Usuário:Pedu0303/Testes
Rua Voluntários da Pátria | |
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Rua Voluntários da Pátria, no centro de Santana. | |
Nomes anteriores | Estrada para Bragança |
Extensão | aprox. 4.900 |
Início | Av. Morvan Dias de Figueiredo (Marginal Tietê) |
Subprefeitura(s) | Santana/Tucuruvi |
Distrito(s) | Santana e Mandaqui |
Bairro(s) | Santana ("Centro"), Alto de Santana e Mandaqui |
Fim | Av. Santa Inês e Av. Zumkeller |
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A Rua Voluntários da Pátria é um logradouro da zona norte do município de São Paulo, Brasil.
Essa rua começa na Marginal Tietê, na zona norte, liga-se a importantes vias de Santana, como Avenida General Ataliba Leonel, Avenida Brás Leme e Rua Conselheiro Moreira de Barros e termina no Mandaqui logo no início das avenidas Zumkeller e Santa Inês.
Ela carrega um grande peso histórico, além de uma importância econômica e cultural para a cidade pois ilustra o contraste entre o passado e o presente de São Paulo, com casarões antigos coexistindo com modernos edifícios residenciais e comerciais, como os palacete Baruel, além de igrejas tradicionais paulistanas como a Capela de Santa Cruz, Basílica Menor de Sant’Ana e a Paróquia São José do Mandaqui.
História
editarA via teve sua origem no século XIX, uma época em que Santana era ainda uma região periférica de São Paulo, marcada por chácaras e propriedades rurais. Com o passar do tempo, a urbanização e o crescimento da cidade transformaram a área, que se tornou um importante polo de comércio e habitação. Até a segunda metade do século XIX, a Voluntários era chamada "Estrada para Bragança".[1]
Seu nome é uma homenagem aos Voluntários da Pátria, soldados que, de forma voluntária ou compulsória, lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870). Essa guerra, que foi um dos maiores conflitos armados da América do Sul, mobilizou muitos brasileiros, e a homenagem reflete o reconhecimento do sacrifício desses homens.[2]
A rua começou como um eixo de interligação entre Santana e o centro da cidade, o que impulsionou seu desenvolvimento. Com a inauguração da linha férrea da São Paulo Railway Company, o Tramway da Cantareira, no final do século XIX, a região contou com maior circulação de pessoas e mercadorias, o que fomentou ainda mais o comércio local. Está profundamente ligada ao processo de urbanização de São Paulo. Durante o século XX, tornou-se um dos principais corredores de desenvolvimento na Zona Norte. Com o crescimento populacional, a via se transformou em um polo comercial e residencial, atraindo famílias e empresários para a região.
Quando a Light se instalou na capital paulista já existiam na cidade outras empresas voltadas para a prestação de serviços de utilidade pública, como para o transporte coletivo por meio de carros a tração animal, a iluminação a gás ou a termoeletricidade, a distribuição de água potável e a coleta de esgotos. Entre essas empresas, a maioria de capital nacional, destacavam-se a Companhia Viação Paulista e a Companhia Água e Luz do Estado de São Paulo.
O monopólio dos transportes estava praticamente nas mãos da Viação Paulista, cujos bondes puxados por burros eram os únicos a cruzar as principais ruas da cidade. Além dela, havia apenas outras duas empresas, a que transportava passageiros entre a Ponte Grande e o Alto de Santana, também por meio de tração animal em trajeto pela história rua além, da Companhia Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro. Era pequena companhia de trens, concessionária estadual, que ligava a Capital ao então município, independente, de Santo Amaro, empregando para isto, pequenas locomotivas a vapor.
Em março de 1900 a Light adquiriu a Companhia Carris de Ferro e em maio de 1907 incorporaria a pequena empresa que fazia o transporte entre Ponte Grande e Santana. Conquistava assim, por várias décadas, o monopólio do transporte coletivo sobre trilhos.
Klabin
editarA unidade da Klabin localizada em Santana foi estabelecida no início do século XX, em um período de grande expansão industrial na cidade de São Paulo. A Klabin, fundada em 1899, já era uma referência no setor de papel e embalagens, e sua instalação em Santana fazia parte de uma estratégia de expansão que aproveitava a proximidade da região com o centro da cidade e com importantes vias de transporte, como a Marginal Tietê e a ferrovia (Tramway da Cantareira). A fábrica em Santana era dedicada principalmente à produção de papel e embalagens, atendendo à crescente demanda do setor comercial e industrial da cidade. Durante décadas, ela foi uma importante fonte de empregos para os moradores do bairro e um ponto de referência local.
A fábrica desempenhou um papel essencial no desenvolvimento da região. O bairro, que até então tinha características semi-rurais, começou a se consolidar como uma área residencial e comercial. A presença da fábrica também impulsionou o comércio local, com o surgimento de pequenos negócios voltados para atender os funcionários da Klabin e suas famílias, como padarias, restaurantes e mercearias.
Com o passar do tempo, a dinâmica urbana e a expansão imobiliária em São Paulo começaram a transformar a região de Santana. A partir da segunda metade do século XX, muitas indústrias começaram a deixar os bairros centrais e próximos ao centro expandido, migrando para áreas mais periféricas ou para cidades do interior do estado. A unidade fabrilfoi desativada entre as décadas de 1970 e 1980, acompanhando esse movimento de descentralização industrial. Após sua desativação, o terreno permaneceu vazio por algum tempo, até ser reutilizado para outras finalidades. Atualmente, o antigo terreno abriga um grande estacionamento. É possível ainda ver as chaminés da fábrica.
Trenzinho da Cantareira
editarA Rua Voluntários da Pátria, uma das vias mais importantes região Norte, está profundamente conectada à história do Tramway da Cantareira, um sistema ferroviário que desempenhou um papel essencial no desenvolvimento da região no início do século XX. O Tramway foi inaugurado em 1893 para atender às demandas de transporte de materiais e trabalhadores que realizavam a construção do Sistema Cantareira de Abastecimento de Água, responsável por fornecer água para a cidade de São Paulo. Com o tempo, a linha passou a transportar passageiros, conectando os distritos da Zona Norte, como Santana, Mandaqui e Tremembé, ao centro da cidade, e se tornou uma importante alternativa de mobilidade para os moradores.
A via foi diretamente beneficiada pelo Tramway, que tinha estações próximas em bairros como Santana e Mandaqui. A Estação Santana, uma das mais importantes do trajeto, estava localizada onde hoje fica a Estação Santana do Metrô (Linha 1-Azul). Esse ponto estratégico facilitava o deslocamento dos moradores da região e ajudou a transformar a rua em um eixo de integração urbana. No Mandaqui, a Estação Mandaqui também desempenhou um papel similar, conectando o bairro ao restante da cidade e impulsionando o crescimento urbano em seu entorno. A presença do Tramway foi determinante para o desenvolvimento econômico e social da rua e dos bairros vizinhos. A proximidade com as estações valorizou os imóveis da região e atraiu comércios e serviços, como lojas, mercados e restaurantes, que atendiam tanto os moradores quanto os usuários do sistema ferroviário. Essa infraestrutura fomentou o crescimento de Santana e Mandaqui, que passaram de áreas semi-rurais a bairros urbanizados e com grande importância econômica na cidade de São Paulo. Além disso, o Tramway permitia o acesso ao Horto Florestal, no Tremembé, que era um dos principais destinos de lazer das famílias paulistanas na época.
Apesar de sua relevância, o Tramway foi desativado em 1964, reflexo da modernização e expansão do transporte público em São Paulo, como a introdução de ônibus e automóveis, que tomaram o lugar das linhas férreas urbanas. Com isso, a região passou por um processo de adaptação. A Rua Voluntários da Pátria, no entanto, manteve sua importância como um eixo comercial e residencial. A chegada da Linha 1-Azul do Metrô, em 1975, com a Estação Santana como um dos principais terminais, garantiu que a região permanecesse conectada ao restante da cidade.
Pontos de interesse
editarA rua é um verdadeiro retrato da história e do desenvolvimento urbano da cidade. Com uma rica trajetória, a via já abrigou e ainda abriga importantes marcos históricos, culturais e de infraestrutura, que refletem diferentes épocas do crescimento da capital paulista. Residências imponentes, igrejas, estruturas de energia e saneamento, além de instituições históricas, compõem o cenário da rua, que simboliza a transformação de São Paulo ao longo do tempo. Alguns desses pontos de interesse permanecem preservados, enquanto outros foram perdidos com o avanço da urbanização e da verticalização imobiliária.
Entre os marcos históricos mais icônicos é o Palacete Baruel antiga sede da Chácara Baruel, pertencente à influente Família Baruel, que remonta ao passado rural do bairro. Localizado em no Alto de Santana, o palacete era símbolo de luxo e poder no final do século XIX e início do século XX, ocupando uma vasta chácara que dominava a região. É a mansão mais antiga da cidade em bom estado de conservação, erguida em 1879 e tombada pelo CONPRESP. Outro exemplo marcante foi a residência da Família Souza, também conhecida como Recreio Chácara Souza, localizada no número 3346 da rua. Esta residência era um exemplar imponente da arquitetura da antiga São Paulo e permaneceu habitada até ser desocupada e demolida. Fotografias da época mostram uma casa rica em detalhes arquitetônicos e com um interior repleto de móveis antigos, que provavelmente pertenciam ao proprietário original. Sua demolição representa a perda de parte do patrimônio histórico da região, um tema recorrente em uma cidade marcada pelo rápido crescimento urbano. Outro marco importante é a Caixa d’Água do Alto de Santana, operada pela Sabesp, que se destaca tanto por sua funcionalidade quanto por sua relevância histórica. Construída em um ponto estratégico, essa estrutura foi fundamental para o abastecimento de água da região e é um símbolo da expansão dos serviços de saneamento básico em São Paulo. Até hoje, ela permanece em operação e serve como um ponto de referência visual para quem transita pela Zona Norte.
Além disso, é conhecida por abrigar instituições de grande importância, como o Arquivo Público do Estado de São Paulo. Uma das mais relevantes instituições de preservação da memória documental do estado de São Paulo, sendo responsável pela guarda e organização de documentos históricos fundamentais para a compreensão da história paulista e brasileira. Criado em 1721, o Arquivo Público passou por diversas mudanças de sede antes de se estabelecer em Santana, onde ocupa um edifício amplo e bem estruturado. Ele é um ponto de referência não apenas para pesquisadores e estudiosos, mas também para a população em geral, que pode acessar registros históricos que ajudam a contar a história do estado.
A via também se destaca por seu patrimônio religioso, com igrejas históricas que refletem a fé e a cultura da comunidade local. Um dos destaques é a Basílica Menor de Sant’Ana, localizada nas proximidades da rua. Construída no início do século XX, a basílica é dedicada à Sant’Ana, padroeira do bairro, e se destaca por sua arquitetura neogótica, com belos vitrais e um interior que atrai tanto fiéis quanto admiradores de arte sacra. Outro exemplo significativo é a Paróquia São José do Mandaqui, que desempenha um papel importante na vida religiosa e social do bairro desde o início do século XX. Sua arquitetura simples reflete o estilo das igrejas paulistanas do período, sendo um ponto de encontro para a comunidade.
Já a Capela de Santa Cruz, localizada no Alto de Santana, é uma construção menor, mas de grande valor histórico, simbolizando a fé das primeiras comunidades que se estabeleceram na região. Apesar da preservação de alguns desses marcos, muitos outros foram perdidos com o avanço da urbanização. A verticalização e o crescimento imobiliário transformaram a paisagem da rua, substituindo antigas chácaras e mansões por edifícios residenciais e comerciais.
Atualidade
editarA via possui grande concentração comercial, principalmente nas proximidades da estação Santana. Ao longo de seus quase 5 quilômetros de extensão, encontram-se pequenos centros comerciais, lojas, supermercados, agências bancárias, alguns colégios e faculdades, cinco hospitais e vários edifícios comerciais e residenciais. Possui cerca de 600 lojas.[3] Ela conecta importantes vias, como a Avenida Cruzeiro do Sul, Avenida Engenheiro Caetano Alvares e a Marginal Tietê, sendo um ponto estratégico para o trânsito e para o fluxo de pessoas.
No entanto, como em outras partes da cidade, o trecho enfrenta desafios urbanos, como trânsito em horários de pico e a necessidade de melhorias na infraestrutura viária. Apesar disso, a rua continua sendo um dos principais pontos de referência para a região. No Mandaqui, a rua apresenta uma interessante mescla de construções antigas e modernas, refletindo o desenvolvimento contínuo da região. A região baixa da rua (centro de Santana), nas proximidades da Estação Santana, está relativamente degradada, devido principalmente a zonas de meretrício noturnas, inúmeras pichações e certo número de moradores de rua.
No trecho mais alto da rua, passando pela região do Alto de Santana até as proximidades do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, há predomínio residencial, com muitos edifícios de classe média, média-alta e alta. No distrito do Mandaqui, na região do início do Alto do Mandaqui há predomínio comercial.
A via é conhecida por abrigar uma vasta gama de estabelecimentos comerciais, incluindo lojas de roupas, restaurantes, clínicas médicas, academias e escritórios. Além disso, o Santana Shopping, próximo à região, reforça o dinamismo econômico e atrai consumidores de diversas regiões da cidade. A proximidade com a Estação Santana também contribui para a movimentação intensa na rua, na região conhecida como Centro de Santana. O acesso facilitado ao transporte público torna a região atrativa tanto para moradores quanto para comerciantes.
Entre as instituições de maior destaque está o Colégio Marillac, fundado em 1936 e administrado pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Outra importante instituição é a EMEFM Prof. Derville Allegretti. No âmbito do ensino superior, abriga a Universidade São Judas – Unidade Santana e a Universidade Sant'Anna. A tradição educacional é representada pelo Elite Rede de Ensino – Santana, anteriormente conhecido como Colégio Santana, uma das instituições mais antigas da região, fundada em 1901. O antigo Colégio Santana foi por décadas um marco da educação na Zona Norte. A formação profissional é representada com o Senac Santana, uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Na esfera do ensino público estadual, temos a Escola Estadual Doutor Octávio Mendes (CEDOM).
A rua possui importantes estabelecimentos de Saúde como o Pronto-Socorro Municipal Dr. Lauro Ribas Braga, Hospital HSANP, APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (Museu do Dentista e seu teatro), a sede do Movimento de Valorização Humana, o Hospital São Camilo - Unidade Santana e seu centro médico e laboratórios clinicos (Hermes Pardini) e o Conjunto Hospitalar do Mandaqui.
Embora o trecho do distrito do Mandaqui - trecho final - não tenha tantas construções históricas quanto o segmento em Santana, ele carrega traços do crescimento e urbanização da ZN. O Mandaqui surgiu como uma área de chácaras e zonas verdes no início do século XX, mas, com o crescimento da cidade, a região foi incorporada ao tecido urbano de São Paulo. A rua teve papel importante nesse desenvolvimento, funcionando como uma via de conexão para o escoamento de mercadorias e para o deslocamento dos moradores. Além disso, ela ajudou a estruturar o crescimento do bairro, atraindo comércios e serviços para atender à população local
Mercado imobiliário
editarO mercado imobiliário da via e arredores está em constante valorização. A crescente procura por imóveis na Zona Norte, especialmente em Santana, reflete a busca por qualidade de vida e proximidade com o centro da cidade. A rua é caracterizada por uma diversidade de ofertas imobiliárias, que vão desde apartamentos de médio e alto padrão até edifícios comerciais. A infraestrutura local, incluindo escolas, hospitais renomados (como o Hospital São Camilo Santana), e opções de lazer, contribui para a atratividade da região.
Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de lançamentos imobiliários. Incorporadoras têm investido em empreendimentos modernos, muitos dos quais incluem áreas de lazer completas e segurança 24 horas. Segundo especialistas do mercado, a valorização média dos imóveis na região fica entre 4% e 6% ao ano, um índice considerável para o mercado paulistano.
Fotos da rua
editarPrédios no alto da Voluntários, Alto de Santana | Alto da rua, no bairro de Vila Santana, próximo ao Hospital São Camilo | Trecho final da rua, no bairro e no distrito do Mandaqui |
Ver também
editarReferências
- ↑ «DICIONÁRIO DE RUAS». dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 28 de janeiro de 2021
- ↑ «Santana - o ponto alto da zona norte.». 23 de fevereiro de 2009. Consultado em 25 de abril de 2009
- ↑ «O SPTV foi aos diversos centros de comércio popular nos bairros que atraem muita gente nesta época do ano.». 11.05.2006. Consultado em 15 de agosto de 2009
O artigo intitulado "Bairros nobres da cidade de São Paulo" busca explorar a história das regiões mais valorizadas da metrópole de São Paulo, destacando seus personagens marcantes, origens e outras características distintivas como desigualdade social, planejamento urbano e desenvolvimento humano. São Paulo, sendo a cidade mais populosa do Brasil e um importante polo financeiro e cultural, oferece uma diversidade única em seus bairros nobres, cada um com suas particularidades e atrativos. Esses bairros possuem ou possuíam imóveis que até a primeira década do século XX eram chamados de "casarões" ou "palacetes" ou "palácios" pelo mercado imobiliário e atualmente são chamados de mansões (horizontais e verticais).
Palacete paulistano
Classificação
editarO Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-SP) - 2ª Região estabelece as "Zonas de Valor" para a determinação dos valores médios de venda dos imóveis. Os imóveis são agrupados segundo sua idade de construção, suas características construtivas e sua similaridade de preço no mercado. Essa similaridade despreza a localização geográfica e privilegia o agrupamento dos imóveis em bairros de cinco “Zonas de Valor”, com preços homogêneos. As Zonas "A" e "B" representam os bairros nobres. Segundo o mesmo conselho os imóveis verticais considerados de luxo, são unidades de um a dois apartamentos por andar, tábuas corridas no piso, mármore nacional, armários de madeira de lei, cozinha projetada, papel de parede ou pintura acrílica, boxe de vidro temperado, dentre outros.
Zonas de Valor do CRECI - SP Zona A - Alto da Boa Vista, Alto de Pinheiros, Brooklin Velho, Campo Belo, Cidade Jardim, Higienópolis, Itaim Bibi, Jardim América, Jardim Anália Franco, Jardim Europa, Jardim França, Jardim Paulista, Ibirapuera, Moema, Morro dos Ingleses, Morumbi, Real Parque, Pacaembu, Perdizes e Vila Nova Conceição. Zona B - Aclimação, Alto da Lapa, Alto de Santana, Bela Vista, Brooklin Novo, Cerqueira César, Chácara Flora, Consolação, Granja Viana, Indianópolis, Jardim Guedala, Jardim Marajoara, Jardim Paulistano, Jardim São Bento, Jardim São Paulo, Paraíso, Pinheiros, Planalto Paulista, Pompéia, Sumaré, Sumarezinho, Vila Clementino, Vila Madalena, Vila Mariana, Vila Olímpia e Vila Sônia. Zona Norte: 04 zonas de valor |
Pesquisa CRECI-SP Imóveis usados/Venda-Aluguel residencial |
Segundo a legislaçao paulista mansao é um prédio isolado com projeto arrojado ou suntuoso, acabamento requintado, com uso de madeira de lei e louças da melhor qualidade, ao menos quatro suítes e quatro vagas na garagem. Fora quadra esportiva, depósito de cristais ou cômodo blindado. Esses são alguns dos itens da legislação paulistana para descrever as casas de mais alto padrão, da cidade, da categoria "F". As mansões geralmente têm mais de 700 m².
A maioria desses casarões, localizados principalmente nas zonas sul e oeste, entre os Jardins e a região do Morumbi, foi construída nos anos 1970 e 1980, com um declínio acentuado em construções desse tipo após esse período.
Em 2016 o jornal Folha de S.Paulo no ano publicou a matéria "Mansões de São Paulo ocupam área de dois parques Ibirapuera". A matéria faz um levantamento inédito feito a partir do cadastro do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Aberto pela gestão Fernando Haddad (PT), que apontou a existência de 1.840 imóveis do tipo na cidade. Eles representam cerca de 0,1% do total paulistano, mas seus terrenos ocupam área equivalente a mais de dois parques Ibirapuera.
No ano de 1995 a revisa Veja na matéria "Os templos da nova riqueza" destacou a construção da mansão Safra e sua grandiosidade. Já em 2016 o jornal Folha de S.Paulo escreveu sobre o palácio na matéria "Casas de Safra, Faustão e Doria estão entre as dez maiores de SP",[1] chamando a de maior mansão da capital paulista, pela maior área construída e maior valor do IPTU. Nesta matéria foi feito um ranking com as 10 maiores mansões da cidade, pela área do terreno em m², área construída em m², valor estimado, em R$ milhões e IPTU em R$ mil (segundo avaliação oficial da Prefeitura de São Paulo, normalmente abaixo do valor de mercado). [2] Em 2024 a mansão e suas especificidades foram divulgadas amplamente na mídia nacional em todos os principais canais de comunicação.[3] Uma dessas matérias é do G1, "Mansão da família Safra de 130 cômodos, em SP, é a 11ª maior residência do mundo, diz revista."[4][5][6]
Devido ao fato de ser considerada como uma das maiores residências do mundo, maior até do que o Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente do Brasil e a Casa Branca,[7] residência oficial e principal local de trabalho do Presidente dos Estados Unidos.[8] Foi eleita pela revista americana Architeture Design e pelo ArchDaily como a décima primeira maior residência do mundo.[9][10] O ArchDaily é um web site que cobre notícias da arquitetura, projetos, eventos, produtos, entrevistas, chamadas da arquitetura, artigos de opinião, entre outros, focado a arquitetos, designers e público em geral interessado no tema.[11][12][13] [14][15] A mansão só perde para palácios como o de Versalhes, perto de Paris, e o de Buckingham, em Londres, na oitava e sétima posições, respectivamente.[1] um levantamento inédito baseado nos domicílios do cadastro do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) que tratava sobre os imóveis de alto-padrão que são classificados na categoria "F": mansões que geralmente têm mais de 700 m², onde se localizam e a quantidade, 1.840 imóveis do tipo.[16]
Na matéria do jornal O Estado de S. Paulo "1% dos proprietários concentram 45% do valor imobiliário em São Paulo" os imóveis dos proprietários mais ricos da cidade de São Paulo valem, em média, R$ 880 mil. Um por cento dos donos de imóveis de São Paulo concentra 45% do valor imobiliário da cidade. São R$ 749 bilhões em casas, apartamentos, terrenos e outros bens registrados no nome de 22,4 mil proprietários – os mais ricos entre 2,2 milhões de proprietários de imóveis da capital. É o que mostram dados inéditos calculados pelo Estadão Dados com base no cruzamento da base de contribuintes imobiliários divulgada pela Secretaria Municipal de Finanças com a de valores venais de imóveis da cidade, coletada pela reportagem.[17]Também estão entre os maiores proprietários da cidade empresas públicas como a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo – Cohab (R$ 7,4 bilhões) e a Companhia do Metropolitano de São Paulo (R$ 5,6 bilhões), além de concessionárias de serviços públicos, como Eletropaulo (R$ 5 bilhões) e Sabesp (R$ 3,2 bilhões). Em faixas similares, há construtoras como Gafisa (R$ 4,2 bilhões) e WTorre (R$ 2,8 bilhões). Em seguida estão instituições tradicionais da cidade, como Arquidiocese de São Paulo e o Esporte Clube Pinheiros, ambos com R$ 2,3 bilhões. Os bens imobiliários do 1% se dividem em três grupos. O primeiro é composto por imóveis caros em áreas ricas da cidade: quase metade desse patrimônio está em 10 dos 96 distritos paulistanos mais valorizados: Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros, Santo Amaro, Moema, Vila Mariana, Morumbi, Consolação, Bela Vista e Vila Andrade. O segundo tem galpões e outras áreas de grande metragem em antigos distritos industriais, como Barra Funda, Brás, Lapa e Vila Leopoldina. Por último, há vários terrenos vazios nas franjas da cidade, em distritos como Cidade Tiradentes.[18]
História
editarDurante o período colonial, São Paulo não possuía a relevância econômica e política que outras regiões do Brasil, como Salvador e Rio de Janeiro, detinham. A cidade era um pequeno núcleo urbano, com pouca infraestrutura e limitada importância no cenário nacional. A elite paulistana da época vivia em edifícios localizados no "Centro Velho", atual distrito da Sé, como o Palacetes Prates, que se destacavam por sua imponência e arquitetura refinada.
No século XIX, a economia de São Paulo foi profundamente influenciada pela cultura do café. A região do Vale do Paraíba, inicialmente, e posteriormente o Oeste Paulista, tornaram-se os principais centros de produção de café do país. Essas áreas atraíram grandes investimentos e geraram significativa riqueza para os fazendeiros da região, que se tornaram uma classe poderosa e influente na política e economia do estado e do país.
Durante a década de 1870, São Paulo enfrentava uma distribuição populacional desigual, com maior concentração na região da Sé, onde as condições urbanas e de transporte eram precárias. A necessidade de expansão urbana levou ao desenvolvimento de áreas antes inacessíveis devido a desníveis e várzeas pantanosas. Entre 1872 e 1875, sob a liderança de João Teodoro, a cidade passou por uma transformação significativa, conhecida como "segunda fundação de São Paulo", que incluiu a idealização do Viaduto do Chá em 1877 e a implementação do primeiro código sanitário em 1884, focando na melhoria das condições urbanas como drenagem e arborização, visando transformar São Paulo na "capital do café" sem alterar a base econômica de agro-exportação do país. Um símbolo da arquitetura da época temos o Casarão Marieta Teixeira de Carvalho (1878), edifício tombado pelo patrimônio histórico, ainda servindo como residência.
Com o advento da República e a política do café com leite, os barões do café migraram do centro da cidade para bairros periféricos na época, como Bela Vista (1878), Campos Elíseos (1879), Santa Cecília (1880), Cerqueira César (1890) e Higienópolis (1895). Nos Campos Elíseos, surgiram palacetes que refletiam o luxo e a ostentação da elite cafeeira, como o Palacete Elias Chaves. Em Santa Cecília, destacavam-se residências com arquitetura eclética, enquanto Higienópolis se consolidava como um bairro nobre, atraindo famílias abastadas.
- Bela Vista (1878)
- Campos Elíseos (1879)
Campos Elíseos a Residência de Elias Pacheco Chaves - Palácio dos Campos Elíseos (1881), Palacete Helvetia (1923), Residência Dino Bueno (1895), o Casarão da Alameda Cleveland (1894) e o Palácio dos Campos Elíseos (1899). Santa Cecília: Casa de Sebastiana de Sousa Queirós (1910): mantém-se como um exemplo notável de arquitetura residencial da época, atualmente ainda usada como residência.
- Santa Cecília (1880)
- Cerqueira César (1890)
- Higienópolis (1895)
Higienópolis: Palacete Veridiana da Silva Prado (1885): Transformado em um espaço cultural, mantém a elegância da arquitetura do século XIX. Residência à Rua Maranhão (1895) e Casarão de Nhonhô Magalhães (1927): Estes imóveis são exemplos de preservação, com usos que variam entre residenciais e comerciais, mantendo suas características originais.
Temos os marcos arquitetônicos, na Bela Vista: a Mansão Hasbaya e Casa Daphnis de Freitas Valle (1928): Ambas refletem a riqueza arquitetônica da época, com a Mansão Hasbaya servindo agora como um espaço de eventos. em No centro temos o Palacete Prates e o Palacete Ramos de Azevedo. Essas propriedades refletiam o crescimento econômico e o aumento do poder da elite paulistana.
Durante a década de 1870, a distribuição populacional da cidade de São Paulo era irregular em relação às outras cidades coloniais brasileiras, uma vez que carecia de pessoas em áreas urbanas, diferentemente de Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Belém. Sua população mantinha-se predominantemente na região da Sé, ao lado de terrenos que tinham a função de desenvolver vários tipos de serviço público especialmente para a parte mais pobre da população. Além disso, a cidade não possuía um sistema de transporte público muito desenvolvido e elaborado para a sua realidade, visto que as regiões mais afastadas do centro se conectavam a ele a partir de estradas precárias.
No entanto, houve um aumento da demanda para incorporar áreas novas na cidade e, a partir desse acontecimento, a ocupação nas proximidades da região da Sé foi uma alternativa a grande parte da população e dos empreendedores da época, mas que teve de contornar os desníveis do local, as várzeas pantanosas e os terrenos que se faziam inadequados para ser ocupados por pessoas. Assim, a partir da necessidade de tornar a região mais acessível a moradores, foram grandes os tratamentos originados para que houvesse a expansão da cidade para o centro. Com isso, diversos programas de melhorias urbanas foram desenvolvidos para a região do Vale do Anhangabaú.
Dessa forma, muitos tratamentos foram visíveis, principalmente entre 1872 e 1875, período no governo de João Teodoro, que ficou conhecido como "segunda fundação de São Paulo". Durante sua gestão, foram definidas muitas transformações que visavam ao progresso da cidade dentro de seu programa presidencial. Ele propôs mudanças na estrutura e na simbologia de São Paulo, mas não tinha como foco alterar a economia de agro-exportação do País na época. Assim, ele prometeu uma transformação na aparência das cidades do País, realizando uma junção entre estética e estrutura e, dessa forma, pensou em mudanças que pudessem transformar São Paulo na "capital do café". Em 1877, teve início a urbanização da área, por meio da idealização do Viaduto do Chá — que só seria inaugurado em 1892. Para a construção do viaduto, foi desapropriada apenas a faixa utilizada para a obra. Em 1884, o decreto 233 (primeiro código sanitário do Estado de São Paulo) foi feito para contribuir com o recém-criado órgão de Serviço Sanitário. O código trazia em si algumas regras que proporcionavam melhorias para a questão do solo nas cidades, como mais árvores, calçamento de ruas e drenagem de terrenos úmidos, o que indicou que a drenagem das várzeas de São Paulo passasse a ser uma norma.
Durante a gestão de João Alfredo Correia de Oliveira, pernambucano que presidiu São Paulo entre 1885 e 1886, diversas obras também foram iniciadas. Ele trazia a proposta de criar um bulevar circular em torno da área central, de modo que compreendesse uma gigante avenida repleta de árvores, do Brás ao Ipiranga, na várzea saneada e drenada do Rio Tamanduateí, que, por sua vez, se ligaria a outras avenidas e inclusive ao Córrego do Anhangabaú — que estava sendo retificado na época. Mesmo com tantas sugestões de melhoria urbana, apesar de suas propostas, a complexidade de elaboração das obras eram maiores do que os governos monárquicos poderiam atuar naqueles momentos, de forma que não foram realizadas.
No século XIX, São Paulo ainda estava em suas fases iniciais de crescimento e urbanização. A cidade, que era muito menor do que é hoje, começava a mostrar sinais de desenvolvimento fora do seu núcleo central, principalmente por influência das atividades agrícolas e da chegada dos imigrantes.
A partir do final do século XIX e início do século XX, São Paulo começou a receber um grande número de imigrantes europeus e de outras partes do mundo. Essa mão de obra foi essencial para o desenvolvimento da indústria na cidade. Bairros como Brás e Mooca se tornaram centros industriais importantes, com fábricas de tecidos, alimentos e outros produtos manufaturados. Essa industrialização ajudou a diversificar a economia da cidade, que até então era fortemente dependente da agricultura
No início do século XX, São Paulo enfrentou processos de modernização que transformaram sua infraestrutura urbana. Foram implementados melhoramentos como a eletrificação, sistemas de transporte como bondes, e a construção de edifícios e avenidas que moldaram a nova face da cidade. Essas mudanças, embora enfrentassem resistências dos moradores mais antigos do centro, foram cruciais para o desenvolvimento urbano e econômico de São Paulo.
Núcleos de desenvolvimento de São Paulo, fora do centro:
- Pinheiros (1560)
O bairro de Pinheiros, situado na Zona Oeste de São Paulo, tem uma história que se estende desde o século XVI, mas foi especialmente durante o século XIX e início do século XX que o bairro começou a desenvolver a identidade que hoje é reconhecida. Originalmente uma região predominantemente rural, Pinheiros era marcado por suas fazendas e chácaras, onde se cultivavam produtos agrícolas destinados ao mercado da cidade. O nome do bairro deriva das numerosas árvores de pinho que dominavam a paisagem local.
No século XIX, o principal meio de transporte era o rio Pinheiros, que na época era navegável e essencial para o transporte de mercadorias. A urbanização do bairro ganhou impulso com a chegada da estrada de ferro na década de 1870, conectando Pinheiros ao centro da cidade e facilitando o escoamento da produção local. A inauguração da Usina São Paulo em 1901, a primeira usina hidrelétrica da cidade, localizada em Pinheiros, sublinhou ainda mais a importância do bairro no contexto do desenvolvimento urbano e energético de São Paulo.
À medida que o século XX avançava, o perfil de Pinheiros começava a mudar de rural para mais urbano e industrial. A instalação de indústrias leves e a construção de residências para abrigar os trabalhadores dessas indústrias marcaram o início de uma densificação populacional significativa. O bairro também começou a atrair um grande número de imigrantes, especialmente italianos e portugueses, que contribuíram para a diversificação cultural e social da área.
- Sant' Ana (1782)
Embora seu crescimento mais significativo tenha ocorrido posteriormente, Santana na Zona Norte de São Paulo já era uma área em desenvolvimento no século XIX. A região se beneficiou da presença de estradas e, mais tarde, da expansão das linhas de bonde e trem, facilitando a ligação com o centro da cidade. O Alto de Sant'Anna, como era chamado na época, se desenvolveu notavelmente como um enclave de classe abastada na segunda metade do Século XIX. Em 1852 o alferes de milícias Francisco Antônio Baruel adquiriu terras na região. Representante de uma das primeiras famílias influentes da Zona Norte, Baruel era dono da Chácara Baruel, propriedade rural de cerca de 24.250 m² que abrigava um castelo de estilo nórdico construído por volta de 1879, conhecido como Palacete Baruel. Este é um dos exemplos mais antigos de residências de luxo na cidade e, graças ao tombamento, foi preservado até os dias atuais. A chácara também incluía a casa de sua neta, Dona Maria, onde hoje está localizada a Biblioteca Narbal Fontes. Após a morte do patriarca a propriedade passou para as mãos de Francisco Nicolau Baruel, farmacêutico e político criador da Baruel (empresa). Sendo desmembrada e vendida em lotes na década de 1950, marcando o início da urbanização da região.
O Palacete Baruel, era uma residência luxuosa que refletia a riqueza e o status social da família. Este palacete se tornou um símbolo local de opulência e era conhecido por suas festas e recepções, atraindo a elite paulistana da época, inclusive estudantes de Direito do Largo de São Francisco. A religiosidade da Família Baruel e da Família Doll representada pelo patriarca teuto-brasileiro Pedro Doll, vereador da cidade de Santo Amaro (1832-1935), levou à construção da Capela de Santa Cruz na Rua Voluntários da Pátria em 1895. Tornando-se a igreja matriz provisória do bairro de Santana,[19] a capela servia não apenas como um lugar de culto, mas também como um ponto de encontro social para a elite da região. Um ano antes as Irmãs da Congregação de São José de Chambéry transfiriram-se para o alto da colina do bairro de Santana, fundando o Colégio de Sagrado Coração de Maria que era conhecido como Colégio Santana, onde estudaram Tarsila do Amaral e Ayrton Senna.[19] Outra propriedade significativa na região era a Chácara Souza, que pertencia a uma outra família proeminente esta propriedade era um exemplo de residencial luxuoso, com vastos jardins e uma grande casa principal (demolida em 2009). Essas chácaras representavam o estilo de vida da classe alta da época, focado em conforto, privacidade e uma conexão com a natureza. Nas proximidades da capela e das chácaras foi se desenvolvendo paulatinamente uma população mais abastada, que construía habitações de padrão superior às da população da várzea do Tietê, conhecido como Centro de Santana. Pois a região era menos suscetível à inundações e de “ares” montanhosos. Para tanto, foram realizadas importantes obras de arruamento, terraplanagem e pavimentação da região pelas primeiras empresas construtoras da cidade.
- Ypiranga (1822)
Conhecido pelo histórico "Grito do Ipiranga", este bairro também começou a se desenvolver no século XIX, especialmente após a independência do Brasil.
O bairro tem uma história profundamente ligada à Família Jafet, uma família de origem libanesa que se radicou na cidade no final do século XIX. Os Jafet foram pioneiros da industrialização paulistana e criaram um dos maiores grupos empresariais familiares do Brasil, com empreendimentos em diversos setores, incluindo têxtil, mineração e metalurgia. A Família Jafet teve um papel crucial no desenvolvimento do bairro, especialmente através da fundação da Ypiranga Jafet em 1907, uma das precursoras da indústria têxtil nacional. Esta fábrica não só impulsionou a economia local, mas também foi responsável pelo desenvolvimento urbano do bairro e de seu entorno. Para acomodar os trabalhadores da fábrica, a família construiu 320 residências, formando o que inicialmente foi chamado de Vila Jafet. Essas casas, que mantinham um padrão arquitetônico uniforme, ainda podem ser observadas hoje e são parte importante do patrimônio histórico do bairro.
Os marcos arquitetônicos do bairro são: o Museu do Ipiranga, um marco histórico e cultural (1895), o Palácio dos Cedros: inicialmente uma residência privada, hoje funciona como um espaço de eventos, preservando sua arquitetura neoclássica (1922), a Residência de Michel Assad (1924), a Residência da Família Jafet (rua Costa Aguiar, 1013) (1924), o Palacete Rosa (1927) e o Palacete Violeta - ambos foram construídos por famílias abastadas da época e atualmente são utilizados para eventos e hospedagens, mantendo suas características arquitetônicas (1934) e a Residência da Família Jafet (rua Bom Pastor, 825) (1934), estas casas ainda pertencem aos descendentes das famílias ou foram transformadas em instituições culturais ou educacionais.
Município de Santo Amaro (1832-1935)
Santo Amaro foi um antigo município do estado de São Paulo. Até 1877 incluía as áreas dos atuais municípios de Itapecerica da Serra, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Taboão da Serra, São Lourenço da Serra e Juquitiba, que se separaram[20] em decorrencia da Lei Provincial N.º 33, de 8 de maio de 1877, pela formação da vila de Itapecerica.[21] A expansão industrial em Santo Amaro começou em 1829, com a instalação de uma colônia de imigrantes alemães. A partir de 1877, Santo Amaro passou a abranger o território correspondente às atuais regiões administrativas da Zona Sul de São Paulo e partes da Zona Centro-Sul de São Paulo. A sede do município localizava-se onde hoje é o distrito de Santo Amaro. Nele estão: a antiga Residência de Júlio Guerra e a Residência de Felizberto Ranzini (1924).
Na área que abrangia o extinto município de Santo Amaro foram criados os bairros de Campo Belo (1903) e Chácara Flora (1914), Interlagos (1920) e Brooklin Velho (1922).
Após 103 anos de emancipação, em 22 de fevereiro de 1935, o interventor federal em São Paulo, Armando de Sales Oliveira, resolveu anexar Santo Amaro ao município de São Paulo.[22]
Higienismo
editarAté 1900, os responsáveis pelas questões de obras públicas na cidade eram profissionais que tomavam conta das questões sanitárias da região, os chamados médicos e engenheiros sanitários conhecidos como "higienistas". Tratava-se de profissionais cujas funções designadas se restringiam a combater alguns desafios da saúde ou contribuir com o desenvolvimento das cidades a partir do saneamento urbano. No fim do século XIX, no entanto, São Paulo conheceu uma nova concepção de "transformações urbanas", que surgiram com o decorrer das transformações ao redor da própria cidade, como a urbanização crescente em estados como o Rio de Janeiro. Assim, o Estado de São Paulo passou a estabelecer critérios mais objetivos, a fim de conseguir encontrar soluções para problemas enfrentados pela população. Dessa forma, o engenheiro e o médico abriram espaço para que novos engenheiros urbanistas e também sociólogos, juntos, construíssem e elaborassem ações a favor da modernização de São Paulo. Por cuidarem de assuntos referentes ao desenvolvimento das cidades, os tais engenheiros e arquitetos também se consideravam urbanistas, portanto eram vistos pela maior parte da população como responsáveis por funções específicas e determinadas somente por um administrador público da cidade, que se encarregava de estabelecer melhorias às obras públicas de São Paulo.
Foi justamente a ascensão dos ensinamentos de técnicas de autoridades do meio público é que propostas de melhoria começaram a ser elaboradas. Com isso, os desafios de São Paulo — que, aos poucos, absorvia a modernização que chegava a outras cidades do Brasil — tornaram necessária a reconfiguração do Vale do Anhangabaú, um dos locais que mais foram afetados por essa modernidade. Como grande transformação de seu espaço, os urbanistas responsáveis pelas mudanças na região se dispunham a novos pensamentos, saberes e experiências da modernização, tanto das técnicas quanto dos pensamentos.
Avenida Paulista (1891)
editarNo dia 8 de dezembro de 1891, foi inaugurada a Avenida Paulista, que recebeu este nome em homenagem aos paulistas e paulistanos. Projetada pelo engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, a avenida foi construída no alto do Espigão da Paulista, a 900 metros do nível do mar, em uma área que fazia parte da antiga Chácara do Capão, incluindo o Morro do Caaguaçú. A área foi loteada, e a avenida foi planejada para ser algo nunca visto na época: uma via larga, com três pistas separadas por magnólias e plátanos, e imensos lotes de cada lado.
A Avenida Paulista foi a primeira via pública asfaltada e arborizada de São Paulo, e rapidamente se tornou o endereço preferido da elite paulistana. Durante muitos anos, os barões do café, grandes comerciantes e industriais construíram elegantes mansões ao longo da avenida. Lá, aconteciam eventos marcantes, como corridas de charretes, cabriolés, os primeiros automóveis e os grandes carnavais das décadas de 1920 e 1930.
Entre os nomes ilustres que residiram na Avenida Paulista estão Conde Francisco Matarazzo, Von Bülow, Caio Prado, Numa de Oliveira, Horácio Sabino, Joaquim Franco de Mello, Yolanda Penteado, Ramos de Azevedo, entre outros. Essas famílias marcaram a história da cidade e deixaram um legado arquitetônico e cultural significativo. Palacete von Bülow (1885), Casa das Rosas (1935), e Mansão Matarazzo (1896): A Casa das Rosas é agora um espaço cultural, enquanto as outras foram demolidas.
No final da década de 1920, a avenida chegou a ser renomeada como Avenida Carlos de Campos, em homenagem ao ex-governador do estado de São Paulo. No entanto, a população rejeitou a mudança, e o nome original foi restaurado. Apesar das transformações ao longo do tempo, a Avenida Paulista manteve seu charme e importância, tornando-se o centro financeiro e cultural do Brasil e um marco para a América Latina. Devido ao desenvolvimento do logradouro o mesmo engenheiro, Joaquim Eugênio de Lima, desenvolveu o bairro do Jardim Paulista.
Hoje, restam apenas cinco casarões tombados como patrimônio histórico na Avenida Paulista. Esses casarões são testemunhos da Bela Época da elite paulistana, quando ancestrais de muitas famílias atuais chegaram ao Brasil e trabalharam nas residências dos barões do café, do comércio e da indústria. Contudo, a maioria das mansões e palacetes foi substituída por edifícios, estacionamentos e shoppings, refletindo as mudanças urbanas e econômicas da cidade.
Os graves problemas associados à urbanização acelerada, que se manifestaram inicialmente nas grandes cidades europeias e norte-americanas e, posteriormente, nos principais centros urbanos latino-americanos, motivaram os primeiros urbanistas a buscar alternativas para o congestionamento crescente e a perda de qualidade de vida nas metrópoles.
Bairros-jardins
editarEssa situação também gerou oportunidades para novos modelos de desenvolvimento urbano. Em São Paulo, a City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited foi criada entre 1911 e 1912 com o objetivo de lotear grandes áreas para uso residencial de bom ou alto-padrão. A companhia recorreu a consultorias e projetos de urbanistas renomados, adotando padrões urbanísticos inspirados no Garden City Movement inglês. As teorias de urbanismo e cidades-jardim, discutidas e implementadas por Ebenezer Howard, Raymond Unwin e Barry Parker na Inglaterra, foram aplicadas no desenvolvimento de loteamentos que hoje são centrais em São Paulo.
Foi introduzido em São Paulo o conceito de bairros-jardins e o primeiro bairro-jardim da América do Sul foi o Jardim América (1915), que rapidamente se tornou um modelo de urbanização. A partir de 1915-1917, esses padrões começaram a ser aplicados nos novos bairros da Companhia City em São Paulo, com destaque para o bairro do Pacaembu, idealizado desde 1912. O projeto foi delineado por Parker entre 1917 e 1919 e desenvolvido pelo engenheiro George Dodd, sendo implantado a partir de 1925.
- Jardim América (1915)
- Pacaembu (1925)
A partir do desenvolvimento do Pacaembu há uma evolução em termos históricos e legislativos, como em mudanças na legislação de arruamentos e loteamentos (especialmente em 1913 e 1923) e no Código de Obras paulistano (a partir de 1934). A legislação de zoneamento, implementada a partir de 1931, e o debate sobre o núcleo comercial proposto no final dos anos 1940 são destacados, culminando na Lei 4792 de 1955, que regulamentou os bairros do Pacaembu e Pacaembuzinho. Este foi um momento precursor da Lei de Zoneamento de 1972, a Z1-007, que abrangeu a região e os trechos deixados sem proteção, levando ao tombamento do bairro pelo CONDEPHAAT em 1992.
Esse conceito se espalhou para outras regiões, loteadas pela City, dando origem a bairros como City Butantã (1918), City Lapa - Alto da Lapa e Bela Aliança (1921), Alto de Pinheiros (1925), Pacaembuzinho (1941), Vila Romana (1942), Jardim Guedala (1942) e Cidade Jardim (1950). Esses bairros abrigavam mansões luxuosas, cercadas por áreas verdes e ruas arborizadas, consolidando-se como os novos redutos da elite paulistana.
Mediante o sucesso dos bairros-jardins, outras empreiteiras seguiram o modelo da Companhia City, como a Camargo Correa criando os bairros de: Interlagos, que recebeu esse nome por se localizar entre dois "lagos", as represas de Guarapiranga e Billings (1920), Jardim Europa loteado como uma continuação do Jardim América (1922), Brooklin Velho, loteado pela Sociedade Anônima Fábrica Votorantim,[23][24] (1922), Ibirapuera (1922), Indianópolis (1936), Vila Nova Conceição (1936) e Vila Mascote (1940).
O arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, pesquisador da USP, afirma que "o caminho dos endinheirados", a partir das décadas de 1930-40, seguiu para o bairro de Higienópolis, avançou para a Avenida Paulista e pela região dos Jardins e por fim cruzou o Rio Pinheiros, após sua retificação, e chegou à área do distrito Morumbi.
A retificação do Rio Pinheiros ocorreu a partir de 1928, que se estenderiam até os anos 1950. O objetivo destas obras era acabar com as inundações, canalizar as águas e direcioná-las para a Represa Billings, invertendo o sentido do rio, com a Usina Elevatória de Traição. Com isso, foram criadas condições para a instalação da Usina Hidrelétrica Henry Borden. Essa transformação do Rio Pinheiros teve um impacto significativo no desenvolvimento de bairros nobres, nas áreas de várzea, como o Jardim Paulistano.
Morumbi
editarEsse movimento marcou a expansão da elite paulistana para áreas mais afastadas, onde surgiram mansões ainda mais grandiosas, consolidando o Morumbi como um dos distritos mais luxuosos da cidade, sendo um exemplo notável de urbanização planejada que acompanhou o crescimento da cidade em direção ao sudoeste a partir do Centro Histórico. A história de desenvolvimento do distrito começou em 1948, quando o engenheiro Oscar Americano adquiriu grandes glebas de terra e iniciou um processo de urbanização meticuloso. Ele não apenas loteou a área, mas também se dedicou à arborização, plantando um exemplar de cada espécie da flora brasileira, criando assim os futuros bairros-jardins que o caracterizam até hoje.
Oscar Americano e a Companhia Imobiliária Morumby foram pioneiros na venda de lotes extensos, atraindo muitas famílias ricas paulistanas para as ruas sinuosas do Morumbi. A arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, conhecida por seus projetos emblemáticos como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o SESC Pompeia, projetou sua residência no distrito, sendo esta a primeira casa construída na região na década de 1950. Além disso, o arquiteto Gregori Warchavchik foi responsável pela restauração das ruínas da Casa Grande e da capela da antiga Fazenda Morumbi, estruturas que foram posteriormente tombadas pelo CONPRESP em dezembro de 2005, destacando a importância histórica e cultural do distrito.
A construção do Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Estádio do Morumbi) no final dos anos 1950 e a transferência da sede do governo do estado para o Palácio dos Bandeirantes aceleraram a ocupação dos terrenos livres. Nas décadas de 1980 e 1990, a verticalização começou a atingir o Morumbi, especialmente nos arredores da Avenida Giovanni Gronchi. Apesar de ser um reduto da classe alta paulistana, o Morumbi apresenta contrastes significativos, com a presença de favelas como Real Parque, Jardim Panorama e a vizinha Paraisópolis, a segunda maior favela do município. Essa coexistência de áreas de alta renda com comunidades carentes destaca as disparidades sociais dentro do mesmo distrito. Além disso, abriga importantes instituições como o Hospital Israelita Albert Einstein, a sede da Rede Bandeirantes de rádio e televisão, e o luxuoso Shopping Cidade Jardim. E mansões de personalidades como Hebe Camargo, Fausto Silva e das famílias Baumgart, Safra (1990) e Abravanel.
Segundo historiadores, as últimas áreas de São Paulo a atrair famílias abastadas foram aquelas que ofereciam maior segurança e privacidade, distantes do centro urbano.
Quarto Centenário de São Paulo
editarAs famílias quatrocentonas, aquelas com linhagem ancestral na cidade de São Paulo desde o século XVI, desempenharam um papel fundamental na construção de muitas das mansões, palacetes e palácios residenciais da cidade. Essas famílias utilizavam suas propriedades para consolidar seu status e poder na sociedade paulistana.
O termo "quatrocentão" ou "família quatrocentona" é utilizado para designar as famílias tradicionais de São Paulo, descendentes dos primeiros colonizadores e exploradores da região. Este termo começou a ser usado no início do século XX, mas ganhou popularidade por volta da celebração dos 400 anos da cidade, em 1954. Antes disso, essas famílias eram conhecidas como "primeiros povoadores".
As famílias quatrocentonas são vistas como parte da elite paulistana, com raízes que remontam aos primeiros tempos da colonização portuguesa no Brasil. Elas são frequentemente associadas a um status social elevado e a uma herança cultural significativa, mantendo tradições e influências que se estendem por gerações. Temos a Família Matarazzo, a mais famosa por seu papel na indústria e no comércio. Os Matarazzo foram pioneiros na indústria alimentícia no Brasil, fundando várias empresas de sucesso, incluindo a famosa Indústria de Laticínios Matarazzo. A família também se destacou por suas contribuições sociais e culturais, promovendo diversas iniciativas em benefício da comunidade, com Francesco Matarazzo fundando o maior complexo industrial da América Latina no século XX. E as familias: Penteado, Prado, Pires do Rio, Camargo, Coutinho, Bueno, Toledo, Whitaker, Mesquita, Pereira Barreto, Bueno de Andrade, Almeida, Sampaio, Jafet, Baruel, Pamplona e Klabin.
Nesta comemoração foram inaugurados diversos aparelhos públicos emblemáticos da cidade como o Parque Ibirapuera, o Monumento às Bandeiras e a finalização da construção da Catedral Metropolitana de São Paulo, chamada de Catedral da Sé.
1940-2000
editarA partir da década de 1940 os bairros-jardins chegaram a Zona Norte de São Paulo, que refletem uma estratégia de expansão urbana focada em qualidade de vida e contato com a natureza. Estes bairros foram projetados para oferecer um ambiente tranquilo e exclusivo, distante do tumulto do centro da cidade, mas com acessibilidade facilitada por melhorias na infraestrutura de transporte.
O Jardim São Paulo foi um dos primeiros projetos nessa direção, iniciado em 1938 pela Predial Novo Mundo, uma extensão do Banco Novo Mundo. Este bairro foi planejado para ser uma comunidade residencial de alto padrão, aproveitando a proximidade com estações de trem para atrair moradores que buscavam um refúgio tranquilo, ainda assim conectado ao centro da cidade.
Em seguida, temos o Jardim São Bento, loteado em 1948 pela renomada empresa Camargo Corrêa. Originado da Chácara de São Bento, que pertencia ao Mosteiro de São Bento, o bairro foi concebido como uma área residencial de luxo, com ruas amplas e casas grandes, configurando-se como um dos espaços mais exclusivos da zona norte.
A Água Fria, loteada em 1918, e o Jardim França, em 1953, ambos desenvolvidos pela Companhia Territorial Franco-Paulista de Água Fria, seguiram essa tendência de criar espaços residenciais atraentes e bem planejados. O Jardim França, especialmente, se destacou como uma das áreas mais elegantes, conhecida por suas propriedades espaçosas e ruas arborizadas, atraindo moradores de alto poder aquisitivo, sendo a única Zona de Valor A pelo CRECI na Zona Norte.
O Parque Palmas do Tremembé, introduzido em 1960, e o Jardim Barro Branco, junto com a Vila Irmãos Arnoni, perto da Serra da Cantareira, oferecem um estilo de vida ainda mais próximo à natureza, com vistas espetaculares e um ambiente tranquilo que contrasta com a vida urbana intensa. O Parque Palmas do Tremembé, notavelmente, foi a casa de Ayrton Senna, o que adiciona um aspecto cultural e histórico ao bairro. OCity América, surgido em 1970, exemplifica a tendência de expansão das áreas residenciais luxuosas para regiões anteriormente menos exploradas pela elite.
Desde 1950, São Paulo experimentou uma significativa expansão urbana com o desenvolvimento de bairros nobres que transcenderam o centro tradicional e se espalharam tanto por zonas internas da cidade quanto para municípios da região metropolitana. Na década de 1950 temos a fundaçao do Bosque da Saúde, Planalto Paulista, Mirandópolis, Alto da Boa Vista (1950), Granja Julieta (1950), Jardim Lusitânia (1954), Vila Clementino (1958), Jardim Marajoara (1959) e a Chácara Klabin (1970). Na Zona Leste, bairros como Jardim Avelino, estabelecido em 1950, e Jardim Anália Franco, único bairro da região em uma "Zona de Valor A" do CRECI, em 1968, surgiram como áreas residenciais de alto padrão, atraindo investimentos e elevando o nível de infraestrutura local.
Já na Zona Sul, o bairro de Panamby, estabelecido em 1996, reflete os desenvolvimentos mais recentes e é notável por sua integração com áreas verdes e modernos complexos residenciais.
Fora dos limites da cidade de São Paulo, bairros como Granja Viana em Cotia, começando em 1951, e Jardim São Caetano em São Caetano do Sul, com um dos mais altos IDHs do Brasil, estabelecido pouco antes, em 1949, mostram como a alta qualidade de vida se estendeu para a região metropolitana. Além disso, em Jundiaí, Malota surgiu em 1970 como uma opção de luxo mais afastada do núcleo urbano central.
Alphaville, iniciado em 1973 em Barueri, tornou-se um dos bairros planejados mais renomados, conhecido por suas residências luxuosas, e centros comerciais e corporativos, seguido por desenvolvimentos similares como Aldeia da Serra em 1980 e Tamboré em 1988. Esses bairros representam a diversificação e crescimento da área urbana de São Paulo, mostrando uma adaptação constante às demandas por moradia exclusiva e de alta qualidade em um contexto de urbanização crescente.
Verticalização
editarA verticalização de São Paulo é um fenômeno que transformou a paisagem urbana da cidade, especialmente a partir da metade do século XX. Este processo foi marcado pela construção de edifícios altos em diversas regiões, refletindo mudanças econômicas, sociais e de planejamento urbano. O processo começou a ganhar destaque nas primeiras décadas do século XX, mas foi nas décadas de 1960 e 1970 que esse fenômeno realmente se intensificou. Antes disso, a presença de edifícios altos era mais simbólica e concentrada em áreas específicas.
O centro da cidade foi uma das primeiras áreas a experimentar a verticalização. Edifícios como o Martinelli, inaugurado em 1929, e o Edifício Altino Arantes (conhecido como Banespão), concluído em 1947, são exemplos de construções que marcaram o início dessa tendência na região central, além deles o Palácio dos Correios (1922), Palácio da Justiça de São Paulo (1933), e Palácio 9 de Julho (1969) são usados para fins institucionais e mantêm suas funções originais.
A partir da década de 1950, a Avenida Paulista começou a se transformar em um importante eixo comercial e financeiro, com a construção de vários edifícios de escritórios. Este processo acelerou-se nas décadas seguintes, consolidando a Paulista como um dos símbolos da verticalização paulistana. A transformação é particularmente evidente na Avenida Paulista e na Bela Vista, onde a antiga área residencial de luxo com imponentes mansões foi substituída pelo epicentro financeiro da cidade, cercado por arranha-céus que abrigam escritórios, bancos e consulados. Da mesma forma, bairros como Alto de Santana e Morro dos Ingleses, anteriormente predominantemente residenciais com grandes casas e áreas verdes, agora enfrentam um aumento no número de edifícios altos, alterando significativamente a paisagem e a dinâmica do bairro.
O Jardim Paulistano e Higienópolis também enfrentam desafios semelhantes, onde a construção de novos edifícios frequentemente entra em conflito com a preservação de seu patrimônio arquitetônico. Essa verticalização não só resulta na perda das características originais desses bairros, mas também traz uma alta valorização das áreas, elevando o custo de vida e excluindo residentes de menor renda, que não podem mais arcar com o custo de vida nesses bairros historicamente ricos. Higienópolis, um bairro tradicionalmente residencial e de classe alta, também começou a ver a construção de edifícios residenciais altos a partir dos anos 1950 e 1960. A verticalização aqui foi acompanhada por uma preocupação com a preservação do patrimônio histórico e cultural.
Durante as décadas de 1980 e 1990, a verticalização se expandiu para outras áreas da cidade, incluindo bairros mais distantes do centro. Este movimento foi impulsionado por fatores como a especulação imobiliária e a busca por novas áreas para o desenvolvimento residencial e comercial. Vila Olímpia e Itaim Bibi: estes bairros, localizados na zona oeste, começaram a se verticalizar nas últimas décadas do século XX, transformando-se em centros de negócios com a construção de numerosos edifícios comerciais e residenciais de luxo. Também na Zona Oeste, o Brooklin Novo e o Morumbi seguiram um padrão similar, com a construção de complexos residenciais e comerciais de grande altura, refletindo o crescimento econômico e a expansão urbana da cidade. Além disso, a verticalização aumenta o tráfego, exerce pressão sobre os serviços públicos e muda o comércio local, impactando o tecido social e a infraestrutura urbana. Essas mudanças levantam questões importantes sobre o equilíbrio entre crescimento, preservação da identidade cultural e histórica, e inclusão social em uma das maiores metrópoles do mundo.
Gentrificação
editarCom o passar dos anos, o crescimento das cidades fez com que essas localidades já não fossem mais distantes. Através da implantação do transporte público e de melhorias em infraestrutura como iluminação pública e re-paviventação de ruas e calçadas, houve uma valorização dessas áreas, perdendo lentamente as características proletárias e industriais.[25] Com investimentos dos setores público e privado essas regiões pode ter sua história aproveitada, com a construção de albergues, bares, cinemas, museus, e teatros nesses imóveis de arquitetura peculiar, e com a recuperação de faixadas e que garantirão a valorização de seu metro quadrado.
A gentrificação em São Paulo é um fenômeno que tem transformado diversos bairros da cidade, especialmente aqueles que originalmente eram de classe média ou operários, em áreas de maior valorização imobiliária e social. Este processo ocorre quando há um influxo de residentes e empresas mais abastados, alterando o caráter e a dinâmica dos bairros, muitas vezes resultando em deslocamento demográfico e aumento do valor econômico das áreas afetadas.
- Brooklin Novo (Cidade Monções, Vila Cordeiro, Jardim das Acácias e Vila Gertrudes): Estes bairros, localizados na zona oeste de São Paulo, têm experimentado uma significativa transformação. Originalmente áreas de classe média ou operária, hoje são reconhecidos por sua crescente verticalização e a presença de complexos residenciais e comerciais de alto padrão. A proximidade com grandes centros empresariais, como a região da Av Berrini, tem atraído um grande número de novos moradores e investimentos.
- Itaim Bibi, Chácara Itaim e Vila Olímpia: Estes bairros são exemplos clássicos de gentrificação, onde o antigo perfil residencial deu lugar a um intenso desenvolvimento de escritórios de luxo, restaurantes sofisticados, e vida noturna agitada. A transformação foi tão intensa que hoje são considerados centros financeiros e de entretenimento da cidade.
- Pinheiros e Pompeia: Pinheiros, com sua mistura de cultura alternativa e espaços gourmet, e Pompéia, tradicionalmente um bairro de classe média, também passaram por mudanças significativas. A revitalização de áreas antigas e a chegada de novos empreendimentos têm elevado os preços dos imóveis e modificado a composição social desses locais.
- Distritos do Tatuapé, Mooca e de Santana: Na zona leste e norte, respectivamente, Tatuapé/Mooca e Santana têm visto uma ascensão em termos de desenvolvimento imobiliário e comercial. Tatuapé, em particular, se transformou em um polo de atração para novos moradores de maior poder aquisitivo. A Mooca é um exemplo clássico de um bairro operário que está se transformando em uma área cobiçada. A gentrificação tem sido impulsionada pela conversão de antigas fábricas em lofts residenciais, espaços comerciais e centros culturais. A preservação de elementos históricos combinada com modernas comodidades urbanas tem atraído jovens profissionais e famílias em busca de um estilo de vida urbano e contemporâneo. Enquanto Santana, especialmente ao longo da Avenida Braz Leme, tem desenvolvido uma nova identidade mais voltada para o lazer e o comércio.
- A Barra Funda, originalmente uma área industrial, tem passado por um intenso processo de gentrificação, com o desenvolvimento de projetos residenciais de alto padrão e a revitalização de espaços culturais como o Memorial da América Latina. A proximidade com o centro da cidade e a boa infraestrutura de transporte, incluindo acesso ao metrô, têm atraído um novo perfil de moradores e investidores. Similarmente, o bairro de Água Branca tem visto um aumento no desenvolvimento de complexos residenciais e comerciais, transformando a paisagem urbana e elevando os preços dos imóveis. A Lapa, conhecida por sua mistura de zonas residenciais e industriais, também está experimentando mudanças significativas. A reabilitação de antigas fábricas e armazéns em espaços de lazer e residências de luxo tem atraído uma nova demografia. Vila Leopoldina e Santo Amaro (Chácara Santo Antônio), anteriormente uma área dominada por atividades industriais, estão se tornando distritos nobres. A transformação inclui o desenvolvimento de residências de alto padrão e a expansão de infraestrutura comercial e de lazer.
A gentrificação traz consigo uma série de consequências, tanto positivas quanto negativas. Por um lado, há uma melhoria na infraestrutura urbana, aumento da segurança e revitalização de áreas degradadas. Por outro lado, o processo pode levar ao deslocamento de moradores de menor renda, que muitas vezes são forçados a se mudar devido ao aumento dos custos de vida e aluguéis. Além disso, a gentrificação pode resultar em uma homogeneização cultural dos bairros, com a perda de características locais e a substituição de comércios tradicionais por estabelecimentos voltados para um público de maior poder aquisitivo. Isso pode diminuir a diversidade cultural e socioeconômica que muitos desses bairros possuíam originalmente.
Desigualdade Social
editarSão Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, possui uma variedade de distritos que abrigam bairros considerados nobres. Estes bairros são conhecidos por sua alta qualidade de vida, infraestrutura desenvolvida, e um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que frequentemente se compara ao de países desenvolvidos mas também um dos locais onde se observam contrastes sociais acentuados, refletidos de maneira clara em bairros como Panamby, Jardim Panorama, Vila Andrade, Vila Sônia, Tremembé e Real Parque. O Índice de Gini do município, que é de 0,62, ilustra essas desigualdades, indicando uma distribuição de renda bastante desigual entre a população.
Panamby e Jardim Panorama são exemplos de áreas com alta concentração de renda. Estes bairros abrigam condomínios de luxo e infraestrutura de alta qualidade, atraindo residentes de alto poder aquisitivo. A presença dessas áreas residenciais sofisticadas ao lado de regiões carentes cria um contraste visível. O distrito de Vila Andrade, que inclui o bairro de Panamby, destaca-se não apenas pela presença de áreas residenciais de alto-padrão, mas também por suas regiões de vulnerabilidade social. Essa convivência entre extremos gera uma disparidade econômica significativa dentro do próprio distrito.
Vila Sônia e Tremembé também apresentam grandes desigualdades. Enquanto partes destes distritos contam com desenvolvimentos imobiliários valorizados e bem estruturados, outras áreas sofrem com a falta de serviços básicos e infraestrutura adequada, refletindo a realidade de muitos moradores que enfrentam dificuldades diárias significativas.
Real Parque, bairro do distrito do Morumbi é conhecido por ter uma das maiores disparidades dentro de um mesmo bairro, ilustra bem essa divisão. O bairro possui áreas que abrigam condomínios de luxo com vista para o rio Pinheiros, enquanto em contrapartida, há comunidades com altos índices de vulnerabilidade social e infraestrutura precária.
Esses contrastes são evidenciados pelo Atlas do Trabalho e Desenvolvimento de São Paulo, uma ferramenta eletrônica que compila mais de duzentos indicadores socioeconômicos. Este recurso mostra não apenas as desigualdades de renda, mas também variações em educação, saúde, emprego e outras áreas críticas para o desenvolvimento humano.
Localização
editarDesde a fundação de São Paulo, as áreas de maior altitude sempre foram mais valorizadas, uma tendência que persiste até hoje com a localização de vários bairros nobres nessas regiões elevadas. A primeira delas foi a região da aldeia Inhapuambuçu, no Centro Histórico. A preferência por áreas mais altas não é apenas uma questão de status, mas também de qualidade de vida, pois essas áreas tendem a oferecer melhores condições climáticas, menos poluição e vistas privilegiadas da cidade.
No Espigão da Paulista estão alguns dos bairros mais prestigiados e caros de São Paulo. Conhecido por sua proximidade com a Avenida Paulista, um dos principais centros financeiros e culturais da cidade, abrigando os bairros de Aclimação, Paraíso, Morro dos Ingleses, Bela Vista, Jardim Paulista, Cerqueira César (Baixo Augusta), Perdizes, Sumaré e Sumarezinho. As colinas de Santana abrigam bairros como Jardim São Paulo, Jardim São Bento, Vila Pauliceia, Jardim França, Água Fria e a região de Alto de Santana, áreas nobres da Zona Norte. As colinas de Pinheiros, Perdizes, Lapa e do Morumbi abrigam bairros como Alto de Pinheiros, Perdizes, Alto da Lapa e o Morumbi. E a Serra da Cantareira, região conhecida por suas vastas áreas verdes e reservas naturais, apresenta bairros nobres em seu sopé e no município de Mairiporã existem condomínios fechados.
Além da altitude, esses bairros são altamente valorizados por outros fatores: a presença de parques, áreas verdes e reservas naturais, a presença de centros comerciais e boa infraestrutura, a presença de Instituições de ensino e culturais, presença de consulados e associações ativas contribui para a segurança e a organização comunitária,
A combinação desses elementos em áreas de maior altitude contribui significativamente para a alta valorização imobiliária desses bairros, tornando-os comparáveis, em termos de IDH e qualidade de vida, a países de primeiro mundo. A escolha por morar nessas áreas reflete uma busca por um estilo de vida que equilibra o acesso às conveniências urbanas com um ambiente mais saudável e tranquilo.
Atualidade
editarNo século XXI, algumas dessas propriedades históricas têm sido preservadas e tombadas, como forma de proteger o patrimônio arquitetônico e cultural da cidade de São Paulo. Esforços têm sido feitos para manter a integridade e a história dessas residências.
Maiores mansões da cidade
Maiores coberturas da cidade (Globo)
Metro Quadrado mais caro da cidade (Rua) https://www.estadao.com.br/economia/quais-sao-as-ruas-com-imoveis-mais-caros-de-sp-em-2024-veja-mapa-interativo/
Bairro com metro quadrado mais caro da cidade https://imoveis.estadao.com.br/compra/os-bairros-mais-caros-para-comprar-imoveis-em-sao-paulo/ https://www.infomoney.com.br/consumo/jardim-europa-e-mais-veja-os-15-bairros-mais-caros-de-sao-paulo-segundo-a-loft/ https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/tudo-isso-pra-morar-em-sp-veja-os-bairros-mais-caros-para-comprar-imoveis-na-cidade/ https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/a-regiao-mais-cara-de-sao-paulo-para-comprar-um-imovel Ilhas de Calor estadão https://www.estadao.com.br/sao-paulo/voce-mora-em-uma-ilha-de-calor-consulte-sua-rua-no-mapa-interativo-de-sp/
As ilhas de calor são um fenômeno urbano significativo em grandes cidades como São Paulo, onde a temperatura em áreas urbanas pode ser até 4°C mais alta do que em zonas rurais circundantes. Este aumento de temperatura é principalmente devido à densa urbanização, que inclui construções maciças e a falta de áreas verdes e permeáveis. Em São Paulo, bairros como Tucuruvi, Mooca, Freguesia do Ó e Jabaquara são exemplos de áreas que sofrem intensamente com este fenômeno, devido à escassa arborização e à alta densidade construtiva. A urbanização informal nessas áreas contribui significativamente para a formação de ilhas de calor, pois a falta de planejamento resulta em menos espaços verdes e mais superfícies que retêm calor.
Por outro lado, bairros-jardins como Alto de Pinheiros demonstram como a presença de vegetação pode mitigar esse efeito. Nestes bairros, a cobertura vegetal não apenas proporciona frescor, mas também ajuda a regular a temperatura ambiente, criando um microclima mais ameno comparado às regiões mais densamente urbanizadas. Esses bairros funcionam como áreas de respiro dentro da cidade, ajudando a equilibrar o clima urbano e oferecendo um ambiente mais saudável para seus residentes.
Além disso, as ilhas de calor em São Paulo afetam até mesmo fenômenos meteorológicos maiores, como a direção da brisa marítima, que é alterada ao passar por essas áreas mais quentes, impactando o clima de regiões mais distantes dentro da própria cidade. Isso demonstra a importância de integrar mais áreas verdes no planejamento urbano, não apenas para o conforto local, mas também para a saúde ambiental da cidade como um todo.
Portanto, a presença de bairros-jardins e a expansão de áreas verdes são essenciais para combater as ilhas de calor em São Paulo. Investir em mais parques, praças e outras formas de infraestrutura verde pode ajudar a reduzir as temperaturas extremas, melhorar a qualidade do ar e criar um ambiente urbano mais sustentável e habitável.
Tipos de solo estadão areas de risco https://www.estadao.com.br/sao-paulo/enchentes-alagamentos-inundacoes-afundamento-sao-paulo-mapa/
Zoneamento novo https://www.estadao.com.br/sao-paulo/novo-mapa-interativo-zoneamento-sp/ https://raquelrolnik.wordpress.com/2014/11/06/megaempreendimentos-com-os-dias-contados-em-sao-paulo/ A nova Lei de Zoneamento de São Paulo, aprovada recentemente, está configurada para redesenhar significativamente a paisagem urbana da cidade, especialmente nos bairros nobres. Com 46 vereadores a favor e 9 contrários, a lei determina as novas regras para construções na capital nos próximos anos, permitindo, entre outras mudanças, a construção de prédios mais altos em determinadas áreas.
Os bairros nobres de São Paulo, conhecidos por sua infraestrutura moderna, localização privilegiada, segurança e residências sofisticadas, estão no centro dessas transformações. A nova legislação permite que prédios em áreas de preservação ambiental possam aumentar sua altura de 48 para 60 metros, o que indica uma densificação vertical significativa mesmo em áreas anteriormente restritas.
Essa mudança é parte de uma estratégia maior para concentrar o desenvolvimento em zonas com boa oferta de transporte público. As Zonas Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU) são áreas designadas pelo Plano Diretor para suportar maior densidade construtiva, visando aproveitar melhor a infraestrutura de transporte existente e promover um crescimento urbano mais sustentável.
Além disso, o novo zoneamento busca fortalecer os Planos Regionais das Subprefeituras, tornando-os instrumentos mais eficazes de articulação de políticas públicas. Isso inclui uma revisão dos padrões de uso e ocupação do solo em cada bairro, quarteirão ou lote, aproximando os instrumentos de planejamento à esfera local e atendendo aos pleitos da população.
Essas mudanças têm o potencial de transformar os bairros nobres, não apenas em termos de novas construções e infraestrutura, mas também no que diz respeito à dinâmica social e à segregação socioespacial. Historicamente, o zoneamento em São Paulo tem sido um instrumento político que auxilia na segregação das elites, especialmente na área sudoeste da cidade. Com o novo zoneamento, espera-se que haja uma distribuição mais equitativa dos recursos urbanos e uma integração maior entre diferentes segmentos da sociedade.
Imóveis residenciais mais caros https://www.bloomberglinea.com.br/estilo-de-vida/quais-sao-os-imoveis-residenciais-a-venda-mais-caros-de-sao-paulo/#:~:text=O%20edif%C3%ADcio%20Chateau%20Margaux%2C%20que,venda%20por%20R$%2073%20milh%C3%B5es.
Bairros nobres e clubes Os bairros nobres de São Paulo são não apenas conhecidos por suas residências luxuosas e infraestrutura de alta qualidade, mas também pelo papel central que os clubes de elite desempenham como locais de lazer, networking social e profissional para a elite da cidade. Esses espaços são fundamentais na vida social dos moradores, reforçando o status e a exclusividade de seus membros. No Jardim Paulistano, o Esporte Clube Pinheiros é um exemplo emblemático dessa interação entre bairro nobre e clube de elite. Fundado em 1899, este clube está situado próximo ao Shopping Iguatemi e oferece uma ampla gama de atividades esportivas e sociais. Sua localização estratégica facilita o acesso para os moradores dos bairros Jardim Paulistano e Jardins, integrando o clube ao cotidiano dessas comunidades afluentes. Outro exemplo é a Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo, localizada no Morumbi. Este clube serve como um centro cultural e social para a comunidade judaica, oferecendo instalações de ponta para atividades físicas e eventos culturais que fortalecem os laços comunitários. Em Higienópolis, o Harmonia Tênis Clube reflete a tradição e exclusividade do bairro. Este clube é procurado por famílias que valorizam um ambiente reservado e sofisticado para suas atividades esportivas e sociais, reforçando a identidade do bairro como uma das áreas mais tradicionais de São Paulo. Por fim, o Clube Paineiras do Morumby, também no Morumbi, destaca-se como um dos clubes mais exclusivos da cidade. Com um ambiente luxuoso voltado para esportes, recreação e eventos sociais, o clube está cercado por algumas das propriedades mais valiosas de São Paulo, o que reforça a sinergia entre os espaços residenciais e recreativos de elite. Esses clubes são mais do que locais de lazer; eles são instituições que refletem e reforçam a estratificação social de São Paulo. Eles oferecem um espaço para que relações pessoais e profissionais floresçam em um ambiente exclusivo e confortável, além de contribuírem para a valorização imobiliária dos bairros onde estão situados, consolidando-os como centros de prestígio e exclusividade na metrópole.
Cidade dos bilionários de Sao Paulo (Fazenda Boa Vista) https://www.bloomberglinea.com.br/2023/07/12/cidade-de-bilionarios-que-recebeu-elon-musk-floresce-as-margens-de-sao-paulo/
Mega empreendimentos (Cidade Matarazzo, Parque Global, Faena São Paulo, Eden Park by Dror. Alto das Nações, Parque Cidade Jardim
Leia mais em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/megaempreendimento-privado-criara-parque-publico-de-8-000-metros-quadrados....) https://www.bloomberglinea.com.br/estilo-de-vida/soho-house-clube-global-exclusivo-chega-ao-pais-em-dezembro-no-cidade-matarazzo/ https://www.terra.com.br/economia/megaempreendimento-de-luxo-faena-sao-paulo-inicia-vendas,869ca392a9920d6db14b8843fad6b1f8hsoxb0zd.html#:~:text=Al%C3%A9m%20do%20arquiteto%2C%20o%20Faena,industrial%2C%20al%C3%A9m%20de%20um%20pub. https://vejasp.abril.com.br/cidades/megaempreendimento-privado-criara-parque-publico-de-8-000-metros-quadrados São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, vem se destacando pelo desenvolvimento de megaempreendimentos que transformam a paisagem urbana e definem novos padrões de luxo e modernidade. Um desses projetos é o Cidade Matarazzo, localizado no coração da cidade. Este complexo multifuncional revitalizou edifícios centenários, transformando-os em um oásis urbano que combina hospitalidade, moda, gastronomia e cultura, oferecendo um novo estilo de vida para moradores e visitantes.
Não muito distante, o Parque Global emerge como um dos projetos mais ambiciosos da região sul, próximo ao Parque Burle Marx. Apesar de enfrentar desafios e atrasos, promete integrar residências de luxo, escritórios modernos e áreas de lazer, redefinindo o conceito de viver e trabalhar no mesmo espaço. Já o Faena São Paulo, inspirado no renomado Faena Hotel de Buenos Aires, aspira a se tornar um centro de arte, cultura e luxo. Embora detalhes específicos sobre sua localização e características sejam escassos, o projeto sinaliza a crescente influência de empreendimentos que focam em oferecer experiências culturais e de entretenimento de alto nível.
Por sua vez, o Eden Park by Dror, liderado pelo designer Dror Benshetrit, propõe uma fusão inovadora de natureza e arquitetura. Este projeto não apenas oferece residências, mas busca repensar o espaço urbano para promover uma maior integração com o ambiente natural, estabelecendo um novo paradigma em design sustentável. O Alto das Nações reflete a exclusividade e o luxo característicos dos bairros nobres paulistanos. Com residências de alto padrão e uma infraestrutura completa que inclui comércios, serviços e áreas de lazer, o projeto promete um estilo de vida sofisticado e conveniente para seus habitantes.
Finalmente, o Parque Cidade Jardim é um dos empreendimentos mais emblemáticos da cidade, combinando residências de luxo, um shopping center de alta gama, escritórios e hotéis. Este complexo exemplifica como os megaempreendimentos podem criar microcosmos autossuficientes, oferecendo tudo o que residentes e visitantes podem necessitar, consolidando-se como um verdadeiro marco no desenvolvimento urbano de São Paulo. Esses projetos não apenas moldam o skyline da cidade, mas também redefinem o conceito de urbanismo e bem-estar em uma das cidades mais dinâmicas do mundo.
Maternidade de São Paulo (Cerqueira Cesar)
Bairros mais caros da América Latina https://www.bloomberglinea.com.br/estilo-de-vida/os-bairros-mais-caros-da-america-latina-onde-ficam-e-quanto-custa-o-metro-quadrado/ Leia mais: (Os bairros mais caros da América Latina: onde ficam e quanto é o metro quadrado?) https://www.bloomberglinea.com.br/estilo-de-vida/os-bairros-mais-caros-da-america-latina-onde-ficam-e-quanto-custa-o-metro-quadrado/
Os bairros nobres da América Latina destacam-se não apenas por sua exclusividade e alto padrão de vida, mas também por serem centros de influência econômica e cultural nas suas respectivas cidades. São Paulo, como a maior metrópole da América Latina e a mais rica do Brasil, desempenha um papel crucial nesta lista, com seus bairros nobres refletindo a riqueza e a diversidade da cidade.
São Paulo é conhecida por seus bairros nobres que oferecem uma infraestrutura completa, segurança aprimorada e uma vasta gama de serviços e lazer, tornando-os altamente desejáveis para moradia e investimentos imobiliários. Bairros como Jardins, Morumbi, e Higienópolis são exemplos de áreas que combinam elegância, qualidade de vida e conveniência, sendo alguns dos mais valorizados na cidade.
Comparativamente, outros bairros nobres na América Latina também se destacam por suas características únicas e preços elevados. Puerto Madero em Buenos Aires é considerado o bairro mais caro e exclusivo da região, com preços que podem alcançar ou exceder USD 3.500 por metro quadrado, superando até mesmo as áreas mais prestigiadas de São Paulo e Rio de Janeiro . Além disso, bairros como Del Valle em Monterrey, Ipanema no Rio de Janeiro, Vitacura em Santiago do Chile, e Carrasco em Montevidéu também são notáveis por seus altos preços e padrões de vida elevados, refletindo a exclusividade e o luxo que caracterizam os bairros nobres da região.
Esses bairros não apenas oferecem residências de luxo, mas também são centros de atividades culturais, comerciais e sociais, atraindo uma população diversificada e internacional. A presença de embaixadas, museus, parques, boutiques de luxo e restaurantes gourmet contribui para o status elevado dessas áreas.
2023
1o Puerto Madero
6o VNC
Os bairros nobres de São Paulo são conhecidos não apenas por sua exclusividade e alto padrão de vida, mas também pela presença marcante de arranha-céus que definem a paisagem urbana. Esses edifícios são símbolos de modernidade e luxo, oferecendo vistas panorâmicas da cidade e uma série de comodidades que atraem os moradores mais exigentes. Itaim Bibi, por exemplo, é um dos bairros que se destaca pela sua verticalização intensa. Este bairro abriga uma mistura de residências de alto padrão e escritórios de empresas multinacionais, refletindo a dinâmica econômica da cidade. Os arranha-céus do Itaim Bibi são projetados para oferecer uma qualidade de vida superior, com apartamentos espaçosos, áreas de lazer completas e serviços exclusivos.
Vila Olímpia é outro bairro que exemplifica a transformação através de seus imponentes arranha-céus. Conhecida como um hub tecnológico e financeiro, a Vila Olímpia combina a funcionalidade de espaços corporativos com o luxo de residenciais verticais que oferecem todo o conforto e modernidade desejados pelos seus habitantes. Brooklin, igualmente, apresenta um skyline impressionante, com torres residenciais e comerciais que são verdadeiros ícones arquitetônicos. Este bairro é um exemplo de como a modernidade e a sofisticação podem coexistir, proporcionando um ambiente urbano vibrante e desejável para viver e trabalhar.
Além desses, Moema e Morumbi também são bairros que contam com arranha-céus residenciais luxuosos, onde a qualidade de vida é elevada pela presença de parques, como o Parque Ibirapuera no caso de Moema, e a oferta de serviços de alta qualidade, como escolas internacionais e hospitais renomados no Morumbi. Esses arranha-céus não são apenas residências; eles são parte de um estilo de vida que busca segurança, conforto e conveniência, tudo isso em localizações estratégicas que permitem fácil acesso às diversas regiões da cidade. A presença desses edifícios nos bairros nobres de São Paulo é um reflexo do crescimento vertical da cidade, uma tendência que continua a moldar o futuro urbano da metrópole.
As dez maiores e mais luxuosas mansões de São Paulo são verdadeiros símbolos de opulência e poder, refletindo a riqueza e o status de seus proprietários. Essas propriedades se destacam tanto pela vastidão de suas áreas construídas quanto pelos imensos terrenos que ocupam, localizados em regiões nobres da cidade.
A mansão da Família Safra, ligada ao Banco Safra, é a maior de São Paulo, com uma área de terreno impressionante de 21.862 m² e uma área construída de 10.868 m². Estimada em R$ 97 milhões e com um IPTU de R$ 913 mil, esta propriedade localizada no Morumbi possui 130 cômodos distribuídos em cinco andares, destacando-se por sua grandiosidade e luxo extraordinários.
Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos, possui uma mansão com 8.182 m² de terreno e 7.888 m² de área construída, avaliada em R$ 62 milhões. Apesar da falência do banco em 2005, a residência no valor de R$ 444 mil de IPTU ainda se mantém como um ícone de opulência.
A família Constantino, fundadora da Gol Linhas Aéreas, tem uma mansão moderna e espaçosa com 6.250 m² de terreno e 6.425 m² de área construída, refletindo o sucesso no setor aéreo com um valor estimado de R$ 43 milhões e um IPTU de R$ 207 mil.
Rolf Roberto Baumgart, vinculado ao shopping Center Norte, possui uma propriedade de 5.166 m² de terreno e 5.053 m² de área construída, no valor de R$ 29 milhões e um IPTU de R$ 214 mil, que se destaca por sua arquitetura contemporânea.
Abram Szajman, figura proeminente no comércio, detém uma mansão de 4.625 m² de terreno e 4.059 m² de área construída, avaliada em R$ 32 milhões e com um IPTU de R$ 237 mil, refletindo luxo e espaço.
Luiz Roberto Ortiz Nascimento, da construtora Camargo Corrêa, tem uma mansão que simboliza poder no setor de construção, com 4.511 m² de terreno e 3.973 m² de área construída, avaliada em R$ 32 milhões e com IPTU de R$ 229 mil.
Kiyoteru Yonamine, ligado à indústria alimentícia Panco, possui uma mansão de 3.582 m² de terreno e 3.835 m² de área construída, valor estimado de R$ 24 milhões e um IPTU de R$ 171 mil, que reflete o sucesso empresarial da família.
O apresentador Fausto Silva, conhecido como "Faustão", tem uma mansão carismática com 4.635 m² de terreno e 3.716 m² de área construída, avaliada em R$ 32 milhões e um IPTU de R$ 231 mil. Jorge Antonio Miguel Yunes, fundador da editora Ibep, possui uma propriedade de 7.230 m² de terreno e 3.511 m² de área construída, com um valor estimado de R$ 96 milhões e um IPTU de R$ 553 mil, oferecendo um refúgio cultural e luxuoso.
Finalmente, João Doria, empresário e político, possui uma mansão com 7.031 m² de terreno e 3.304 m² de área construída, avaliada em R$ 46 milhões e um IPTU de R$ 285 mil, que é um símbolo de sua influência e status.
Cada uma dessas residências não apenas define o padrão de luxo e grandiosidade, mas também serve como um marco arquitetônico e cultural na paisagem urbana de São Paulo.
https://www.gazetasp.com.br/gazeta-mais/curiosidades/descubra-os-predios-de-sp-com-abrigos-anti-aereos-da-segunda-guerra/1146173/
https://revistacasaejardim.globo.com/Curiosidades/noticia/2021/08/10-casas-mais-caras-de-sao-paulo.html
https://veja.abril.com.br/politica/exclusivo-conheca-a-nova-casa-de-lula-num-bairro-chique-de-sp
https://revistacasaejardim.globo.com/urbanismo/noticia/2024/07/levantamento-revela-as-ruas-com-as-casas-mais-caras-de-sao-paulo.ghtml
https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2023/06/conheca-a-mansao-milionaria-e-abandonada-de-ex-banqueiro-falido-em-sp-imovel-teve-negocio-emperrado-por-minifloresta.ghtml
https://www.itatiaia.com.br/cidades/2023/02/14/valor-do-iptu-portas-blindadas-e-comissao-milionaria-veja-detalhes-da-mansao-de-r-25-milhoes
https://exame.com/brasil/donos-de-imoveis-ociosos-pagarao-iptu-mais-caro-em-sao-paulo/
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/celebridades/com-iptu-de-r-400-mil-por-ano-chiquinho-scarpa-faz-campanha-para-vender-mansao-38312
http://netleland.net/hsampa/mansoesPaulista/mansoes.htm
https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2022/08/casarao-nhonho-magalhaes-e-reaberto-para-poucos-em-higienopolis-apos-reforma-milionaria.shtml
Futuro
editarEspecialistas, incluindo Nakano, apontam que casas de grande porte estão se tornando cada vez mais raras, principalmente porque são insustentáveis a médio prazo. As gerações mais novas de famílias estão diminuindo em tamanho e preferem não residir em áreas que exigem o uso constante de automóveis para deslocamentos básicos, como ir à padaria. Este fenômeno reflete uma mudança significativa no estilo de vida e nas preferências habitacionais na cidade. Urbanistas sugerem que a divisão dos terrenos ou o uso conjunto das casas que formam as mansões pode ser uma solução para evitar que esses imóveis se tornem elefantes brancos desabitados nos próximos anos. A urbanista Regina Monteiro exemplifica que casas menores, ainda espaçosas, poderiam substituir uma mansão de um quarteirão que venha a ficar vazia. Muitas vezes, os imóveis são compostos por vários lotes, o que facilita essa divisão.
No Morumbi, por exemplo, onde atualmente há uma família, poderiam existir várias casas de alto padrão. Regina cita o caso do bairro do Brooklin, que já passou por um processo semelhante. No entanto, ela ressalta que as particularidades de cada bairro devem ser consideradas. Por exemplo, no Pacaembu, onde os lotes são menores, a divisão não seria viável.
Regina também enfatiza a importância de manter as características originais dos chamados "bairros jardim", que são arborizados e funcionam como um respiro verde para a cidade, contribuindo para a qualidade de vida urbana e a preservação do patrimônio histórico e ambiental.
Os bairros onde se localizam as mansões em São Paulo mantêm uma legislação restritiva de uso residencial, mesmo com as novas diretrizes do Plano Diretor, que privilegia o adensamento e o uso misto de residências e comércios. O urbanista Kazuo Nakano destaca que, apesar dessas áreas serem subutilizadas para a infraestrutura que possuem, não se deve adotar o padrão de produção imobiliária predominante na cidade, caracterizado por prédios fechados que limitam a circulação. Ele sugere que, em caso de saída dos moradores, é possível otimizar o espaço sem necessariamente demolir as casas ou eliminar as áreas verdes.
Nakano propõe uma solução de adensamento sem verticalização, transformando uma casa gigante em uma habitação multifamiliar, que externamente parece ser uma única casa, mas internamente comporta várias unidades. Este modelo já é aplicado com sucesso em alguns subúrbios dos EUA.
Urbanistas como Regina Monteiro veem a divisão dos terrenos ou o uso conjunto das casas que formam as mansões como alternativas para evitar que esses imóveis se tornem desabitados. Ela exemplifica que, no Morumbi, um terreno que atualmente abriga uma família poderia ser dividido para acomodar várias casas de alto padrão. No entanto, ela ressalta que as particularidades de cada bairro devem ser consideradas, como no Pacaembu, onde os lotes menores impedem a divisão.
Regina também enfatiza a importância de preservar as características dos "bairros jardim", que são arborizados e funcionam como áreas verdes essenciais para a cidade. Essa abordagem não só mantém o patrimônio histórico e ambiental, mas também promove uma qualidade de vida urbana superior.
Nos Jardins temos o Museu da Casa Brasileira - 1945, as mansões de: Ronaldo (ex-mansão de Pedro Paulo Diniz), Jorge Antonio Miguel Yunes, João Doria Jr., Eduardo Suplicy, Abílio Diniz, Kaká, Chiquinho Scarpa, Paulo Maluf, Joesley Batista , a Residência Vicente de Azevedo (1911), Casa Amarela de Assis Chateaubriand (1921), a Residência Castor Delgado Perez (1959), o Instituto Oscar Freire e a Chácara Lane.
-Em Perdizes temos a Residência da Família Fuganti Carillo (1921)
No Alto de Pinheiros temos a Mansão de José Serra.
No Morumbi temos a Casa de Vidro (1951), a Casa da Fazenda do Morumbi, o Palácio dos Bandeirantes (1965), a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (1974), as mansões Hebe Camargo, Geraldo Alkimin, Família Constantino, Fausto Silva, Abram Szajman, Mansão Abravanel, Luiz Roberto Ortiz Nascimento, Kiyoteru Yonamine, a Mansão Baumgart, a Mansão Safra (1995), e Mansão de Edemar Cid Ferreira (Jardim Everest) - 2004).
Campo Belo (Segunda Residência de Vilanova Artigas - 1949, -
Vila Andrade (Chácara Tangará e Palácio Tangará -
Pirituba Castelinho de Pirituba - 1934,
Vila Mariana Casa da Rua Domingos de Morais, 2463
Pacaembu (Antiga Unidade Sampaio Viana da Febem e Área Verde (1895), Casa Modernista (rua Itápolis) (1930)
Classe A | 23 % |
Classe B | 50 % |
Classe C | 24 % |
Classe D | 2 % |
Classe E | 0 % |
*Folha de S. Paulo ( |
Futuro
editarÀ medida que a cidade de São Paulo continua a se desenvolver e evoluir, é importante que haja um equilíbrio entre a preservação do patrimônio histórico e a necessidade de adaptação às demandas modernas. O futuro dessas mansões, palacetes e palácios residenciais dependerá de políticas públicas eficazes e do engajamento da sociedade na valorização e preservação desse legado cultural.
“ | Os moradores estão envelhecendo, e as novas gerações de famílias estão cada vez menores. Querem outra coisa, não querem morar em bairros onde é preciso pegar o carro para ir à padaria. | ” |
Urbanistas afirmam que a divisão dos terrenos ou o uso conjunto das casas que formam as mansões podem ser as saídas para evitar que esses imóveis se tornem elefantes brancos desabitados nos próximos anos.
Casas menores, porém ainda espaçosas, podem substituir uma mansão de um quarteirão que venha a ficar vazia, exemplifica a urbanista Regina Monteiro. Muitas vezes, os imóveis são compostos por vários lotes, o que facilita a divisão.
"No Morumbi, há uma família onde poderia haver várias casas bacanas", diz. Regina cita o caso do bairro do Brooklin, que passou por processo parecido. Para ela, no entanto, devem ser levadas em consideração as particularidades de cada bairro. "No Pacaembu, em que os lotes são menores, não tem a mínima possibilidade de dividir."
Regina diz que é importante manter as características originais dos chamados "bairros jardim", que são arborizados e funcionam como um respiro verde para uma cidade.
Os bairros onde ficam as mansões mantêm uma legislação restritiva, de uso residencial, mesmo com novas regras do Plano Diretor. O documento, que traça as diretrizes para o desenvolvimento da cidade, privilegia o adensamento e o uso misto de residências e comércios.
O urbanista Kazuo Nakano também afirma que a solução não passa por mudanças radicais."São áreas muito subutilizadas para a infraestrutura que têm. Por outro lado, também não se deve reproduzir nesses locais o padrão de produção imobiliária da cidade, muito ruim do ponto de vista urbanístico, de prediões fechados que não favorecem a circulação."
Ele diz que, em caso de saída do morador, é possível otimizar o espaço sem necessariamente demolir as casas ou acabar com as áreas verdes.
"Nesses terrenos é possível adensar sem verticalizar, transformar uma casa gigante em uma habitação multifamiliar: parece ser uma casa, mas, na verdade, são quatro. Alguns subúrbios dos EUA estão fazendo isso com sucesso", afirma.
A fachada, decorada com uma pequena bandeira do Brasil, tem 83 metros de comprimento. Atrás do muro, campo de futebol e quadra de tênis são alguns dos atrativos da mansão de 3.304 m² de área construída onde mora o empresário João Doria, que deve ser oficializado neste domingo candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB.
Localizada no Jardim Europa, a casa está entre as dez maiores da cidade, em um terreno de 7.031 m². O endereço de Doria também é conhecido pelas reuniões. Muitos políticos são recebidos com frequência na sala de jantar, com parede forrada de quadros de Di Cavalcanti.
O preço de manter uma casa dessas dimensões em um dos bairros mais caros da cidade é alto: em 2016, foram R$ 285 mil só de IPTU.
Já a maior mansão da capital paulista pertence à família do banqueiro Joseph Safra, fundadora do banco de mesmo nome. O empresário foi apontado pela revista "Forbes" em 2016 como o banqueiro mais rico do mundo, com patrimônio de US$ 17,2 bilhões.
Do lado de fora, tudo o que se vê é um muro enorme, com 254 metros de comprimento e cerca de cinco metros de altura. A vista aérea lembra o Palácio de Versalhes, na França.
A casa com 130 cômodos, cinco andares e 10.868 metros quadrados em um terreno com o dobro desse tamanho fica no bairro do Morumbi (zona oeste de SP).
Em 2015, o imóvel foi passado para o nome dos quatro filhos de Safra –no documento, consta que a residência do patriarca da família hoje é Crans-Montana, nos Alpes Suíços. Sobrou para os herdeiros também o IPTU, que, em 2016, chegou a R$ 913 mil.
Entre os donos das dez maiores mansões da cidade, catalogados em cadastro aberto recentemente pela prefeitura, há outros nomes famosos, como o do apresentador Fausto Silva, o Faustão.
A maioria dos megaimóveis fica na região do Morumbi, mas há também alguns nos Jardins e Cidade Jardim, todos na zona oeste.
As ruas onde moram os bilionários de São Paulo não são muito movimentadas. Os poucos que andam pelas calçadas são funcionários das casas, como jardineiros, motoristas e seguranças. A desconfiança é a regra entre os empregados, treinados para evitar sequestros dos patrões, encastelados atrás de muros, câmeras e cercas elétricas.
De frente para a mansão Safra, a segunda maior casa do ranking é de Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos, que faliu e deixou um rombo bilionário.
Projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, a mansão com fachada de concreto aparente custou R$ 142,7 milhões, segundo a Folha revelou em 2005. Só a mesa de mogno da sala de jantar, para 20 pessoas, consumiu US$ 390 mil (R$ 1,3 milhão).
A Justiça determinou que o imóvel seja leiloado. E, desde a ordem de despejo de Edemar em 2011, ninguém morou na casa, cujo aspecto de abandono destoa dos demais imóveis da vizinhança.
A residência de Faustão fica num terreno de 4.635 m², com 3.716 m² de área construída. O local tem academia e campo de futebol, mas é famoso pelo anexo onde o apresentador costuma convidar celebridades para pizzadas.
Perto dali, outra mansão do ranking recebeu políticos importantes. Hoje propriedade do empresário do ramo editorial Jorge Antonio Miguel Yunes, chegou a acolher o ex-presidente Juscelino Kubitschek pouco antes de sua morte, em 1976.
A residência foi erguida pelo industrial Horácio Lafer. Depois, ficou conhecida como "Casa da Manchete", ao ser habitada pela família Bloch, dona da antiga revista de mesmo nome.
Uma das mansões mais novas da lista pertence a uma empresa da família Constantino, fundadora da Gol. O imóvel fica no bairro Cidade Jardim. O estilo moderno contrasta com o retrô de outra casa entre as dez maiores e que está na mesma rua, de Rolf Baumgart, da família proprietária do Shopping Center Norte.
Bibliografia
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- Família Matarazzo: é famosa por seu papel na indústria e no comércio. Os Matarazzo foram pioneiros na indústria alimentícia no Brasil, fundando várias empresas de sucesso, incluindo a famosa Indústria de Laticínios Matarazzo. A família também se destacou por suas contribuições sociais e culturais, promovendo diversas iniciativas em benefício da comunidade, com Francesco Matarazzo fundando o maior complexo industrial da América Latina no século XX.
- Os Penteado: A família Penteado é uma das mais influentes em São Paulo, com forte atuação no setor agropecuário e na política. Membros da família, como Joaquim Penteado de Oliveira, foram importantes na história do desenvolvimento econômico do estado. A família tem uma tradição de envolvimento nas causas sociais e comunitárias.
- Os Prado: A família Prado é conhecida por suas contribuições à cultura e à economia paulista. Os Prados estiveram envolvidos em atividades agrícolas e empresariais, além de desempenharem papéis significativos na política local. A família é também reconhecida por seu patrimônio histórico, incluindo casarões e fazendas que preservam a história de São Paulo.
- Os Pires do Rio: A família Pires do Rio possui raízes profundas no interior de São Paulo e tem uma longa tradição de atuação no setor agropecuário. A família também se destacou na política regional, com membros ocupando cargos importantes ao longo de sua história. Sua contribuição ao desenvolvimento rural do estado é notável.
- Os Camargo: A família Camargo é uma das mais tradicionais de São Paulo, com forte presença no setor imobiliário e na construção civil. Os Camargo estiveram envolvidos em grandes empreendimentos de infraestrutura que moldaram a paisagem urbana da cidade. Além disso, a família contribuiu para diversas iniciativas culturais e educacionais na região.
- Os Coutinho: A família Coutinho é reconhecida por sua influência na política e na economia paulista. Com uma longa história de envolvimento em atividades empresariais, os Coutinho tiveram um papel importante na formação de comunidades e na promoção do desenvolvimento regional. A família é também conhecida por seus esforços em filantropia.
- Os Bueno: A família Bueno, com raízes que remontam ao período colonial, é uma das mais antigas de São Paulo. Os Bueno se destacaram na agricultura e na criação de gado, além de terem um papel importante na política local ao longo das gerações. Sua história está entrelaçada com a formação de várias comunidades no interior do estado.
- Os Toledo: A família Toledo é conhecida por suas contribuições significativas à cultura e à educação em São Paulo. Membros da família estiveram envolvidos em iniciativas que promovem a arte, a literatura e a preservação do patrimônio histórico. A família Toledo é também lembrada por seu legado na política e na administração pública.
- Os Whitaker: São proeminentes entre as quatrocentonas de São Paulo, com significativas contribuições para a história do estado. A família Whitaker, originária da Inglaterra, se destacou no século XIX com Joseph Whitaker, um empresário influente no comércio e na exportação de café. Além de sua atuação comercial, os Whitaker são conhecidos por suas iniciativas filantrópicas e apoio à cultura paulista.
- Os Mesquita: É uma das mais antigas de São Paulo, atuando em agricultura, comércio e política desde o período colonial. Contribuíram para o desenvolvimento da infraestrutura e da administração pública, além de serem relevantes na produção de café. Com grande influência nos meios de comunicação, esta família esteve por trás de importantes veículos de imprensa, como o jornal "O Estado de S. Paulo".
- Os Pereira Barreto: A família Pereira Barreto tem uma longa história de envolvimento na política e na administração pública em São Paulo. Membros da família, como o político Barreto de Almeida, desempenharam papéis significativos em governos locais e estaduais. A família é conhecida por sua influência na política paulista e por sua contribuição ao desenvolvimento da infraestrutura do estado.
- Os Bueno de Andrade: A família Bueno de Andrade destaca-se por sua história no setor agrário e na promoção da cultura paulista. Com raízes que remontam ao período colonial, os Bueno de Andrade foram importantes na formação de comunidades e no desenvolvimento da agricultura na região. A família também está ligada a diversas iniciativas culturais e educacionais.
- Os Almeida: A família de Almeida é uma das mais antigas de São Paulo, com envolvimento em diversas áreas, como a agricultura, o comércio e a política. Os membros da família contribuíram para a formação da cidade e seu crescimento ao longo dos séculos, participando ativamente da sociedade local e regional.
- Os Sampaio: Conhecida por seu legado na política e na cultura paulista. Com uma forte presença na administração pública, os Sampaio têm sido influentes em várias esferas do governo, além de promoverem iniciativas culturais que valorizam a história e a identidade de São Paulo.
- Os Jafet: São conhecidos por sua atuação no setor industrial e financeiro, especialmente no início do século XX. Eles foram fundamentais na introdução de novas práticas empresariais e na modernização da economia paulista. A família Jafet é frequentemente associada a iniciativas de filantropia e estiveram envolvidos na fundação de instituições como o Hospital Sírio-Libanês, um dos mais importantes centros médicos do Brasil.
- Os Baruel: Com uma história rica em contribuições para a sociedade paulista. Os Baruel se destacaram em áreas como a indústria farmaceutica, política e comercial (Francisco Nicolau Baruel e Baruel (empresa)), e sua influência se estendeu ao longo das gerações. A família é reconhecida por seu papel na formação de comunidades e na promoção de atividades culturais.
- Os Pamplona: É conhecida por sua longa história em São Paulo, com raízes que se entrelaçam com a história da cidade. Os Pamplona têm uma tradição de envolvimento em atividades políticas e sociais, contribuindo para o desenvolvimento da infraestrutura e da cultura local. Sua presença na sociedade paulista é marcada por um forte compromisso com a comunidade.
- Os Klabin: É uma das mais influentes entre as quatrocentonas, especialmente no setor de papel e celulose. Fundada no início do século XX, a Klabin se tornou uma das maiores empresas do Brasil nesse setor. A família é conhecida não apenas por seu sucesso empresarial, mas também por suas iniciativas em responsabilidade social e ambiental, refletindo um compromisso com o desenvolvimento sustentável.
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-mansao-de-r-45-milhoes-onde-pablo-marcal-esta-morando/
Jardim Guedala: a história do bairro e seus diferenciais Ao longo dos quase 15 anos de experiência da Olhar de Corretora no mercado imobiliário, o Jardim Guedala foi um dos bairros em que a marca desenvolveu expertise. E não à toa. Além de possuir características arquitetônicas únicas e uma qualidade de vida incomparável, é possível aprender muito com a história da sua origem, no final da década de 1950.
Pensando nisso, serão abordados neste artigo questões como a história do bairro, seu desenvolvimento ao longo do tempo, além dos principais pontos que tornam a região tão especial.
Um pouco de história: Origens e formação do Jardim Guedala O Jardim Guedala teve suas origens no final da década de 1950, quando a família Guedala, de origem síria e proprietária de vastas áreas de terra na região, decidiu transformá-las em um loteamento residencial de alto padrão. Essa visão inovadora de urbanização contribuiu para o crescimento e desenvolvimento do bairro ao longo dos anos.
Jardim Guedala na década de 1940
Desenvolvimento e Crescimento do Bairro Após a criação do loteamento, o Jardim Guedala começou a atrair moradores em busca de um estilo de vida privilegiado. A beleza natural da região, combinada com a proximidade de importantes vias de acesso e áreas comerciais, como a Avenida Morumbi e a Avenida Giovanni Gronchi, impulsionaram o rápido crescimento do bairro.
Os primeiros anos de desenvolvimento foram marcados pela construção de casas de alto padrão, projetadas por arquitetos renomados, como Sergio Bernardes. Muitas dessas residências eram marcadas por projetos personalizados e belos jardins, dando ao bairro uma reputação de elegância e sofisticação. À medida que o tempo passava, o Jardim Guedala se tornou cada vez mais popular entre empresários, profissionais liberais e artistas, que lá encontraram a combinação perfeita entre tranquilidade e praticidade para o dia a dia.
Características e Atrações do Jardim Guedala Uma das características marcantes do Jardim Guedala é a sua atmosfera tranquila e agradável, proporcionada pela grande quantidade de áreas verdes e pelo planejamento urbano cuidadoso. Suas ruas largas e arborizadas oferecem um ambiente perfeito para caminhadas e passeios ao ar livre, permitindo que os moradores desfrutem de uma sensação de bem-estar e contato com a natureza, mesmo que em plena metrópole.
Outro aspecto interessante do Jardim Guedala é a sua localização privilegiada. Situado próximo a importantes pontos de referência da cidade, como o Estádio do Morumbi e o Parque Alfredo Volpi, o bairro proporciona fácil acesso a uma ampla gama de opções de lazer, incluindo parques, shoppings, restaurantes, cinemas e muito mais. Além disso, a proximidade com instituições de ensino de primeira atrai famílias que estão em busca de uma educação de qualidade para seus filhos.
Destaques da região E para quem está sempre em busca de bons restaurantes, o bairro é o local perfeito para se estar. Estabelecimentos como o Nokyoski Restaurante e o Ton Hoi são apenas alguns dos destaques do Jardim Guedala.
A região também se destaca pela tendência a uma alta valorização imobiliária, uma vez que é reconhecida como uma das áreas de alto padrão na cidade. A valorização dos imóveis no bairro tem sido constante ao longo dos anos, o que torna a compra de uma propriedade um investimento promissor.
Por último, mas não menos importante, está o fator segurança. Isso porque o Jardim Guedala é conhecido por ser uma região calma, com ruas bem iluminadas e vigilância reforçada. Isso proporciona tranquilidade aos moradores, que podem desfrutar de um ambiente seguro para suas famílias, ainda que em meio a cidade.
Em resumo, morar no Jardim Guedala proporciona a combinação perfeita entre localização estratégica, infraestrutura completa, segurança, qualidade de vida e valorização imobiliária. Esses fatores fazem do bairro uma escolha atrativa para aqueles que desejam viver em um lugar tranquilo, mas com fácil acesso a tudo o que a cidade tem a oferecer. Uma das áreas mais verdes de São Paulo, o Jardim Guedala é um convite para vivenciar um outro ritmo na cidade. O bairro é famoso por sua vizinhança tranquila, repleta de ruas arborizadas e áreas de lazer ao ar livre que ganham ainda mais charme com o som frequente dos passarinhos.
É até difícil de acreditar, mas toda essa atmosfera permeada por natureza segue preservada em uma das regiões mais estratégicas da capital, a poucos minutos de distância da marginal Pinheiros.
O bairro faz parte do nobre distrito do Morumbi e garante o acesso rápido e fácil a vias importantes da cidade, a exemplo da Av. Morumbi e da Av. Cidade Jardim, e a endereços vizinhos como Jardins e Itaim.
Mobilidade é um ponto alto até para quem não usa carro, já que próximo dali fica a estação de metrô São Paulo-Morumbi, da linha amarela, bem conectada às inúmeras ciclovias da região.
Há quem ainda prefira andar a pé pelo bairro, ótima oportunidade para descobrir destinos de lazer ao ar livre como o Parque Alfredo Volpi e seus mais de 100 mil metros quadrados de Mata Atlântica. Se preferir uma caminhada rápida ou uma pausa para um piquenique, vale uma visita à Praça Monsenhor Galvão Sousa ou à Praça Vinícius de Moraes, bem pertinho dali.
Essa presença marcante do verde reflete a própria história do Jardim Guedala, idealizado ainda na década de 1940 nos moldes de um “bairro-jardim” de alto padrão. Com um traçado urbano diferenciado, repleto de ruas reservadas, o bairro mantém viva sua história com a presença de grandes casas em meio à fauna e flora nativas, ao mesmo tempo em que segue se modernizando com o passar dos anos.
Majoritariamente residencial, a região concentra seu comércio nas principais avenidas ou vias do entorno próximo, caso da Rua dos Três Irmãos, e conta com unidades hospitalares privadas de referência em São Paulo, entre elas o Hospital São Luiz Morumbi, o Pronto Atendimento Sancta Maggiore e o Hospital Israelita Albert Einstein.
No entorno há ainda uma surpreendente rede de instituições de ensino, entre elas os conceituados colégio Miguel de Cervantes e o Colégio Visconde de Porto Seguro, opções locais como o The British College of Brazil, de ensino bilíngue, e a Universidade de São Paulo, a menos de 10 minutos de distância de carro. Na proximidade está também um dos melhores clubes da cidade: o Paineiras do Morumby, completando a oferta de comodidades do bairro.
Com características semelhantes, os bairros Cidade Jardim e Jardim Guedala se localizam ao lado dos Jardins, porém oferecem valores muito mais vantajosos. São terrenos maiores, algumas vezes formados pela junção de dois lotes, todos com casas de alto padrão. Ambos os bairros são bastante arborizados, contam com ótimas praças e estão próximos a boas escolas. Praticamente não há comércio na região, já que a área é essencialmente residencial, mas o acesso às lojas, restaurantes e serviços dos bairros vizinhos é muito fácil.
A história dos dois bairros se confunde, pois eles surgiram mais ou menos na mesma época. O crescimento da cidade na direção sudoeste, onde hoje se encontra o Cidade Jardim, ocorreu devido ao sucesso do Jardim América, no início do século XX. As terras que inicialmente pertenciam ao bandeirante Afonso Sardinha e que passaram por diversos outros proprietários ao longo das décadas foram compradas, em 1927, por empresas interessadas em loteamentos voltados à classe alta.
“O engenheiro Oscar Americano, que hoje dá nome à avenida que corta o Cidade Jardim e que vai até o Jardim Guedala, era muito bem relacionado na cidade. Ele trouxe a Companhia City para essa região e começou desmembrar as pequenas fazendas em lotes, pavimentar e formar ruas, instalar esgoto e iluminação”, explica Jeferson Batah, corretor da Esquema Imóveis. “Esses loteamentos foram então oferecidos a pessoas de alto poder aquisitivo, que moravam na parte mais densa e central de São Paulo. Oscar Americano vislumbrou essa demanda e mostrou aos paulistanos que existiam, relativamente perto do centro, bairros extremamente tranquilos e agradáveis. A resposta foi muito positiva.”
A partir de 1941, com a mudança do Jockey Club para o Cidade Jardim (anteriormente, localizado na Mooca), o crescimento da região foi ainda mais evidente. Como o próprio nome já diz, o bairro seguiu o conceito arquitetônico e urbanístico de “cidade-jardim”, idealizado pelo urbanista inglês Barry Parker, a exemplo do que a Companhia City havia feito em outros locais da cidade, como Jardim América e Jardim Europa, buscando um equilíbrio entre a vida na metrópole e um resgate da vida no interior, com muita arborização e espaços abertos.
A família Guedala de origem síria , era proprietária de área grande nesta região.
Em 1950 , a família resolveu lotear as terras surgindo o Bairro Jardim Guedala.
Antiga Fazenda Morumbi, onde hoje se localiza o Jardim Guedala
O Jardim Guedala, que surgiu pouco depois do Cidade Jardim, foi um dos últimos grandes loteamentos da Companhia City na região sudoeste da capital. Em 1942, a empresa urbanizou e loteou mais de 800 mil metros quadrados na região que um dia fez parte da Fazenda Morumbi. O nome foi escolhido em homenagem a Herbert Guedala, um dos primeiros presidentes da City of São Paulo Improvements and Freehold Land Ltd.
Os terrenos loteados na região tinham, em média, mais de 1.000 metros quadrados. Além disso, seus proprietários assinavam um contrato garantindo que ali seriam construídas apenas residências, já que o loteamento não permitia comércio e edifícios. O bairro ainda conta com uma grande área arborizada, inclusive com árvores centenárias – característica que, até os dias de hoje, atrai compradores interessados em tranquilidade e qualidade de vida.
“Meu avô, um imigrante português, foi o terceiro morador a se instalar no Jardim Guedala. Eu nasci na região, tenho um vínculo muito próximo com ela e ainda trabalho lá”, diz Bárbara Lopes, corretora da Esquema Imóveis. “Como o Cidade Jardim e o Jardim Guedala têm características parecidas, costumo chamar a região de província. Isso porque os moradores se conhecem e se encontram em locais como mercados ou padarias.” https://guedalamix.com.br/origens-do-bairro-jd-guedala-em-sao-paulo-morumbi/ https://valor.globo.com/patrocinado/imoveis-de-valor/noticia/2023/11/24/a-transformacao-da-cidade-jardim-e-do-jardim-guedala.ghtml https://www.guedala.org/post/teste-de-publica%C3%A7%C3%A3o
Mansões de Hebe Camargo | |
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Informações gerais | |
Tipo | Residência particular |
Proprietário atual | 1.Herdeiros 2.Proprietário anônimo |
Localização | 1. Rua Dom Tomás Costa e Lima, Vila Tramontano, Morumbi, Zona Oeste da cidade de São Paulo, Estado de São Paulo 2. Rua Engenheiro Oscar Americano e Rua das Amoreiras, Cidade Jardim, Morumbi, Zona Oeste da cidade de São Paulo, Estado de São Paulo |
As Mansões de Hebe Camargo são duas propriedades localizadas no distrito do Morumbi, Zona Oeste de São Paulo, Brasil.[26] Hebe Camargo uma das figuras mais icônicas da televisão brasileira, viveu por muitos anos em duas mansões notáveis em São Paulo.[27][28] Estas residências, que já foram símbolos de luxo e glamour, agora enfrentam destinos diferentes, marcados por disputas judiciais e negociações de venda.[28][29]
História
editar- Mansão do bairro de Vila Tramontano
A primeira propriedade conhecida como “a mansão abandonada de Hebe Camargo”[26] situa-se numa área que já foi considerada uma das mais nobres de São Paulo, na Rua Dom Tomás Costa e Lima no bairro de Vila Tramontano.[27] Construída em 1980, a casa possui cerca de 962 metros quadrados de área construída e foi projetada com um estilo clássico e sofisticado, refletindo o gosto refinado de Hebe.[30] No dia 15 de novembro de 1993 a residência sofreu um assalto noticiado aplamente na mídia, inclusive no Jornal Nacional.[31][32]
Atualmente, a mansão está em um estado avançado de deterioração.[29][28] A CNN Brasil relatou que o imóvel foi a leilão para o pagamento de dívidas, mas não houve interessados na aquisição. Avaliada em R$ 8,2 milhões, a casa chegou a ser oferecida por um valor mínimo de R$ 4,1 milhões, mas a venda foi suspensa após contestação dos herdeiros.[33] A decisão de levar a casa a leilão foi consequência de um processo movido pela WV Soluções Logísticas, que cobra dívidas não quitadas pela família do empresário Lélio Ravagnani, ex-companheiro de Hebe.[29][34]
- Mansão do bairro de Cidade Jardim
Após a morte de seu segundo marido, Lélio Ravagnani, em 2000, Hebe se mudou para uma nova mansão no bairro nobre de Cidade Jardim. Esta propriedade é ainda mais grandiosa, com mais de sete mil metros quadrados, incluindo um lago artificial e uma capela. Em 2008 a propriedade sofreu uma suspeita de tentativa de assalto. Segundo a PM, um segurança da casa da apresentadora chamou a polícia por volta da 1h devido a suspeita de que um homem teria invadido a propriedade. As unidades do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e do GOE (Grupo de Operações Especiais) foram deslocadas ao local e fizeram uma vistoria na casa e nas ruas próximas. O helicóptero águia da PM também participou da busca, e segundo a PM nenhum suspeito foi encontrado.[35]
Possui duas entradas uma pela Rua Engenheiro Oscar Americano e outra na Rua das Amoreiras. A casa foi colocada à venda por R$ 30 milhões,[30][24] destacando-se por suas amplas salas e luxuosa decoração e vendida em dezembro de 2023.[36] Marcello Camargo, filho de Hebe, comentou que a apresentadora foi muito feliz nesta casa, que ela adquiriu e reformou com o dinheiro de seu trabalho. Ele descreveu a propriedade como um lugar que Hebe amava e onde desfrutou de muitos momentos felizes. Após a morte da apresentadora, serviu de moradia ao sobrinho de Hebe Camargo, o empresário Claudio Pessutti, que morreu em 2021, vítima de COVID-19.[37]
Atualidade
editarA mansão do bairro de Vila Tramontano segue abandonada e deteriorada, sem compradores em vista.[30]
Em 2023 houve a inauguração da “Casa Hebe”,[29] local idealizado pela empresária Lydia Leão Sayeg e destinado a guardar e preservar o acervo pessoal da apresentadora (1929-2012).[38] Situa-se em uma casa de dois andares pertencente à Lydia, herdeira da joalheria Casa Leão. Todas as peças que estão expostas na Casa estavam na Mansão de Cidade Jardim.[39]
Referências
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- ↑ AS 10 MAIORES MANSÕES DE SP
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- ↑ Mansão da família Safra em SP é a 11ª maior residência do mundo, segundo revista
- ↑ Mansão da família Safra, em São Paulo, é uma das maiores do mundo; residência é maior que Casa Branca
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ Casa no Brasil é uma das maiores do mundo
- ↑ Mansão brasileira é a 11ª maior do mundo em ranking de revista de arquitetura; saiba qual
- ↑ Mansão da família Safra, em São Paulo, está entre as maiores residências do mundo
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- ↑ "Round-Up: Gaza video game, Ferguson's architecture, L.A. art hotbed"
- ↑ Mansões de São Paulo ocupam área de dois parques Ibirapuera
- ↑ Conde Chiquinho Scarpa aluga mansão de R$ 63 milhões para festas em São Paulo
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- ↑ a b A verdade sobre casa abandonada de Hebe e mansão deixada por ela a herdeiros
- ↑ a b de festas e muito luxo: como era mansão de Hebe que está em 'ruínas'…
- ↑ a b c Filho de Hebe esclarece polêmica sobre mansão abandonada em São Paulo
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inválido; o nome "nomex" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ Mansão de Hebe Camargo é assaltada
- ↑ Nem Hebe escapou da violência no Morumbi
- ↑ Mansão de Hebe Camargo foi a leilão, mas ninguém comprou. O que acontece agora?
- ↑ Avaliada em R$ 8,2 milhões, mansão abandonada de Hebe Camargo vai a leilão, mas não recebe lances
- ↑ Suspeita de tentativa de assalto leva polícia à casa da apresentadora Hebe Camargo
- ↑ Conheça mansão de Hebe Camargo, vendida por R$ 30 milhões, onze anos após morte da apresentadora
- ↑ Mansão de Hebe Camargo foi negociada por cerca de R$ 30 milhões, diz filho da apresentadora
- ↑ Casa Hebe é inaugurada em São Paulo
- ↑ Casa Hebe: 'Estadão' entrou na nova sala secreta que guarda parte do acervo da apresentadora
Sé | |
---|---|
Bairro de São Paulo | |
Dia Oficial | 25 de janeiro |
Fundação | 25 de janeiro de 1554 (470 anos) 25 de janeiro de 1954 (70 anos) Refundação de São Paulo |
Estilo arquitetônico inicial | Barroco |
Estilo arquitetônico predominante | Brutalista |
Zona de valor do CRECI | Desvalorizado desde 2001 (22–23 anos) |
Distrito | Sé |
Subprefeitura | Sé |
Região Administrativa | Centro |
ver |
A Sé é um bairro do distrito homônimo, localizado na Zona Central da cidade de São Paulo, no Brasil. O bairro é coração histórico e cultural de São Paulo, é um testemunho vivo da evolução urbana da cidade. Com raízes que remontam ao período colonial, a região passou por transformações significativas ao longo dos séculos, refletindo as mudanças sociais, econômicas e políticas do Brasil.
História
editarSeu nome deriva do latim "sedes", que significa sede ou fundação, refletindo sua importância histórica e administrativa. Grosso modo, a área do distrito da Sé corresponde à área de ocupação mais antiga da cidade, conhecida como o "Centro Velho". Esta região formou-se em uma colina ou platô em forma de "V", cercada pelos rios Anhangabaú e Tamanduateí. Historicamente, esta área era delimitada pelas vias de ligação entre quatro pontos principais: as igrejas da Sé, do Carmo, de São Bento e de São Francisco, correspondendo às atuais ruas Senador Feijó, Anita Garibaldi, Roberto Simonsen, Boa Vista e Líbero Badaró.
A cidade de São Paulo foi fundada em 25 de janeiro de 1554, no local onde hoje se encontra o Pátio do Colégio. A fundação foi marcada por uma missa inaugural realizada por um grupo de 12 jesuítas, liderados por Manuel de Paiva, sob a orientação de Manuel da Nóbrega. Este grupo também foi responsável pelo aldeamento da Vila São Paulo de Piratininga.
Em 1556, sobre a primitiva capela existente no local, foi construída uma igreja, junto a um grande colégio. No dia 1º de novembro do mesmo ano, a inauguração da nova igreja do colégio foi celebrada com uma representação do drama da Paixão, com a participação de jovens índios discípulos de Anchieta.
Em 1793, o Pátio do Colégio recebeu a Casa da Ópera, construída com barro socado dentro de taipas, um padrão da época. Dirigida por estudantes de direito, era também conhecida como "Teatrinho do Palácio" e funcionou até 1860. Em 1820, a Sé tinha como apêndice as "freguesias do Bom Jesus do Brás e Santa Ephigenia". A Sé era dividida em duas: a Sé Sul com nove quarteirões e a Sé Norte, com 19 quarteirões, delimitada pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú.
Em 1860, foi construída uma caixa d'água para abastecer a Freguesia da Sé na Rua Cruz Preta, hoje Rua Quintino Bocaiúva, e também foi feita a arborização dos principais largos paulistanos. Em 1864, foi inaugurado o Teatro São José, no Largo São Gonçalo, atualmente nos fundos da Catedral da Sé.
No final do século XIX, o Largo da Sé recebeu iluminação a gás e, em 1873, foi pavimentado com paralelepípedos. Uma escada de pedra foi construída para unir a Ladeira do Piques (atual Largo da Memória) à Rua do Paredão, hoje Rua Coronel Xavier de Toledo.
Em 1885, o corpo de bombeiros mudou-se para a Praça Clóvis Bevilácqua, onde permanece até hoje.
A partir do início do século XX, a região da Sé passou por transformações radicais. Em 1911, a igreja de São Pedro da Pedra foi demolida para dar lugar ao edifício da Caixa Econômica Federal. A antiga igreja da Sé e várias ruas do centro foram removidas para criar uma nova praça e permitir a construção da nova Catedral da Sé. Dois quarteirões inteiros foram demolidos para essa transformação.
Em 1922, foi inaugurado o Palacete Santa Helena, um marco do processo de verticalização urbana na capital paulista. Com arquitetura eclética e influência do art déco, o edifício foi demolido em 1971 para a construção da Estação Sé do Metrô de São Paulo. A construção da Estação Sé do metrô de São Paulo, inaugurada em 1978, foi um marco significativo na modernização do sistema de transporte da cidade. No entanto, esse desenvolvimento veio com um custo histórico considerável, incluindo a demolição de partes da Praça Clóvis Beviláqua e de várias edificações históricas na região. A demolição do Edifício Mendes Caldeira e de outras estruturas na região foi marcada por grande polêmica. O edifício era, até então, o mais alto já demolido no Brasil, e sua destruição simbolizou a perda de parte do patrimônio arquitetônico e histórico da cidade . A decisão de demolir essas estruturas gerou debates sobre a preservação do patrimônio histórico versus a necessidade de modernização e melhoria do transporte público.
Alto de Pinheiros | |
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Bairro de São Paulo | |
Vista do distrito | |
Área | 7,49 km² [1] |
Fundação | 1925 |
Imigração predominante | Líbano |
Distrito | Alto de Pinheiros |
Subprefeitura | Pinheiros |
Região Administrativa | Oeste |
ver |
Alto de Pinheiros é um bairro nobre localizado na Zona Oeste do município de São Paulo, capital do estado brasileiro homônimo. Faz parte do distrito do Alto de Pinheiros, pertencente à subprefeitura de Pinheiros, e ao qual dá nome.[2], é considerado desde 1880 um distrito paulistano, que dentro dele se insere os bairros Vila Madalena, Vila Ida, e Vila Beatriz, estes três nomes foram dados em homenagem as três filhas do primeiro loteador da região.[3]
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História
editarAntes da chegada dos colonizadores europeus, a região onde hoje se encontra o Alto de Pinheiros era habitada por povos indígenas, principalmente os Tupi-Guarani. Esses habitantes originais viviam da caça, pesca e agricultura de subsistência. Durante o período colonial, a área começou a ser ocupada por fazendas e sítios. A história dessa região tem início quando a Lei do Marquês de Pombal, em 1770, expulsou os Jesuítas, e suas terras foram leiloadas, dando origem a chácaras e sítios particulares.[5] No século XIX, o Alto de Pinheiros ainda era marcado por grandes propriedades rurais. Com a abolição da escravidão e a chegada de imigrantes europeus, como italianos e portugueses, houve um aumento na fragmentação das grandes propriedades, que começaram a dar origem a pequenas glebas e chácaras.
O processo de urbanização do Alto de Pinheiros se intensificou no início do século XX. A empresa começou a adquirir forma em 1911, quando um banqueiro belga com negócios no Brasil, Édouard Fontaine de Laveleye, convidou o arquiteto francês Joseph-Antoine Bouvard para assessorá-lo em um gigantesco empreendimento imobiliário no município de São Paulo. Bouvard já era renomado na área. Ganhara fama por seu trabalho nas Exposições Universais de Paris de 1889 e 1900 – na primeira, como arquiteto; na segunda, como diretor de arquitetura. Ambos os eventos deflagraram melhoramentos urbanísticos icônicos na paisagem parisiense (a Torre Ei³el, por exemplo, foi construída para a primeira exposição) e deram a Bouvard a aura de especialista em embelezar cidades. O francês foi chamado, por exemplo, para conceber planos para Istambul, Bruxelas, Buenos Aires e Rosário.
Em 1911 A ideia de um grande empreendimento imobiliário em São Paulo fazia todo sentido. Até meados do século XIX, a cidade crescia a passos lentos. A população urbana concentrava-se, principalmente, nos arredores do Pateo do Collegio, marco da fundação da futura capital paulista. Mas a partir da segunda metade daquele século São Paulo se expandiu em ritmo acelerado. Em cinco anos, entre 1890 e 1895, a população dobrou: saltou de 65 mil habitantes para 130 mil. Em 1910, já era de 375 mil. Para abrigar tamanho contingente, a mancha urbana avançava na direção leste-oeste. Laveleye muito provavelmente sabia desse boom: era casado com uma brasileira, visitava o país com alguma frequência. O que faltava era indicação de onde investir. Foi esse o papel de Bouvard. A dupla atuação do arquiteto – no poder público e no setor privado – não seria coincidência. Como um dos responsáveis por recomendar obras de melhoramentos na cidade, estava em posição privilegiada para prever quais regiões se valorizariam nas décadas seguintes. Mais ainda: poderia incentivar que tais melhorias fossem feitas nos locais que o interessassem. O urbanista francês recomendou a Laveleye que comprasse terrenos na zona oeste paulistana, uma extensa planície em direção à qual parecia se encaminhar um dos eixos de ocupação do município. Era também uma região próxima daquela que a elite habitava, o bairro de Higienópolis e o entorno da avenida Paulista. Laveleye foi então colocado em contato com proprietários de terrenos da área.
Em 1913, as terras foram adquiridas pela Companhia City, que iniciou o loteamento do bairro em 1925. O projeto do novo bairro aproveitou as experiências bem-sucedidas dos bairros ajardinados já implantados pela Cia. City, como Jardim América e Pacaembu. A Light and Power Co. recebeu a concessão para retificar e alargar o Rio Pinheiros, o que retardou a implantação do bairro, que só teve seu arruamento recomeçado em 1937. Com curvas de níveis respeitáveis e uma distribuição hábil de áreas livres, o bairro se tornou uma área residencial das classes média e alta.
"Oferecemos-lhe todas as vantagens: crédito, longo prazo para pagamento e financiamento IMMEDIATO para a construção de sua residência, além de nossa assistência técnica, a fim de lhe proporcionar já a realização da mais legítima das aspirações de cada chefe de família: possuir a casa própria." Era assim que a City of San Paulo Improvements and Freehold Land Company Ltd. – ou Cia. City, simplesmente – anunciava seus empreendimentos em 1936, nas páginas do jornal “O Estado de S. Paulo”. Na peça publicitária, aparecem os nomes dos bairros criados pela companhia décadas antes: Jardim América, Pacaembu, Anhangabaú, Butantã, Água Branca, Vila Romana, Alto da Lapa e... Alto dos Pinheiros. A história deste último empreendimento, portanto, está intimamente ligada à da City.
Victor da Silva Freire, diretor de Obras Municipais – que se tornaria diretor na Cia. City em 1939 –, foi quem apresentou ao empreendedor belga seus amigos Cincinato Braga e Horácio Sabino, que vinham adquirindo grandes pedaços de terra também pensando em montar empreendimentos imobiliários. Os brasileiros decidiram vender suas propriedades aos estrangeiros. Com o negócio prestes a ser fechado, Laveleye e Bouvard partiram para a Europa em busca de apoio financeiro. Conseguiram empréstimo do banco inglês Boulton Brothers. Assim, foi fundada em 25 de setembro de 1911, em Londres, a City of San Paulo Improvements and Freehold Land Company Ltd., com escritórios também em Paris e São Paulo. A escritura definitiva de transferência dos imóveis foi assinada em 18 de janeiro de 1912, tornando a Cia. City proprietária de 12.380.098 metros quadrados – 37% do território urbano de São Paulo na época.
Os ingleses trouxeram o conceito de "cidade-jardim", inspirado no urbanismo de Ebenezer Howard, que propunha locais planejados com ênfase em áreas verdes. Este conceito foi adaptado para São Paulo, onde os loteamentos como o Jardim América e Alto de Pinheiros foram desenvolvidos com características próprias, como ruas sinuosas e áreas verdes integradas à cidade.[1][3] Caracterizado por apresentar os traços arquitetônicos do inglês Barry Parker, arquiteto que deixou o Brasil em 1919, deixando para a Companhia City estudos de como preservar e dar continuidade aos aspectos da região, deixando assim suas características no Alto de Pinheiros, Pacaembu, entre outras regiões[3], o bairro possui uma praça central com rotatória, esta por sua vez distribui largas avenidas em suas diagonais.[1][3] O Alto de Pinheiros possui muitas áreas verdes desde suas calçadas até as praças.[6], sendo um bairro-jardim.
Parker chegou a viver no Brasil entre 1917 e 1919, período durante o qual delineou os conceitos que norteariam os empreendimentos imobiliários e sua comercialização. Uma comparação entre o projeto para o Jardim América de Bouvard e Rouch com o de Unwin e Parker expõe claramente as diferenças entre ambos. No primeiro esboço do Jardim América, por exemplo, as ruas são retas, dispostas como grades e com duas grandes vias cortando o plano em diagonais, encontrando-se numa praça central. Já o desenho dos urbanistas ingleses previa vias sinuosas, que avançam em curvas suaves e orgânicas, abrindo espaço para praças e jardins. Tome-se um mapa atual de Alto dos Pinheiros, e lá estão características fundamentais do movimento garden-city: ruas que serpenteiam, rotatórias, jardins públicos, e praças em diversos pontos do bairro.
A infraestrutura (ruas asfaltadas, rede elétrica) era um dos destaques em anúncios de jornais e em panfletos de propaganda dos loteamentos. Os textos ressaltavam ainda a distância em relação às grandes concentrações urbanas: nem tão longe a ponto de se perder muito tempo com deslocamentos, nem tão perto a ponto de se conviver com o barulho, a fumaça e o cinza. Eram locais ideais para, como dizia uma das peças publicitárias, “viver o campo na cidade”. Havia outro chamariz: a Cia. City criou uma atraente política de financiamento para comercializar seus terrenos. A venda a prazo não era uma novidade no Brasil – Cincinato Braga, de quem a empresa comprou parte das terras, já havia recorrido a esse sistema em outros empreendimentos. Mas a City o fez em escala maior. Para tentar atrair mais compradores, a empresa também dava 10% de desconto caso a construção começasse em até 60 dias – a ideia era de que mais pessoas seriam atraídas conforme fosse se caracterizando a ocupação dos terrenos.
Diante da enorme extensão de terras que tinha em mãos, a Cia. City adotou uma estratégia sugerida por Barry Parker em sua passagem pelo país: desenvolver os loteamentos paulatinamente. Em livro também sobre o Jardim América, o urbanista Rodney Bacelli escreve: “A princípio parece-nos que a City seguiu em parte tal conselho; se verificarmos as plantas relativas ao loteamento das suas propriedades, constatamos que seu planejamento data da segunda década deste século [XX], sendo, entretanto, intensificado um esquema de loteamento em momentos diferentes para cada bairro. Notamos assim a tendência da Companhia em promover maciçamente a venda de determinado loteamento até que este alcançasse uma satisfatória estabilidade econômica, sem, no entanto, descuidar-se de suas outras propriedades”. Isso pode ser observado de um bairro para o outro – o Jardim América, por exemplo, foi lançado em 1915; Alto dos Pinheiros, em 1930.
Durante as décadas de 1940 e 1950, Alto de Pinheiros começou a se consolidar como um bairro residencial de alto padrão, seguindo o modelo de cidade-jardim que a Cia. City havia introduzido. A infraestrutura do bairro, que incluía ruas asfaltadas e rede elétrica, era frequentemente destacada em anúncios de jornais e panfletos de propaganda. A Cia. City promovia o bairro como um local ideal para "viver o campo na cidade", oferecendo uma política de financiamento atraente para a comercialização dos terrenos. A expansão do bairro foi planejada em fases, com a primeira etapa de desenvolvimento ocorrendo em 1930 e a última em 1960. Durante esse período, a Cia. City manteve um controle rigoroso sobre as construções, garantindo que as normas estabelecidas fossem seguidas. Isso incluía restrições sobre o tamanho das construções e a preservação de áreas verdes, o que ajudou a manter o caráter distinto do bairro.
Nos anos 1960, Alto de Pinheiros continuou a se desenvolver, mas a Cia. City começou a reduzir seu papel direto na administração do bairro. A partir de 1972, com a aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São Paulo, a Prefeitura intensificou suas atividades fiscalizadoras, o que permitiu que a Cia. City se retirasse gradualmente do processo de controle.
Durante esse período, o bairro começou a atrair uma população de alto poder aquisitivo, que buscava a qualidade de vida proporcionada pelas áreas verdes e pela tranquilidade do local. As casas continuaram a ser construídas de acordo com os padrões estabelecidos, mantendo o baixo adensamento e a presença de jardins privados.
Nas décadas de 1980 e 1990, Alto de Pinheiros consolidou-se como um dos bairros mais desejados de São Paulo. A infraestrutura urbana foi aprimorada, com melhorias no transporte público e na oferta de serviços. O bairro manteve seu caráter residencial, com poucas mudanças no zoneamento, o que ajudou a preservar sua identidade. A partir dos anos 2000, Alto de Pinheiros começou a enfrentar novos desafios, como o aumento do tráfego e a pressão por desenvolvimento urbano. No entanto, a comunidade local, juntamente com associações de moradores, continuou a trabalhar para preservar o ambiente e a qualidade de vida que tornaram o bairro tão atraente.
Moradores e ex-moradores
editar- Aloizio Mercadante (1954), economista e político.[7]
- José Serra (1942), economista e político.[7]
- Michel Temer (1940), jurista, político e presidente do Brasil.
- Plínio de Arruda Sampaio (1930-2014), jurista e político.[8]
Atualidade
editarNo século XXI, Alto de Pinheiros consolidou-se como uma área residencial nobre, com forte presença de áreas verdes e uma infraestrutura urbana robusta. O bairro continua a atrair uma população de alto poder aquisitivo, que busca qualidade de vida e tranquilidade. Caracterizado por suas ruas largas e arborizadas, que seguem um traçado irregular, em contraste com a malha ortogonal típica de outras regiões de São Paulo. A presença de residências unifamiliares de alto padrão, muitas com arquitetura modernista, é uma marca do bairro. As igrejas, como a Paróquia São Paulo da Cruz, são exemplos de construções históricas significativas. O nome "Alto de Pinheiros" refere-se à topografia elevada e à proximidade com o Rio Pinheiros. A avenida principal, Av. Pedroso de Moraes, destaca-se por seu grande corredor comercial. O relevo de Alto de Pinheiros é suavemente ondulado, situando-se a uma altitude média de 770 metros. Esta característica confere ao bairro uma vista privilegiada da cidade em algumas áreas. Em 2024 segundo a Folha de S. Paulo o bairro configurava como um dos mais valorizados da cidade.[9]
Ocupado predominantemente pelas classes média-alta e alta da sociedade paulistana, abriga o consulado ganês.[10][11] As estações de metrô mais próximas para Alto de Pinheiros são a Estação Pinheiros (faz conexão com a Estação Pinheiros da linha 9-Esmeralda na CPTM), Estação Fradique Coutinho e a Estação Faria Lima, todas elas sendo linha 4-Amarela.[12]
Referências
- ↑ a b c PDMAS-SP 2016-2016
- ↑ «Pesquise seu distrito». Prefeitura de São Paulo. 26 de setembro de 2005. Consultado em 22 de junho de 2009. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2009
- ↑ a b c d «Alto de Pinheiros | São Paulo Bairros». www.spbairros.com.br. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Histórico Erro de citação: Código
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inválido; o nome "nome" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 28 de abril de 2017. Arquivado do original em 2 de março de 2017
- ↑ «Alto de Pinheiros». Arquivado do original em 17 de abril de 2009
- ↑ a b «Serra e Mercadante: um dia com os candidatos a governador do estado». Veja. 20 Set 2006. Consultado em 19 de agosto de 2009
- ↑ Plínio diz que ´PV partiu para baixaria´
- ↑ Preço médio de imóveis em bairro mais caro de SP é de R$ 7,8 milhões, diz levantamento
- ↑ «Consulados». Consultado em 8 de julho de 2010. Arquivado do original em 31 de maio de 2009
- ↑ «Consulados Internacionais». Consultado em 8 de julho de 2010. Arquivado do original em 25 de outubro de 2011
- ↑ «Estação Pinheiros – ViaQuatro 4-Amarela - Metrô São Paulo». www.metro.sp.gov.br. Consultado em 1 de maio de 2017