «Cálculo de distância pedonal (40,75117; −8,57522 → 40,75227; −8,57005)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 18 de dezembro de 2023 : 534 m: desnível acumulado de +18−2 m
  7. Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  8. Comboios Urbanos : Porto ⇄ Aveiro («horário em vigor desde 06 julho a 03 setembro de 2023»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  9. Horário Comboios Regionais : Coimbra ⇄ Aveiro ⇄ Porto («Horário em vigor desde 17 setembro 2023»)
  10. Alfa Pendular : Intercidades : Lisboa ⇄ Norte («horário em vigor desde 28 maio 2023»)
  11. a b TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  12. MARTINS et al, 1996:243
  13. NONO, Carlos (1 de Abril de 1949). «Efemérides ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1471). p. 245-246. Consultado em 19 de Março de 2017 
  14. «Escada Rolante: Há 104 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 81 (1931). 16 de Novembro de 1968. p. 152. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  15. «Estarreja» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1614). 16 de Março de 1955. p. 51. Consultado em 21 de Março de 2017 
  16. «Orçamento da Companhia Real» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (361). 1 de Janeiro de 1903. p. 6-7. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  17. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1229). 1 de Março de 1939. p. 158-159. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  18. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 2 de Março de 2018 
  19. «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 39 (927). 1 de Agosto de 1926. p. 236. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  20. «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 39 (928). 16 de Agosto de 1926. p. 255. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  21. «Direcção Geral de Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1117). 1 de Julho de 1934. p. 335. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  22. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 8 de Abril de 2014 
  23. a b «O Descarrilamento do "Rápido" do Algarve» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1605). 1 de Novembro de 1954. p. 305-309. Consultado em 30 de Dezembro de 2016 
  24. VALENTE, Rogério Torroais (1 de Outubro de 1955). «Os ramais particulares da rede ferroviária portuguesa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1627). p. 341-344. Consultado em 23 de Março de 2017 
  25. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 

Bibliografia

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  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 

Leitura recomendada

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  • CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4 
  • QUEIRÓS, Amílcar (1976). Os Primeiros Caminhos de Ferro de Portugal: As Linhas Férreas do Leste e do Norte. Coimbra: Coimbra Editora. 45 páginas 
  • SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas 
 
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Ligações externas

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