Língua kanoê

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A língua Kanoê, também algumas vezes referida como Kapixaná (Kapishana) ou Kapixanã, é falada atualmente por apenas cinco pessoas, remanescentes de uma ou duas tribos indígenas de igual autodenominação, que vivem relativamente dispersos na região sul do Estado de Rondônia, Brasil, na fronteira com a Bolívia.

Kanoê

Kapixaná

Falado(a) em: Rondônia
Total de falantes: 5
Família: Língua isolada
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: kxo

Em termos de genealogia, o Kanoê tem sido classificado como uma língua “isolada”, ou seja, sem parentesco linguístico reconhecível com outras línguas indígenas;[1][2] A língua, conforme pesquisas anteriores,[3] é uma língua com alto risco de extinção a curto prazo, devido diversos fatores, dentre os quais se destacam: 1) a baixa quantidade de falantes e a idade avançada dos mesmos. 2) o processo de perda cultural, histórica, e social que os Kanoê sofrem desde o avanço do agronegócio sobre o estado de Rondônia.

Região e tribos falantes

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Os falantes de Kanoê pertencem a dois grupos. O primeiro grupo, em um elevado estágio de perda traumática e irreversível da identidade etnocultural e linguística, além de destribalização, pela absorção gradual e contínua de traços e valores da cultura opressora, é composto de aproximadamente 97 pessoas, das quais apenas três idosos ainda falam o Kanoê. Quanto aos demais, alguns adultos são bilíngues em Português e uma outra língua indígena eventualmente, ao passo que os jovens são monolíngues em Português. O segundo grupo, descoberto em 1995, hoje está reduzido a uma única família de dois adultos monolíngues em Kanoê, e um adolescente, últimos remanescentes de uma aldeia Kanoê, que recebia a denominação de “Cabeça Seca”, conforme os relatos coletados para as análises linguísticas.[3]

O primeiro grupo, denominado Kanoê de Deolinda-Rio Guaporé, apresenta um alto grau de inculturação, ou seja, os indivíduos são índios conforme a lei, são tutelados e recebem o apoio da FUNAI - Fundação Nacional do índio, entretanto o grupo já perdeu sua identidade linguística e suas tradições culturais, além da referência do próprio território. Contudo, os índios ainda têm consciência de que são uma etnia indígena, um povo unido por uma origem em comum e vínculos de parentesco.  

Em 2002, dentre os Kanoê de Deolinda-Rio Guaporé, havia apenas três falantes da língua nativa: Teresa Kanoê, na época da documentação com aproximadamente 74 anos, que vivia em Guajará-Mirim. Júlio Kanoê, também septuagenário, que habitava na Área Indígena de Sagarana; e Francisco Kanoê, o mais idoso, com mais ou menos 75 anos, morador da Área Indígena do Rio Guaporé. Esses falantes são potencialmente bilíngues em Português e Kanoê, mas onde e como viviam não havia mais uma situação social em que podiam falar sua língua nativa. Esse primeiro grupo vive relativamente disperso, entre a cidade de Guajará-Mirim, e a maioria ao longo da margem direita do rio Guaporé, a maioria em parques e áreas indígenas.

O segundo grupo, isolado, denominados “Kanoê isolados do Omeré”, são reduzidos a apenas 3 pessoas de uma única família, constituída por Txinamanty, uma mulher de estimados 30 anos; seu irmão, Purá, aparentando 27 anos; e um adolescente, nascido no início de 2002. Essa família é monolíngue em Kanoê. Os “isolados do Omeré”, refugiaram-se numa reserva de floresta dentro da área de uma fazenda, e conseguiram viver apartados do contato direto com o homem “civilizado” e com outros grupos indígenas, salvo com os Akuntsum, único grupo indígena vizinho, que também vivia apartado. Assim, durante muito tempo os Kanoê de Deolinda-Rio Guaporé não sabiam da existência dos “isolados do Omeré”, assim como estes não sabiam da existência daqueles.

História da língua e do povo Kanoê

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Em 1984, madeireiros que trabalhavam na fazenda Yvipytã comunicaram à FUNAI um primeiro contato com índios desconhecidos, que teriam disparado flechas contra eles. Em 1985, Marcelo dos Santos encontrou vestígios da presença dos índios e evidências de um possível massacre na área da mesma fazenda.[4] Em 1986, Marcelo conseguiu que a FUNAI, os Ministérios do Interior e da Justiça interditassem a área para fins de pesquisa; mas, por outro lado, o proprietário das terras também agiu no plano federal e obteve a reintegração de posse da fazenda ainda em formação. Quando os técnicos indigenistas retornaram para mais uma inspeção, encontraram muitos homens e tratores trabalhando no desmatamento e no plantio de pastos: boa parte da área já havia sido destruída rapidamente, inclusive os locais nos quais havia vestígios de presença indígena.

Marcelo e Altair decidiram continuar sigilosamente as investigações e, apoiando-se em fotos de satélites, que indicavam algumas pequenas clareiras nas reservas de mata, levantaram a hipótese de serem roças indígenas. De fato, com ajuda de alguns índios Nambikwara, os técnicos fizeram várias expedições, nas quais encontravam roças indígenas, mas nunca os próprios índios.  

No final de agosto de 1995, respaldado por liminar judicial, Marcelo dos Santos e seus auxiliares conseguiram realizar nova expedição até que, após quatro dias de investigações na floresta, conseguiram chegar à aldeia dos Kanoê, a mais ou menos 20 km do local onde anteriormente haviam encontrado os indícios de presença indígena. O grupo foi finalmente contatado em 3 de setembro de 1995 pelos técnicos indigenistas Marcelo dos Santos, o chefe da expedição, e Altair Algayer, ambos da FUNAI, depois de dez anos de investigações.

Por meio da linguagem gestual e da oferta de presentes, Marcelo dos Santos e sua equipe conseguiram a aproximação com os Kanoê isolados, sem, no entanto, terem condições de identificá-los como tais. Os momentos emocionantes do primeiro contato foram registrados pelo fotógrafo Marcos Mendes, da Agência Estado, e documentados em vídeo pelo cinegrafista Vincent Carelli, cinegrafista do CTI – Centro de Trabalho Indigenista. Apesar das limitações da comunicação gestual, Marcelo e Altair compreenderam que os Kanoê estavam indicando a presença de outro grupo indígena na mesma área, aos quais se referiam como “Akuntsum”.

Com efeito, um mês depois, a expedição conseguiu estabelecer contato com o grupo referido como Akuntsum pelos Kanoê. Mais tarde, coordenando sua equipe, Marcelo dos Santos[5][6] descobriu a existência de um único índio, o “isolado do Tanaru”, cuja língua e identificação étnica ainda são desconhecidas, vivendo em outra área não desmatada de uma fazenda, ainda absolutamente arredio ao contato com o homem branco. Foram feitas várias tentativas de aproximação, com a participação de alguns intérpretes de outras línguas indígenas regionais, inclusive Kanoê, mas foram todas frustradas. Esse índio não respondeu às tentativas e mostrou-se hostil às possibilidades de contato.[7]

A primeira grande surpresa em relação aos “Kanoê do Omeré” foi o fato de os mesmos não andarem efetivamente nus e usarem vários colares multicoloridos feitos com material plástico. Além disso, nunca se apresentavam sem estarem usando um chapéu típico, do mesmo formato do chapéu do homem branco, porém confeccionado com talas vegetais de palmeira entrelaçadas e, na aba, fitas de lona plástica preta. Usavam algumas peças de roupas em tecido industrial, as quais eles mesmos confeccionaram com relativo esmero. Some-se a isso que, na aldeia, foram encontrados alguns utensílios tais como garfos e facas de metal, vasilhame de alumínio e embalagens plásticas de produtos diversos. Esses utensílios, restos de acampamentos de madeireiros, seringueiros e palmiteiros, teriam sido coletados pelos Kanoê nas incursões pela floresta.

A segunda grande surpresa foi o fato de os Kanoê terem feito uma cerca de madeira quase intransponível no meio da floresta, separando o seu território do território dos Akuntsum. A relação entre os dois grupos indígenas isolados nem sempre foi muito amistosa e sempre difícil por não falarem uma língua comum. Pelo que Marcelo dos Santos pôde resgatar, através de Munuzinho Kanoê como intérprete, Tutuá Kanoê insistia em aproximar seus filhos dos Akuntsum, na esperança que Babá, o cacique, cedesse uma das moças – uma menina de aproximadamente 15 anos, para esposa de seu filho Purá. Ao mesmo tempo, Tutuá esperava que sua filha Txinamanty e sua sobrinha Aimoró se engravidassem ou de Pupaki, o único rapaz Akuntsum, ou do próprio cacique Babá. Mas as tentativas eram frustradas. Toda vez que se aproximavam, acabavam surgindo atritos e ameaças de morte em relação aos Kanoê, o que acabou fatalmente acontecendo: por ser mais nervosa e agressiva em relação a eles, Aimoró foi assassinada pelos Akuntsum, em meados de 1997. Essa morte abalou ainda mais as já estremecidas relações entre os Kanoê e os Akuntsum.

Segundo Altair Algayer, com a morte de Aimoró, os Kanoê tornaram-se relativamente mais tristes do que já eram, pois a moça tinha um espírito mais alegre e festivo. Era ela quem organizava alguns rituais que os Kanoê ainda mantinham. O problema das desavenças continuou, apesar de a família Kanoê insistir em aproximar-se mais e tentar uma convivência pacífica com os Akuntsum, as ameaças continuavam. Para minimizar o problema e evitar mais mortes, os técnicos da FUNAI intervieram e sugeriram aos Kanoê que mudassem sua aldeia para a outra reserva de floresta, do lado oposto, à margem esquerda do rio Omeré, aproximadamente a 3 km do acampamento.

História da documentação do Kanoê

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Provavelmente o documento mais antigo não publicado acerca da língua Kanoê é o Vocabulário das tribos Massacá, Salamãi, Coaiá e Canoê, de Estanislau Zack.[8] Em relatório de expedição da Comissão Rondon, Zack apresenta uma lista de itens lexicais, comparando os vocabulários das línguas Aikanã, Kwaza, Kanoê e Salamãi, adaptando o material fonético dessas línguas à ortografia do Português. No que se refere ao Kanoê, houve uma avaliação dos 201 dados. O autor conseguiu transcrever muitos itens com relativa margem de fidelidade, o que torna o documento ainda mais valioso.

Becker-Donner[9] apresenta 280 itens lexicais e algumas notas relativas a um possível quadro das vogais e consoantes do Kanoê. Embora haja certa margem de fidelidade nas transcrições (fonéticas), há também equívocos, o que absolutamente não desmerece o trabalho da antropóloga austríaca. Porém, a limitação do corpus restringe não só a análise fonológica, mas também estudos relativos à morfologia, à sintaxe e a outros aspectos da estrutura e da funcionalidade da língua.

Tão valiosos quanto o de Becker-Donner,[9] outros documentos são uma lista de 70 itens lexicais, sob o subtítulo Kapišanã’, por Curt Nimuendajú,[10] cujos dados foram elicitados em 1928, e um manuscrito de Bontkes[11] contendo 341 itens, que compõem uma amostra do léxico Kanoê, ainda que alguns equívocos de interpretação e de transcrição fonética dos dados elicitados sejam observáveis.

Loukotka[12] discorre sobre o possível parentesco entre línguas da bacia do Madeira, tratando Kanoê e Kapišana como línguas distintas. Posteriormente, Loukotka[13] retoma essa distinção, baseando-se apenas em 16 itens extraídos dos documentos de Becker-Donner. A análise dos dados Kanoê apresentados revela alguns equívocos de elicitação ou transcrição, uma vez que possessivo de 1PS (1ª pessoa do singular) [ɲa] /ña/, transcrito nya-, aparece aglutinado ao nome que determina, gerando uma suposta diferença com os dados de Kapišana. Por exemplo, para “boca” aparecem i-kerá em Kapišana e estranhamente muin-gärä, em Kanoê. Na verdade, o que o informante provavelmente disse foi [ikɛ'ɾa] /ikera/ “lábio” e [ɲa ikɛɾa] /ña ikera/ “meu lábio”, pois, em Kanoê, a palavra para “boca” é [i'a] /ia/.  Para “língua”, aparecem i-táu, em Kapišana, e nyai-tal, em Kanoê, cuja tradução exata é [ɲa i'taw]  /ña itaw/ “minha língua”. Parece haver um equívoco nessa transcrição, pois é estranha a ocorrência de [l], já que, em mais de sete mil dados coletados de estudos posteriores, não houve nenhum caso de realização desse contóide.

Outros dados apresentam problemas similares, de tal forma que a comparação das duas listas o induziram a postular duas línguas distintas, mas muito aparentadas. Em outro trabalho, Loukotka[14] reafirma a condição de isolamento do Kanoê em relação às famílias e troncos linguísticos sul-americanos e apresenta 13 itens lexicais, num quadro comparativo com outras línguas vizinhas.  

Rodrigues[1] apresenta uma pequena amostra de 16 itens do léxico Kanoê, entre os quais seis, relativos a partes ou a órgãos do corpo humano, são transcrições apenas aproximadas. Mencionando o trabalho de Nimuendajú, Tovar[15] apenas registra a existência da língua, como fazem Pottier[16] e Asher.[17]

Price[18] levanta a hipótese de o Kanoê estar relacionado à família Nambikwára, mas, em trabalho posterior,[19] comparando vocabulários Sabanê e Kanoê, refuta tal possibilidade. Em Pottier[16] (p. 422 e 441), aparecem Canoé, indexada como língua Tupí-Guaraní, e Kanoé, como língua Tuparí. Por sua vez, Montserrat[20] (p. 102) faz menção ao Kanoê como língua isolada e à dispersão de seus últimos falantes. Grimes[21] somente a cita como língua já extinta.  

Outras referências esparsas à língua são encontradas em Campbell[22] (p. 173, 327), como Kapixaná e Capixana. Dixon & Aikhenvald[23] (p.20) fazem apenas uma menção ao Kanoê como língua sobre a qual nada podem afirmar, por não possuírem mais informações. Em As línguas amazônicas hoje, de Queixalós & Renault-Lescure (orgs.), Rodrigues[1] (p. 20-21) e Adelaar[2] (p. 34) referem-se ao Kanoê como língua isolada ou família de uma única língua no panorama das línguas amazônicas. Porém, no Ethnologue Language Family Index, versão eletrônica do Ethnologue: Languages of the World, editado por Grimes & Grimes,[21] o Kanoê aparece relacionado ao tronco Tupí como língua da família Tuparí.

Como língua Tuparí, também aparece em Maldi Meireles (1991) e em Povos Indígenas no Brasil — 1991/1995 (1996), editado pelo Instituto Socioambiental, mas, em artigo disponível no site do mesmo Instituto, Rodrigues (1996)[24] reafirma o Kanoê (Kapixaná) como língua única de uma família de mesmo nome.  

Como se observa, em boa parte dessas fontes de referência, há, no mínimo, uma série de equívocos decorrentes da confusão gráfica, geográfica e etnológica entre Canoé (Guarategaja? Koaratira? Amniapé? Mekéns? Canoeé?), uma língua já extinta, provavelmente um subgrupo Tupí-Tuparí, e o Kanoê ou Kanoä, língua “isolada”, dada a homonímia entre esses nomes tribais. Para citar um caso, Becker-Donner[9] (1955: 286, 287, 298-304), grafa Kanoä, mas no mapa do mesmo trabalho, registra Canoeé (p. 297), e, em trabalho posterior (p. 147-149),[25] refere-se a Canoé e a Kapishana. Para citar mais um exemplo, leia-se a observação de Melatti (1996)[26]: “A língua dos canoês é incluída por Maldi (1991) na família tupari na p. 215, ao referir-se à classificação de Aryon Dall’Igna Rodrigues, porém considerada língua isolada na p. 217. Pelo menos uma parte dos índios que estão nos primeiros contatos no igarapé Omerê, entendem a língua canoê”.

Essa confusão também decorre do fato de os dois povos terem habitado áreas muito próximas, na região sul de Rondônia, como atestam os mapas histórico-etnográficos de Becker-Donner (1955),[9] Caspar (1975), Nimuendajú (1981)[27] e Price (1978).[18] No entanto, pode-se assegurar aqui que os Kanoê desconhecem quaisquer outras denominações tribais a eles atribuídas. Logo, diante de tal confusão etnológica e terminológica, salvo as de Rodrigues (1986, 1997),[24][1] as demais tentativas de classificação do Kanoê são tidas pela comunidade acadêmica como precipitadas ou equivocadas.

Os estudos linguísticos específicos sobre o Kanoê começaram a ser desenvolvidos a partir de 1990, na Universidade de Brasília, sob a orientação do Prof. Dr. Aryon Dall’Igna Rodrigues. Bacelar (1992),[28] sob a forma de Dissertação de Mestrado, apresentou uma análise fonológica preliminar, com base em 615 dados colhidos em trabalho de campo em 1991, tendo como informantes dois falantes remanescentes do Kanoê. Outros trabalhos de documentação linguística do Kanoê foram desenvolvidos por Bacelar.[29][30]

Bacelar & Pereira (1996)[30] tecem algumas considerações iniciais sobre alguns aspectos morfossintáticos do Kanoê e Bacelar & Silva Jr. (1996)[31] abordam a negação e o fenômeno da litotes. Bacelar esboçou um primeiro estudo sobre as classes de palavras e, ainda em 2000, elaborou uma cartilha para subsidiar a assistência médico-odontológica no Omeré.

Quanto a citações não linguísticas, Mindlin (1995),[32] em duas antologias de mitos indígenas regionais, inclui versões de duas narrativas míticas feitas por Francisco Kanoê, um dos últimos falantes da língua. No mapa Povos Indígenas do Brasil e Presença Missionária, do CIMI – Conselho Indigenista, o Kanoê aparece indicado pelo número 172, com uma estimativa de 20 falantes.

Família linguística

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O Kanoê é uma língua “isolada”, ou seja, sem parentesco linguístico reconhecível com outras línguas indígenas. Portanto, atualmente, a família linguística do Kanoê é a própria língua Kanoê. Diversos pesquisadores, ao longo dos anos, tentaram relacionar o Kanoê com outras línguas e famílias linguísticas. Greenberg tentou relacioná-la ao Kunsa (Atakama), uma língua extinta, que outrora foi falada por nativos na Bolívia e no Chile. Ademais, Greenberg[33] (p. 94-98), apresentou algumas evidências para postular a classificação do Kanoê, nomeado no estudo como Capixana, como língua relacionada ao tronco Macro-Tucano. Essas evidências são, entretanto, fundamentadas em apenas 15 itens, extraídos da obra “Notizen über einige Stämme an den rechten Zuflüssen des Rio Guaporé”, datada de 1955, e escrita por Etta Becker-Donner. Bacelar (2004),[3] entretanto, identificou em sua obra alguns desvios de tradução fonética, ou ainda de interpretação dos dados linguísticos.

Descontados esses equívocos, as evidências apontadas por Greenberg ficam reduzidas a menos de uma dezena de itens lexicais, o que parece ser insuficiente para se assegurar a classificação do Kanoê como língua Macro-Tucano. Aliás, há controvérsias quanto a essa classificação, pois outros pesquisadores também classificaram o Kanoê como língua proveniente de outras famílias. Para Swadesh,[34] o Kapishana (Kanoê) se classifica como língua macro-Páezana. Na reclassificação de Kaufman[35] (1990: 34, 48-49, 55), o Kapishaná (Kanoê) seria integrante provavelmente do tronco Kunsa-Kapishaná, mais precisamente uma língua macro-Chibchana, ao lado do Jeoromitxi (Jabuti), do Tarasako e da família Nambikwára.

Fonética e Fonologia

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Fonemas consonantais

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[3]

Bilabial Alveolar Palatal Velar
Plosivo p t k
Nasal m n ɲ
Fricativo v h
Africado t͡s
Tepe r
Aproximante w j

Fonemas vocálicos

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[3]

Anterior Central Posterior
Fechada i ĩ ɨ ɨ̃ u ũ
Média e ẽ o õ
Aberta æ æ̃ a ã

Tonicidade e prosódia do Kanoê

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O Kanoê é fonologicamente uma língua não-tonal, uma vez que não existem pares mínimos que assegurem a funcionalidade do tom no plano fonológico. O tom alto, incidindo sobre um vocábulo ou sobre a raiz verbal, pode ocorrer e geralmente ocorre, apenas dos pontos de vista fonético, discursivo e pragmático, sem que haja qualquer implicação fonológica transparente.[3]

Em Kanoê, a entoação frasal tem força ilocucionária na expressão dos modos verbais, tais como o declarativo, o interrogativo, o imperativo, o exortativo etc. Assim, a propriedade modal, inerente ao conteúdo semântico da frase, é dada por uma entoação específica.  

Além disso, como em outras línguas, a entoação Kanoê tem ainda função de atribuir ao enunciado um caráter de emotividade, expressividade ou afetividade, exprimindo estados de emoção tais como alegria, tristeza, raiva, ironia, dependendo do contexto situacional ou ‘moldura’ (‘frame’), em que as frases são proferidas. Assim, às variações de altura do tom somam-se os eventuais alongamentos vocálicos, ou ainda fenômenos expressivos como os de ênfase ou relevo, de acordo com a intenção do falante.

Durante algumas seções de coleta de dados junto aos falantes monolíngues do Omeré, pesquisadores observaram algumas situações emocionais em que, nitidamente, as variações de entoação ganhavam contornos específicos, expressando os estados psíquico-emocionais em que as frases estavam sendo proferidas.

A par de suas funções emotiva e expressiva, a entoação em Kanoê pode ser ascendente, descendente, ascendente-descendente, de acordo com a tipologia da frase, seja ela declarativo-afirmativa, declarativo-negativa, interrogativa, imperativa, exortativa. A partir dessas observações, é possível arrolar aqui uma tipologia das frases com base na entoação quais sejam: a) entoação ascendente: frases interrogativas; b) entoação descendente: frases imperativas; c) entoação ascendente-descendente: frases declarativas; d) ascendente-descendente: sentenças comparativas; e) entoação descendente: frases exortativas.[3]

Proposta de escrita

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O Kanoê é uma língua ágrafa, ou seja, que não possui linguagem escrita. Entretanto, Bacelar (2004)[3] realizou uma proposta de alfabeto para o Kanoê que está disponível abaixo.  Todas as considerações preliminares e processos seguidos para a construção do alfabeto podem ser encontradas em Bacelar,[3] nas páginas 91 e 92.

Nesta primeira versão, o alfabeto Kanoê seria composto de 27 grafemas, inclusive um dígrafo (än), correspondentes aos 26 fonemas, dos quais 14 são vogais e 12 são consoantes, de acordo com a ordem a seguir:

a ã ä än d e ẽ h i ĩ j k m n ñ o õ p r t ts u ũ v w y ỹ

Pronúncias diferentes do Português Brasileiro:

  • <ñ> consoante nasal palatal. Ocorre somente em fronteira inicial de sílaba. Realiza-se como /ɲ/ ou /j̃/, em variação livre.
  • <ts> consoante africada oral alveolar desvozeada. Realiza-se como /ts/ ~ /tʃ/ ~ /s/ ~ /ʃ/.
  • <r> consoante vibrante alveolar sonoro. Realiza-se como /d/ antes de /a/, /ɛ/, /ɨ/, /w/ e /ɔ/ e como o tepe /ɾ/, intervocálico, em sílabas mediais e finais.
  • <ä> vogal oral anterior quase aberta não-arredondada. Realiza-se como /æː/ ~ /æ̃/, se contígua a consoante nasal; como /æː/ em vocábulo monofônico; e como /æ/ na absoluta maioria dos casos.
  • <än> vogal nasal anterior baixa fechada não-arredondada. É um fonema de ocorrências esparsas, geralmente em fronteira inicial ou final de determinados vocábulos.
  • <y> vogal oral central fechada não-arredondada. Realiza-se como /ɨ̃/ em contiguidade a consoante nasal, como /ɨ/ em variação com /ə/, após consoante plosiva desvozeada; como /ɨː/, em vocábulo monossilábico; e apenas como /ɨ/ nos demais ambientes.
  • <ỹ> vogal nasal central fechada não-arredondada. Trata-se de um fonema de baixa frequência. Realiza-se como /ɨ̃/ em quaisquer ambientes

Morfossintaxe

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Processos morfológicos: formação de palavras

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Composição por justaposição

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Nesse subprocesso, tem-se a mera justaposição de elementos: os constituintes internos podem ocorrer como formas livres, uma vez que por si mesmos já são nomes simples. O processo de composição por justaposição é produtivo e encontrável na formação de locuções nominais.[3]

  • Locução nominal formada dois nomes justapostos, cada qual com acento próprio, dos quais o primeiro é o núcleo e o segundo é complemento especificativo, de acordo com a regra: SN → N N. Exemplo: kwini æky (peixe banana) "jatuarana"
  • Locução nominal possessiva, formada por dois nomes relacionados entre si por meio de morfema possessivo, dos quais o primeiro é o núcleo, marcado como possuidor, e o segundo é um complemento possuído, de acordo com a regra: SN → N-POS N. Exemplo: nañu-o kyj (abelha-POSS ferrão) "ferrão de abelha"
  • Locução nominal formada por um nome, como núcleo, seguido de uma ou mais de uma nominalização descritiva, geralmente deverbal, na posição de complemento, conforme a seguinte regra: SN → N ((V-NLZ) (V-NLZ)). Exemplo: ñuvi y-tsi-mo-e (veado espinho-ter-ALP.poss-NLZ) "veado campeiro"

Composição por aglutinação

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A composição por aglutinação implica a perda de padrão acentual, no primeiro elemento, a perda de morfema inicial e, consequentemente, a queda de segmento fônico no segundo elemento.[3]

  • y' tse + i-ka ' tsi > ytse-ka'tsi "raiz de árvore"

(árvore) (RN-raiz) (árvore-raiz)

Pronomes pessoais

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[3]

Pessoa Número Número
Singular Plural
1 aj 'eu' ajte 'nós'
2 mi 'você' mite 'vocês'
3 oj 'ele', 'ela' ojte 'eles','elas'

Pronomes pessoais possessivos

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[3]

Pessoa Número Número
Singular Plural
1 ña 'meu, meus' jato 'nosso, nossos'
2 pja 'teu, teus' pjato 'de vocês'
3 ojo 'dele, dela' ojoto 'deles, delas'

Gêneros ou classes semânticos

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Conforme Bacelar (2004), na maior parte dos casos, a marcação de gênero nominal se restringe a nomes de referentes humanos, com destaque para alguns dos termos de parentesco. Assim sendo, pode-se dizer que, em Kanoê, não há flexões paradigmáticas de gênero extensíveis à categoria dos nomes em sua totalidade. Por outro lado, existem dois morfemas nominais específicos que não apenas marcam morfologicamente um determinado nome quanto ao gênero, mas também podem estabelecer relações de concordância entre nomes ou pronomes e estruturas verbais, quais sejam: {-kwæ̃} ‘MASC’ e {-nake} ‘FEM’. Além desses morfemas, as formas livres ævo “homem” e e “mulher”, em casos específicos, também podem funcionar como marcadores de gênero no domínio de um sintagma nominal.[3]

A inexistência da marcação de número nos nomes

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Em Kanoê, não existem flexões nominais paradigmáticas de número. No entanto, foram registrados casos esparsos de nomes contáveis, animados ou inanimados, marcados pelo sufixo {-te}.[3]

kani "criança" -> kani-te "criançada"

uruã "rapaz" -> uruã-te "rapaziada"

kwini "peixe" -> kwini-te "cardume"


São consideradas agramaticais a utilização do morfema {-te} agregado a nomes referentes a objetos unitários.[3]

kwikaj "sol" -> *kwikaj-te (muitos) sóis

mita "lua" -> *mita-te (muitas) luas

akita "céu" -> *akita-te (muitos) céus


Em Kanoê o recurso gramatical mais produtivo para se expressar a ideia de “quantidade” em relação a nomes de coisas contáveis e não contáveis é a anteposição de arakere “muitos, muitos”. Esse quantificador pode ocorrer irrestritamente.[3]

arakere kuni "muita água"

arakere uroe "muita comida"

Diminutivo em Kanoê

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A formação de nomes diminutivos em Kanoê é resultante de processo de derivação sufixal. Desse modo, a um nome agrega-se o sufixo {-tsĩkwa}, muito produtivo.[3]

e -> mulher

e-tsĩkwa -> menina

mulher-DIM

Morfemas direcionais

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[3]

O direcional {-to}: movimento para o interior

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O morfema {-to} tem status de direcional-locativo, indicando “para o interior de”, “para dentro de”. Ocorre sufixação de algumas raízes verbais denotativas de deslocamento no espaço físico.

O direcional {-tu}: movimento para o exterior

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Contrapondo-se a {-to} ‘DIR’, o direcional {-tu} sufixado a raízes como {vyry-} “deslocar-se” e {uj-} “ir”, indica direção “para o exterior de”, “para fora”.

O direcional {-ja}: movimento para baixo

As ocorrências de {-ja} ‘DIR.baixo’ são frequentes em estruturas verbais nucleadas por raízes que denotam algum tipo de ação ou movimento vertical, quais sejam: {aj-} “sentar”, {para-} “cair”, {pej-} “deitar” e {tsu-} “agachar”.

O direcional {-mu}: movimento para cima

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Por enquanto, tem-se apenas poucos registros de {-mu} ‘DIR.’ que, embora homófono, não se confunde com o classificador para líquidos, pois as ocorrências são distintas. Como direcional, esse morfema ocorre em estruturas verbais que denotam um movimento composto, ou seja, uma ação de baixo para cima.

O direcional {-vo}: movimento para baixo

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O morfema {-vo} tem status de “direcional para baixo”, assim como {-ja}. Considerada a imprevisibilidade das ocorrências esparsas desse morfema, não se pôde ainda determinar sua distribuição em relação ao outro direcional de mesmo valor.

Modo, tempo e aspecto verbal

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Considerando-se as possibilidades de realização do modo verbal, em Kanoê não existem marcas morfológicas específicas, nos sintagmas verbais, para a distinção entre modo indicativo e subjuntivo. Porém, é possível distinguir categorias modais morfologicamente marcadas, quais sejam: a) modo declarativo, b) modo interrogativo, c) modo imperativo.[3]

Categorias de modo Submodos e modalidades Marcas morfológicas GLOSA
declarativo afirmativo {-e} DECL
declarativo negativo {-k} NEG
interrogativo direto positivo {-tsi} INT
interrogativo direto negativo {-kũ} NEG
imperativo afirmativo {-ãw} IMP
imperativo exortativo {-ãw} IMP
imperativo negativo {-kũ} NEG

Tempo e Aspecto

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Tempo Traços aspectuais marca morf flexão pess. escopo
PASSADO perfectivo / finito / concluso - - {-nu}
PRESENTE contínuo / progressivo - + {-nu}
FUTURO incoativo {-nu} - V+raiz

Ordem da frase e alinhamento

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Quanto à ordem sintática preferencial dos constituintes oracionais, estudos anteriores[30] demonstraram que o Kanoê é uma língua predominantemente SOV. Para tanto, uma primeira análise tomou como base um corpus de 468 orações transitivas, elicitadas junto aos informantes bilíngues. Posteriormente, considerando-se que os dados foram elicitados junto a falantes que já não usam o Kanoê como primeira língua e que uso diário do Português poderia ter influído nos resultados, foi feito um segundo levantamento, tomando-se um total de 532 outros exemplos, abstraídos de contexto pragmático, incluindo-se agora os dados elicitados junto aos falantes “isolados do Omeré”, ainda monolíngues em Kanoê. Assim, a soma dos dois levantamentos totaliza 1000 orações declarativas, cuja análise em termos de percentuais de ocorrência das possíveis ordens de constituintes resultou no seguinte quadro:[3]

Ordem de constituintes
SVO SOV VSO VOS OSV OVS TOTAL
Bilíngues 15,8 27,3 0,2 0,2 0,9 0,2 50
Omeré 8,3 46,2 0,2 0,2 0,4 0,1 50
Percentual 24,1 73,5 0,4 0,4 1,3 0,3 100

Como se vê, em termos percentuais, confirmou-se a predominância de SOV como ordem sintática preferencial em orações declarativas afirmativas ou negativas. Evidentemente, se fossem considerados outros tipos de estruturas oracionais, sobretudo as imperativas, nas quais sujeito e objeto direto, via de regra, ocorrem pospostos, e também as interrogativas diretas, esses percentuais sofreriam reajustes. Mesmo assim, no conjunto da língua, a ordem SOV se impõe como preferencial.[3]

Foco e voz

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Em Kanoê, a categoria gramatical de voz das estruturas verbais está relacionada aos papéis funcionais dos classificadores verbais. Nos casos em que ocorre, {-ro} marca a estrutura como ativa, pois exige no mínimo um argumento com o papel semântico de agente. Por sua vez, {-to}, como transitivizador, exige dois argumentos: um sujeito-agente e um objeto-paciente. Assim, as ocorrências alternadas ou simultâneas desses dois classificadores delimitam a voz verbal como ativa. No caso das raízes ativas que nunca os exigem, os papéis de agente e paciente são assinalados pela posição sintática dos argumentos e pela compatibilidade lógico-semântica entre nomes e conteúdo da raiz verbal.[3]

Não existe um mecanismo gramatical regular para a transformação de uma oração na voz ativa para a passiva, válido para todas as sentenças ativas. Logo, não há voz passiva propriamente dita, mas tão-somente construções verbais de sentido passivo. Por sua vez, o que poderia ser considerado voz medial corresponde às ocorrências de {-ry} ‘REFL’ . Do mesmo modo, não existe voz causativa, mas somente construções causativas, nas quais o predicado da oração principal é nucleado pelas raízes {vara} “falar” e {varo} “mandar”.[3]

Léxico e Semântica

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Terminologia para partes, órgãos e detalhes do corpo humano ou de animal

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i-kuta cabeça
i-ryũkjetæ crânio
jy cabelo
i-ña rosto
i-ñaty rugas
i-ñao iutã ossos do rosto
i-tekuña testa
i-teñu orelha
i-teñuo jako dorso da orelha
i-teñuo nu canal auricular
i-kỹj olho
i-kỹjñe cílios
i-kỹjmũ lágrima
i-kỹjtinu remela no olho
i-kañu nariz, focinho, bico
i-kañu ime ponta do nariz

Terminologia para doenças, sintomas e afins

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ææroe vômito
ehehe tosse; rouquidão
ikanũtinu catarro
ikuramũ suor
kuti calo
kyve queimadura
namu remédio
ñoña ferida
ojtwae gripe
tũvoe doença

Terminologia de órgãos e partes das plantas e termos afins

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æj folha
æj kani broto
i-ati flor
i-katsi raiz
y espinho
mati fruta
tekwa semente
ytsemu seiva

Outras partes das plantas (Bacelar 2010):[36]

Número Kanoê Glosa Etimologia
177 æj ‘folha’
178 æj kani ‘broto’
179 i-ati ‘flor’
180 i-atitsetæ ‘pétala’ (Lit.: ‘asa de flor’)
181 i-katsi ‘raiz’
182 i-kũ ‘galho’
183 i-rãw ‘polpa de fruta’ (Lit.: ‘carne’)
184 i-tæ ‘casca de árvore’
185 i-kyetæ mati ‘casca dura de fruta’
186 y ‘espinho’
187 mati ~ nati ‘fruta’
188 matio itæ ‘casca de fruta’ (Lit.: ‘pele da fruta’)
189 matio væky ‘cacho de fruta’
190 tekwa ‘semente’
191 ytse ‘tronco, madeira’
192 ytse kani ‘muda de árvore’
193 ytsemu ‘seiva’

Plantas

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Plantas (Bacelar 2010):[36]

Número Português Kanoé
151 abacaxi piñãw
152 abóbora apenũ
153 amendoim epykã
154 banana äky
155 batata-doce vavo toenẽ
156 cana-de-açúcar tovekawa
157 cará ivo
158 açaí (palma) mũtyry
159 açaí (coco) mũtyryko
160 açaí (suco) mũtyrykomũ
161 beiju peutä
162 bola de seringa erej
163 cabaça pokuta
164 castanha-do-pará epy
165 chicha de macaxeira tsero
166 macaxeira txuä
167 chicha de banana tsero äkymũ
168 chicha de milho tsero atitimũ
169 caucho tuä
170 látex de caucho tuämũ
171 espiga de milho atitikæj
172 farinha kañã
173 farinha de mandioca txuäkañã
174 farinha de milho atitikañã
175 fava kometa
176 feijão kometaw urutaw
177 milho atiti
178 pamonha de milho pakotxi
179 palha de milho atitiko
180 mamão, papaya toky
181 mel tovemũ
182 pau, vara ytso
183 árvore ytse
184 pão pãw
185 paxiúba iutxika
186 pimenta tarui
187 pimenta malagueta tarui
188 taquara mapi
189 bambu kyi
190 tucumã pätsäko
191 fio de algodão otity
192 mandioca txuä
193 pauzinho, varinha itso
194 urucum tara
195 mato, bosque
196 fruto, fruta mati
197 folha äj
198 madeira itso
199 varinha itsotsĩkwa
200 espinho y
201 raiz ytsekatxi
202 roça, plantação nõmŭ
203 caju yrytekwa
204 maracujá matire
205 melancia tokypẽnẽ
206 goiaba kojava
207 biribá mati
208 pama uruti

Animais

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Kanoê Glosa Etimologia
opera ‘onça, gato; cachorro; animal; antropônimo’
operatsĩkwa ‘gato doméstico’
opera jũkwæ̃ ‘lontra’
opera kuni ariranha onça água
opera vovo-tsi-e ‘cachorro’ onça latir.RED-CLE-NLZ
opera karanakãw ‘onça suçuarana onça suçuarana
opera kũkũj-vej-ko-re onça cinzenta, onça parda onça cinza-corpo-CLE-AUX
opera pẽ-n-e onça vermelha onça vermelho-3-NLZ
opera kani-tsĩkwa ‘filhote de onça’ ‘onça’ criança-DIM
opera pũpũ-n-e onça pintada, jaguapinima onça pintar-3-NLZ
opera-tsĩkwa maracajá, gato selvagem, jaguatirica onça-DIM
opera voro-n-e onça preta, jaguaretê onça preto-3-NLZ
kwini ‘peixe’
ærytykwa curaçu
kwinikete acari
kwinikete onomunu bagre, jundiá
kwini-o nomunu poraquê peixe-POSS borduna
kwini-tsĩkwa piaba peixe-DIM
nunu-kuta pirambóia-cabeça’
tsemaj piranha
tsoækypwæ mandi
kwini ajtemu ‘pirapitinga’
kwini itsæ tambaqui peixe anta
kwini æky jatuarana peixe banana
turoakẽ ~ kwini itevæ boto peixe-POSS
kwini pũpũ-n-e ‘pintado, surubim peixe pintar-3-NLZ
oky-kũti sucuri cobra-pilão
ava arara
urukutæ urubu


Outros animais (Bacelar 2010):[36]

Animais
Número Português Kanoé
263 anta itsä
264 ariranha operañu'kwän
265 cachorro doméstico vovotxie
266 cachorro do mato putsua
267 coelho oveokyke
268 caititu uräñukutä
269 capivara itsäkũmjũ
270 cutia ove
271 gambá mukura
272 gato operatsĩkwa
273 lobinho-d'água operañu'kwän
274 lontra operañu'kwän
275 maracajá operatsĩkwa pũpũñe
276 macaco iry
277 macaco-aranha irytekwãkũ
278 macaco-bugio otxi
279 macaco-cuxiú iry
280 macaco-de-cheiro iry
281 macaco-guariba iry matxira
282 macaco-prego iry
283 macaco-preto irytekwãkũ
284 macaco-paruacu otxi
285 macaco-zogue-zogue matoko
286 mico iry
287 morcego ĩko
288 mucura mukura
289 onça opera
290 onça pintada opera pũpũñe
291 onça preta opera vorone
292 onça suçuarana opera karanakãw
293 paca ävjũ
294 papa-mel irara korenũ
295 porco urä
296 preguiça tipy
297 quati mĩtxire
298 quatipuru kunũ kunũ
299 rato pyrä
300 ratão-do-banhado pyrä ejrũ
301 raposinha-do-mato putsua
302 serelepe mĩtxire
303 tamanduá orä
304 tamanduá-bandeira ore jatua
305 tamanduá-mirim oretsĩkwa
306 tatu kũkoe
307 tatu-bola kũkoe pyty
308 tatu-canastra kapajre
309 tatu-galinha kapajretsĩkwa
310 tatu-peludo kũkoe
311 tatu-quinze-quilos kũkoe
312 veado ñũvi
313 veado campeiro ñũvi ytximoe
314 veado campeiro ñũvi ytximoe
315 veado roxo ñũvi tsoroti
316 calango tsutsuvu tsĩkwa
317 calango verde tsutsuvu tsĩkwa
318 camaleão tare aratxi
319 cobra oky
320 cobra cascavel oky
321 cobra-cipó oky
322 cobra jararaca okykũti
323 cobra jibóia oky
324 cobra sucuri okykũti
325 cobra-urutu oky
326 iguana tare aratxi
327 jacaré uromũ
328 jacaré-açu uromũ ejrũ
329 jacaré-papo-amarelo uromũ
330 jabuti ĩkũkũ
331 lagartixa kometakãw
332 perereca kykytä
333 perereca verde kykytä
334 nãkaw
335 sapo kwaatxie
336 sapo-boi kwaatxie
337 sapo-cururu kwaatxie
338 sapo grande, gia kwaatxie ejrũne
339 girino kwaatxie urukanĩ
340 salamandra kometakãw
341 tracajá ĩkũkũtä
342 teiú tare
343 águia õkwatsĩkwa
344 amarelinho õkwatsĩkwa
345 anambé txiwtxiwpe
346 andorinha pirikawa
347 anu branco äjn
348 anu-preto äjn vorone
349 anhuma tämu vorone
350 aracuã-do-pantanal kãpore kurakura
351 araçari-letrado urykuj ariatemũ
352 araçari-mulato urykuj avovoetxi
353 araçari-minhoca urykuj pẽtoro
354 araçari-poca urykuj
355 araçari-miudinho urykujtsĩkwa
356 aracuã kãpore
357 arapaçu tere
358 arapapá awãkã
359 araponga õkwa
360 arapon guinha õkwatsĩkwa
361 arara ava
362 arara-amarela ava pänäre
363 arara-azul ava vorone
364 arara-canindé ava aratxi
365 arara-do-bico-grande ava ejkañũ
366 ararajuba ava pänäre
367 arara-vermelha ava
368 ararinha-vermelha avatsĩkwa
369 ariramba pypuryetxi
370 azulão õkwatsĩkwa
371 bacurau kujaemũ
372 bacurau-branco kujaemũ
373 bacurau-barrado kujaemũ
374 batuíra arykytse
375 beija-flor kykynũ
376 beija-flor carijó kykynũ
377 beija-flor roxo kykynũ
378 beija-flor tesoura kykynũ
379 bem-te-vi ñeñero
380 bico-de-brasa piururu
381 cabeça-seca akũtsũ
382 caburé vovotxi
383 cãcã mãmãjtoko
384 cambacica ukatẽ
385 cambaxirra õkwatsĩkwa
386 canário õkwatsĩkwa
387 canário-do-brejo õkwatsĩkwa
388 canário-do-campo õkwatsĩkwa
389 capitão õkwatsĩkwa
390 caracará mãmãjtoko
391 cardeal õkwatsĩkwa
392 chincoã õkwatsĩkwa
393 choca d'água õkwatsĩkwa
394 coruja-diabo vovotsitsĩkwa
395 chorão õkwatsĩkwa
396 cigana õkwatsĩkwa
397 coleiro kurakura topikwæn
398 coleiro-do-brejo õkwatsĩkwa
399 colhereiro kwite pẽne ejkãñu
400 corruíra õkwatsĩkwa
401 coruja vovotsi
402 coruja-buraqueira vovotsitsĩkwa
403 coruja-da-mata vovotsitsĩkwa
404 coruja-do-campo vovotsitsĩkwa
405 coruja-de-igreja vovotsitsĩkwa
406 cotinga txiwtxiwpä
407 cujubim kãpore päkutä
408 cuitelo kykunũ
410 cuitelinho kykunũ
411 curica twĩpæ
412 curicaca tæmũ iryte
413 curió õkwatsĩkwa
414 dançador õkwatsĩkwa
415 ema ema
416 encontro õkwatsĩkwa
417 estalador õkwatsĩkwa
418 falcão mãmãjtoko
419 formigueiro õkwatsĩkwa
420 frango d'água tæmũ
421 freirinha õkwatsĩkwa
422 frifrió õkwatsĩkwa
423 galinha kurakura e
424 galo kurakura ävo
425 garça kwite
426 garça-branca pequena kwitwtsĩkwa
427 garça real kwite
428 garrinha õkwatsĩkwa
429 gaturamo õkwatsĩkwa
430 gavião mãmãjtoko
431 gavião indaié mãmãjtoko
432 gavião mãmãjtoko
433 gavião papa-pinto mãmãjtoko
434 gavião pega-cobra mãmãjtoko
435 inhambu tũpũ
436 inhambu-açu tũpũ
437 inhambu-carijó tũpäkutä
438 inhambu-galinha tũpäkutä
439 inhambu-chintã tsoviri
440 inhambu-preto tsoviri
441 jaburu tamakwi
442 jacamim aritepy
443 jacu kãpore
444 jacumirim kãpore tsĩkwa
445 jacupemba kãpore
446 jacu piranga kãpore pẽne
447 jandaia kore aratxi
448 jaó tũpũ
449 juriti ororo
450 juriti-azul ororo
451 joão-pinto õkwatsĩkwa
452 juruva õkwatsĩkwa
453 juruviara õkwatsĩkwa
454 lavadeira õkwatsĩkwa
455 limpa-folha õkwatsĩkwa
456 maçarico arykytse
457 macuco tũpũ
458 macuquinho tũpũ tsĩkwa
459 maguari kwite vorone
460 maracanã etxiw
461 maria-cavaleira õkwatsĩkwa
462 maria-branca õkwatsĩkwa
463 maria-irré õkwatsĩkwa
464 mariquita ukatẽ
465 maritaca kore aratxi
466 marreca-ananaí tæmũ
467 marreca-asa-branca tæmũ
468 mutum tæmũ
469 mutum-açu pyytxi
470 mutum-cavalo pyytxi
471 mutum-preto pyytxi
472 neinei ñeñero
473 nhandu tsoviri
474 papa-capim õkwatsĩkwa
474 papa-formigas õkwatsĩkwa
476 papagainho koretsĩkwa
477 papagaio galego koretsĩkwa
478 papagaio-verdadeiro ekomũ
479 papa-lagarta õkwatsĩkwa
480 papa-moscas õkwatsĩkwa
481 pardal õkwatsĩkwa
482 pássaro-preto any
483 pato tæmũ
484 pato-do-mato tæmũ
485 pato-de-crista tæmũ
486 passarinho õkwatsĩkwa
487 peixe-frito õkwatsĩkwa
488 perdiz õkwatsĩkwa
489 periquitão kiki
490 periquito kiki
491 periquito-comum kiki
492 periquito-rei kiki
493 piaçoca õkwatsĩkwa
494 pia-pouco õkwatsĩkwa
495 pica-pau turumare
496 pica-pau turumare
497 pica-pau turumare
498 pica-pau turumare
499 pintarroxo õkwatsĩkwa
500 pintassilgo õkwatsĩkwa
501 pintinho kurakura kanĩ
502 pinto-d'água kurakura kunĩ
503 pipira õkwatsĩkwa
504 pomba õkwatsĩkwa
505 pomba-galega æræræmũ
506 pomba-pedrês æræræmũ
507 pomba-verdadeira æræræmũ
508 quero-quero kwekwe
509 rabilonga pirykawa
511 rapazinho õkwatsĩkwa
512 rapazinho-dos-velhos õkwatsĩkwa
513 rapazinho-estriado õkwatsĩkwa
514 rola ororo
515 rola fogo-apagou ororo
516 rola-azul ororo vorone
517 rola-primavera tuture
518 rolinha-branca tuture
519 rolinha-primavera tuture
520 rolinha-pedrês tuture kũkũvaj
521 rolinha-vermelha tuture pẽne
522 sabacu õkwatsĩkwa
523 sabiá torotxire
524 Sabiá-do-campo torotxire
525 sabiá-laranjeira torotxire
526 sabiá-pardo torotxire
527 sabiá-pimenta õkwatsĩkwa
528 saci õkwatsĩkwa
529 saí õkwatsĩkwa
530 saí-amarelo õkwatsĩkwa
531 saí-bicudo õkwatsĩkwa
532 saí-de-fogo õkwatsĩkwa
533 saíra õkwatsĩkwa
534 saíra-açu õkwatsĩkwa
535 saíra-canário õkwatsĩkwa
536 saíracara-suja õkwatsĩkwa
537 saíra-militar õkwatsĩkwa
538 saíra-sete-cores õkwatsĩkwa
539 saíra-fogo õkwatsĩkwa
540 saíra-verde õkwatsĩkwa
541 saí õkwatsĩkwa
542 sanã õkwatsĩkwa
543 sanã-carijó õkwatsĩkwa
544 sanhaço mimitonowe
545 sanhaço-azul mimitonowe
546 saracura arytepy
547 saracura-carijó arytepy
548 saracura-sanã arytepy
549 saripoca urykuj
550 sebinho õkwatsĩkwa
551 socó avakã
552 socó-boi avakã
553 socó-mirim avakã
554 socó-pulador avakã
555 subideira õkwatsĩkwa
556 suindara vovoti
557 suiriri õkwatsĩkwa
558 surucuá õkwatsĩkwa
559 surucuá-açu õkwatsĩkwa
560 sucucuá-amarelo õkwatsĩkwa
561 surina õkwatsĩkwa
562 tabaco-bom õkwatsĩkwa
563 tachã tämũ
564 tangará õkwatsĩkwa
565 taperá õkwatsĩkwa
566 taperá õkwatsĩkwa
567 tem-tem õkwatsĩkwa
568 tempera-viola õkwatsĩkwa
569 tesoura õkwatsĩkwa
570 tesourão õkwatsĩkwa
571 téu-téu õkwatsĩkwa
572 tico-tico õkwatsĩkwa
573 tiê õkwatsĩkwa
574 tiê-sangue õkwatsĩkwa
575 tietinga õkwatsĩkwa
576 tinguá õkwatsĩkwa
577 tinguaçu õkwatsĩkwa
578 tiom-tiom õkwatsĩkwa
579 trinca-ferro õkwatsĩkwa
580 tuvira õkwatsĩkwa
581 tiziu Õkwatsĩkwa vorokwa erejkwa
582 tovaca õkwatsĩkwa
583 tovaquinha õkwatsĩkwa
584 tucano ñãke
585 tucano-de-bico-preto ñãke vorokãñũe
586 tucano-de-bico-verde ñãke pirakãñũe
587 tucano-de-peito-amarelo ñãke
588 tucano-de-peito-branco ñãke
589 tuidara õkwatsĩkwa
590 tuim twĩpätsĩkwa
591 udu õkwatsĩkwa
592 uru-coroado õkwatsĩkwa
593 uiraçu tutxitxi
594 uirapuru tutxitxi
595 uirapuru-verdadeiro tutxitxi
596 uirapuru-cigarra tutxitxi
597 uru õkwatsĩkwa
598 urubu urukutæ
599 urubu-rei urukutæ päkutä
600 urubuzinho urukutætsĩk wa
601 urutau nũpetso
602 urutaurana nũpetso
603 xexéu õkwatsĩkwa
604 viúva õkwatsĩkwa
605 vivi õkwatsĩkwa
606 zabelê õkwatsĩkwa
607 asa itetse
608 bico ikañũ
609 pena yj
610 ovo iñãj
611 rabo txonũ
612 abelha toveñũ
613 abelha-iraxim mũky
614 abelha-bijurí mũky
615 abelha caga-fogo mũky
616 abelha-canudo nãñũ
617 abelha-irapuã nãñũ
618 abelha-iraxim mũky
619 abelha-jataí mũkytsĩkwa vorone
620 abelha-lambe-olhos emiã
621 abelha-mamangaba mũky
622 abelha sanharó mũky
623 abelha tibuna mũky
624 aranha tinamã
625 ovo de aranha tinamão ĩñãj
626 teia de aranha tinamãty
627 aranha-d'água nĩñõpuõ / tepõtxõ
628 aranhaçu tinamã ejrũ
629 aranha-caranguejeira tinamã ejrũ
630 barata kutupajru
631 barata-do-mato kutupajru
632 barbeiro kutuytximoe
633 besouro nako
634 bicho-de-fruta ãkwĩ
635 bicho-de-patauá ãkwĩ
636 bicho-de-pé ãkwĩ
637 bicho-pau taruakyko
638 bicho-pau-alado taruaky
639 bicho-pau áptero taruaky
640 borboleta tykenẽnẽ
641 borboleta-bruxa ave
642 crisálida pänky
643 borboleta-monarca tykenẽnẽ
644 borboleta-pintada tykenẽnẽ pũpũñe
645 borrachudo twĩ
646 caba nũkũ
647 caba-cega nũkũ
648 caba-chapéu nũkũ
649 cabamirim nũkũ
650 cabatatu ñũkyry
651 caçunun-guçu operako
652 caracol kore
653 carapanã mosquito pẽ
654 caramujo kore
655 caranguejo tiramã ejvore
656 caranguejo de-rio ĩtoro
657 carrapa tinho tatsĩkwa
658 carrapato ta
659 carrapato-estrela ta
660 carrapato-de-cavalo iryotä
661 carapato-de-macaco iryotä
662 caruncho-de-madeira upe
663 casulo de inseto pänky
664 cigarra pura
665 cigarrinha puratsĩkwa
666 cigarra grande purajko
667 coró, bicho de coco ãkwĩ
668 cupim pyj
669 embuá
670 escorpião tĩrary
671 ferrão de inseto kyj
672 formiga nãkati
673 formiga-cabaça aua
674 formiga-lava-pés nãkati
675 formiga-quemquém nãkati
676 formigasaca-saia muñã
677 formigataioca ñeñe
678 tormiga taciba
679 formica tocandira tyytxi
680 formiga-vermelha-e-preta tepótxõ
681 formigueiro korako
682 gahanhoto korako
683 gafanhoto verde, esperança korako
684 içá, tanajura tyytxi
685 jequitirana mbóia taruaky
686 lacraia, centopéia tĩrary
687 lagarta-de-casulo tẽky
688 lagarta-de-folha inĩky
689 lagarta-de-fogo inĩky
690 lagarta mede-palmo tõky
691 lagarta-vermelha tõky
692 larva de formiga pĩ kãnĩ
693 lavadeira, libélula pipitsäko
694 lesma väj
695 lombriga väj
696 lombriga iruokwĩ
697 marimbondo nũkũ
698 marimbondo-caçador nũkũ
699 marimbondo-chapéu mĩrykye
700 minhoca väj
701 minhocuçu väjtxi
702 mosca nũkũ
703 mosca varejeira nũkũ
704 mosquitinho txirokoko
705 mumbuca kunenake
706 mutuca korokoro
707 pecevejo tẽky
708 piolho tẽky
709 piolho-de-cabeça æotẽky
710 piolho dos vegetais, pulgão ikutaotẽky
711 camarão-de-água-doce tĩrary
712 pium, borra-chudinho twĩtsĩkwa
713 pulga tyjko
714 saúva tyytxi
715 tanajura tyytxi
716 tataíra, abe lha-de-fogo mũky
717 tatarana, sussarana inĩky
718 tiririca, cupim alado perepere
719 tocandira, tucandeira tyy
720 tatuzinho kũkoe tsĩkwa tsĩkere
721 vagalume pikwatwa
722 verme nũkũ
723 vespa nũkũ
724 vespa-cega nũkũ
725 zangão mũky ävo
726 zunga, bicho-de-pé ãkwĩ
727 asa da borboleta tykenẽnẽ itetse
728 corpo da borboleta tykenẽnẽ ikyw
729 olho da borboleta tykenẽnẽ ikỹj
730 tromba da borboleta tykenẽnẽ
731 bunda da borboleta tykenẽnẽ txonũ
732 acará, cará aeretikwa
733 acará-bandeira aeretawtxi moe
734 acará-disco aere pärätä
735 acará-pirambocaia aere päkyjtä
736 acará-tonto aere
737 acará-peba aere kyjtä
738 acará-pixuna aeretikwa vorone ejkutae
739 anari-cascudo timutikwa / ejka
740 apapá, sardinhão aeretikwa
741 aramacá, soia kwini itaw kỹjmoe
742 arraia tsãkãwnũ
743 arraia-de-ferrão tsãkãwnũ
744 bacu-de-pedra kwinĩ akie
745 bagre tsoäkypuae
746 bagrinho-rocador tsoäkypuae
747 bajurqui kykyo
748 boca-de-garrafa aeretikwa
749 borboleta kuini tekoko
750 cabeçudo tsoäkypuae ejkutae
751 camboatã amarelo kwinĩ kyryko
752 canana-capeta mũko ytximoe
753 candiru kwini kañae
754 cangati tsoäkypuae
755 cangati-de pedra tsoäkypuae
756 cangati-de-madeira tsoäkypuae aki
757 caranha tekoko ejrũko
758 cari-chicote kwinĩkete tawtsiere
759 carito kwini urotepy
760 cachimbo kwinĩ
761 cascudo mũko
762 cascudo-barbado mũko
763 cascudo-bugio mũko
764 cascudo-preto, lajeiro mũko
765 cuiú-cuiú kujukuju
766 curimbatá nũtopikwän
767 jacundá, peixe-sabão kwini itetse
768 jacundá-coroa kwini itetse itiximoe
769 jacundá-pinima kwini itximoe
770 jaraqui aere tawtxie
771 jaú tsoäkypuae
772 jaju tsemãj vorone
773 jatuarana kwinĩ äky
774 joana-guensa kwini itetse itiximoe
775 jurupoca, braço-de-moça kwinĩ
776 lambari kwinĩ
777 mandi tsoäkypuae
778 mandi-preto tsoäkypuae vorone
779 mandi-amarelo tsoäkypuae
780 mandi-bandeira tsoäkypuae tawtxiere
781 mandi-chorão tsoäkypuae
782 mandubé tsoäkypuae ejae
783 mandubi tsoäkypuae ejae
784 mapará kwinĩ
785 matrinchã kwinĩ pepetxonũ
786 pacu täräj / tekoko
787 pacupeba tekoko ikwytæ
788 pacu-mirim tekokotsĩkwa
789 pacu-prata tekoko ikwytä
790 palmito kwinĩ
791 peixe-lenha txururu ejtawtsie
792 peixe-porco kwinĩ
793 pescada kwinĩ tawtxiere
794 pescada-amarela kwinĩ
795 piau-cobra täjmũ tawtxie
798 piau täjmũ
796 piaba pyryryka
797 piracanjuva kwinĩ topie
799 piraíba tsoäkypuae
800 piraíba tsoäkypuae väejrũne
801 pirambóia kwinĩ okytawre
802 piramutaba täjmũ tawtxie
803 piranha tsemãj
804 piranha vermelha tsemãj pẽnetsĩkwa
805 piranha-doce kwinĩ petximoe
806 pirapetinga kwinĩ ika
807 pirapitinga ajtemũ
808 pirarara kwinĩ avae
809 pirarucu kwinĩ tsĩtsonũkere
810 surubim kwinĩ
811 tambaqui kwinĩ
812 tamboatá timutikwa
813 tamoatá timutikwa tawtxie
814 traíra kwinĩkete
815 tucunaré tuturunake

Etnônimos

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Número Kanoê Glosa Etimologia
310 akutsũ ‘índios Latundê-Nambikwára
311 arui ‘índios Aruá, Mondé
312 atsatsare ‘homem branco, gente branca, civilizado’
313 ĩko-tekãw ‘povo do morcego, subgrupo Makuráp morcego-povo
314 iry-tekãw ‘povo do macaco’, índios Koaratira, subgrupo Mequéns macaco-povo
315 ĩkũkũ-tekãw ‘povo do tracajá, índios Jeoromitxi (Jabuti)’ tracajá-povo
316 kurape ‘índios extintos, “porque tinham a boca torta”’
317 monde ‘índios Kasupá, Mondé (= Aikanã)’
318 pyræ-tekãw ‘povo do rato’, índios de um subgrupo Makuráp rato-povo
319 pẽ-kuta-tekãw ‘índios Ajuru, Wayoró, Wayurú vermelho-cabeça-povo
320 putsua-tekãw ‘povo do cachorro do mato’, índios de grupo já extinto raposa-povo
321 tsiwawa ‘índios Kepikiriwat-Tupari (?)’
322 tsanamakãw ‘índios Salamãi ou Sanamaiká (Tupi-Mondé)’
323 tsanawere ‘índios Arikapu
324 tinupa ‘índios Aikanã’, nome pessoal em Aikanã
325 tajnakãw ‘índios Koaiá (Kwaza)’
326 tija ‘índios Koaiá (Kwaza), caboclo Tiá’
327 uræ-tekãw ‘povo do queixada’, índios Sakirap (Tuparí do Omeré) queixada-povo
328 urudãw ‘índios Oro Não, subgrupo Txapakúra
329 votsi ‘homem branco, gente branca’
330 votsi pẽ-n-e ‘homem branco loiro’ (Lit.: ‘homem branco vermelho’); homem vermelho-3-NLZ
331 votsi voro-n-e ‘homem negro, gente da raça negra’ homem preto-3-NLZ

Hidrônimos

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Número Kanoê Glosa Etimologia
360 apediã rio Apediá’ (ou rio Pimenta Bueno), tributário do rio Machado
361 aritsine rio Chupinguaia’, afluente da margem esquerda do rio Apediá
362 atsi-n-e-mo-e ‘Cascata’, lugarejo no alto rio Apediá, cuja cascata fazia medo medo-3-DECL-CLE-NLZ
363 etekere ‘rio Colorado’, tributário do rio Guaporé, paralelo ao rio Mequéns
364 iene-mo-e ‘igarapé tributário do Corumbiara’, porque as águas ficavam amarelo-CLE-DECL muito amarelas na estação das chuvas’ (?)
365 kaurua ‘rio Guarajus’, afluente da margem direita do rio Corumbiara
366 kuni-mo-e-tsĩkwa ‘igarapé, afluente do Tanaru’, tributário do rio Pimenta Bueno água-CLE-DECL-DIM
367 kuni-tsu-mo-e rio Corumbiara água-gostoso-CLE-DECL
368 nunumoe ‘nome de um igarapé, afluente do Omeré’, que era habitat de uma espécie de inseto (“bicho branco de asa que prega no pau”, segundo Teresa Kanoê)
369 omo-e-re ‘rio Omeré’, afluente da margem esquerda do rio Corumbiara, porque o mesmo tinha muitas pedras que pareciam crista de galo’ crista-DECL-AUX
370 oneru ‘igarapé Ipiranga
371 tanaru rio Tanaru’, tributário da margem esquerda Apediá, onde se encontravam conchas muito grandes
372 turumoe ‘igarapé São Pedro’
373 tsimoe ‘igarapé São João’, tributário do rio Mequéns
374 voro-mo-e ‘rio Carvão’, porque suas águas eram escuras preto-CLE-DECL

Exemplos de metáforas

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  • æky-o kani (‘muda (broto) de bananeira’ (Lit.: ‘criança de banana’))
  • ãtãpætæ i-tsitse tsi-mo-e (‘avião’ (Lit.: ‘barco (que) tem asa’))
  • varyvary pyræ pænæ-n-e-re (‘estrela cadente’ (Lit.: ‘estrela rato voando’))
  • pærætæ-o i-kãñu (‘cabo da panela’ (Lit.: ‘nariz da panela’))[3]

Exemplo de canção nativa (aj-re)

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aj-re aj-re aj-re[3]

Eu sou, eu sou, eu sou...

aj pæ-ja õ-e-re # aj pæ-ja õ-e-re

Eu estou dançando, eu estou dançando...

Sistema de numeração

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Em Kanoê, os numerais cardinais de 1 a 9 são notáveis: a partir de um sistema binário, composto pelas raízes pja [pja] “um” e mow [mõw̃] “dois”, são formados todos os demais, de 3 a 9, implicando uma adição mental sistemática, conforme o quadro abaixo:[3]

Quantidade Numeral Tradução
1 pja ‘um’
2 mow ‘dois’
3 mow pja ‘três’
4 mow mow ‘quatro’
5 mow mow pja ‘cinco’
6 mow mow mow ‘seis’
7 mow mow mow pja ‘sete’
8 mow mow mow mow ‘oito’
9 mow mow mow mow pja ‘nove’
10 itso mow ‘dez’
15 itso mow itsotsi pja ‘quinze’
20 itso mow itsotsi mow ‘vinte’
muitos arakere 'não poucos’

Comparações lexicais

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Possíveis empréstimos de etimologia Tupi:[3]

Número Kanoê Glosa Etimologia
435 akapitã cardeal (espécie de pássaro)’
436 kajpora caipora do tupi kaa’pora, ‘morador do mato’
437 kapĩ capim do tupi ka’apĩ ‘folha delgada’
438 kirikiri ‘certa espécie de gavião’ do tupi kiriri, ou provável onomatopéia reproduzindo o canto do pássaro
439 gwaʒara Guajará-Mirim topônimo do tupi waya’ra, uajará (guajará), planta da família das sapotáceas
440 guarana guaraná’, fruto e bebida
441 mamore Mamoré (hidrônimo)’
442 mapĩkwari Mapinguari do tupi mapingua’ri, personagem mítica antropomórfica, que tem o corpo coberto de pêlos e que usa uma armadura de cascos de tartaruga
443 marakuʒa maracujá do tupi murukuja
444 pipoka pipoca do tupi pipokạ
445 tatare pau-ferro (árvore)’ do tupi tatarẽ
446 tupi Tupi ‘do tupi tupi

Algumas semelhanças entre o Kanoê e o Kwaza (Koaiá) segundo Bacelar (2004):[3]

Número Português Kanoê Kwaza
447 ‘pedra’ aki haki(dwa)
448 ‘índios estranhos’ akutsu ‘índios Akuntsum akucũ
449 ‘milho’ atiti atxitxi
450 ‘garça (espécie)’ avakã awakã ‘garça’
451 ‘canela, tíbia’ ikaw ekai ‘tíbia’
436 ‘olho’ ikỹj ekãi ‘rosto, face’
437 ‘galinha’ kurakura kurakura
438 ‘peneira’ manare manary
439 ‘CL, para líquidos’ -mũ -mũ
440 cigarra pura pura ‘mariposa’
441 urucum tara toro
442 ‘pato’ tæmu damũ
443 ‘peixe pacu tæræj terei
444 ‘arraia de ferrão’ tsãkawnu tsakarũ
445 ‘preto, negro’ voro- ho’ho- ‘preto’


Outras semelhanças lexicais entre o kanoê e o kwaza (Jolkesky 2016):[37]

Português Kanoe Kwaza
amarrar/desamarrar tɨrɨ ‘amarrar’ tɨrɨ ‘desamarrar’
aqui/lá ja ja
árvore/madeira ɛː ‘árvore’ hi ‘madeira’
bicho-de-pé tɨjko sɨjto
boca/comer ia ‘boca’ ja ‘comer’
cabeça kuta kutɨ
cabelo e-sɨi
casa aso aʃɨ
cesta urutsi ururire
chuva awe
CLS.fruta/semente -ko -ko
CLS.liquido -mũ -mũ
CLS.pó -tinũ -nũ
CLS.redondo -tɛ -tɛ
colher de pau tomero ɗumaru
colmeia/vila aso ‘vila’ haso ‘colmeia’
coruja wowoʧi bubware
ENF -kete -tete
estrela warɨwarɨ warɨwarɨ
farinha/raiz kaɲa ‘farinha’ kãjã ‘raiz’
feijão kometa kumaɗa
fezes ɲũ
fígado i-ri e-ri
flecha mapi mãbi
fumaça -nũ
galo kurakura kurakuratswa
garça ãvãkã ãwãka
gente akũʦũ -akũtũ
grande ʦi ʧi
jacamim aratapɨ araʦaɓi
látex omu humũ
macaco caiarara irɨ hɨri
machado aere ale
madeira/árvore ɛː ‘árvore’ hi ‘madeira’
mãe
mamão tokɨ taɨ
mandioca ʧuɛ jo
mariposa/cigarra pura ‘cigarra’ pura ‘mariposa’
milho atiti aʧiʧi
morrer tuoere towari
nádeɡas nũtɛ ɲũse
olho i-kə̃i e-tũ̪i
ovo i-ɲeĩ e-ni
P (em pronomes) -te -ʦɛ
TRANS -to -ta
pacu tɛrɛj terej
papagaio kore karerɨ
papagaio awa awɨ
pariri mito miɗ̃ o
pato tɛmu damũ
itso ‘dedão’ djo
pedra aki haki
peneira mɛnɛre manarɨ
preto be be
quebrar dʷa ɗʷɨ
raia tsãkãwnũ tsãkãrũ
sapo kɨkɨtɛ kotorɛ
semente ko ko
sobrinho koro kore
tartaruga/camaleão ikũkũtɛ ‘tartaruga’ ekukũte ‘camaleão’
terra tsana tsãrã
urubu urukutɵ uruhu
urucum tara toro
vento wuroere wɨwɨrjɨ̃

Ver também

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Referências

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  2. a b Adelaar, Willem. The Endangered Languages Problem: South America.” In: Endangered languages. Oxford: Berg. pp. 45–92 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac Bacelar, Laércio. «GRAMÁTICA DA LÍNGUA KANOÊ» (PDF) 
  4. Santos, Marcelo dos. Os índios acossados em Rondônia. [S.l.: s.n.] 
  5. Santos, Marcelo dos. Proposta para interdição isolado Tanaru. Vilhena: [s.n.] 
  6. Santos, Marcelo dos. Os ‘isolados’ de Rondônia. [S.l.: s.n.] p. 595 
  7. Sakamoto, Leonardo (2000). O último sobrevivente: equipe da Funai tenta contatar indígena que vive sozinho. São Paulo: SESC. pp. 18–20 
  8. Zack, Estanislau (1943). Vocabulário das tribos Massacá, Salamãin, Coaiá e Canoê. Rio de Janeiro: Arquivo do Museu do Índio. pp. 328–335 
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  12. Loukotka, Čestmír (1950). La parenté des langues du bassin de la Madeira. [S.l.]: Poznań. pp. 123–144 
  13. Loukotka, Čestmír (1963). «Documents et vocabulaires inédits de langues et de dialectes sud-américains». Musée de l’Homme - Paris. Journal de la Société des Américanistes: 7-60 
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  28. Bacelar, Laércio (1992). Fonologia preliminar da língua Kanoê. Brasília: Universidade de Brasília, Dissertação de Mestrado, 129 p. 
  29. Bacelar, Laércio. «Fonologia segmental da língua Kanoé: uma análise preliminar». Editora da UFG. Signótica – Revista do Mestrado em Letras e Lingüística, vol. 6: p. 59-72 
  30. a b c Bacelar & Pereira (1996). «Aspectos morfossintáticos da Língua Kanoê». Goiânia: Ed. da UFG. Signótica – Revista do Mestrado em Letras e Lingüística: 45-55 
  31. Bacelar & Silva Jr. (1996). «A negação e a litotes na língua Kanoê». Ed. da UFG. Signótica – Revista do Mestrado em Letras e Lingüística 
  32. Mindlin, Betty (1995). Antologia de mitos dos povos Ajuru, Arara, Arikapu, Aruá, Kanoê, Jabuti e Makurap. São Paulo: São Paulo 
  33. Greenberg, Joseph H (1963). Language in the Americas. Stanford: Stanford University Press 
  34. Swadesh, Morris (1959). Mapas de classificación lingüística de México y las Américas. México: UNAM 
  35. Kaufman, Terrance (1990). Language classification in South America: what we know and how to know more. [S.l.]: Payne 
  36. a b c Bacelar, Laércio. 2010. Kanoé: de Zack (1942) a Bacelar (2008). (PDF)
  37. Jolkesky, Marcelo Pinho de Valhery. 2016. Estudo arqueo-ecolinguístico das terras tropicais sul-americanas. Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília.

Ligações externas

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