Apeadeiro de Miramar

apeadeiro em Portugal

O apeadeiro de Miramar, originalmente denominado de Gulpelhares,[3][4] é uma gare da Linha do Norte, que serve a localidade de Miramar, no concelho de Vila Nova de Gaia, em Portugal.

Miramar
Identificação: 39073 MMR (Miramar)[1]
Denominação: Apeadeiro de Miramar
Administração: Infraestruturas de Portugal (norte)[2]
Classificação: A (apeadeiro)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha do Norte (PK 323+815)
Altitude: 15 m (a.n.m)
Coordenadas: 41°4′3.25″N × 8°38′58.53″W

(=+41.06757;−8.64959)

Mapa

(mais mapas: 41° 04′ 03,25″ N, 8° 38′ 58,53″ O; IGeoE)
Município: Vila Nova de GaiaVila Nova de Gaia
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Aguda
Lis-Apolónia
  R   Francelos
P-Campanhã
Aguda
Aveiro
Ovar
  AV   Francelos
P-São Bento
Aguda
Ovar
    Francelos
P-Campanhã

Coroa: S3 VNG8
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
1002 15
Serviço de táxis
Serviço de táxis
VNG
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetesAcesso para pessoas de mobilidade reduzida
Endereço: Rua Moreira Lobo, s/n
Miramar
PT-4410-316 Arcozelo VNG
Website:
Alpendres do edifício de passageiros.

Descrição

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Localização e acessos

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Este apeadeiro está situado junto à Rua de Moreira Lobo, no concelho de Vila Nova de Gaia.[5]

Infraestrutura

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Como apeadeiro em linha em via dupla, esta interface apresenta-se nas duas vias de ciculação (I e II) cada uma acessível por sua plataforma — ambas de 150 m de comprimento e com 90 cm de altura.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Campanhã).[6]

Serviços

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Miramar é utilizado pelos serviços urbanos do Porto da operadora Comboios de Portugal.[7]

História

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 Ver artigo principal: História da Linha do Norte
 
Vista do apeadeiro, em 2010.

O tramo entre Vila Nova de Gaia e Estarreja da Linha do Norte foi inaugurado pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses no dia 8 de Julho de 1863.[8] Embora inicialmente só estivessem previstas três estações (Devesas, Valadares e Granja), as festividades do Senhor da Pedra justificaram, logo em 1864, o estabelecimento de circulações extraordinárias de comboios nos dias de festas, entre as Devesas e a passagem de nível situada ao quilómetro 324,55 — atualmente designada passagem de nível das Moutadas.[9] Em 1901 é criado o apeadeiro de Gulpelhares, algumas centenas de metros a sul desta passagem de nível, imediatamente a norte da passagem de nível da estrada de Arcozelo ao Senhor da Pedra (atual Avenida de Vasco da Gama),[9] referindo-se nominalmente à povoação de Gulpilhares, situada a nordeste do local. No ano seguinte, é inaugurada a segunda via de caminho de ferro entre as Devesas e a Granja, passando o apeadeiro a contar com duas plataformas de 100 m de comprimento. A sul da passagem de nível é erguida uma pequena casa do guarda. Em 1905, o apeadeiro altera a sua designação de Gulpilhares para Mira e, em 1910, para Miramar.[9]

A crescente afluência de população à Praia de Miramar e a pressão da sua comissão de melhoramentos, levou o Governo a aprovar a construção de um novo edifício, no local da casa do guarda. O projeto data de 1926 e é assinado pelo arquiteto Fernando Perfeito de Magalhães — autor de diversos projetos de construção ou ampliação de estações, tais como, Aveiro, Caldas da Rainha, Santarém e Vila Franca de Xira — e previa um posto de socorros, no topo sul, seguindo-se para norte, duas divisões abertas para entrada e saída de passageiros, bilheteiras, telégrafo, vestíbulo e uma arrecadação. A sul, foi erguida uma pequena edificação destinada a retretes. A inauguração dos edifícios do apeadeiro de Miramar ocorreu no dia 1 de junho de 1928, a tempo das festividades do Senhor da Pedra.[9]

 
Passagem de nível a norte do apeadeiro.

Recorrendo a uma linguagem eclética, o apeadeiro de Miramar é um edifício ímpar na arquitetura ferroviária, incluindo detalhes de alegadas tradições locais: frontões contracurvados, chaminés, alpendres e diversos elementos revivalistas. Preserva ainda grande parte da sua autenticidade, apesar da zona mais a norte, inicialmente reservada à saída de passageiros, ter sido fechada para a criação de um quiosque. As bilheteiras encerraram na década de 1980 e os comboios têm atualmente um novo ponto de paragem, a sul das retretes, onde foram construídos novos abrigos e uma plataforma mais elevada, na primeira década de século XXI. No verão de 2018, foram realizados trabalhos de manutenção e requalificação de todo o espaço.[9]

CP Urbanos do Porto

(Serv. ferr. suburb. de passageiros no Grande Porto)
Serviços:   Aveiro  Braga
  Marco de Canaveses  Guimarães


(b) Ferreiros 
         
 Braga (b)
(b) Mazagão 
         
 Guimarães (g)
(b) Aveleda 
         
 Covas (g)
(b) Tadim 
         
 Nespereira (g)
(b) Ruilhe 
         
 Vizela
(b) Arentim 
         
 Pereirinhas (g)
(b) Cou.Cambeses 
         
 Cuca (g)
(m)(b) Nine 
         
 Lordelo (g)
(m) Louro 
         
 Giesteira (g)
(m) Mouquim 
         
 Vila das Aves (g)
(m) Famalicão 
         
 Caniços (g)
(m) Barrimau 
           
 Santo Tirso (g)
(m) Esmeriz 
 
   
 
 
 
       
 Cabeda (d)
(m)(g) Lousado 
               
 Suzão (d)
(m) Trofa 
               
 Valongo (d)
(m) Portela 
               
 S. Mart. Campo (d)
(m) São Romão 
               
 Terronhas (d)
(m) São Frutuoso 
               
 Trancoso (d)
(m) Leandro   Rec.-Sobreira (d)
(m) Travagem 
               
 Parada (d)
(m)(d) Ermesinde 
               
 Cête (d)
(m) Palmilheira 
 
 
 
 
       
 Irivo (d)
(m) Águas Santas 
 
 
 
 
         
 Oleiros (d)
(m) Rio Tinto 
               
 Paredes (d)
(m) Contumil 
               
 Penafiel (d)
(m)(n) P.-Campanhã 
       
 
   
 Bustelo (d)
 
         
 
 
 Meinedo (d)
(m) P.-São Bento   General Torres (n)
 
       
 
 
 Caíde (d)
(n) Gaia 
       
 
 
 Oliveira (d)
(n) Coimbrões 
     
 
   
 Vila Meã (d)
(n) Madalena 
 
 
       
 Livração (d)
(n) Valadares 
           
 Recesinhos (d)
(n) Francelos 
           
 M.Canaveses (d)
(n) Miramar 
         
 Aveiro (n)
(n) Aguda 
         
 Cacia (n)
(n) Granja 
         
 Canelas (n)
(n) Espinho 
         
 Salreu (n)
(n) Silvalde 
         
 Estarreja (n)
(n) Paramos 
         
 Avanca (n)
(n) Esmoriz 
         
 Válega (n)
(n) Cortegaça 
         
 Ovar (n)
 
         
 Carv.-Maceda (n)

Ver também

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Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  3. Tarifa Porto AveiroGazeta dos Caminhos de Ferro 337 (1902)
  4. Chapuy: “Bilhetes por preços reduzidosGazeta dos Caminhos de Ferro 337 (1902.01.01)
  5. «Miramar - Linha do Norte». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 25 de Maio de 2018 
  6. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  7. «Estação de Miramar». Comboios de Portugal. Consultado em 25 de Maio de 2018 
  8. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 25 de Abril de 2014 
  9. a b c d e MÊDA, Pedro (dezembro de 2018). «O apeadeiro de Miramar e suas dependências». Boletim da Associação Cultural Amigos de Gaia (87): 8-13 

Leitura recomendada

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  • QUEIRÓS, Amílcar (1976). Os Primeiros Caminhos de Ferro de Portugal: As Linhas Férreas do Leste e do Norte. Coimbra: Coimbra Editora. 45 páginas 
  • RIBEIRO, Manuel; RIBEIRO, José da Silva (2008). Os Comboios em Portugal: Do Vapor à Electricidade. Volume 4 de 5. Lisboa: Terramar - Editores Distribuidores e Livreiros, Lda. 238 páginas. ISBN 9789727104161 
  • SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas 

Ligações externas

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